Romi tem lucro líquido de R$ 40,8 mi no 1º trimestre, queda de 53,2%

Números refletem aumento nos custos dos produtos e serviços, despesa operacional e queda do resultado financeiro da fabricante de máquinas

Por Raquel Brandão, Valor — São Paulo


A Indústrias Romi registrou lucro líquido de R$ 40,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, resultado que representa queda de 53,2% sobre o lucro líquido de R$ 87,3 milhões apurado no mesmo trimestre de 2019. Os dados foram publicados na noite de terça-feira (28).

O resultado reflete o aumento de 21% nos custos dos produtos e serviços (R$ 117,7 milhões), a despesa operacional de R$ 43,7 milhões e a queda de 57,5% do resultado financeiro (R$ 26 milhões).

Na demonstração de resultados consolidados, a companhia informou uma receita líquida de R$ 165,9 milhões no primeiro trimestre, em alta de 37,4% sobre os R$ 120,7 milhões de um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa atingiu R$ 13,2 milhões no primeiro trimestre de 2020, um recuo de 79,5% sobre o resultado de R$ 64,7 milhões no primeiro trimestre de 2019.

A Romi registrou lucro operacional de R$ 4,7 milhões no primeiro trimestre de 2020, em queda de 91,6% sobre os R$ 56,4 milhões do mesmo período do ano anterior.

Novos pedidos

A entrada de pedidos de máquinas e peças no primeiro trimestre da Romi registrou crescimento de 32,7% na comparação com o mesmo período de 2019, mesmo com a queda de 37,3% nos pedidos de máquinas da subsidiária alemã Burkhardt+Weber.

A empresa destaca que o salto está ligado a novas encomendas do mercado interno, que sinalizava aceleração da “recuperação econômica e um bom nível de confiança” da indústria.

A entrada de pedidos de máquinas da Romi no Brasil cresceu 21,8% na base anual, para R$ 87,6 milhões, com concentração das encomendas em janeiro e fevereiro, antes da crise de saúde gerada pelo novo coronavírus (covid-19) se intensificar por aqui. A unidade de fundidos e usinados apresentou um crescimento na entrada de pedidos de 114,7%, para R$ 79,6 milhões, quando comparada ao primeiro trimestre de 2019, demonstrando a recuperação das peças fundidas de grande porte para o segmento de energia, diz a empresa.

A unidade alemã passou de R$ 32,2 milhões em novos pedidos no primeiro trimestre de 2019 para R$ 20,2 milhões em 2020, refletindo, de acordo com a empresa, o desaquecimento da economia global e os impactos da covid-19 na Europa. Apesar disso, a subsidiária registrou avanço de 120% na receita, para R$ 36,7 milhões, devido a uma carteira bastante robusta de pedidos feitos no fim do ano passado para equipamentos a serem entregues ao longo de 2020.

As operações da Romi na Europa foram as primeiras a sentirem os efeitos da pandemia de covid-19. A empresa diz que as entregas de produtos foram afetadas, mas que pedidos não foram cancelados e serão entregues no segundo trimestre. O mesmo impacto se estendeu em março às unidades da brasileira, americana, mexicana, argentina e de outros países da região.

As operações da empresa ficaram totalmente suspensas de 30 de março a 21 de abril no Brasil, mas já foram totalmente retomadas com medidas adicionais de segurança. A empresa diz que a suspensão temporária não representou impactos relevantes aos resultados do primeiro trimestre.

Em relação à liquidez para lidar com a crise, a Romi informa que foram captados cerca de R$ 88 milhões em linhas de financiamento, sendo R$ 85,2 milhões denominados em real. O custo efetivo dessas captações em reais ficou entre CDI + 3,19% ao ano e CDI + 4,65% ao ano, sendo o prazo para pagamento de um ano. De acordo com a empresa, esse montante levantado corresponderia a oito meses de custos fixos.

A empresa destacou ainda que a valorização do dólar ante o real nos últimos meses tem impactos negativos, mas também bastante positivos para suas operações. Cerca de 35% dos insumos são importados, no entanto há uma maior margem de lucro nas exportações, que são cerca de US$ 20 milhões do faturamento do ano. Além disso, no mercado interno o real mais desvalorizado deixa os produtos da Romi mais competitivos, argumenta a companhia.

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