Morreu Yaphet Kotto, actor de Alien, Fuga à Meia-Noite e Vive e Deixa Morrer

O carismático intérprete norte-americano tinha 81 anos e morreu nas Filipinas.

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Yaphet Kotto, que morreu esta segunda-feira aos 81 anos, em Fuga à Meia-Noite

Yaphet Kotto, actor carismático que encarnou vários papéis icónicos ao longo de uma carreira que começou nos anos 1960, morreu na segunda-feira nas Filipinas, aos 81 anos. O óbito foi anunciado pela viúva do actor, Tessie Sinahon, num post de Facebook que não especifica a causa da morte. Sinahon era a sua terceira mulher.

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Yaphet Kotto, actor carismático que encarnou vários papéis icónicos ao longo de uma carreira que começou nos anos 1960, morreu na segunda-feira nas Filipinas, aos 81 anos. O óbito foi anunciado pela viúva do actor, Tessie Sinahon, num post de Facebook que não especifica a causa da morte. Sinahon era a sua terceira mulher.

Kotto nasceu em Nova Iorque em 1939, no seio de uma família judia, filho de mãe americana e pai camaronês. Começou no teatro, em produções de Otelo, de Shakespeare, e estreou-se no cinema, ainda como figurante, em Quatro no Texas (1962), western cómico de Robert Aldrich. Ainda nessa mesma década, apareceu em O Grande Mestre do Crime, de Norman Jewison, mais tarde refeito como O Caso Thomas Crown. Já em 1972, contracenou com Anthony Quinn em Os Detectives (Across 110th Street, no original, como a canção que Bobby Womack escreveu para o filme). Um maior reconhecimento viria logo no ano seguinte, quando fez de Dr. Kananga, o vilão de 007 – Vive e Deixa Morrer, de Guy Hamilton.

Entre os mais notáveis papéis da sua carreira incluem-se também Parker, o primeiro maquinista da tripulação da nave Nostromo em Alien  o 8º Passageiro, de Ridley Scott; Alonzo Moseley, o agente do FBI que está no encalço de Robert De Niro em Fuga à Meia-noite, de Martin Brest, uma das personagens mais hilariantes, pela sua inexpressividade, de uma das grandes comédias de acção dos anos 1980; ou, já na década de 1990, Al “Gee” Giardello, o tenente siciliano da esquadra de Departamento de Homicídios, a série de Paul Attanasio criada a partir do livro de David Simon. Em 1978, ao lado de Richard Pryor e Harvey Keitel, foi um dos protagonistas da estreia na realização de Paul SchraderBlue Collar, sobre três mecânicos que tentam roubar dinheiro ao seu sindicato.

Em 1977, foi nomeado para um Emmy pelo seu papel como Idi Amin, o brutal ditador do Uganda, no telefilme Raid on Entebbe, de Irvin Kirshner. Kirshner convidou-o para ser Lando Calrissian no seu filme seguinte, O Império Contra Ataca, mas este recusou-o, indo o papel para Billy Dee Williams. Mais tarde, foi considerado uma hipótese para ser Jean-Luc Picard na série Star Trek: A Geração Seguinte, mas também rejeitou a oferta, não querendo ser unicamente associado a sagas espaciais. Ainda nos anos 1980, fez parte do elenco de O Gladiador, de Paul Michael Glaser, com Arnold Schwarzenegger.

O seu último papel no cinema acabou por ser Alonzo Moseley outra vez, em Witless Protection, uma comédia sofrível de 2008 protagonizada pelo cómico de stand-up Larry the Cable Guy. Em 2014, voltou também a fazer de Parker num videojogo da saga AlienAlien: Isolation.

Fora dos ecrãs, era conhecido pelas histórias bizarras que contava, como um episódio em que, a rodar no México O Preço de 5 Jogadoreswestern de Henry Hathaway, ele e Robert Mitchum encontraram um Jason Robards bêbado a dizer que estava a morrer e Mitchum trouxe um bebé que nasceu morto de volta à vida. Também dizia que tinha sido raptado por extraterrestres, era adepto de teorias da conspiração, foi apoiante de Donald Trump e, ao mesmo tempo, elogiou o movimento Black Lives Matter. O post que anunciou a sua morte revela que deixou um livro por publicar.