EPTV NA ESCOLA CAMPINAS

EPTV na Escola 2020 com o tema "A tecnologia que melhora o mundo, melhora mesmo a minha vida?": estímulo a leitura e escrita de todos. — Foto: iStock

O número de alunos com necessidades especiais estudando em escolas regulares vem aumentando ano a ano. Dados do Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que entre 2014 e 2018, o Brasil registrou um aumento de 33,2% no número de matrículas desses estudantes. Em 2014, eram 886.815 alunos com deficiência, altas habilidades ou transtornos globais do desenvolvimento. Já em 2018, o total saltou para 1,2 milhão de alunos.

A educação inclusiva, que é quando alunos portadores ou não de necessidades especiais dividem a mesma classe, acolhe e revela o potencial de crianças e jovens que precisam de adaptações para que a aprendizagem possa funcionar e gerar maior autonomia.

“A alfabetização, a leitura e a escrita são os pontos mais desejados”, afirma Maibi Mascarenhas, coordenadora de pós-graduação em educação inclusiva no Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE).

Ela explica que os alunos podem precisar de um tempo maior para a realização das atividades, de recursos específicos, textos mais objetivos, ferramentas complementares, como o apoio de imagens, músicas, atividades lúdicas, apresentação de materiais concretos, como o próprio livro, painéis e brincadeiras. Cabe à gestão da escola oferecer isso a eles.

“Uma dica muito importante é utilizar assuntos que eles gostem para atraí-los. A repetição de informações também os ajuda a fixar o conteúdo e a aumentar o interesse pela leitura e pela produção de texto”, diz.

Maibi Mascarenhas, especialista em educação inclusiva do IBFE: “trabalhar com o hiperfoco, usando o assunto de preferência do aluno com deficiência, pode ser um importante estímulo à leitura e à escrita” — Foto: Crédito: arquivo pessoal

Confiança e eliminação de barreiras

É a rede pública de ensino que atende a maior parte desses alunos. O levantamento do Inep mostrou também que 97,3% dos alunos com necessidades educacionais especiais estavam nas salas de aula das escolas públicas. Bons resultados de aprendizado já são realidade em diversas dessas instituições.

Como revela Maria José Pereira Pessanha, professora especialista em autista na Escola Estadual Ivani Aparecida Queiroz Perez, em Sumaré, o objetivo do trabalho é fazer com que o estudante supere suas limitações. Na sala de recursos para os alunos com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde ela atua, jogos e brincadeiras são utilizados para ajudar o estudante a adquirir as habilidades que ainda não tem.

“Trabalhamos muito com a eliminação de barreiras, apostando no foco de interesse de cada um, e mesmo a leitura e a escrita podem ser bem desenvolvidas”, diz.

Os estímulos recebidos na sala de recursos contribuíram de forma muito positiva para o avanço do desempenho do Leonardo, de 15 anos, aluno do 1º ano do Ensino Médio, diagnosticado com autismo e déficit de atenção.

“Meu filho evoluiu muito, começou a gostar de ler e escrever. O trabalho realizado na escola foi um grande diferencial para ele e refletiu positivamente até no convívio em família”, conta a manicure Rejaine Felipe da Silva, de Sumaré.

Professora Maria José Pereira Pessanha, especialista em alunos com autismo: seu trabalho nas salas de recursos já preparou com sucesso alunos com deficiência para o vestibulinho de cursos técnicos . — Foto: Crédito: arquivo pessoal

Reforço e recompensa

Histórias positivas também surgem em escolas particulares. Com o envolvimento da equipe pedagógica, um mediador e também dos professores de todas as disciplinas, o Colégio Rio Branco, de Campinas, trabalha com um plano educacional personalizado e aposta em estratégias motivacionais com reforço positivo dos avanços conquistados pelos estudantes especiais.

Como explica a assistente de orientação em Educação Especial, Daniela Bacellar, as crianças têm metas que são apresentadas a elas. No intervalo entre as atividades propostas, o aluno é reforçado positivamente com algo que o agrada, por exemplo robótica. Há também um quadro de pontuações para registrar suas conquistas.

“Ele se sente estimulado a fazer a tarefa porque vai ter a recompensa com algo que gosta. Os resultados são muito positivos e até temos estudantes que passam a gostar mais de ler e escrever”, revela.

A advogada Márcia Fazion, de Paulínia, atesta a metodologia do colégio. Seu filho Guilherme, de 14 anos, aluno do 8º ano, diagnosticado com TEA, vem mostrando um grande avanço na aquisição de conhecimento, inclusive nas atividades de leitura e produção de textos.

“As adaptações do material, os recursos visuais e o uso de pontos de interesse como reforçadores fizeram com que ele tivesse um grande avanço do 6º ano para cá”, comemora. Agora, mesmo com a necessidade das aulas remotas, também há novas conquistas. “O uso do computador é algo que ele gosta, então continua cumprindo as metas e evoluindo”, completa.

Assim como ocorreu com Leonardo e Guilherme, são muitas as vitórias dos alunos especiais nas escolas. Também são muitos os profissionais de Educação que não medem esforços para contribuir para o sucesso das iniciativas. Os obstáculos são vencidos e todos podem mostrar sua capacidade de desenvolver bons textos e participar de iniciativas que favorecem a escrita, como o projeto EPTV na Escola.

Daniela Bacellar, assistente de orientação em Educação Especial do Colégio Rio Branco: recursos de imagem também são usados para estimular os alunos nas atividades de leitura e escrita. — Foto: Crédito: Divulgação Colégio Rio Branco

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