Academia.eduAcademia.edu
SÉRGIO PAULO ÁVILA CAMPOS MARQUES Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tese de Doutoramento em: Biologia Ramo: Biologia Especialidade: Anatomia e Taxonomia Zoológica Orientador: Prof. Doutor António Manuel de Frias Martins Co-orientador: Prof. Doutor Thierry Backeljau UNIVERSIDADE DOS AÇORES PONTA DELGADA 2005 ÍNDICE PREÂMBULO:................................................................................................... V SECÇÃO I 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 1.1 1.2 2 ............................................................. 1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA .......................................................................................3 FAMÍLIA RISSOIDAE: CARACTERÍSTICAS GERAIS .........................................................4 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE NO OCEANO ATLÂNTICO E MAR MEDITERRÂNEO...................................................... 7 2.1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................7 2.2 MATERIAL E MÉTODOS ...............................................................................................8 2.3 RESULTADOS .............................................................................................................10 2.3.1 Espécies endémicas ..........................................................................................14 2.3.2 Análise de similaridades...................................................................................17 2.3.3 Distribuição batimétrica dos Rissoidae ...........................................................18 2.3.4 Tipo de desenvolvimento embrionário dos Rissoidae ......................................22 2.4 DISCUSSÃO ................................................................................................................33 2.4.1 Distribuição geográfica....................................................................................33 2.4.2 Espécies endémicas ..........................................................................................37 2.4.3 Desenvolvimento embrionário..........................................................................37 2.5 DECISÕES TAXONÓMICAS / DISTRIBUIÇÕES GEOGRÁFICAS .........................................42 3 OS RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES .......................................... 45 3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................45 3.1.1 Classificação Taxonómica................................................................................47 3.1.2 Abreviaturas utilizadas no texto .......................................................................48 3.2 LISTA TAXONÓMICA COMENTADA .............................................................................49 3.3 CONCLUSÃO ..............................................................................................................82 i SECÇÃO II 4 ...................................................... 85 PROCESSOS E PADRÕES DE DISPERSÃO E DE COLONIZAÇÃO 87 4.1 4.2 5 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 87 A CIRCULAÇÃO DO OCEANO ATLÂNTICO NAS IMEDIAÇÕES DOS AÇORES ................. 90 PROCESSOS E PADRÕES DE DISPERSÃO E DE COLONIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DOS MONTES SUBMARINOS.................................... 95 5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 95 5.2 BANCO D. JOÃO DE CASTRO (AÇORES) .................................................................... 95 5.3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 98 5.3.1 Análise dos dados .......................................................................................... 102 5.3.2 Tipo de desenvolvimento embrionário........................................................... 103 5.4 RESULTADOS .......................................................................................................... 103 5.5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 108 5.6 BANCO GORRINGE (PICO ORMONDE)...................................................................... 113 5.7 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 115 5.7.1 Tipo de desenvolvimento embrionário........................................................... 116 5.7.2 Análise dos dados .......................................................................................... 116 5.8 RESULTADOS .......................................................................................................... 121 5.9 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 121 6 PROCESSOS E PADRÕES DE DISPERSÃO E COLONIZAÇÃO EM ILHAS OCEÂNICAS...................................................................................... 125 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 125 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 128 RESULTADOS .......................................................................................................... 130 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 131 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 135 SECÇÃO III 7 .............................................. 137 VARIAÇÕES DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR: GLACIAÇÕES VERSUS PERÍODOS INTERGLACIÁRIOS.............................................. 139 ii 7.1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................139 7.2 AS JAZIDAS PLISTOCÉNICAS DE SANTA MARIA: PRAINHA E LAGOINHAS ................143 7.3 ESTRATIGRAFIA .......................................................................................................144 7.3.1 Prainha ...........................................................................................................144 7.3.2 Lagoinhas .......................................................................................................153 7.4 PALEOCLIMATOLOGIA .............................................................................................155 7.5 O IMPACTO DA VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DAS ÁGUAS DO MAR SOBRE AS COMUNIDADES ECOLÓGICAS ................................................................................................156 7.6 PALEOECOLOGIA .....................................................................................................161 7.6.1 Prainha ...........................................................................................................161 7.6.2 Lagoinhas .......................................................................................................166 7.6.2.1 Material e Métodos.....................................................................................168 7.6.2.2 Resultados...................................................................................................168 7.6.2.3 Discussão ....................................................................................................170 7.7 A EXTINÇÃO LOCAL DE ENSIS MINOR E DE OUTROS BIVALVES LITORAIS .................173 7.7.1 Introdução ......................................................................................................173 7.7.2 Discussão........................................................................................................173 8 RELAÇÕES BIOGEOGRÁFICAS E PALEOBIOGEOGRÁFICAS 181 8.1 8.2 8.3 9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................181 RELAÇÕES BIOGEOGRÁFICAS ACTUAIS ....................................................................181 RELAÇÕES PALEOBIOGEOGRÁFICAS DA FAUNA PLISTOCÉNICA DE SANTA MARIA ..184 POSSÍVEIS ROTAS DE COLONIZAÇÃO DOS AÇORES............... 187 9.1 9.2 9.3 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO .................................................................................187 POSSÍVEIS ROTAS DE COLONIZAÇÃO DOS AÇORES ...................................................191 CONCLUSÕES ...........................................................................................................201 10 CONCLUSÕES GERAIS ........................................................................ 203 11 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 205 12 APONTAMENTOS PARA UM TRABALHO FUTURO.................... 227 12.1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................227 12.2 PROVÁVEIS ROTAS DE COLONIZAÇÃO DOS AÇORES: A IMPORTÂNCIA DO DNA .......227 12.3 PROCESSOS E PADRÕES DE ESPECIAÇÃO NOS MOLUSCOS LITORAIS DOS AÇORES .....229 12.3.1 Relações Filogenéticas dos Rissoidae dos Açores .........................................229 12.4 PALEOECOLOGIA E PALEOBIOGEOGRAFIA DOS MOLUSCOS LITORAIS MIOCÉNICOS DOS AÇORES ...............................................................................................................................231 12.5 BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................231 iii APÊNDICES ............................................ 233 13 APÊNDICE 1 ............................................................................................ 234 14 APÊNDICE 2 ............................................................................................ 253 15 ESTAMPAS .............................................................................................. 264 15.1 15.2 15.3 15.4 15.5 15.6 15.7 15.8 15.9 15.10 15.11 15.12 15.13 15.14 15.15 15.16 15.17 15.18 15.19 15.20 15.21 15.22 15.23 15.24 15.25 15.26 15.27 15.28 15.29 ESTAMPA I .............................................................................................................. 264 ESTAMPA II............................................................................................................. 266 ESTAMPA III............................................................................................................ 268 ESTAMPA IV ........................................................................................................... 270 ESTAMPA V............................................................................................................. 272 ESTAMPA VI ........................................................................................................... 274 ESTAMPA VII .......................................................................................................... 276 ESTAMPA VIII......................................................................................................... 278 ESTAMPA IX ........................................................................................................... 280 ESTAMPA X......................................................................................................... 282 ESTAMPA XI ....................................................................................................... 284 ESTAMPA XII ...................................................................................................... 286 ESTAMPA XIII..................................................................................................... 288 ESTAMPA XIV .................................................................................................... 290 ESTAMPA XV...................................................................................................... 292 ESTAMPA XVI .................................................................................................... 294 ESTAMPA XVII ................................................................................................... 296 ESTAMPA XVIII.................................................................................................. 298 ESTAMPA XIX .................................................................................................... 300 ESTAMPA XX...................................................................................................... 302 ESTAMPA XXI .................................................................................................... 304 ESTAMPA XXII ................................................................................................... 306 ESTAMPA XXIII.................................................................................................. 308 ESTAMPA XXIV.................................................................................................. 310 ESTAMPA XXV................................................................................................... 312 ESTAMPA XXVI.................................................................................................. 314 ESTAMPA XXVII ................................................................................................ 316 ESTAMPA XXVIII............................................................................................... 318 ESTAMPA XXIX.................................................................................................. 320 16 ÍNDICE DAS TABELAS ......................................................................... 323 17 ÍNDICE DAS FIGURAS.......................................................................... 327 iv PREÂMBULO: Desde miúdo, altura em que assistia absolutamente vidrado no écran da televisão a séries como “A Vida na Terra”, apresentadas pelo David Attenborough, ou em que devorava de uma ponta à outra livros com títulos sugestivos tais como “Ao Encontro da Natureza”, que o meu sonho era ser cientista. Paulatinamente, e sempre incentivado pelos meus pais e pela minha mulher Alexandra, tenho cumprido etapas neste trajecto com início formal em 1992, ainda como aluno do 3º ano de curso de Biologia da Universidade dos Açores, mas sem fim à vista, que é o de encontrar as respostas a perguntas aparentemente fáceis como: “de onde vieram, como cá chegaram, quando, e o que terá acontecido” aos ancestrais das espécies de moluscos marinhos litorais que hoje em dia existem nos Açores. Aos meus pais aqui deixo o meu mais profundo reconhecimento pela educação e amor que fizeram nascer em mim pelos livros e, por arrasto (após a sua leitura...) pelo conhecimento científico. A finalização desta tese de doutoramento é somente o colocar de mais um tijolo nesta laboriosa construção pluridisciplinar que é o conhecimento científico do ecossistema marinho dos Açores. Muito embora as responsabilidades por qualquer erro sejam somente imputáveis ao autor, nada disto teria sido possível sem parcerias científicas com equipas e investigadores nacionais e estrangeiros. A eles se devem, em grande parte, o ter conseguido concluir este empreendimento dentro dos prazos previstos. Agradeço ao Professor Doutor Frias Martins, primeiro responsável pela minha formação académica, em primeiro lugar, o ter-me aceite como estudante de doutoramento e, em segundo, todo o tempo e disponibilidade que gastou comigo, bem como os variados conselhos que sempre me deu. Agradeço ainda a confiança em mim depositada, ao colocarme nas mãos a sua extensa colecção de moluscos marinhos dos Açores. A sua ajuda foi preciosa a nível da burocracia que sempre existe neste tipo de empreendimentos. As duas estadias no Royal Belgian Institute of Natural Sciences (RBINS) em 2001 e 2002, onde sob orientação do Professor Doutor Thierry Backeljau (co-orientador desta tese) e de vários elementos da sua equipa (em particular Heidi van den Broeck, Karin Breugelmans e Doutor Patrick van Riel) aprendi as técnicas laboratoriais necessárias para a obtenção de sequências de DNA, foram absolutamente fundamentais, ao possibilitarem-me a consulta de abundante bibliografia que se revelou fulcral em alguns dos Capítulos desta tese. Os conhecimentos a nível de genética de populações aí adquiridos serão muito úteis para o projectado pós-doutoramento (apresentado no Capítulo 12). Por outro lado, as vivas v discussões tidas com o Patrick e com o Professor Thierry foram muito profícuas para o desenvolvimento de algumas das idéias apresentadas no Capítulo 6 desta tese. Agradeço ainda a pronta disponibilidade manifestada pelo Doutor Armindo Rodrigues para orientar o trabalho relativo ao estudo do ciclo reprodutor de Alvania mediolittoralis. Agradeço também a imprescindível ajuda do Paulo Jorge Melo, que efectuou a grande maioria dos cortes histológicos com assinalável mestria. A parceria pessoal com o DOP/UA (Departamento de Oceanografia e Pescas/Universidade dos Açores) já é antiga (desde 1997), tendo os primeiros artigos em coautoria saído em 1998. Aqui realço a amizade que me liga ao Mestre Frederico Cardigos, principal responsável pelo convite que me foi feito para participar no projecto “ASIMOV 2000” (contrato MAS3-CT97-0092 da Comunidade Europeia) e na correspondente expedição científica ao Banco D. João de Castro em Julho desse ano, certamente um dos lugares mais extraordinários em que já mergulhei. Agradeço ainda a ajuda que o Vítor Rosa (meu companheiro de mergulho) e o Renato Bettencourt deram nas colheitas; ao Luís Quinta (editor da revista “Mundo Submerso”) as excelentes fotografias submarinas amavelmente cedidas e ainda a excelente disposição do Joe Pimentel, “skipper” do “Island Girl”, bem como a sua ajuda logística. Agradeço também os comentários do Paul Dando, Helen Rost Martins, José M. N. Azevedo, Thierry Backeljau e Patrick Van Riel. Agradeço ainda as várias imagens cedidas pelo ImagDOP, o núcleo de imagens e multimedia do DOP/UA. Aos participantes da “Expedição Atlântico Selvagem – Ormonde 1999”, José Augusto Silva, Pedro Neves e Rui Santos, agradeço a recolha do material utilizado no estudo sobre o Gorringe. Estou particularmente grato ao Mestre António Malaquias por me ter proposto um trabalho conjunto sobre este monte submarino. Ambos agradecemos o trabalho do Dr. Paulo Morenito na triagem e na identificação preliminar de algumas espécies. Agradecemos ainda a ajuda do Doutor Emilio Rolán, na identificação de algumas espécies e os seus comentários, bem como os do Doutor Marco Oliverio, Mestre Frederico Cardigos e Mestre Fernando Tempera. Todas as fotografias tiradas ao microscópio electrónico foram efectuadas pelo Mestre Jorge Medeiros (CIRN/Uaç). Muito obrigado Jorge – foram muitas as horas em frente a esse aparelho... As páginas desta tese em que se apresentam os resultados do estudo dos fósseis de Santa Maria foram, talvez, aquelas que tiveram maior comparticipação. Aqui agradeço os comentários do Doutor Geerat Vermeij acerca da fauna Miocénica dos Açores e do significado das suas relações paleobiogeográficas; agradeço ao Doutor Emilio Rolán as vi informações relativas ao tipo de desenvolvimento embrionário das espécies de Conus e à Doutora Cari Zazo, um enorme obrigado pela muita bibliografia enviada, bem como pelas informações relativas à jazida de Tachero (Canárias). Agradeço o apoio das entidades que suportaram financeiramente o Workshop “Marine Fossils of the Azores: Perspectives for the future” - Santa Maria (21-29 de Junho de 2002): Gabinete do Ministro da República para os Açores, Direcção Regional do Ambiente/Governo Regional dos Açores, Direcção Regional da Juventude/Governo Regional dos Açores, Câmara Municipal de Vila do Porto, FCT – Fundação Ciência e Tecnologia e CIRN/UAç – Centro de Investigação de Recursos Naturais/Universidade dos Açores. Agradeço de forma particular aos alunos de Biologia da Universidade dos Açores e aos colegas que participaram nesta expedição – Doutor Francisco García-Talavera (Museo de la Naturalez y el Hombre, Tenerife), Professor Doutor Jordi Martinell e Professora Doutora Rosa Domènech (Universidade de Barcelona), Doutor Carlos Marques da Silva, Doutor Mário Cachão e Doutor José Madeira (Universidade de Lisboa), Doutor José Azevedo, Doutora Ana Neto e Dr. Rui Amen (Universidade dos Açores) – pelo excelente ambiente vivido aquando da estadia em Santa Maria. Um obrigado especial à Mestre Joana Micael e à Dra. Patrícia Madeira pela imprescindível ajuda na organização e bom desenrolar deste evento, extensível também ao Pedro Monteiro pelas belas fotos tiradas aquando do Workshop “Marine Fossils of the Azores: Perspectives for the future” - Santa Maria (21-29 de Junho de 2002) e ao Dr. Paulo Luís, “skipper” desta expedição e garante de um óptimo ambiente quer a bordo do “Nerus”, quer em terra firme. Agradeço a ajuda prestada pelo Dr. Miguel Matias aquando da deslocação a Santa Maria (17 a 19 de Fevereiro de 2003) para recolha das amostras quantitativas de areia nas Lagoinhas e na Prainha. Agradeço os comentários sobre os sistemas de correntes no Estreito de Gibraltar e a bibliografia fornecida pelo Professor Doutor Jacques Collina-Girard (CNRS, Paris), Doutora Laurence Vidal (CEREGE, Aix-en Provence) e pelo Professor Doutor Claude Millot (IFREMER). Vários autores tiveram uma contribuição-chave ao fornecerem dados para a elaboração do Apêndice 1: Doutor Anders Warén, Doutor John J. van Aartsen, Doutor Emílio Rolán, Willy Segers, Enzo Campani, Constantine Mifsud e Collin Redfern. Agradeço em especial a ajuda do Doutor Jeroen Goud, que amavelmente me cedeu a sua base de dados com a distribuição geográfica e batimétrica dos Rissoidae do Atlântico. Agradeço ainda os seguintes apoios institucionais durante o período de realização desta tese (Julho 2001-Julho 2005): vii - Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, na pessoa dos seus Directores (inicialmente o Doutor António Martins e depois o Doutor João Tavares), pelas facilidades logísticas concedidas; - FCT (bolsa doutoramento SFRH/BD/5115/2001), que apoiou ainda as seguintes deslocações: o 2001 – 2nd World Congress of Malacology, Vienna, Áustria: Marine molluscs from “Banco D. João de Castro”, a shallow hydrothermal-vent in the Azores: comparison between adjacent ecosystems (comunicação oral): 19 a 26 de Agosto. o 2002 – Workshop Marine Fossils of the Azores: Perspectives for the future, Vila do Porto, Santa Maria: 20 a 29 de Junho. o 2002 – 37 European Marine Biology Symposium, Reykjavík, Islândia: Patterns and processes of speciation in the marine molluscs of the Azores: past and recent biogeographical relationships and a proposed pathway for the colonization of this archipelago (comunicação oral): 05 a 09 de Agosto. o 2002 – Workshop “Sequencing DNA in the Azorean Rissoidae: preliminar results”, Royal Belgian Institut of Natural Sciences, Brussels, Belgium: 15 de Setembro a 15 de Outubro. o 2003 – 2º Workshop “Sequencing DNA of the Azorean Rissoidae”, Royal Belgian Institut of Natural Sciences, Brussels, Belgium: 23 de Julho a 16 de Agosto. o 2004 – 5º Fauna & Flora of the Atlantic Islands, Dublin, Irlanda: Oceanic islands, rafting, geographical range and bathymetry: is there a neglected relationship?: 24 a 27 de Agosto. - ABC-PD81 (Access to Belgian Collections: European Community – Access to Research Infrastructure action of the Improving Human Research Potential Programme); - Fundação Calouste Gulbenkian, que apoiou as seguintes deslocações: o 2002 – 37 European Marine Biology Symposium, Reykjavík, Islândia: Patterns and processes of speciation in the marine molluscs of the Azores: past and recent biogeographical relationships and a proposed pathway for the colonization of this archipelago (comunicação oral): 05 a 09 de Agosto. o 2004 – 5º Fauna & Flora of the Atlantic Islands, Dublin, Irlanda: Oceanic islands, rafting, geographical range and bathymetry: is there a neglected relationship? (comunicação oral): 24 a 27 de Agosto. viii - Projecto ASIMOV (contrato MAS3-CT97-0092 da Comunidade Europeia); - CIRN/Uaç (Centro de Investigação de Recursos Naturais) na pessoa do seu Director, Doutor Nelson Simões, pelas condições logísticas proporcionadas (muito em particular o acesso ao microscópio electrónico de varrimento) e pelo apoio financeiro para as seguintes deslocações ou eventos: o 2001 – 2nd World Congress of Malacology, Vienna, Áustria: Marine molluscs from “Banco D. João de Castro”, a shallow hydrothermal-vent in the Azores: comparison between adjacent ecosystems (comunicação oral): 19 a 26 de Agosto. o 2002 – “1º Curso de Paleontologia”, Universidade dos Açores: 17 a 20 de Junho. o 2002 – Workshop Marine Fossils of the Azores: Perspectives for the future, Vila do Porto, Santa Maria: 20 a 29 de Junho. o 2002 – 37 European Marine Biology Symposium, Reykjavík, Islândia: Patterns and processes of speciation in the marine molluscs of the Azores: past and recent biogeographical relationships and a proposed pathway for the colonization of this archipelago (comunicação oral): 05 a 09 de Agosto. - CCPA/Uaç (Centro de Conservação e Protecção do Ambiente, na pessoa da sua Directora, Doutora Anunciação Ventura, que amavelmente me convidou para efectuar uma palestra no âmbito da Semana da Ciência e da Tecnologia – Ciência Viva: o 2003 – “A Extinção dos “dinossáurios” de duas valvas na ilha de Santa Maria (Açores)” (comunicação oral): 24 de Novembro. A todos os elementos da Secção de Biologia Marinha da Universidade dos Açores, um grande obrigado pela ajuda prestada ao longo de muitos anos nas recolhas biológicas, muito em particular ao Dr. Nuno Álvaro e ao João Brum. Aos seus elementos mais graduados, Doutor José Azevedo, Doutora Ana Neto e Doutora Ana Cristina Costa, agradeço as sugestões que me apresentaram durante a efectivação deste trabalho. Um agradecimento especial aos meus colegas de gabinete, Dra. Daniela Gabriel, Dra. Joana Xavier e Dr. Adriano Quintela, pela força que me deram durante estes últimos anos. À Mestre Manuela Parente, minha mais antiga colega nesta aventura que é um doutoramento, aqui fica o meu reconhecimento pelo esforço que terá sido ler e corrigir esta tese nos seus mais pequenos pormenores. Força Nela, a próxima és tu... ix Devo ainda agradecer à Doutora Ana Cristina Costa e à Doutora Anunciação Ventura as muitas horas agradáveis que passámos a discutir ciência ou a falar de assuntos mais “terra a terra”. Garanto-vos que estas trocas de idéias foram muito salutares para a minha sanidade mental. Por fim, queria agradecer à minha mulher Alexandra o seu apoio manifestado por diversas vezes e de várias formas, sem o qual teria sido quase impossível completar a tempo esta tarefa a que me propus. x Para a Alexandra e para os nossos filhos, Gonçalo e Margarida SECÇÃO I Rissoidae (Mollusca, Gastropoda) 1 ___________________________________________________________________________________________________INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Localização Geográfica Localizado em pleno Oceano Atlântico, entre 37º-40ºN e 25-31ºW, a 1300 km de Portugal Continental e a 1700 km do continente Americano, o arquipélago dos Açores é formado actualmente por nove ilhas e alguns ilhéus, distribuídas por três grupos (Ocidental, Central e Oriental) ao longo de um eixo com uma extensão aproximada de 550 km e com uma orientação WNW-ESE. O local mais próximo é a ilha da Madeira, cerca de 900 km a sudeste de Santa Maria (Figura 1). Figura 1 Localização geográfica do arquipélago dos Açores (©Secção de Geografia, Universidade dos Açores). É assim, um arquipélago bastante isolado e afastado de potenciais fontes colonizadoras. No Atlântico, o grau de isolamento dos Açores só é superado pela ilha de Santa Helena (Atlântico Sul). Santa Maria, a ilha mais antiga, terá cerca de 8 MA (milhões de 3 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores anos), uma idade geológica relativamente recente comparativamente com a dos restantes arquipélagos atlânticos (Abdel-Monem et al., 1975; Feraud et al., 1980). As ilhas dos Açores possuem no seu meio marinho ainda pouco alterado (o povoamento humano tem menos de 600 anos) características propícias a uma investigação científica de elevada craveira no que diz respeito a temas relacionados com a evolução e formação de espécies. Sendo as ilhas encaradas já desde os tempos de Darwin como autênticos laboratórios evolutivos, nesta tese pretendeu-se utilizar a localização privilegiada daquele arquipélago para estudar os processos e padrões de dispersão, colonização e especiação que aí ocorreram numa família de micromoluscos marinhos com elevado número de espécies endémicas (Ávila, 2000b). Como não é possível entender as faunas actuais bem como as distribuições geográficas das espécies sem uma perspectiva histórica, a dimensão tempo foi também incluída neste estudo, tendo para tal sido estudadas as faunas fósseis Plistocénicas existentes na ilha de Santa Maria (Açores). 1.2 Família Rissoidae: características gerais Os Rissoidae são um grupo de pequenos moluscos Cenogastrópodes, com distribuição mundial. Geralmente, a concha tem menos de 5 mm de comprimento máximo, é acuminada, por vezes com escultura elaborada. A abertura da concha é inteira ou com um apertado canal, e o opérculo é córneo e subespiral. O animal caracteriza-se por possuir os olhos na base externa dos tentáculos, epipódio com filamentos, lobo operculado com apêndices, pé alongado, subtriangular, truncado à frente e anguloso atrás. A rádula possui um dente central pregueado/plissado nos ângulos basais, laterais largos com cúspides múltiplas, rombas, marginais longos, estreitos e denticulados nas margens. São gonocóricos (sexos separados) e, na sua grande maioria, são marinhos, embora existam algumas espécies em águas salobras. O registo fóssil é conhecido desde o Jurássico Superior da Europa (Chenu, 1859; Ponder, 1985, 1988). Esta família muito numerosa e diversificada, é de difícil classificação, devido a fenómenos de convergência na forma da concha de diferentes géneros e às reduzidas dimensões dos indivíduos. Em virtude disto, durante muito tempo funcionou como uma categoria taxonómica onde eram provisoriamente “arrumadas” espécies de reduzidas dimensões e com conchas simples, quase sempre sem ornamentação (Ponder & Keyzer, 1998). As revisões taxonómicas de Thiele (1929-1935), Wenz (1938-1944), Coan (1964) e de 4 ___________________________________________________________________________________________________INTRODUÇÃO Nordsieck (1972) basearam-se, em especial, em características conquiliológicas. Este último autor estudou espécies Europeias, tendo introduzido imensas alterações a nível genérico. Em 1967, Ponder utilizou os caracteres anatómicos da maioria das espécies da Nova Zelândia, para efectuar uma classificação desta família, tendo reconhecido 4 sub-famílias. Na sua classificação dos Cenogastrópodes, Golikov & Starobogatov (1975) fragmentaram a família Rissoidae (sensu Ponder, 1967) em 10 famílias pertencentes a 5 super-famílias, ao passo que, tendo por base características da genitália, Slavoshevskaya (1975) reconheceu somente 7 famílias. Ponder (1985) refinou a sua anterior classificação (Ponder, 1967), fazendo a revisão desta família a nível mundial, por utilização conjunta de caracteres da concha, opérculo, rádula, cabeça-pé e da anatomia interna, daqui tendo resultado duas sub-famílias: Rissoinae e Rissoininae. As outras duas sub-famílias indicadas no seu trabalho de 1967, foram incluídas na família Barleidae (Ponder, 1983a) e muitos dos géneros que anteriormente estavam na família Rissoidae, foram transferidos para as famílias Cingulopsidae (Ponder & Yoo, 1980) e Iraviidae (Ponder, 1984). Os Rissoidae provavelmente tiveram a sua origem no início do Jurássico (cerca de 200 Ma) no quente Mar Tétis, a partir de ancestrais da família Barleeidae ou pré-Barleeidae com larva planctotrófica, tendo a separação entre as duas subfamílias (Rissoinae e Rissoininae) ocorrido muito cedo (Ponder, 1988; Kowalke & Harzhauser, 2004). A subfamília Rissoininae é a mais antiga, possuindo os seus membros várias características consideradas como primitivas, tais como possuírem dois tentáculos paliais (um deles por vezes bífido), macho com glândula prostática aberta ao longo de parte do seu comprimento, pénis com estrutura complexa e com canal penial aberto, fêmea com ducto espermático usualmente expandido e dobrado interna e anteriormente, formando um ducto separado na maior parte do comprimento da glândula oviducal (Ponder, 1984). Na Europa, os primeiros registos fósseis correspondem a duas espécies (Rissoina obtusa Lycett, 1853 e Rissoina parcicostata Hudleston, 1891) encontradas em depósitos Jurássicos (Bajociano) em Inglaterra. Em França e em Inglaterra, são conhecidas pelo menos 7 espécies pertencentes ao Batoniano (mais recentes, portanto, que as jazidas Inglesas do Bajociano) (Conti et al., 1993). O trabalho de Conti et al. (1993) em 4 jazidas italianas do Bajociano reporta 9 espécies pertencentes a dois géneros, Rissocerithium e Zebinostoma aparentados com o grupo Rissoina-Zebina, com base na forma geral da concha, escultura e abertura da concha. Conti & Szabó (1988) introduziram o termo “Unidade Intra-Tethyana” para caracterizar a unidade faunística Bajociana existente nestes depósitos italianos. No Miocénico, esta família está já bastante diversificada, sendo caracterizadas as comunidades 5 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores litorais de gastrópodes do Badeniano (16,4-13,0 Ma) presentes em jazidas do Paratétis Central (Bacia de Viena em especial) por possuirem géneros modernos tais como Alvania, Manzonia e Rissoa, por vezes com elevadas densidades (Kowalke & Harzhauser, 2004). 6 ____________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE 2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE NO OCEANO ATLÂNTICO E MAR MEDITERRÂNEO 2.1 Introdução A disposição espacial de continentes e oceanos, combinada com uma série de factores limitantes (radiação solar, latitude, temperatura da água, padrões de circulação de correntes, tipo de habitat e outros) são os principais responsáveis pela existência de fronteiras entre locais com associações animais e/ou vegetais características, denominados de Províncias ou Regiões Biogeográficas (Briggs, 1974; Floeter & Soares-Gomes, 1999; Engle & Summers, 2000). A zona de fronteira entre duas Províncias contíguas funciona normalmente como barreira à dispersão de espécies, daí resultando composições específicas diferentes nas Províncias em causa (Brown & Lomolino, 1998). Outros critérios utilizados em conjunto com o anterior para o estabelecimento dos limites geográficos de Províncias, são o da percentagem de espécies endémicas que ocorre em cada local, variável entre os 10 a 30-40% defendidos por Briggs (1974) e os 50% de Hedgpeth (1953) e ainda a ocorrência de acidentes geológicos ou geográficos (ex: cabos, promontórios, estuários) em que seja patente a convergência ou divergência de correntes oceânicas e também uma mudança evidente nas comunidades marinhas (Rosen, 1988). A família Rissoidae é excelente para estudos de biogeografia, na medida em que possui grande número de géneros e de espécies com diferentes tipos de desenvolvimento embrionário. A capacidade de dispersão das espécies marinhas varia imenso de espécie para espécie (Valentine, 1977) e, no caso dos gastrópodes marinhos, a sua distribuição geográfica está, regra geral, positivamente correlacionada com a existência de um estado larvar planctotrófico (Valentine, 1977). A bibliografia publicada sobre os Rissoidae do Oceano Atlântico é vasta, está dispersa por variadas publicações e, na sua grande maioria, diz respeito a estudos de sistemática. A juntar a estas razões, acresce o elevado número de espécies conhecidas, assim talvez explicando a inexistência de estudos de distribuição geográfica abrangentes e que sumariem a informação conhecida. Esta é a primeira abordagem sistemática ao estudo da distribuição geográfica desta família no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, com o intuito de detectar possíveis padrões biogeográficos. 7 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 2.2 Material e Métodos Foi consultada a bibliografia relativa à distribuição geográfica dos Rissoidae para o Atlântico e Mediterrâneo, tendo sido privilegiadas as fontes primárias. Para além de algumas províncias biogeográficas definidas de acordo com Valentine (1973), Briggs (1974) e Floeter & Soares-Gomes (1999), foram ainda seleccionados os seguintes locais (os autores assinalados referem-se às fontes consultadas para a distribuição geográfica dos Rissoidae): ARC – Ártico: acima dos 75ºN: Warén (1973, 1974), Hansson (1998). GRE – Gronelândia, costa oriental da ilha de Baffin, Baía de Baffin, Estreito de Davis e Mar Labrador: Bouchet & Warrén (1993), Hansson (1998). ICE – Islândia: Warén (1989, 1996b). SCA – Escandinávia - inclui o Mar da Noruega, o Skagerrak e Kattegat, e o Mar Báltico, bem como as ilhas Faroe: Fretter & Graham (1978), Warén (1973, 1996b), Hansson (1998). BRI – ilhas Britânicas: Smith (1970), Fretter & Graham (1978), Killeen & Light (1998). POR – Portugal: Nobre (1931, 1936), Nobre & Braga (1942), Macedo et al., (1999). MED – Mediterrâneo: Aartsen & Fehr-de-Wal (1973), Aartsen (1975, 1976, 1982a, 1982b, 1982c, 1982d, 1983a, 1983b, 1983c), Verduin (1976, 1979, 1986b), Aartsen & Verduin (1978, 1982), Palazzi (1982), Aartsen et al. (1984), Amati (1984, 1985-1986), Amati & Nofroni (1985, 1987, 1991), Amati & Oliverio (1985), Oliverio (1985-1986, 1988, 1993), Oliverio et al. (1985-1986), Aartsen & Linden (1986), Linden & Wagner (1987), Hoenselaar & Moolenbeek (1987), Aartsen & Menkhorst (1988), Giusti & Nofroni (1989), Aartsen et al. (1989), Amati et al. (1990), Nofroni & Pizzini (1991), Oliverio et al. (1992), Aartsen & Engl (1999), Smriglio & Mariottini (2000), Margelli (2001), CIESM, CLEMAM. AZO – Açores: Watson (1886), Dautzenberg (1889), Amati (1987); Gofas (1989), Oliverio et al. (1992), Linden (1993), Linden & Aartsen (1994), Ávila (2000a; 2000b). MAD – Madeira, Porto Santo e Desertas: Nobre (1937), Aartsen (1983c), Palazzi (1982), Verduin (1988), Moolenbeek & Hoenselaar (1989, 1998). SEL – Selvagens: Verduin (1988), Amati (1992). CAN – Canárias: Aartsen (1983c), Moolenbeek & Faber (1986), Rolán (1987a), Verduin (1988), Linden & Wagner (1989), Moolenbeek & Hoenselaar (1989, 1992, 1998), Segers (1999), Hernández-Otero & García (2003), Rolán & Hernández (2004). 8 ____________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE CAP – Cabo Verde: Rolán (1987b), Moolenbeek & Rolán (1988), Templado & Rolán (1993), Rolán & Rubio (1999), Rolán & Luque (2000). STH – Santa Helena: Smith (1890), MALACOLOG. TRS – Tristão da Cunha: Worsfold et al. (1993), MALACOLOG. WAF – costa oeste-Africana, correspondente à “Região Marroquina” de Mohamed (1992) – costa Atlântica de Marrocos (desde o estreito de Gibraltar/Tânger) para Sul, passando pelo Sahara Ocidental e Mauritânia, até ao Cabo Branco (Sahara Ocidental): Verduin (1979), Gofas & Warén (1982), Moolenbeek & Piersma (1990), Rolán & Fernandes (1990), Gofas (1999). ANG – Angola: Rolán & Ryall (1985), Rolán & Fernandes (1990), Gofas (1999). NSC – província da Nova Escócia – costa Atlântica dos EUA, entre Newfoundland (50ºN) e Cape Cod (42ºN): MALACOLOG. VIR – província Virginiana – costa Atlântica dos EUA, entre Cape Cod (42ºN) e Cape Hatteras, Carolina do Norte (35º35’N): MALACOLOG. CRL – província Caroliniana – costa Atlântica dos EUA entre Cape Hatteras, Carolina do Norte (35º35’N) e o Cabo Canaveral (28º30’N): Rex et al. (1988), MALACOLOG. TRO – província Tropical (designada genericamente por “Caraíbas”) – costa Atlântica dos EUA para Sul do Cabo Canaveral (28º30’N), incluindo as costas ocidental e oriental da Florida, Golfo do México (costas da Luisiana e Texas bem como a Península do Yucatão, México), Bahamas, Mar das Caraíbas, até Cabo Frio (Brasil) (23ºS): Faber & Moolenbeek (1987), Jong & Coomans (1988), Leal & Moore (1989), Faber (1990), Leal (1991), Rolán (1998), MALACOLOG. BRA – Província biogeográfica do Brasil (englobando as Províncias Paulista e Patagónica sensu Palacio (1980)) - desde o Cabo Frio (23ºS) até ao rio da Prata (35ºS): MALACOLOG. SSA – sudeste da América do Sul – província biogeográfica Malvinas (sensu Palacio, 1980) formada pela costa Atlântica desde o rio da Prata (35ºS) para Sul, até à Terra do Fogo e Cabo Horn, incluindo a ilha de Los Estados, as ilhas Falkland (Malvinas), o Banco Burdwood e a ilha Geórgia do Sul: Ponder (1983b), Ponder & Worsfold (1994). ANT – Antárctica – a partir do paralelo 60ºS para Sul, incluindo as Ilhas Orkney do Sul (ilha Signy), as ilhas Shetland do Sul, a Península Antárctica e o mar de Weddell: Ponder (1983b). 9 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Outras obras de cariz mais alargado do ponto de vista sistemático e/ou geográfico foram também consultadas, dentre as quais destaco as seguintes: Babio & Thiriot-Quiévreux (1974), Aartsen (1976), Fretter & Graham (1978), Ponder (1985), Verduin (1986a), Templado & Rolán (1986), Hoenselaar & Moolenbeek (1987), Moolenbeek & Hoenselaar (1987), Moolenbeek & Faber (1987a, 1987b, 1987c), Sleurs (1991, 1993, 1994), Bouchet & Warén (1993), Sleurs & Preece (1994), Warén (1996a), Hoenselaar & Goud (1998), Goud (1999) e Rolán (2001). Foram ainda muito úteis as bases de dados disponíveis na web, em especial as páginas MALACOLOG, CIESM e CLEMAM. 2.3 Resultados A família Rissoidae possui 38 géneros válidos, alguns com distribuição mundial (Manzonia, Rissoina, Zebina, Stosicia, Pusillina e Alvania), ao passo que outros têm distribuição mais restrita. De acordo com Ponder (1985) os géneros Attenuata, Lamellirissoina, Lironoba, Lucidestea, Merelina, Parashiela, Striatestea e Woorwindia só existem no Indo-Pacífico. No entanto, Leal (1991), dá uma espécie não descrita de Lironoba para o Brasil (Província Tropical), o que constitui o primeiro registo deste género no Atlântico. Alguns géneros ocorrem somente no Índico, sendo exemplo o género Fenella (Madagascar e Mar Vermelho) e Seminella (Mar Vermelho), ao passo que o género Tomlinella está restrito às ilhas de Reunião e Maurícia (Ponder, 1985; Ponder & Keyzer, 1998). Os Rissoidae ocorrem em número considerável de espécies no Atlântico Ocidental e no Mediterrâneo, atingindo algumas espécies valores elevados de densidade/biomassa no intertidal (Ávila, 1998) e em águas pouco profundas (Fretter & Graham, 1994). Dos 38 géneros conhecidos, 29 ocorrem no Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo (Tabela 1). O Mediterrâneo é o local com maior número de espécies desta família (142), seguindo-se o arquipélago das Canárias com 87 espécies, a Província Tropical (75), Portugal (72) e Cabo Verde (68), ao passo que o número de espécies é reduzido na Província Caroliniana (17), na Gronelândia (16), no Árctico (13), Angola (11), Província da Nova Escócia (10), Província Virginiana, ilha de Tristão da Cunha e Antárctico (todos com 7 espécies) e no Brasil (5) (Tabela 1). De referir que 4 espécies existentes no Mediterrâneo (Alvania dorbignyi (Audouin, 1826), Rissoina bertholleti Issel, 1869, Rissoina spirata 10 ____________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Sowerby, 1825 e Voorwindia tiberiana (Issel, 1896)) são introduções recentes através do Canal do Suez, provenientes do Mar Vermelho (CIESM). Os géneros Alvania (65 espécies), Rissoa (26 espécies), Setia (14) e Pusillina (9) estão bem representados no Mediterrâneo (e também nas costas de Portugal). Os géneros Boreocingula e Frigidoalvania estão circunscritos às latitudes setentrionais (Árctico, Gronelândia, Islândia e Escandinávia), a que se deve acrescentar ainda as ilhas Britânicas, no caso do género Boreocingula e a costa leste da América do Norte (NSC e VIR), no caso do género Frigidoalvania. O género Onoba também está bem representado na Gronelândia e na Islândia (5 e 9 espécies, respectivamente), mas o maior número de espécies ocorre no Atlântico Sul (6 espécies na ilha de Tristão da Cunha e no Antárctico, e 22 espécies no sudeste da América do Sul) (Tabela 1). Os géneros Benthonellania, Folinia, Microstelma, Rissoina e Zebina possuem maior número de espécies na Província Tropical. Os géneros Crisilla e Manzonia são particularmente abundantes nos arquipélagos Macaronésicos, em especial nas Canárias e na Madeira. O género Schwartziella é muito abundante em Cabo Verde (27 espécies) e é também abundante nas Províncias Caroliniana e Tropical, bem como na ilha de Santa Helena (4, 9 e 5 espécies, respectivamente) (Tabela 1). Os géneros Stosicia e Woorwindia ocorrem predominantemente na região do IndoPacífico (Ponder, 1985), conhecendo-se somente três espécies do primeiro género no Atlântico Ocidental, Stosicia aberrans (Adams, 1850), Stosicia fernandezgarcesi Espinosa & Ortea, 2002b e Stosicia houbricki Sleurs, 1996 (todas restritas à Província Tropical) e uma do segundo, Woorwindia tiberiana (Issel, 1869) que existe no Mediterrâneo. No entanto, são conhecidas espécies fósseis de Stosicia no Miocénico Inferior do Atlântico Oriental e do Mediterrâneo (Sleurs, 1996). 11 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 1 Número de espécies por género no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo. ARC – Árctico; GRE – Gronelândia; ICE – Islândia; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; POR – Portugal; MED – Mar Mediterrâneo; AZO – Açores; MAD – Madeira, Porto Santo e Desertas; SEL – Selvagens (Madeira); CAN – Canárias; CAP – Cabo Verde; WAFR – costa oeste-Africana; ANG – Angola; NSC – Província da Nova Escócia; VIR – Província Virginiana; CRL – Província Caroliniana; TRO – Província Tropical (Caraíbas); BRA – Brasil; STH – Santa Helena; TRS – Tristâo da Cunha; SSA – sudeste da América do Sul; ANT – Antárctica. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies de Rissoidae 12 ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 4 7 10 12 10 31 65 19 16 10 28 26 27 6 1 1 2 18 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 1 4 5 1 2 2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 9 1 1 1 5 2 9 5 11 6 3 1 2 3 2 1 1 3 2 1 3 5 2 9 1 1 1 2 1 1 7 2 3 2 2 1 1 1 1 2 7 2 1 2 1 1 1 3 6 14 1 1 2 9 26 3 1 1 1 2 5 14 5 2 2 3 1 2 5 1 16 25 31 29 72 142 1 6 11 1 1 3 1 2 39 1 6 1 2 1 2 4 14 1 1 1 1 1 2 1 2 4 1 4 1 1 1 13 1 2 2 22 6 1 3 1 2 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 3 20 2 2 5 5 19 27 1 1 4 9 1 3 2 6 17 75 5 6 2 2 3 2 1 49 28 87 68 46 11 10 7 7 27 7 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 2.3.1 Espécies endémicas Relativamente às espécies de Rissoidae endémicas, o Mediterrâneo e as ilhas de Cabo Verde são os locais com maior número de espécies (59 e 58 respectivamente), com predomínio do género Alvania (28) no primeiro local e do género Schwartziella (26) em Cabo Verde. A Província Tropical também possui um número elevado (54), em especial dos géneros Rissoina (16) e Alvania (15). Portugal, as ilhas Britânicas, Angola e as Províncias da Nova Escócia, Virginiana e Caroliniana não possuem nenhuma espécie endémica, ao passo que o Árctico, Gronelândia e a Escandinávia possuem uma (géneros Cingula, Boreocingula e Pseudosetia, respectivamente) (Tabela 2). No entanto, quando os dados da Tabela 2 são avaliados em termos percentuais, a ilha de Santa Helena possui 89,5% de endemismos e na ilha de Tristão da Cunha, 85,7% das espécies de Rissoidae são endémicas. Outros locais com elevada percentagem de Rissoidae endémicos são Cabo Verde (85,3%) e a Província Tropical (72,0%). No que diz respeito a Cabo Verde, esta elevada percentagem é explicada principalmente pelo grande número de espécies endémicas do género Schwartziella (26). A costa sudeste da América do Sul (66,7%), os Açores (48,7%) e o Mediterrâneo (41,5%) também possuem alta percentagem de Rissoidae endémicos. De realçar ainda o Antárctico (28,6%), a costa oeste-Africana (21,7%) e as Canárias (19,5%). Não obstante o elevado número de espécies de Rissoidae na Madeira (49), o facto de partilhar grande número de espécies com as Canárias (36) e, em menor número, com as Selvagens (15) e ainda os Açores (12) (cf. Tabela 3), faz com que somente 5 espécies sejam endémicas (10,2%). Percentagens um pouco inferiores de Rissoídeos endémicos ocorrem nas Selvagens (7,1%), Árctico (7,7%) e Gronelândia (6,3%), sendo estes valores ligeiramente superiores na Islândia (12,0%) (Tabela 2). 14 ____________________________________________________________________________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Tabela 2 Número total de espécies endémicas de Rissoidae e percentagem de espécies endémicas relativamente ao nº total de espécies de Rissoidae. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 2 28 12 2 1 7 21 4 16 1 1 1 2 1 1 1 1 Nº total de espécies endémicas 1 Nº total de espécies de Rissoidae 13 % espécies endémicas 7,7 2 3 1 1 6 9 1 2 1 1 6 1 1 1 1 1 1 4 3 1 1 1 2 6 14 1 2 1 1 1 3 10 1 1 1 3 2 15 26 8 2 3 1 1 5 4 3 1 1 3 1 16 25 31 6,3 12,0 3,2 0 29 0,0 0 72 0,0 59 19 5 142 39 49 41,5 48,7 10,2 1 2 17 58 10 28 87 68 46 7,1 19,5 85,3 21,7 3 0 11 0,0 0 10 0,0 0 7 0,0 0 54 0 17 6 18 2 17 75 5 19 7 27 7 0,0 72,0 0,0 89,5 85,7 66,7 28,6 15 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 3 Número de espécies de Rissoidae partilhadas entre os vários locais seleccionados. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 16 ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 13 10 16 8 13 25 8 9 16 31 3 4 11 23 29 0 1 7 18 23 72 0 0 6 17 21 62 142 0 0 3 4 5 7 6 39 0 0 4 5 8 13 13 12 48 0 0 0 0 1 8 6 3 15 28 1 2 7 14 17 32 33 9 36 23 87 0 0 2 3 4 5 5 3 4 2 5 68 0 0 3 7 7 15 20 3 10 5 16 7 46 0 0 1 2 2 3 3 1 2 0 2 3 11 11 4 5 6 2 2 1 1 1 1 0 2 0 0 0 10 2 3 4 2 2 1 1 1 1 0 2 0 0 0 7 7 0 0 1 1 1 1 2 1 2 0 2 1 0 0 1 1 17 0 0 1 1 1 2 3 2 4 1 4 2 1 0 1 1 15 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 3 5 5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 27 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 7 _____________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE 2.3.2 Análise de similaridades Das 474 espécies de Rissoidae existentes no Atlântico e no Mediterrâneo (cf. Apêndice 1) somente não foi possível encontrar dados relativamente à distribuição geográfica de Alvania minuta (Golikov & Fedjakov in Scarlato, 1987). A partir da tabela com todos os Rissoidae do Atlântico e Mediterrâneo (473 espécies; ver Apêndice 1), efectuou-se uma análise multidimensional. Os dados de presença-ausência foram transformados numa matriz de similaridades utilizando o índice de similaridade de Bray-Curtis e foi construído um dendrograma por meio do método de agrupamento UPGMA (Clarke & Warwick, 1994) (Figura 2). Foi também efectuada uma análise MDS, à qual se sobrepôs o dendrograma anteriormente obtido (Clarke & Gorley, 2001) (Figura 3). Figura 2 Análise de agrupamento efectuada com a distribuição geográfica de todos os Rissoidae do Atlântico e Mediterrâneo. Índice de similaridade de Bray-Curtis, presença ausência e UPGMA. Abreviaturas como na Tabela 1. A análise de agrupamento originou três grupos principais: no primeiro temos a Antárctica e o sudeste da América do Sul, no segundo grupo estão as Províncias Tropical e Caroliniana, o Brasil, e a ilha de Santa Helena, estando os restantes locais no último grupo. Este último agrupamento, possui dois subgrupos. No primeiro, temos os arquipélagos das Canárias, Madeira e Selvagens, a que se juntam o Mediterrâneo e Portugal, depois os Açores, e ainda Angola e a costa oeste-Africana. O segundo subgrupo subdivide-se em dois: no primeiro 17 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores estão as Províncias Virginiana e da Nova Escócia e o Árctico, ao passo que no segundo estão a Islândia e a Gronelândia, a que se juntam as ilhas Britânicas e a Escandinávia. Cabo Verde e a ilha de Tristão da Cunha aparecem isolados (Figura 2). A conjugação da análise de agrupamento com o MDS, reforça a distinção entre os Rissoidae presentes nos arquipélagos da Madeira, Selvagens e Canárias, e os Rissoidae do Mediterrâneo e de Portugal. Ressaltam ainda os agrupamentos dos Rissoidae de latitudes elevadas (Islândia e Gronelância) com os das costas Atlânticas Europeias da Escandinávia e ilhas Britânicas. De salientar ainda o isolamento da ilha de Santa Helena (Figura 3). Figura 3 Análise de cluster complementada com MDS (TRS, SSA e ANT retiradas da análise). Restantes abreviaturas como na Tabela 1. 2.3.3 Distribuição batimétrica dos Rissoidae Nesta análise, pretendeu-se separar as várias espécies desta família em função da sua zonação batimétrica. A fronteira entre moluscos litorais e de profundidade foi colocada aos 50 m. Razões para isto prendem-se com o facto de, em média e nos vários locais analisados, as espécies de algas a que os Rissoidae litorais aparecem associados, serem raras a partir desta 18 _____________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE profundidade. Por outro lado, a partir dos 40-50 m, a recolha de moluscos por escafandro autónomo passa a ser considerada como mergulho profundo, com outros riscos associados e implicando geralmente técnicas de mergulho diferentes (por exemplo, misturas gasosas com Hélio). Acresce ainda que, a partir desta profundidade, a grande maioria das amostras é recolhida utilizando metodologias diferentes (dragagens, em especial). Das 474 espécies de Rissoidae reportadas para o Atlântico e Mediterrâneo (Apêndice 1), a grande maioria (305 espécies) vive a profundidades menores do que 50 m, 110 são consideradas espécies de profundidade e 23 aparecem tanto em ambientes litorais como a grandes profundidades. Não foi possível estabelecer a zonação de 36 espécies (Tabela 4). Os géneros Benthonella, Benthonellania, Frigidoalvania, Gofasia, Microstelma e Pseudosetia são tipicamente de profundidade, ao passo que os géneros Botryphallus, Crisilla, Manzonia, Peringiella, Pusillina, Rissoa, Rissoina, Rudolphosetia, Schwartziella, Setia e Zebina, são principalmente constituídos por espécies litorais. Alguns destes géneros são mesmo exclusivamente litorais, sendo Rissoa e Rissoina os exemplos mais evidentes. Verificase também que na costa leste-Atlântica e a latitudes superiores a 55ºN (Árctico , Gronelândia, Islândia e Escandinávia) o género Alvania é maioritariamente constituído por espécies de profundidade; nos restantes locais analisados, há geralmente predominância das espécies litorais deste género (Tabela 4). 19 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 4 Zonação batimétrica das espécies de Rissoidae. lit - Rissoidae litorais (habitando usualmente a profundidades menores do que 50 m); prof – Rissoidae de profundidade (usualmente encontrados a profundidades superiores a 50 m). Restantes abreviaturas de acordo com a legenda da Tabela 1. ARC lit pro 2 Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania 1 Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella 1 Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies de Rissoidae 2 GRE lit pro 4 lit ICE pro 7 lit 2 SCA pro 8 1 1 1 1 1 1 1 lit 5 1 1 1 BRI pro 5 POR lit pro 19 12 1 1 MED lit pro 48 16 1 1 AZO lit pro 11 8 1 1 1 MAD lit pro 10 6 1 1 2 1 1 7 lit 8 SEL pro 2 CAN lit pro 17 11 1 2 CAP lit pro 17 8 1 1 1 1 1 1 1 1 5 1 1 5 9 1 2 6 1 1 1 1 2 1 3 1 1 1 1 1 1 2 1 3 1 1 5 4 14 1 1 1 5 2 6 2 12 11 13 17 8 1 3 2 1 1 1 2 1 3 1 1 1 3 5 1 1 1 10 1 1 1 1 2 1 2 1 8 24 2 1 1 2 5 14 5 50 1 1 112 19 6 1 23 25 1 6 1 1 13 1 1 2 1 13 2 35 2 2 1 2 21 6 1 50 1 16 5 11 2 23 5 3 63 20 20 ____________________________________________________________________________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Tabela 4 (cont.) Zonação batimétrica das espécies de Rissoidae. lit - Rissoidae litorais (habitando usualmente a profundidades menores do que 50 m); prof – Rissoidae de profundidade (usualmente encontrados a profundidades superiores a 50 m). Restantes abreviaturas de acordo com a legenda da Tabela 1. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies de Rissoidae WAF lit pro 16 11 ANG lit pro 6 TRS lit pro STH lit pro NSC lit pro VIR lit pro 1 3 1 CRL lit pro 1 1 1 3 1 TRO lit pro 8 3 1 1 4 4 1 2 BRA lit pro SSA lit pro 1 ANT lit pro 14 5 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 4 1 1 1 1 2 1 3 1 4 2 1 3 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 3 13 4 8 2 1 3 1 26 18 8 1 2 5 8 1 2 4 2 4 2 10 5 4 40 15 2 0 18 5 6 0 21 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 2.3.4 Tipo de desenvolvimento embrionário dos Rissoidae Os Rissoidae depositam no substrato cápsulas ovígeras que dão origem a larvas com diferentes tipos de desenvolvimento embrionário. A maior ou menor extensão da fase larvar reflecte-se na capacidade de dispersão de uma dada espécie o que, por seu turno, tem implicações na distribuição geográfica dessa espécie. Relativamente ao tipo de desenvolvimento, consideraram-se duas hipótese possíveis: planctotrófico (p) e nãoplanctotrófico (np). No primeiro tipo, de duração mais ou menos prolongada, a larva alimentase durante a sua estadia na coluna de água; no segundo caso, que engloba tanto as espécies com desenvolvimento directo (isto é, aquelas cujo desenvolvimento embrionário e larvar ocorre na sua totalidade dentro do ovo, dele emergindo um juvenil já completamente formado) como as espécies que passam algum tempo na coluna de água no estado de larva, esta larva não se alimenta do fitoplâncton ou, mais raramente, do zooplâncton (Mileikovski, 1971; Jablonski & Lutz 1980; Poulin et al., 2001; Ávila & Malaquias 2003). Como existem muito poucos dados relativos ao ciclo de vida destas espécies, o tipo de desenvolvimento é determinado de forma indirecta, por análise da protoconcha. Assim, protoconchas multi-espirais (com um núcleo pequeno e com várias voltas) são usualmente associadas a espécies com desenvolvimento planctotrófico, ao passo que protoconchas pauci-espirais, em contraposição àquelas, possuem um núcleo maior e menos voltas, estando associadas a espécies com desenvolvimento nãoplanctotrófico (Shuto, 1974; Scheltema, 1978; Jablonski & Lutz, 1980, 1983). No entanto, há que proceder com cuidado e manter sempre algumas reservas relativamente à distinção baseada somente nas protoconchas (ver a propósito Bouchet, 1990). Das 474 espécies de Rissoidae existentes no Atlântico, foi possível estabelecer o tipo de desenvolvimento embrionário de 385 espécies. Destas, 312 são não-planctotróficas e 73 são planctotróficas (Tabela 5). É interessante verificar que em todos os géneros analisados, há um claro predomínio de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico em ilhas e a altas e médias latitudes. Isto é particularmente evidente nos géneros Crisilla, Manzonia, Onoba, Schwartziella e Setia. As espécies com desenvolvimento planctotrófico são mais abundantes no Atlântico Oriental e no Mediterrâneo, sendo o género Rissoa, muito abundante no Mediterrâneo e ao longo das costas de Portugal, formado maioritariamente por espécies com este tipo de desenvolvimento. De realçar que no Árctico, Gronelândia, sudeste da América do Sul e Antárctico, não existem espécies com desenvolvimento planctotrófico (Tabela 5). 22 ____________________________________________________________________________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Tabela 5 Desenvolvimento embrionário dos Rissoidae: np – espécies com desenvolvimento não-planctotrófico; p – espécies com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. p Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies de Rissoidae 0 ARC np p 4 GRE np p ICE np p SCA np p BRI np p 7 1 9 5 7 7 3 14 1 1 1 POR np 17 1 MED p np p 17 2 48 1 AZO np 16 1 1 1 2 2 1 2 1 3 2 1 MAD np p SEL np p CAN np p CAP np 2 14 1 9 5 23 5 21 1 1 1 1 2 1 1 p 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 2 2 3 5 8 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 4 1 1 1 1 4 10 1 1 13 0 16 4 20 1 2 6 1 1 1 1 1 13 17 17 11 36 1 1 2 1 1 1 3 2 4 5 12 1 1 1 4 2 4 11 1 5 14 36 1 6 11 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 47 1 1 6 1 86 1 2 1 1 5 1 1 1 2 6 1 2 2 7 1 1 1 1 26 10 2 58 1 4 4 31 1 1 7 1 34 2 2 2 21 1 20 2 56 23 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 5 (cont.) Desenvolvimento embrionário dos Rissoidae: : np – espécies com desenvolvimento não-planctotrófico; p – espécies com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. WAF p np 7 Alvania Amphirissoa Benthonella 1 Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula 1 Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma 1 Obtusella Onoba Peringiella 2 Plagyostila Powellisetia Pseudosetia 1 Pusillina 3 Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies de Rissoidae 16 20 ANG p np 3 TRS p np STH p np NSC p np VIR p np 1 1 3 1 2 1 2 1 1 CRL p np TRO p np BRA p np 1 1 1 1 1 8 1 SSA p np ANT p np 18 6 2 1 1 1 1 1 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 2 1 1 1 2 3 1 1 1 30 1 1 1 1 8 3 0 1 2 1 1 9 1 6 1 8 1 5 8 7 1 3 4 2 1 1 1 16 4 27 4 1 1 0 21 0 7 24 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE A maioria dos géneros (14) apresenta ambos os tipos de desenvolvimento embrionário. Os géneros com desenvolvimento exclusivamente planctotrófico são somente 5 (Benthonella, Folinia, Peringiella, Plagyostila e Woorwindia) sendo 9 o número de géneros com desenvolvimento exclusivamente não-planctotrófico (Amphirissoa, Boreocingula, Botryphallus, Frigidoalvania, Gofasia, Lironoba, Powellisetia, Pseudosetia e Setia). Não foi possível estabelecer o tipo de desenvolvimento embrionário das espécies de Microstelma. Quando se cruzam os dados da batimetria com os do tipo de desenvolvimento embrionário, verifica-se o seguinte: (1) relativamente às espécies litorais com desenvolvimento não-planctotrófico, o maior número de espécies ocorre no Mediterrâneo, Cabo Verde e Canárias, bem como nas costas de Portugal, nos Açores, Madeira, Selvagens, e ainda na costa Oeste-Africana, na Província Tropical e na costa sudeste da América do Sul. Os géneros Alvania, Manzonia, Rissoa, Schwartziella e Setia, são abundantes nos arquipélagos da Macaronésia s. l. (Tabela 6); (2) as espécies litorais com desenvolvimento planctotrófico são muito mais abundantes ao longo das costas Europeia, oeste-Africana, no Mediterrâneo e na Província Tropical, do que nas ilhas Atlânticas, com excepção das Canárias (Tabela 7); (3) a Escandinávia, as ilhas Britânicas, Portugal, Angola, a Província Caroliniana, o Brasil e a ilha de Santa Helena, são os únicos locais em que há mais espécies de Rissoidae litorais com desenvolvimento planctotrófico do que não-planctotrófico (Figura 4 e Apêndice 1); 100,0 75,0 np 50,0 p 25,0 VI R C R L TR O BR A ST H TR S SS A AN T AR C G R E IC E SC A BR I PO R M ED AZ O M AD SE L C AN C AP W AF AN G N SC 0,0 Figura 4 Tipo de desenvolvimento embrionário (em %) (planctotrófico / não-planctotrófico) dos Rissoidae litorais. 25 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores (4) as espécies de profundidade com desenvolvimento não-planctotrófico, são mais abundantes no Atlântico Norte do que no Atlântico Sul (cf. Figura 5). De referir o contraste evidente entre o número de espécies de Rissoidae com as características atrás referidas existentes no Árctico (5 espécies) e a ausência de espécies no Antárctico. Por outro lado, são também mais abundantes no Atlântico Oriental do que ao longo da costa Atlântica Americana (Tabela 8); 100,0 75,0 np 50,0 p 25,0 VI R C R L TR O BR A ST H TR S SS A AN T AR C G R E IC E SC A BR I PO R M ED AZ O M AD SE L C AN C AP W AF AN G N SC 0,0 Figura 5 Tipo de desenvolvimento embrionário (em %) (planctotrófico / não-planctotrófico) dos Rissoidae de profundidade. (5) as espécies de profundidade com desenvolvimento planctotrófico estão restritas a 4 géneros (Alvania, Benthonella, Benthonellania e Obtusella) (Tabela 9). (6) Benthonella tenella (Jeffreys, 1869), a única representante do género Benthonella, é a espécie com maior distribuição geográfica no Atlântico. Outras espécies com larga distribuição geográfica são Obtusella intersecta (Wood, 1857) e também Alvania cimicoides (Forbes, 1844). Todas estas espécies possuem desenvolvimento planctotrófico e são de profundidade, embora Obtusella intersecta possa ocorrer também no litoral (ver Apêndice 1). 26 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 6 Número total de espécies litorais e com desenvolvimento não-planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 9 35 10 9 7 14 15 11 3 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 4 4 11 1 1 5 14 1 6 5 10 1 1 1 2 1 1 1 1 1 13 5 2 1 1 2 5 1 7 1 1 5 1 4 1 20 1 1 4 1 2 1 1 1 2 2 2 5 6 22 70 21 1 2 2 1 1 26 16 39 44 15 3 2 2 1 3 4 20 0 0 0 16 6 28 ____________________________________________________________________________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Tabela 7 Número total de espécies litorais e com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 2 5 10 13 1 1 1 3 2 5 3 1 1 1 1 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 4 1 1 1 1 3 10 1 4 12 1 1 1 1 6 1 1 2 1 2 1 1 1 2 6 3 3 2 1 2 2 1 1 1 0 0 0 6 11 28 38 1 1 3 1 2 14 6 11 5 0 0 1 1 6 12 0 0 0 29 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 8 Número total de espécies de profundidade e com desenvolvimento não-planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 2 4 6 5 3 8 12 6 5 2 9 5 9 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 3 1 2 3 1 1 2 1 1 3 1 2 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 6 1 5 6 10 9 5 14 15 10 8 5 17 13 15 0 1 2 0 1 0 30 ____________________________________________________________________________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Tabela 9 Número total de espécies de profundidade e com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. Alvania Amphirissoa Benthonella Benthonellania Boreocingula Botryphallus Cingula Crisilla Folinia Frigidoalvania Gofasia Lironoba Manzonia Microstelma Obtusella Onoba Peringiella Plagyostila Powellisetia Pseudosetia Pusillina Rissoa Rissoina Rudolphosetia Schwartziella Setia Stosicia Woorwindia Zebina Nº total de espécies ARC GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 1 3 2 4 4 1 1 2 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 2 4 3 5 6 2 3 0 3 3 0 0 0 0 0 31 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE 2.4 Discussão 2.4.1 Distribuição geográfica Os estudos de biogeografia relacionando a distribuição geográfica com a latitude tem recebido a atenção da comunidade científica, em especial, desde o estabelecimento da “regra latitudinal de Rapoport” (Rapoport, 1982; Stevens, 1989). Este princípio biogeográfico afirma que a amplitude de distribuição geográfica das espécies aumenta com o aumento da latitude (Stevens, 1996). Várias foram as hipóteses explicativas para esta regra, sendo as mais conhecidas a Hipótese da Variabilidade Sazonal (Sanders, 1968; Stevens, 1989), a Hipótese da Extinção Diferencial (Stevens, 1996) e a Hipótese da Competição (Rosenzweig, 1975; Pianka, 1989; Brown, 1995). A Hipótese da Variabilidade Sazonal baseia-se no facto de os indivíduos que habitam a altas latitudes terem de fazer face a maiores variações climáticas ao longo do seu ciclo de vida do que os que habitam em latitudes mais baixas (Sanders, 1968). Assim, a valência ecológica dos primeiros é normalmente superior, o que lhes permite a existência num maior número de locais, daí a mais ampla distribuição geográfica constatada para aquelas espécies (Gray, 1997). As águas superficiais são afectadas pela radiação solar, variando a sua temperatura em função da latitude e da estação do ano. A variação anual da temperatura da água do mar diminui com a profundidade e é quase imperceptível a partir dos 100-300 m (Pickard & Emery, 1989). Assim, a altas latitudes a temperatura superficial da água do mar é consistentemente mais fria do que a baixas latitudes mas, em profundidade, as temperaturas da água são praticamente independentes quer da latitude, quer da estação do ano (Stevens, 1996). Se a Hipótese da Variabilidade Sazonal defende uma explicação da regra de Rapoport devido a processos em operação actualmente, já a Hipótese da Extinção Diferencial aponta para razões históricas imputáveis à influência das glaciações. De acordo com esta hipótese, a extinção diferencial ocorrida em organismos com menor tolerância ecológica e que viviam a altas latitudes, provocada pelas alterações climáticas induzidas pelas glaciações, é a responsável pelo actual padrão de aumento da amplitude geográfica das espécies litorais com a latitude. Por último, a Hipótese da Competição relaciona a amplitude da distribuição geográfica das espécies com a riqueza específica do local, estando estas negativamente correlacionadas. Um dos corolários da Hipótese da Variabilidade Sazonal é o de que, a baixas latitudes, a amplitude batimétrica típica de uma dada espécie é menor do que a altas latitudes. Este 33 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores padrão foi confirmado por Stevens (1996) para os peixes do Pacífico e é também patente nos Rissoidae do Atlântico leste (cf. Figura 6). De facto, o número de espécies desta família com ampla distribuição batimétrica (notação “sh-de” no Apêndice 1) aumenta com a latitude, o que está de acordo com a hipótese defendida por Stevens (1996). Figura 6 Variação do número de espécies de Rissoidae com ampla distribuição batimétrica (“sh-de”) em função da latitude Norte (Atlântico leste). Os estudos relacionando a riqueza específica com a latitude utilizam normalmente categorias taxonómicas elevadas (filos, regra geral) da fauna ou flora dos locais considerados. No entanto, Santelices & Marquet (1998) sugerem a viabilidade de aplicar e testar a regra de Rapoport com grupos de espécies existentes numa comunidade. Assim, utilizando somente os Rissoidae litorais e a sua distribuição geográfica ao longo das costas Atlânticas da Europa e da América do Norte, observa-se o padrão geral do gradiente latitudinal da diversidade já encontrado por outros autores (Santelices & Marquet, 1998; Macpherson, 2002; Valentine et al., 2002; Astorga et al., 2003) diminuindo significativamente o número de espécies com o aumento da latitude (Figura 7 e Figura 8). Deve salientar-se o número de espécies de Rissoidae existentes no Mediterrâneo e que é claramente superior ao que seria de esperar à latitude considerada (31-43ºN). Trabalhos efectuados em diferentes grupos taxonómicos (Hydromedusae, Siphonophorae, Chaetognatha, Appendicularia, Salpida, Cephalopoda, Euphausiacea, Decapoda e Pisces) apontam igualmente no sentido de considerarem quer a região Tropical (Caraíbas s. l.) quer o Mediterrâneo como áreas de elevada biodiversidade marinha (Myers et al., 2000; Macpherson, 2002). Relativamente ao Mediterrâneo, o número de espécies superior ao que seria de esperar poderá dever-se ao efeito tampão que este mar teve sobre as populações marinhas, durante os ciclos glaciários do Plistocénico (cf. Capítulo 9). 34 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Figura 7 Variação do número de espécies de Rissoidae litorais em função da latitude Norte (Atlântico leste). Figura 8 Variação do número de espécies de Rissoidae litorais em função da latitude Norte (Atlântico oeste). Quanto ao baixo número de espécies de Rissoidae na Província Virginiana (7 espécies) deve-se provavelmente à predominância de fundos arenosos no litoral desta Província biogeográfica e aos múltiplos sistemas lagunares e estuarinos que são inóspitos para as algas bentónicas em que muitas espécies destes micromoluscos vivem (van den Hoek, 1975). Os recentes trabalhos de Roy et al. (1998, 2000) efectuados com listas de 3.916 espécies de Cenogastrópodes marinhos distribuídos ao longo das costas oeste-Atlântica (2.009 espécies) e leste-Pacífica (1.907 espécies) da América do Norte e Central (10ºS-83ºN) confirmam o padrão de gradiente latitudinal, verificando-se uma diminuição do número de espécies com o aumento da latitude. No entanto, a Hipótese da Variabilidade Sazonal não é confirmada pelos dados destes autores, uma vez que a amplitude geográfica média diminui dos Trópicos para as altas latitudes (Roy et al., 1998: Fig. 3). Estes autores constataram que este 35 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores padrão biogeográfico é melhor explicado pela Hipótese da Energia (Wright, 1983; Wright et al., 1993), a qual correlaciona a radiação solar incidente à superfície e a correspondente temperatura média da água do mar superficial (abreviadamente SST – “sea surface temperature”) com a latitude e com o número de espécies (Roy et al., 1998). De salientar que esta relação é mais acentuada acima das latitudes tropicais (Roy et al., 1998) e que, não obstante a radiação solar ser uma função simples da latitude, a SST é uma complexa função das variáveis climáticas, das correntes oceânicas e de outros factores (topografia submarina local, existência de zonas de “upwelling”, presença de estuários com elevada descarga de nutrientes e sedimentos, etc.) (Roy et al., 2000; Macpherson, 2002; Astorga et al., 2003). Valdovinos et al. (2003) detectaram importantes assimetrias na distribuição dos moluscos nos hemisférios Norte e Sul da costa este-Pacífica da América. Assim, há correspondência entre os padrões da diversidade e da SST no hemisfério Norte, mas no Hemisfério Sul, em particular entre os 40 e os 60ºS, o número de espécies aumenta com a latitude, não obstante as SST decrescerem monotonicamente com aquela variável. Este padrão é visível também nos Rissoidae litorais ao longo da costa oeste-Atlântica da América do Sul (Figura 9). Figura 9 Variação do número de espécies de Rissoidae litorais em função da latitude Sul (Atlântico oeste). De acordo com Valdovinos et al. (2003), no hemisfério Sul, a área costeira (compreendendo profundidades menores do que 200 m) é um factor mais importante para explicar a diversidade do que a SST. Assim, o aumento do número de espécies litorais de Rissoidae na costa sudeste da América do Sul (Figura 9) pode dever-se à conjugação do efeito da área com a existência dos fiordes de Magalhães, os quais terão funcionado como refúgio 36 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE durante períodos glaciários, favorecendo localmente a diversificação de espécies (Crame, 1997; Valdovinos et al., 2003). 2.4.2 Espécies endémicas Devido ao seu isolamento e ao efeito tampão proporcionado pelas condições oceânicas, as ilhas são normalmente locais com elevado número de espécies endémicas, quer neoendemismos, quer paleoendemismos (Cronk, 1997; Jansson, 2003). Como já foi atrás referido, para além do Mediterrâneo, da Região Tropical e da costa sudeste da América do Sul, os locais com maior número de espécies endémicas de Rissoidae são precisamente algumas das ilhas oceânicas, nomeadamente os arquipélagos de Cabo Verde, Canárias e Açores, bem como as ilhas de Santa Helena e Tristão da Cunha (cf. Tabela 2). A predominância destes endemismos em ilhas oceânicas torna-se ainda mais evidente quando os dados da Tabela 2 são avaliados em termos percentuais, (número de espécies endémicas de Rissoidae relativamente ao número total de espécies de Rissoidae presentes no local considerado). O arquipélago da Madeira parece estar numa encruzilhada, em termos de fluxo genético pois, não obstante o elevado número de espécies de Rissoidae aí existentes (49), partilha grande número de espécies com as Canárias (36) e, em menor número, com as Selvagens (15) e ainda os Açores (12) (cf. Tabela 3), o que faz com que somente 5 espécies sejam endémicas (10,2%). Estes dados suportam o papel de charneira desempenhado pelo arquipélago da Madeira, devido à sua localização geográfica, e já defendido por Croizat (1968), no que diz respeito à sua importância como ponto de passagem para a colonização das Canárias e, provavelmente, também dos Açores (cf. Capítulo 9). 2.4.3 Desenvolvimento embrionário Em finais do Séc. XIX, os naturalistas começaram a aperceber-se do elevado número de espécies de invertebrados com desenvolvimento não-planctotrófico existentes na Antárctica (Thomson, 1878). Thorson (1950) foi o primeiro a postular a existência de um gradiente latitudinal, no que diz respeito ao desenvolvimento embrionário. Segundo este autor, há uma clara diminuição do número de espécies com desenvolvimento planctotrófico das baixas latitudes para os pólos por um lado, e do litoral para as grandes profundidades, por outro. Esta generalização, conhecida por “regra de Thorson” continua actual no que diz respeito à latitude e é evidente no caso dos Rissoidae planctotróficos litorais (cf. Figura 10, Figura 11 e Figura 12), mas já não é aceite a hipótese relacionada com a profundidade (Thorson defendia que não 37 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores havia espécies com desenvolvimento planctotrófico a grandes profundidades) (Mileikosvski, 1971; Rex et al., 1997). É interessante notar que, não obstante o pequeno número de espécies, as poucas que possuem desenvolvimento planctotrófico a profundidades batiais são, de facto, as mais abundantes em termos de densidade nessas comunidades bentónicas, bem como as com mais ampla distribuição geográfica, como é o caso dos rissoídeos Obtusella intersecta e Benthonella tenella (Bouchet & Warén, 1993; cf. Apêndice 1). Uma possível explicação para esta dominância em termos de densidade, é fornecida por Rex & Warén (1982). Estes autores notaram que o aumento da predominância de espécies planctotróficas carnívoras entre os meso e os neogastrópodes com a profundidade, detectado por Grahame & Branch (1985) pode deverse ao favorecimento desse tipo de desenvolvimento embrionário a profundidades batiais, em função das vantagens que a dispersão larvar lhes proporciona num ambiente em que os recursos alimentares estão distribuídos de forma não uniforme. Os dados deste Capítulo indiciam também a fraca representatividade em termos de número de espécies litorais com desenvolvimento planctotrófico em ilhas oceânicas, por contraponto às espécies com desenvolvimento não-planctotrófico que são mais abundantes (comparar as Tabela 6 e Tabela 7 e ver também a Figura 4). Tal pode significar que, a exemplo do que foi constatado por Moore (1977) em Rockall, um ilhéu isolado e inabitado localizado no meio do Atlântico Norte (57° N, 13° W), uma fase pelágica pode ser vantajosa no que à dispersão diz respeito, mas pode excluir as espécies de certos habitats, nomeadamente de algumas ilhas oceânicas. Figura 10 Variação do número de espécies de Rissoidae planctotróficos litorais em função da latitude Norte (Atlântico leste). 38 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Figura 11 Variação do número de espécies de Rissoidae planctotróficos litorais em função da latitude Norte (Atlântico oeste). Figura 12 Variação do número de espécies de Rissoidae planctotróficos litorais em função da latitude Sul (Atlântico oeste). As larvas das espécies com desenvolvimento não-planctotrófico estão protegidas do meio que as circunda, durante a fase inicial do seu desenvolvimento, pelas paredes do ovo. Não necessitam também, de fontes externas de alimento, uma vez que o vitelo existente lhes fornece a energia necessária até à sua metamorfose (Grahame & Branch, 1985). Por outro lado, mal emergem do ovo, os juvenis estão já inseridos no seu meio natural habitual (a não ser que, por uma qualquer razão as posturas tenham sido deslocadas, como ocorre nos casos de “rafting”) não incorrendo no risco que afecta as espécies com desenvolvimento planctotrófico, de as larvas assentarem em substratos não propícios (Mileikovsky, 1971). Não admira assim que, a latitudes elevadas onde as condições abióticas são mais extremas (baixa salinidade, temperaturas baixas ao longo de quase todo o ano) (Poulin et al., 2002) e o alimento disponível para os estados larvares só existe durante curtos espaços temporais durante o ano, e em menor número do que em latitudes mais baixas (Picken, 1980), haja predominância de Rissoidae com desenvolvimento não-planctotrófico (cf. Figura 4 e Figura 5). 39 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Ainda não foi encontrada uma relação consistente entre o tipo de desenvolvimento embrionário e o esforço reprodutor (Strathmann, 1986). De facto, quando se contabilizam o número e o tamanho dos ovos produzidos, para alguns autores, o desenvolvimento planctotrófico é mais económico do que o não-planctotrófico (Vance, 1973) ao passo que para outros, o não-planctotrófico é o mais económico (Grahame, 1977; Todd, 1979). A hipótese de uma possível relação entre as dimensões corporais dos pais e o tipo de desenvolvimento embrionário (Todd, 1979) dificilmente poderá ser testada nos Rissoidae, uma vez que as dimensões são semelhantes (quase sempre entre 1 e 5 mm) e muitos géneros possuem ambos os tipos de desenvolvimento embrionário. De acordo com Jablonski (1986) as espécies com desenvolvimento planctotrófico e dispersão a longa distância possuem uma maior distribuição geográfica, uma maior longevidade geológica e menores taxas de especiação e de extinção relativamente a espécies com desenvolvimento não-planctotrófico. Ainda de acordo com o mesmo autor, mudanças no tipo de desenvolvimento embrionário das larvas (planctotróficas para não-planctotróficas) foram detectadas em moluscos do Cretácico e do Terciário, mas não o inverso. Esta mudança unidireccional no tipo de desenvolvimento embrionário poderia explicar o maior número de espécies de Rissoidae não-planctotróficas encontradas na análise global efectuada (Tabela 5). A História dos Rissoidae é antiga, presumindo-se que o provável ancestral, possuidor de larva planctotrófica, existisse já no Jurássico (Ponder, 1988). Assim sendo, o grande número de espécies de Rissoidae com desenvolvimento não-planctotrófico encontrado em ilhas oceânicas (e.g.: Macaronésia s. l.) pode dever-se a razões históricas. De uma forma bastante simplista, pode ter ocorrido o seguinte: a) o ancestral (planctotrófico ou não-planctotrófico) chega a uma ilha; b) há vantagens evolutivas em diminuir a capacidade de dispersão, uma vez na ilha (Bhaud & Duchêne, 1988; Duchêne, 1992); c) caso o ancestral seja planctotrófico, por pressões selectivas, pode ocorrer a mudança do tipo de desenvolvimento embrionário (p → np), por forma a diminuir as hipóteses de as larvas se perderem no oceano. Isto pode ser atingido de duas formas: ou por redução do período de dispersão, ou por comportamentos larvares relacionados com o aproveitamento de correntes marinhas favoráveis que não afastem as larvas de substratos propícios à vida bentónica dos adultos (Bhaud & Duchêne, 1996). No primeiro caso, a mudança no desenvolvimento embrionário produz uma nova espécie, com teleoconcha igual (ou muito semelhante) ao ancestral mas protoconcha diferente, e é um processo de especiação “instantâneo”, sem formas intermediárias e muito comum, 40 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE quer no registo fóssil, quer nos Cenogastrópodes extantes, onde são conhecidos vários pares de espécies-gémeas (Aartsen, 1983c; Colognola et al., 1986; Oliverio & Tringali, 1992; Oliverio, 1994, 1995, 1996; Gili & Martinell, 2000). Deve no entanto ter-se em linha de conta que também pode ocorrer especiação a partir de ancestrais com desenvolvimento planctotrófico (Metaxia metaxae ocorre na Europa, Canárias e Cabo Verde, existindo duas espécies deste género, endémicas de Cabo Verde) (Emilio Rolán, com. pess.); d) não há possibilidade de reverter a perda da fase planctotrófica (não há poecilogonia) (Ponder, 1984; Bouchet, 1989); e) em relativamente pouco tempo, o ancestral pode originar uma ou várias espécies por fenómenos de radiação adaptativa, ocupando habitats diferenciados; f) ocorre o aumento do número de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico. O resultado mais evidente da transição diferencial de um desenvolvimento planctotrófico para um não-planctotrófico, é o da existência, actualmente, de grandes grupos de espécies sem larva planctotrófica e, em consequência disto, normalmente sem dispersão a longa distância (Strahtmann, 1986). Nos Rissoidae existem alguns exemplos do mecanismo atrás descrito. Nos arquipélagos da Madeira, Selvagens e Canárias, os géneros Alvania, Manzonia, Crisilla e Rissoa sofreram elevada especiação, ao passo que em Cabo Verde, os géneros com maior taxa de especiação foram Alvania, Crisilla e Schwartziella (cf. Tabela 6 e Tabela 8). Nos Açores, para além do género Alvania, normalmente o mais especioso desta família, também o género Setia está bem representado. Exemplos abundam também noutras famílias e géneros existentes em Cabo Verde: Conidae, com cerca de 45 espécies/subespécies e 12 espécies de Euthria (Emilio Rolán, in litt., 2004). No estado actual dos nossos conhecimentos ainda não nos é possível discernir entre as seguintes hipóteses de trabalho: (1) colonização por um ancestral (planctotrófico ou nãoplanctotrófico) seguida de especiação com radiação adaptativa, ou (2) várias colonizações, em princípio espaçadas no tempo, por parte de um ancestral que posteriormente origina uma nova espécie, sem fenómenos de radiação adaptativa, ou (3) as duas hipóteses atrás descritas. 41 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 2.5 Decisões taxonómicas / distribuições geográficas Numa família tão numerosa como aquela que aqui é tratada, é de esperar diferentes interpretações, quer em termos de distribuição geográfica, quer a nível de tipo de desenvolvimento embrionário, quer, em especial, relativamente à taxonomia. Em seguida, justifica-se uma série de decisões tomadas relativamente a algumas das espécies mais problemáticas. De acordo com Ponder (1983b: 13), algumas das espécies descritas por Melvill & Standen (1907) são espécies europeias que, muito provavelmente, terão sido incluídas no material Antárctico, de forma acidental. Assim, após análise do holótipo de Rissoa (Onoba) scotiana Melville & Standen (1907) [= Ovirissoa scotiana (Melville & Standen, 1907)] esta espécie foi sinonimizada com a europeia Onoba semicostata (Montagu, 1803) por Ponder (1983b). Rissoa striata (Adams, 1797) foi descrita como Turbo striata, a qual estava préocupada por Turbo striata da Costa, 1778, estando hoje sinonimizada com Onoba semicostata. Onoba kergueleni (E. A. Smith, 1875) não é considerada como uma espécie endémica da Antárctica, uma vez que existe aí (Ilhas Orkney do Sul (ilha Signy) e ilhas Shetland do Sul) bem como nas ilhas Kerguelen (Oceano Índico) (Ponder, 1983b). Onoba schraderi não é considerada como uma espécie endémica em SSA (existe na ilha Geórgia do Sul), uma vez que também ocorre nas ilhas Kerguelen, o mesmo sucedendo com Onoba steineni (Strebel, 1908) que ocorre na ilha Geórgia do Sul, bem como nas ilhas Kerguelen e na ilha Macquarie (Ponder, 1983b). Três espécies descritas por Rolán & Fernandes (1990) como pertencendo ao género Manzonia (Manzonia gofasi, M. fariai e M. thomensis) foram transferidas para o género Alvania, uma vez que não possuíam a microescultura espiral em forma de pequenos círculos em baixo-relevo (“pitted spiral”), a qual é um dos caracteres diagnosticantes daquele género (Moolenbeek & Faber, 1987a, b, c; Gofas, 1999). Onoba protofimbriata Ponder & Worsfold, 1994 não é endémico de SSA (existe na Terra do Fogo e possivelmente nas ilhas Falkland), uma vez que também ocorre nas costas do Chile (Oceano Pacífico), entre o Golfo Corcovado (43,5ºS, 73,5ºW) e o Golfo de Peñas (47ºS, 75ºW). Onoba subaedonis Ponder & Worsfold, 1994 não é endémica de SSA (existe na Terra do Fogo e nas ilhas Falkland), uma vez que também ocorre nas costas do Chile (Oceano Pacífico), na Baía de San Andrés, a Norte do Golfo de Peñas (Ponder & Worsfold, 1994). 42 ___________________________________________________________________DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RISSOIDAE Onoba scythei (Philippi, 1868) não é endémica de SSA (existe na Terra do Fogo e nas ilhas Falkland) pois ocorre também ao longo das costas do Chile, entre o Golfo Corcovado (43,5ºS, 73,5ºW) e ao longo do Estreito de Magalhães (Ponder & Worsfold, 1994). Powellisetia australis (Watson, 1886) não é endémico de SSA (existe nas ilhas Falkland) pois ocorre também nas ilhas Kerguelen e Macquarie (Ponder, 1983b; Ponder & Worsfold, 1994) e está dada também para a Nova Zelândia (Spencer et al., 2002). Alvania cingulata (Philippi, 1836), A. corona Nordsieck, 1972, A. disparilis Monterosato, 1890, A. lucinae Oberling, 1970, Pusillina benzi (Aradas & Maggiore, 1844), P. ehrenbergi (Philippi, 1844), R. gemmula Fischer P. in de Folin, 1869 e Setia valvatoides (Milaschewitsch, 1909), são nomes que não deveriam ser utilizados, pois, devido a não existirem os respectivos tipos e/ou boas descrições, autores diferentes interpretaram-nas no passado como espécies muito diversas (John J. van Aartsen, in litt, 2002). Rissoa eritima E. A. Smith, 1890, espécie endémica de Santa Helena, com desenvolvimento não-planctotrófico, passou para um género novo, Elachisina eritima (E. A. Smith, 1890) e foi colocada numa nova família (Emilio Rolán, in litt., 2002). Também Amaurella canaliculata E. A. Smith, 1890, dada como endémica da ilha de Santa Helena foi removida da tabela original pois, não obstante Ponder (1985) sinonimizar Amaurella com Microstelma, de acordo com Anders Warén (in litt., 2003), esta espécie pertence à família Aclididae (ou Eulimidae). Ainda de acordo com A. Warén (in litt., 2003), o género Thaleia não pertence à família Rissoidae, em virtude da presença de uma probóscide e de um diferente tipo de rádula, tendo assim sido também retirada da tabela original a espécie de profundidade Thaleia nisonis (Dall, 1889), dada como endémica para as Caraíbas. As espécies Alvania dorbignyi (Audouin, 1826), Woorwindia tiberiana (Issel, 1869), Rissoina bertholleti Issel, 1869 e Rissoina spirata (Sowerby, 1825) são espécies exóticas ao Mediterrâneo, tendo sido provavelmente introduzidas neste após a abertura do Canal de Suez. As duas primeiras espécies são originárias do Mar Vermelho, R. bertholleti existe no Mar Vermelho e no Oceano Índico e R. spirata é originária do Indo-Pacífico. A. dorbignyi e R. bertholleti possuem já populações bem estabelecidas no Mediterrâneo, ao passo que as outras duas espécies são ainda classificadas como invasoras (CIESM). 43 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES 3 OS RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES 3.1 Introdução A exemplo do que sucede no Mediterrâneo, nas costas ocidentais da Europa, na Madeira (Watson, 1873) e nas Canárias (Moolenbeek & Faber, 1987a, b, c; Moolenbeek & Hoenselaar, 1989) e ainda ao longo da costa oeste-Africana (Gofas, 1999), também nos Açores, os Rissoidae constituem uma parte importante da fauna de moluscos litorais (Gofas, 1990; Ávila, 2000b), sendo mesmo a família melhor representada neste arquipélago (Moolenbeek & Faber, 1987b; Gofas, 1989; 1990; Knudsen, 1995; Hoenselaar & Goud, 1998; Ávila, 2000a). Os Rissoidae dos Açores foram primeiro estudados por Mac Andrew (1856) e por Drouët (1858), mas o estudo mais completo já realizado no nosso arquipélago, data do século XIX e constituiu o primeiro volume das campanhas oceanográficas efectuadas pelo Príncipe de Mónaco. Os moluscos marinhos foram tratados por Dautzenberg (1889) que descreveu uma série de espécies novas para a Ciência, entre as quais, 3 Rissoídeos litorais: Rissoa guernei, Alvania poucheti e Onoba moreleti. Nobre (1924, 1930) estudou também os moluscos dos Açores, mas nada adiantou no que diz respeito aos Rissoidae. Utilizando o microscópio electrónico de varrimento, Aartsen (1982a; 1982b; 1982c; 1982d) e Amati (1987), descreveram 2 novas espécies, a partir do material recolhido pelas campanhas oceanográficas do Príncipe de Mónaco. Moolenbeek & Faber (1987a, b, c) fizeram a revisão do género Manzonia na Macaronésia, identificando somente uma espécie nos Açores, Manzonia unifasciata Dautzenberg, 1889. Como resultado das expedições organizadas pelo Departamento de Biologia da Universidade dos Açores a algumas das ilhas dos Açores (ex: “Graciosa/88”, “Flores/89”, “Santa Maria e Formigas 1990” e “Pico/1991”) e também da expedição “Açores 89” organizada pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP/UA), várias listas de espécies foram publicadas, permitindo esclarecer a distribuição geográfica das espécies de Rissoidae pelas várias ilhas dos Açores (Azevedo & Martins, 1989; Azevedo, 1990; Azevedo & Gofas, 1990; Ávila & Azevedo, 1996, 1997; Ávila, 1998, 2000b; Ávila et al., 1998, 2000a, 2000b). Dos trabalhos de campo efectuados durante o “I Workshop Internacional de Malacologia” que decorreu em Vila Franca entre 11 e 24 de Julho de 1988, resultaram dois 45 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores artigos de Gofas (1989, 1990) com a descrição de novas espécies. Este autor refere a existência de 11 espécies de Rissoidae litorais nos Açores (Alvania angioyi Van Aartsen, 1982, A. cancellata (Da Costa, 1778), A. mediolittoralis Gofas, 1989, A. poucheti Dautzenberg, 1889, A. sleursi (Amati, 1987), Botryphallus ovummuscae (Gofas, 1990), Cingula trifasciata (Adams, 1798), Crisilla postrema (Gofas, 1990), Manzonia unifasciata (Dautzenberg, 1889), Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 e Setia subvaricosa Gofas, 1990) às quais se deve adicionar Alvania formicarum Gofas 1989, uma espécie que se pensava ser restrita a Santa Maria e aos Ilhéus das Formigas, mas recentemente dada também para as Flores (expedições CANCAP-V, Sta. 5.164: Açores, a Norte das Flores; 39°33'N 31°10'W; 104 m de profundidade) e para o Corvo (CANCAP-V, Sta. 5.176: Açores, Sudeste do Corvo; 39°40'N 31°05'W; 142 m de profundidade) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Mais recentemente, amostras recolhidas pelo autor revelaram a existência de Onoba moreleti Dautzenberg, 1889 em São Miguel (Ávila, 2000b), uma espécie que tinha sido dada por Gofas (1990) como restrita aos grupos Central e Ocidental. Estes resultados foram confirmados por Hoenselaar & Goud (in litt., 2002) ao reportarem também esta espécie para São Miguel (CANCAP-V, Sta. 5.010: Açores, a Sul de São Miguel; 37°41'N 25°31'W; 150 m de profundidade e CANCAP-V, Sta. 5.054: Açores, a Sul de São Miguel; 37°42'N 25°27'W; 110 m de profundidade). Azevedo & Gofas (1990) registaram uma espécie de Setia nas Flores. A mesma espécie (ainda não descrita) foi encontrada também por Ávila et al. (1998) no Pico e em São Miguel (Ávila et al., 2000a). Uma nova espécie de Alvania, descrita por Hoenselaar & Goud (1998) como A. internodula, tinha já sido dada para os Ilhéus das Formigas por Ávila & Azevedo (1997). A revisão do material das expedições CANCAP (1976-1986) confirmou algumas espécies anteriormente dadas para os Açores, aumentou as áreas geográficas de distribuição dentro do próprio arquipélago (e fora dele também) e descreveu ainda novas espécies endémicas dos Açores (Hoenselaar & Goud, 1998). Ávila (2000b) sumariou a informação já publicada acerca dos Rissoidae litorais dos Açores. A este trabalho há ainda que acrescentar a informação proveniente de recentes artigos de cariz taxonómico (Ávila et al., 2000a, b; Segers, 2002) bem como de índole paleontológico (Ávila et al., 2002). A zonação dos Rissoidae mais comuns foi estabelecida por Ávila (2000c, 2003). Fundamental para este trabalho, foi ainda a informação gentilmente cedida por Hoenselaar & Goud (in litt., 2002) sobre os Rissoidae do Atlântico. 46 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Na Figura 13 pode ver-se o aumento no número de espécies de Rissoidae (litorais e de profundidade) dadas para os Açores. 40 36 35 30 28 25 25 22 Spp. 21 20 14 15 15 16 17 26 23 18 10 5 4 2 Hoenselaar & Goud, in litt, 2002 Segers, 2002 Ávila, 2000b Hoenselaar & Goud, 1998 Ávila & Azevedo, 1997 van der Linden & van Aartsen, 1994 Bouchet & Warén, 1993 Azevedo & Gofas, 1990 Gofas, 1989 Amati, 1987 Dautzenberg & Fischer, 1896 Dautzenberg, 1889 Watson, 1886 Mac Andrew, 1856 0 Figura 13 Número cumulativo de espécies válidas dadas para os Açores, por autor. 3.1.1 Classificação Taxonómica A classificação aqui adoptada segue Ponder & Lindberg (1997). Para a sinonímia das espécies foi utilizado com frequência o CLEMAM - Check List of European Marine Mollusca. Unitas Malacologica, Internet Resources for Malacologists (http://www.mnhn.fr/base/malaco.html), bem como a base de dados dos moluscos da costa leste da América do Norte (MALACOLOG 3.3.2) sediada na Academia de Ciências Naturais (Filadélfia, USA) (http://data.acnatsci.org/wasp/). Neste trabalho, optou-se por utilizar somente as referências bibliográficas de estudos versando os Rissoidae dos Açores. A lista completa das estações das colecções DBUA e DBUA-F está publicada em Ávila & Azevedo (1997) e em Ávila et al. (1998, 2000a, 2000b, 2002, 2004). 47 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 3.1.2 Abreviaturas utilizadas no texto CANCAP – amostras recolhidas durante as expedições CANCAP (1976-1986) e depositadas no Nationaal Natuurhistorisch Museum (Leiden, Holanda). DBUA – colecção de referência do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores (Ponta Delgada, Açores) (moluscos litorais recentes dos Açores). DBUA-F – colecção de referência do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores (Ponta Delgada, Açores) (moluscos fósseis dos Açores). FM – colecção particular do Prof. Doutor Frias Martins. MCM(HN) – Museu Carlos Machado / História Natural (Ponta Delgada, Açores). 48 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES 3.2 Lista taxonómica comentada Filo MOLLUSCA Classe GASTROPODA Subclasse ORTHOGASTROPODA Superordem CAENOGASTROPODA Ordem SORBEOCONCHA Subordem HYPSOGASTROPODA Superfamília RISSOIDEA Família Rissoidae Subfamília Rissoinae Alvania Risso, 1826 Espécie tipo: Alvania europaea Risso, 1826 [= Turbo cimex Linnaeus, 1758 = Turbo calathiscus Montagu, 1803], designação subsequente por J. E. Gray 1847) (Op. 1664, ICZN). Alvania abstersa Van der Linden & Van Aartsen, 1994 (Estampa IX, Figs. 7-8) Alvania obsoleta Van der Linden, 1993: 79-82, figs. 1-3. Alvania abstersa Van der Linden & Van Aartsen, 1994: 2. Alvania abstersa Van der Linden & Van Aartsen, 1993. Ávila et al., 1998: 496. Ocorrência: Açores (Expedições CANCAP) (Hoenselaar & Goud, 1998: 71); Pico (Lajes do Pico) (Van der Linden, 1993: 80; Ávila et al., 1998: 496); São Jorge (Fajã da Caldeira) (Van der Linden, 1993: 80); Terceira (Porto Martins) (Van der Linden, 1993: 80); São Miguel (Lagoa e Mosteiros) (Van der Linden, 1993: 80); Ilhéus das Formigas (37°16'N 24°44'W, entre os 240 e os 245 m de profundidade), Ilhéus das Formigas (poças de maré) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Santa Maria (Van der Linden, 1993: 80), Santa Maria (36°59'N 25°02'W, -35 m), Santa Maria (Maia; 36°57'N 25°01'W) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). DBUA 726. Comentários: embora seja usualmente encontrada logo abaixo da zona entre-marés, pode ocorrer até os 35 m de profundidade. É pouco comum. Dimensões: até 3,3 mm de comprimento por 1,7 mm de largura. Registo fóssil: desconhecido. 49 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Alvania angioyi Van Aartsen, 1982 (Estampas I e II) Rissoa Watsoni, (Schwartz mss.), Watson, 1873. Alvania (Alvinia) Watsoni Schwartz, Watson, 1873. Dautzenberg, 1889: 51. Alvania watsoni (Schwartz mss.) Watson, 1873. Bullock et al., 1990: 45. Alvania angioyi Van Aartsen, 1982. Azevedo & Martins, 1989: 69; Gofas, 1990: 112; Azevedo & Gofas, 1990: 85; Azevedo 1991b: 44; Bullock, 1995: 16; Knudsen, 1995: 140; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Hoenselaar & Goud, 1998: 72; Ávila et al., 1998: 496; Morton et al., 1998: 88, 89; Ávila et al., 2000a: 147; Costa & Ávila (2001: 126). Ocorrência: Açores (Morton et al., 1998: 88, 89; (Expedições CANCAP) (Hoenselaar & Goud, 1998: 72); Flores (Santa Cruz, -20 m) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (“Pr. Alice” st. 703, 1896; Santa Cruz, -20 m) (Gofas, 1990: 112), Flores (Ávila et al., 1998: 496); Faial (Baía da Horta, -15 a -20 m, Stn. 103, “Hirondelle”, 1887) (Dautzenberg, 1889: 51), Faial (Horta, -3 m; -7 m; Monte da Guia, -20 m, Expedição “Biaçores” 1971), (Gofas, 1990: 112), Faial (Ávila et al., 1998: 496); Pico (-1287 m) (Dautzenberg, 1889: 51), Pico (Lajes do Pico, intertidal) (Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1996: 106), Pico (Ávila et al., 1998: 496); São Jorge (CANCAP-V, Sta. 5.K10: Fajã de Santo Cristo, 38°38'N 27°56'W) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Graciosa (Azevedo & Martins, 1989: 69); Terceira (Pedra Furada, Angra do Heroísmo; Praia da Vitória) (Gofas, 1990: 112); Banco D. João de Castro (Ávila et al., 2004: 77); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 51; Bullock et al., 1990: 45); São Miguel (Vila Franca (-24 m) e Morro das Capelas (Expedição “Biaçores” 1971); Lagoa (-10 a –22 m); Feteiras (-15 a –22 m); Ponta da Galera (intertidal e -13 a –18 m); Ponta Delgada; Capelas (intertidal); Ilhéu de Vila Franca; Ponta da Pirâmide (-13 m)) (Gofas, 1990: 112), São Miguel (Caloura e Ribeirinha) (Azevedo, 1991a: 22), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Bullock, 1995: 16; Knudsen, 1995: 140), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 147); Costa & Ávila (2001: 126); 50 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Ilhéus das Formigas (costa oeste, -16 m, “Biaçores” 1971) (Gofas, 1990: 112), Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (Vila do Porto, Ponta do Marvão) (Azevedo, 1991b: 44). DBUA 119, 173, 188, 227, 274, 277, 281, 335, 340, 343, 350, 352, 353, 355, 372, 374, 379, 394, 398, 400, 407, 410, 412, 462, 493, 496, 499, 556, 560, 564, 568, 571, 574, 579, 666, 675, 687, 695, 709, 715, 719, 727, 730, 731, 732, 733, 735, 736, 741, 742, 748, 753, 764, 766, 767, 768, 769, 772, 773, 781, 785, 787, 788, 789, 811, 813. MCM(HN) 7, 9. Comentários: Alvania angioyi é próxima de Alvania canariensis (d’Orbigny, 1840) uma espécie encontrada em Portugal, Madeira, Selvagens e Canárias, e é muito parecida também com Alvania scabra (Philippi, 1844) existente em Portugal e no Mediterrâneo (Ceuta) distinguindo-se desta espécie pela escultura da protoconcha, com linhas espirais bem marcadas em Alvania angioyi. Pode aparecer até os 35 m de profundidade, mas é mais comum nos primeiros 10 m (Figura 14; Ávila, 2000b, 2003). Embora Gofas (1990) tenha levantado a hipótese da existência desta espécie no arquipélago da Madeira, não foi, porém, encontrada nas abundantes recolhas das Expedições CANCAP (Hoenselaar & Goud, 1998: 72). Dimensões: 1,8 mm de comprimento por 1,1 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 46, 60, 87, 134, 139, 142 (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Figura 14 Zonação batimétrica de Alvania angioyi Van Aartsen, 1982 (Ávila, 2000b, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado. 51 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Alvania beani (Hanley in Thorpe, 1844) (Estampa IX, Figs. 1-3) Rissoa calathus Forbes & Hanley, 1853. Mac Andrew, 1856: 121. Alvania (Turbona) reticulata (Montagu, 1803). Simroth, 1888. Turbona reticulata beani (Hanley, 1844). Nordsieck & Talavera, 1979: 71. Ocorrência: Açores (-10 a –90 m) (Mac Andrew, 1856: 121; Nordsieck & Talavera, 1979: 71); São Miguel (Ponta Delgada) (Simroth, 1888). Comentários: estes registos precisam de ser confirmados. A ocorrência desta espécie nos Açores é possível, uma vez que normalmente aparece abaixo dos 50 m de profundidade e as amostras que possuímos na colecção do DBUA são maioritariamente litorais (acima portanto dos 50 m). No entanto, em nenhuma das amostras recolhidas durante as Expedições CANCAP foi encontrado algum indivíduo desta espécie (Hoenselaar & Goud, 1998), o que nos leva a considerar estes registos como duvidosos. Dimensões: até 3,5 mm de comprimento por 2,0 mm de largura (Fretter & Graham, 1978). Registo fóssil: dada para o Plistocénico de Itália. Distribuição geográfica: Noruega até ao Mediterrâneo, Açores (?) e Canárias (Fretter & Graham, 1978; Rolán, 1984). Alvania canariensis (d’Orbigny, 1840) Rissoina canariensis (d’Orbigny, 1840). Mayer, 1864: 57. Ocorrência: Santa Maria (Prainha) (Mayer, 1864: 57). Comentários: esta espécie foi dada para a jazida fóssil da Prainha (Santa Maria) (Mayer, 1864). No entanto, Ávila et al. (2002) indicam que se tratará de um registo incorrecto. Devido às fortes semelhanças que apresenta com A. angioyi, deve ter sido confundida com esta espécie. Alvania cancellata (Da Costa, 1778) (Estampa III) Rissoa crenulata Michaud, 1832. Mac Andrew, 1856: 121, 148. Rissoa (Alvania) cancellata Da Costa. Watson, 1886: 592. Alvania laxa Dautzenberg & Fischer, 1896: 62-63, pl. 19, figs. 10,11. Alvania cancellata Da Costa. Dautzenberg, 1889: 49. 52 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Alvania cancellata (Da Costa, 1778). Nobre, 1924: 80; 1930: 57; Morton, 1967: 36; Azevedo, 1990: 59; Gofas, 1990: 104; Azevedo & Gofas, 1990: 85; Azevedo, 1991a: 21; 1991b: 44; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila, 1998: 466; Ávila et al., 1998: 496; Hoenselaar & Goud, 1998: 73; Morton et al., 1998: 144; Ávila et al., 2000a: 147; Costa & Ávila, 2001: 126. Acinopsis venter Nordsieck, 1972: 188-189, pl. R VII 2. Ocorrência: Açores (Mac Andrew, 1856: 121, 148; Nobre, 1924: 80; 1930: 57; Nordsieck, 1972: 188-189; Morton et al., 1998: 144), Açores (Expedições CANCAP) (Hoenselaar & Goud, 1998: 73); Flores (Santa Cruz) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (Santa Cruz, -20 m) (Gofas, 1990: 104), Flores (Ávila et al., 1998: 496); Faial (-823 a –914 m) (Watson, 1886: 592), Faial (Horta, -15 a –20 m, Stn. 103, “Hirondelle”, 1887) (Dautzenberg, 1889: 49), Faial (Ávila et al., 1998: 496); Pico (-1287 m) (Dautzenberg, 1889: 49; (Gofas, 1990: 104),), Pico (Baía de São Pedro, Lajes do Pico) (Azevedo, 1990: 59), Pico (subtidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Poça da Barra, Lajes do Pico, intertidal) (Ávila, 1998: 466), Pico (Ávila et al., 1998: 496); São Jorge (Velas) (Morton, 1967: 36); Terceira (Ponta de São Diogo, Pedra Furada - Angra do Heroísmo) (Gofas, 1990: 104); Banco D. João de Castro (Ávila et al., 2004: 77); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 49), São Miguel (Ponta Delgada; Vila Franca do Campo, -10 m, -24 m; Morro das Capelas (expedição “Biaçores” 1971); Feteiras, -15 a –22 m; Ponta da Galera, -13 a –18 m, -20 m; Lagoa, -10 a –22 m; Ponta da Pirâmide, -13 m) (Gofas, 1990: 104), São Miguel (infralitoral da Ribeirinha) (Azevedo, 1991a: 21), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Knudsen, 1995: 141), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 147; Costa & Ávila (2001: 126). Ilhéus das Formigas (costa leste, -16 m) (Gofas, 1990: 104), Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (Vila do Porto, Ilhéu da Vila) (Azevedo, 1991b: 44). DBUA 127, 168, 173, 176, 197, 240, 274, 281, 341, 350, 379, 394, 395, 405, 408, 410, 411, 415, 421, 422, 438, 441, 446, 448, 459, 489, 493, 496, 499, 500, 555, 558, 561, 569, 570, 574, 579, 605, 608, 609, 614, 621, 626, 658, 659, 660, 661, 662, 665, 666, 667, 670, 672, 675, 676, 53 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 677, 687, 695, 696, 697, 709, 719, 726, 727, 731, 732, 733, 735, 740, 742, 760, 767, 773, 789, 806, 816. Comentários: esta espécie ocorre desde o nível da maré-baixa até profundidades da ordem dos 45 m (Saldanha, 1995), mas a sua presença em águas pouco profundas é rara (Graham, 1988; Gofas, 1990). Nos Açores, é mais comum entre os 8 e os 22 m de profundidade (Figura 15; Ávila, 2000c). É detritívoro (Graham, 1988). De acordo com Knudsen (1995), as populações dos Açores são conspecíficas com as das costas Atlânticas da Europa, sendo idênticas as suas protoconchas. Gofas (1990) também afirma que as populações dos Açores são conspecíficas com as populações da Madeira e Canárias, devido a semelhanças externas e à existência de protoconcha multispiral, denotando um desenvolvimento planctotrófico. Dimensões: até 3,7 mm de comprimento por 2,4 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 2, 125, 144 (Prainha e Lagoinhas, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Oceano Atlântico, Açores, Canal de Inglaterra e Mar do Norte (Campbell, 1994), Madeira (Nobre, 1889, 1937; Gofas, 1990), ilhas Britânicas, Mediterrâneo, Canárias e Cabo Verde (Knudsen, 1995). São Tomé (Fernandes & Rolán, 1993). Selvagens e Mauritânia (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Figura 15 Zonação batimétrica de Alvania cancellata (Da Costa, 1778) (Ávila, 2000c). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado. 54 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Alvania cimex (Linnaeus, 1758) Rissoa granulata Philippi, 1836: 153. Mac Andrew, 1856: 121. Ocorrência: Açores (conchas encontradas no litoral) (Mac Andrew, 1856: 121). Comentários: já Dautzenberg (1889) tinha levantado dúvidas quanto à correcta identificação desta espécie por Mac Andrew. Este registo necessita de ser confirmado. Alvania cimicoides (Forbes, 1844) (Estampa IX, Figs. 4-6) Alvania cimicoides (Forbes, 1844). Mayer, 1864: 58; Callapez & Soares, 2000: 314. Ocorrência: Santa Maria (Prainha) (Mayer, 1864: 58), Santa Maria (Callapez & Soares, 2000: 314). Comentários: esta espécie de águas profundas é dada para os Açores por Bouchet & Warén (1993: 626) e foi recentemente encontrada por Hoenselaar & Goud (in litt., 2002) em amostras recolhidas durante a Expedição CANCAP-V, entre os 125 e os 620 m de profundidade. No entanto, os registos litorais publicados para os Açores correspondem a exemplares fossilizados encontrados na Prainha (ilha de Santa Maria) e, de acordo com Ávila et al. (2002), esta será uma identificação errada, uma vez que o depósito da Prainha possui espécies litorais, não tendo sido encontrada uma única espécie de profundidade. Provavelmente foi confundida com A. mediolittoralis, com a qual apresenta algumas semelhanças. Dimensões: até 5,3 mm de comprimento por 3,1 mm de largura (Bouchet & Warén, 1993: 625). Registo fóssil: Prainha (Mayer, 1864: 58). Santa Maria (Callapez & Soares, 2000: 314). Dada para o Plistocénico de Itália. Distribuição geográfica: Islândia, Escandinávia, ilhas Britânicas, Portugal, Mediterrâneo, costa Oeste-Africana, Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde. Alvania dictyophora (Philippi, 1844) Alvinia dictyophora (Philippi, 1844). Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 178, R VI 10). Comentários: registo duvidoso. Esta espécie está dada para o Mediterrâneo e Canárias. 55 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Alvania formicarum Gofas, 1989 (Estampa IV, Figs. 1-3) Alvania formicarum Gofas, 1989: 40-41. Gofas, 1989:40-41; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Hoenselaar & Goud, 1998: 72. Ocorrência: Corvo (142 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Flores (104 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Ilhéus das Formigas (Gofas, 1989:40-41; Ávila & Azevedo, 1997: 326), Ilhéus das Formigas (poças no intertidal e em fissuras com fortes correntes marítimas) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Santa Maria (Ilhéu de São Lourenço) (Gofas, 1989:40-41), Santa Maria (poças de maré na zona intertidal (Baía de São Lourenço) e costa leste de Santa Maria (entre 35 e 43 m de profundidade) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). DBUA 332, 335, 338, 340, 341, 342, 343, 345, 348, 350, 352, 353, 355, 359. Comentários: a zonação desta espécie não é conhecida com grande pormenor. Foram encontrados indivíduos vivos entre os 15 e os 43 m de profundidade, bem como em poças de maré. Recentemente, a análise das amostras recolhidas durante a expedição CANCAP-V expandiu a sua distribuição geográfica, antes restrita aos Ilhéus das Formigas e ilha de Santa Maria, para oeste, sendo reportada em duas estações (CANCAP-V, Sta. 5164: Norte das Flores; 39°33'N 31°10'W; 104 m de profundidade, 10-VI-1981; CANCAP-V, Sta. 5.176: Açores, sudoeste do Corvo; 39°40'N 31°05'W; 142 m de profundidade, 11-VI-1981) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Dimensões: até 2,4 mm de comprimento por 1,4 mm de largura. Registo fóssil: não foi encontrada em Santa Maria (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Ilhéus das Formigas, Santa Maria, Flores e Corvo. Alvania internodula Hoenselaar & Goud, 1998 (Estampa IV, Figs. 4-13) Alvania sp. Ávila & Azevedo, 1997: 326. Alvania internodula Hoenselaar & Goud, 1998: 83; Ávila et al., 2000b: 177; Segers, 2002: 89. Ocorrência: Açores (Expedição CANCAP-V: Sta. 5033, -35 m/1 indivíduo; Sta. 5039, -43 m/2; Sta. 5040, -41 a –47 m/25; Sta. 5091, -33 m/7; Sta. 5098, -40 m/1; Sta. 5113, -45 m/12; Sta. AZO.022, intertidal/1) (Hoenselaar & Goud, 1998: 83); 56 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Pico (Lajes do Pico, 10 conchas) (Segers, 2002: 89); Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila et al., 2000b: 177). DBUA 336, 338. Comentários: na sua lista de espécies dos Ilhéus das Formigas, Ávila & Azevedo (1997) indicaram a presença de uma nova espécie de Alvania em seis lotes da colecção de referência do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, respectivamente, DBUA 332, 335, 336, 338, 350, 355. Trabalho posterior ao microscópio electrónico revelou que eram exemplares de uma espécie descrita por Hoenselaar & Goud em 1998 com o nome de Alvania internodula. Para além disso, verificou-se ainda que somente os exemplares dos lotes DBUA 336 e 338 eram desta nova espécie, sendo os restantes de Alvania angioyi. As conchas dos juvenis de Alvania internodula são semelhantes às de A. angioyi, mas os adultos são muito diferentes, com escultura mais pronunciada e suturas mais profundas na primeira espécie (Ávila, 2000b). Dimensões: até 2,3 mm de comprimento por 1,3 mm de largura. Registo fóssil: não foi encontrada em Santa Maria (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: São Miguel (entre os 110 e os 225 m de profundidade), Santa Maria (35-620 m), Ilhéus das Formigas (88-245m), Pico (40-168 m), Faial (33-300 m), São Jorge (105-150 m) e Terceira (zona entre-marés, em algas) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Alvania mediolittoralis Gofas, 1989 (Estampa V) Alvania mariae (D’Orbigny). Dautzenberg, 1889: 49. Rissoa (Alvania) reticulata Montagu var. mariae D’Orbigny. Nobre, 1924: 81. Alvania (Turbona) reticulata (Montagu, 1803). Martins, 1980: 17 [identificação errónea, A. M. F. Martins, pers. comm, 2003]. Alvania mediolittoralis Gofas, 1989. Gofas, 1989: 39; Azevedo & Martins, 1989: 69; Azevedo, 1990: 59; Azevedo & Gofas 1990: 85; Gofas, 1990: 110-112; Azevedo, 1991a: 21; 1991b: 44; Van der Linden, 1993: 81; Ávila, 1998: 466; Ávila et al., 1998: 496; Hoenselaar & Goud, 1998: 91; Morton et al., 1998: 88, 89; Ávila et al., 2000a: 148; Segers, 2002: 89. Ocorrência: Açores (Expedições CANCAP) (Hoenselaar & Goud, 1998: 91), Açores (Morton et al., 1998: 88, 89; Segers, 2002: 89); Flores (Santa Cruz) (Azevedo & Gofas, 1990: 85; Gofas, 1989: 39; 1990: 110), Flores (Ávila et al., 1998: 496); 57 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Faial (Horta, -7 m) (Gofas, 1989: 39; 1990: 110), Faial (Ávila et al., 1998: 496); Pico (-1287 m) (Dautzenberg, 1889: 49; Nobre, 1924: 81; 1930: 57), Pico (Baía de São Pedro, Lajes do Pico) (Azevedo, 1990: 59), Pico (mediolitoral) (Ávila, 1996: 27), Pico (Poça da Barra, Lajes do Pico, intertidal) (Ávila, 1998: 466), Pico (Ávila et al., 1998: 496); Graciosa (Nobre, 1924: 81; 1930: 57), Graciosa (mediolitoral de Porto Afonso e Santa Cruz; infralitoral da Baía da Folga) (Azevedo & Martins, 1989: 69); Terceira (Nobre, 1924: 81; 1930: 57), Terceira (Praia da Vitória; Cais da Silveira; Pedra Furada - Angra do Heroísmo) (Gofas, 1989: 39; 1990: 110); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 49), São Miguel (Atalhada, Lagoa) (Martins, 1980: 17), São Miguel (Ponta Delgada; Praia do Rosa do Cão) (Nobre, 1924: 81; 1930: 57), São Miguel (Caloura, -4 m; Vila Franca, -9 m, -24 m expedição “Biaçores” 1971; Ponta da Galera, intertidal; Capelas, intertidal; Água d'Alto, intertidal; Calheta - Ponta Delgada, intertidal), São Miguel (mediolitoral da Caloura; infralitoral da Caloura e Ribeirinha) (Azevedo, 1991a: 21), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Bullock, 1995: 16), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 148); Santa Maria (Vila do Porto, Ponta do Marvão) (Azevedo, 1991b: 44), Santa Maria (CANCAP 1979, Sta. AZO-005) (Van der Linden, 1993: 81). DBUA 124, 188, 193, 197, 229, 240, 274, 409, 410, 411, 421, 428, 434, 438, 441, 442, 444, 445, 446, 448, 449, 450, 451, 452, 453, 455, 456, 457, 458, 459, 460, 461, 462, 471, 473, 474, 475, 476, 483, 486, 489, 490, 492, 493, 496, 499, 500, 551, 553, 558, 560, 561, 564, 565, 566, 568, 570, 571, 574, 579, 614, 632, 659, 661, 662, 663, 665, 666, 667, 715, 719, 727. Comentários: muito comum em zonas abrigadas ou algo expostas, em especial debaixo de rochas na zona inferior do intertidal. Presente por vezes em números elevados na zona intertidal, juntamente com Fossarus ambiguus (Linnaeus, 1758) e Cingula trifasciata (Adams, 1798) (Gofas, 1990). É parecida externamente com Alvania leacocki (Watson, 1873) da Madeira (Gofas, 1989), Selvagens e Canárias. Esta espécie é também similar a Alvania subcalathus Dautzenberg & Fischer, 1906 (Moolenbeek & Hoenselaar, 1998: 56) que existe nas Canárias e nas Selvagens, apresentando ainda algumas similitudes com Alvania africana Gofas, 1999, existente na costa oeste-Africana e em Angola (Apêndice 1). Dimensões: até 2,7 mm de comprimento por 1,5 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 2, 9, 134, 138, 139, 142, 144 (Prainha e Lagoinhas, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Açores e Madeira (Expedições CANCAP, Sta.1.D48, 0-22 m/1 espécimen; Sta.1.K14, no litoral/1 e Sta. 1.K16, no litoral/2) (Hoenselaar & Goud, 1998: 91). 58 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Alvania multiquadrata Van der Linden & Wagner, 1989 Alvania multiquadrata Van der Linden & Wagner, 1989: 35-37. Ocorrência: São Miguel (CANCAP-V, Sta. 5.071: a Sul da ilha de São Miguel; 37°49'N 25°25'W, a -220 m, areia grosseira com conchas, na sua maioria fósseis) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Comentários: esta espécie é encontrada na Madeira e nas Canárias a profundidades inferiores a 50 m (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002), daí o ser aqui considerada litoral. O facto de a maioria dos exemplares encontrados serem fósseis poderá ser significativo, pois pode significar que correspondem a populações que não se conseguiram estabelecer com sucesso. Dimensões: até 3,0 mm de comprimento, 1,4 mm de largura. Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Açores, Madeira e Canárias. Alvania pagodula (Bucquoy, Dautzenberg & Dollfus, 1884) Alvania philippiana Jeffreys, 1856. Mayer, 1864: 58. Ocorrência: Santa Maria (Prainha) (Mayer, 1864: 58). Comentários: dada para a jazida fóssil da Prainha (Santa Maria). De acordo com Ávila et al. (2002) é um registo duvidoso, tendo provavelmente sido confundida com A. angioyi, com a qual apresenta algumas semelhanças. Alvania platycephala Dautzenberg & Fischer, 1896 Alvania platycephala Dautzenberg & Fischer, 1896: 457, pl. 19, figs. 12, 13. Bouchet & Warén, 1993: 626-627; Hoenselaar & Goud, 1998: 98, 99; Segers, 2002: 89. Ocorrência: Pico (Lajes do Pico, 2 conchas) (Segers, 2002: 89). Comentários: Bouchet & Warén (1993) consideram esta espécie como sendo de águas intermédias (480-1287 m), mas Hoenselaar & Goud (1998: 99) encontraram exemplares aos 52, 55, 65 e 77 m (Sta. 5.096, Sta. 5.100, Sta. 5.102 e Sta. 5.139). Alvania platycephala é semelhante a Alvania sleursi, distinguindo-se estas duas espécies por A. platycephala possuir 59 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores três cordões espirais acima da sutura, ao passo que A. sleursi possui somente dois (cf. Bouchet & Warén, 1993: 628, figs. 1392-1395). Dimensões: até 3,2 mm de comprimento, 1,6 mm de largura (Bouchet & Warén, 1993: 628). Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Açores e Madeira. Alvania poucheti Dautzenberg, 1889 (Estampa VI e Estampa VII) Alvania poucheti Dautzenberg, 1889: 49-50. Bullock et al., 1990: 45; Gofas, 1990: 108; Morton & Britton, 1995: 70; Knudsen, 1995: 141; Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila et al., 1998: 497; Hoenselaar & Goud, 1998: 99; Ávila et al., 2000a: 148; Costa & Ávila, 2001: 126. Alvania poucheti var. cingulifera Dautzenberg, 1889: 50. Ocorrência: Açores (Expedições CANCAP) (Hoenselaar & Goud, 1998: 99), Açores (Segers, 2002: 89); Flores (Ávila et al., 1998: 497); Faial (Horta, -17 e –20 m) (Gofas, 1990: 108), Faial (Ávila et al., 1998: 497); Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila et al., 1998: 497); Terceira (Praia da Vitória; Angra do Heroísmo, Pedra Furada) (Gofas, 1990: 108); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 49-50), São Miguel (Ponta da Galera; Queimada, Água d’Alto; Mosteiros; Ilhéu de Vila Franca) (Bullock et al., 1990: 45), São Miguel (Capelas, -24 m (expedição “Biaçores” 1971); Feteiras, -15 a –22 m; Ponta Delgada, -10 a – 20 m; Lagoa; Ilhéu de Vila Franca, -1 m; Ponta da Pirâmide, -13 m; Calheta, Ponta Delgada; Ponta da Galera, -13 a –18 m) (Gofas, 1990: 108), São Miguel (fora de Vila Franca do Campo) (Morton & Britton, 1995: 70), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Knudsen, 1995: 141), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 148; Costa & Ávila, 2001: 126); Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (CANCAP-V, Sta. 5.038, 37°00'N 25°02'W, 38-43 m de profundidade), Santa Maria (Maia, 36°57'N 25°01'W) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). DBUA 004, 119, 143, 173, 240, 350, 352, 353, 355, 368, 369, 370, 371, 372, 373, 377, 378, 379, 380, 384, 387, 393, 394, 395, 397, 398, 400, 405, 407, 409, 410, 411, 427, 447, 457, 465, 60 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES 493, 499, 500, 556, 563, 570, 631, 666, 687, 695, 709, 748, 767, 773, 781, 785, 787, 788, 790, 806. MCM(HN) 3, 11, 107, 108. Comentários: normalmente associado a algas castanhas. Pode ocorrer até os 20 m de profundidade, sempre em pequeno número (Ávila, 2000b). Dimensões: até 2,2 mm de comprimento, por 1,3 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 44, 55, 134 (Prainha, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Alvania sleursi (Amati, 1987) (Estampa VIII) (?) Rissoa (Alvania) hispidula Monterosato. Watson, 1886: 593 [identificação errónea]. Alvania hirta Monterosato. Dautzenberg & Fischer, 1896: 456 [identificação errónea]. Manzonia (Alvinia) sleursi Amati, 1987: 25-30, figs. 1, 2. Alvania sleursi (Amati, 1987). Gofas, 1990: 107; Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila et al., 1998: 497; Ávila et al., 2000a: 148; Costa & Ávila, 2001: 126. Ocorrência: Flores (Santa Cruz, -40 m, dragagem do Hirondelle, Stn. 218) (Amati, 1987: 26), Flores (Santa Cruz, -40 m) (Gofas, 1990: 107); Faial (-823 a -914 m) (Watson, 1886: 593); Faial (Baía da Horta, -20 m, dragagem do Hirondelle, Stn. 193) (Amati, 1987: 26), Faial (Ávila et al., 1998: 497); Banco Princesa Alice (st. 46, -1385 m) (Dautzenberg & Fischer, 1896: 456); Pico (-1287 m) (Gofas, 1990: 107), Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Ávila & Azevedo, 1996: 106), Pico (Ávila et al., 1998: 497); São Jorge (CANCAP-V, Sta. 5.118, 38°38'N 27°55'W, -75 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Terceira (Angra do Heroísmo, Pedra Furada; Praia da Vitória) (Gofas, 1990: 107); Banco D. João de Castro (Ávila et al., 2004: 77); São Miguel (Amati, 1987: 26), São Miguel (Ponta da Galera, -7 a –8 m, -13 a –18 m e –20 m; Vila Franca, -24 m; Morro das Capelas, -15 a –20 m; Lagoa, -10 a –22 m; Feteiras, 15 a –22 m; Ponta da Pirâmide, -13 m; Ilhéu de Vila Franca, -1 m) (Gofas, 1990: 107), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Knudsen, 1995: 142), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 148; Costa & Ávila, 2001: 126); 61 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (CANCAP-V, Sta. 5.K02: Baía de São Lourenço, 37°00'N 25°03'W, poças de maré; Maia, 36°57'N 25°01'W, poças de maré; CANCAP-V, Sta. 5.D04: Ilhéu da Vila, 36°56'N 25°10' W, 0-15 m de profundidade; CANCAP-V, Sta. 5.025: 36°59'N 25°03'W, 10-18 m de profundidade; CANCAP-V, Sta. 5.026: 37°00'N 25°03'W, -30 m; CANCAP-V, Sta. 5.033: 36°59'N 25°02'W, -35 m; CANCAP-V, Sta. 5.035: 36°59'N 25°02'W, -55 m; CANCAP-V, Sta. 5.036: Azores, 36°59'N 25°02'W, -65 m; CANCAP-V, Sta. 5.037: 36°59'N 25°02'W, -122 m; CANCAP-V, Sta. 5.038: 37°00'N 25°02'W, 38-43 m de profundidade; CANCAP-V, Sta. 5.039: 37°00'N 25°02'W, -43 m; CANCAP-V, Sta. 5.040: 37°00'N 25°02'W, 41-47 m de profundidade; CANCAP-V, Sta. 5.050: 36°56'N 25°07'W; -55 m; CANCAP-V, Sta. 5.051: 36°55'N 25°07'W; -620 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). DBUA 173, 335, 340, 341, 342, 343, 350, 352, 353, 355, 446, 448, 458, 459, 493, 496, 499, 500, 626, 666, 667,687, 695, 709, 719, 727, 731, 735, 746, 748, 750, 755, 766, 767, 769, 772, 773, 780, 781, 785, 786, 787, 788, 789, 790, 791, 806, 811. MCM(HN) 40. Comentários: ocorre desde o intertidal até aos 45 m de profundidade, sendo no entanto mais abundante em costas rochosas recobertas por algas entre os 3 e os 25 m (Figura 16; Ávila, 2003). Hoenselaar & Goud (1998) dão esta espécie também para as Selvagens (Expedições CANCAP, Sta. 3070, -645 m/8 espécimens; Sta. 3072, -830 m/3; Sta. 3087, -322 m/8, todas as conchas muito erodidas). Dimensões: 2,5 mm de comprimento, 1,6 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 2, 46, 49, 55, 87, 134, 139, 144 (Prainha e Lagoinhas, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Açores e Selvagens (Hoenselaar & Goud, 1998: 103). Figura 16 Zonação batimétrica de Alvania sleursi (Ávila, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado. 62 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Alvania tarsodes (Watson, 1886) (Estampa X) Rissoa (Alvania) tarsodes Watson, 1886: 595-596, pl. XLIV, fig. 2.7. Alvania tarsodes (Watson, 1886). Bouchet & Warén, 1993: 642; Hoenselaar & Goud, 1998: 106. Ocorrência: Açores (Bouchet & Warén, 1993: 643; Hoenselaar & Goud, 1998: 106). DBUA 703/E. Comentários: embora tenha sido dada como um espécie batial (480-1385 m) por Bouchet & Warén (1993: 643), Hoenselaar & Goud (1998) encontraram alguns exemplares em amostras litorais de certa profundidade recolhidas nas Expedições CANCAP (Sta. 5033, -35 m/3 espécimens; Sta. 5039, -43 m/8; Sta. 5040, -41 a –47 m/8; Sta. 5050, -55 m/3; Sta. 5096, -52 m/4; Sta. 5100, -55 m/1 e Sta. 5113, -45 m/1). Foi encontrada pelo autor em São Miguel (São Vicente Ferreira, Capelas) a somente 8 m de profundidade. A protoconcha tem uma coloração entre o roxo e o castanho escuro (obs. pess.). Dimensões: 2,2 mm de comprimento, 1,3 mm de largura (Watson, 1886). Registo fóssil: DBUA-F 45 (Prainha, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Alvania watsoni (Schwartz in Watson, 1873) Auriconoba watsoni Nordsieck, 1972. Nordsieck, 1972: 171. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 171). Comentários: de acordo com Moolenbeek & Hoenselaar (1998: 59) este é um registo duvidoso. Esta espécie está dada para o Mediterrâneo, Madeira, Selvagens e Canárias. Botryphallus Ponder, 1990 Espécie tipo: Cingula epidaurica Brusina, 1866 por designação original. Botryphallus ovummuscae (Gofas, 1990) (Estampa IX, Figs. 9-10) Peringiella nitida Brusina mss. Dautzenberg, 1889: 53 [identificação errónea]. Cingula (Peringiella) nitida (Brusina) Monterosato. Martins, 1980: 5 [identificação errónea, A. M. F. Martins, com. pess.]. 63 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores “Peringiella” sp. Azevedo & Gofas, 1990: 85. “Peringiella” ovummuscae Gofas, 1990: 119-121, fig. 11; Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1996: 106; Morton et al., 1998: 97. Botryphallus ovummuscae (Gofas, 1990). Ávila, 1998: 466; Ávila et al., 1998: 498; Ávila et al., 2000a: 149. Ocorrência: Flores (Santa Cruz, mediolitoral) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (Ávila et al., 1998: 498), Flores (Santa Cruz, zona superior do intertidal), (Gofas, 1990: 120); Faial (-15 a –20 m) (Dautzenberg, 1889, p. 53); Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Ávila & Azevedo, 1996: 106), Pico (Poça da Barra, Lajes do Pico, intertidal) (Ávila, 1998: 466), Pico (Ávila et al., 1998: 498); Terceira (Poça dos Frades, Silveira; Caminho de Baixo, São Mateus) (Martins, 1980: 9-16), Terceira (Porto Martins) (Gofas, 1990: 120); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 53; Morton et al., 1998: 97; Ávila et al., 2000a: 149), São Miguel (Água d’Alto; Pópulo; Atalhada, Lagoa) (Martins, 1980: 9-16), São Miguel (Ponta da Galera, intertidal; Calheta, Ponta Delgada) (Gofas, 1990: 120). DBUA 209, 493, 499, 500, 659, 661, 662, 665, 666, 715, 750. Comentários: tipicamente ocorre na zona superior do intertidal. Botryphallus epidauricus (Brusina, 1886), uma espécie aparentada com a espécie açoriana, foi referida por Gofas (1990) para a zona do Estreito de Gibraltar, para a Madeira e também para as Canárias, existindo ainda nas costas de Portugal (cf. Apêndice 1). Dimensões: até 1,3 mm de comprimento, 0,7 mm de largura. Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Cingula Fleming, 1818 Espécie tipo: Turbo cingillus Montagu, 1803 (= Turbo trifasciatus J. Adams, 1800), designação subsequente por J. E. Gray (1847). Cingula ordinaria Smith Cingula ordinaria Smith. Chapman, 1955: 803. Ocorrência: Faial (Feteira, maré-baixa) (Chapman, 1955: 803). 64 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Comentários: esta espécie foi provavelmente mal identificada, uma vez que Cingula ordinaria E. A. Smith, 1890 é uma espécie endémica da ilha de Santa Helena (cf. Apêndice 1). Registo duvidoso. Cingula trifasciata (J. Adams, 1800) (Estampa XI, Figs. 7-10) Rissoa (Cingula) cingillus Montagu, 1803. Mac Andrew, 1856: 122, 148. Cingula cingillus Montagu, 1803. Dautzenberg, 1889: 52; Knudsen, 1995: 143. Rissoa (Cingula) cingillus Montagu, 1803. Nobre, 1924: 80; 1930: 57. Cingula (Cingula) cingillus (Montagu, 1803). Martins, 1980: 5, 9-17; Lemos & Viegas, 1987: 65. Cingula trifasciata (Adams, 1798). Azevedo & Gofas, 1990: 85. Cingula trifasciata (J. Adams, 1798). Ávila et al., 1998: 497; Morton et al., 1998: 157. Cingula trifasciata, (Adams, 1800). Gofas, 1990: 119; Bullock, 1995: 9-55; Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila, 1998: 466. Cingula trifasciata (J. Adams, 1800). Ávila et al., 2000a: 148. Ocorrência: Açores, no litoral (Mac Andrew, 1856: 122, 148), Açores (Morton et al., 1998: 157); Flores (mediolitoral de Santa Cruz) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (Ávila et al., 1998: 497); Faial (Horta) (Nobre, 1924: 80; 1930: 57), Faial (Ávila et al., 1998: 497); Pico (Nobre, 1924: 80; 1930: 57; Ávila et al., 1998: 497), Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Poça da Barra, Lajes do Pico, intertidal) (Ávila, 1998: 466); São Jorge (Calheta; Velas) (Nobre, 1924: 80; 1930: 57), São Jorge (Velas) (Morton, 1967: 36); Graciosa (Nobre, 1924: 80; 1930: 57); Terceira (Angra do Heroísmo) (Nobre, 1924: 80; 1930: 57), Terceira (Poça dos Frades, Silveira; Fanal, São Pedro, Angra do Heroísmo; Caminho de Baixo, São Mateus) (Martins, 1980: 5, 9-17); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 52), São Miguel (Ponta Delgada) (Nobre, 1924: 80; 1930: 57), São Miguel (Água d’Alto; Calheta, Ponta Delgada; Pópulo; Atalhada, Lagoa) (Martins, 1980: 5, 9-17), São Miguel (Vila Franca do Campo: intertidal) (Lemos & Viegas, 1987: 65), São Miguel (Ponta da Galera, intertidal; Água d’Alto, intertidal) (Gofas, 1990: 65 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 119), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Bullock, 1995: 9-55), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 148); Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (CANCAP-V, Sta. 5.037: 36°59'N 25°02'W; -122 m), Maia (36°57'N 25°01'W, poças de maré) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). DBUA 128, 205, 240, 352, 442, 445, 448, 449, 457, 460, 461, 470, 474, 475, 489, 490, 496, 499, 500, 632, 659, 660, 661, 662, 663, 665, 666, 667, 695, 696, 726, 732, 744, 750, 755, 806. Comentários: Nobre (1924; 1930) indica esta espécie como sendo comum no litoral. É extremamente comum em sítios abrigados, em especial na zona inferior do intertidal, por baixo de rochas (Ávila, 1998). Esta espécie é detritívora (Graham, 1988). Em virtude de possuir desenvolvimento não-planctotrófico (Knudsen, 1995), Gofas (1990) levantou algumas dúvidas quanto à conspecificidade da espécie dos Açores com as populações Europeias. No entanto, resultados preliminares (não publicados) de análise de DNA (cf. Capítulo 12.3.1) indicam que se tratará da mesma espécie. Embora dada para a Madeira por Nobre (1937), não foi encontrada recentemente por Rolán (com pess.) nesta ilha. Em zonas abrigadas, como é o caso da “Poça da Barra” localizada na Plataforma Costeira das Lajes do Pico (Ávila et al., 2000c), é uma espécie extremamente abundante na metade inferior do intertidal (Figura 17), podendo aí atingir densidades de 32.560 indivíduos m-2 (Ávila, 1998). Dimensões: 3,9 mm de comprimento, 2,1 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 134, 138, 140, 144 (Prainha e Lagoinhas, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Baía da Biscaia para leste, até às costas da Noruega, ilhas Britânicas, ilhas Channel, Açores (Graham, 1988; Poppe & Goto, 1991; Hayward et al., 1995; Knudsen, 1995), Madeira (Nobre, 1937), Berlenga (Portugal) (Burnay, 1986). Figura 17 Zonação batimétrica de Cingula trifasciata no intertidal da Poça da Barra, Lajes do Pico (Ávila, 1998). O traço vermelho contínuo representa o perfil do fundo da Poça da Barra. PMAV – preia-mar de águas-vivas; BMAV – baixa-mar de águas-vivas. 66 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Crisilla Monterosato, 1917 Espécie tipo: Turbo semistriatus Montagu, 1808, por monotipia. Crisilla iunoniae (Palazzi, 1988) Crisilla iunoniae (Palazzi, 1988). Hoenselaar & Goud, in litt., 2002. Ocorrência: Terceira (Praia da Vitória, 38°43'N 27°04'W, praia de areia) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Açores, Madeira, Selvagens e Canárias. Crisilla postrema (Gofas, 1990) Setia abjecta (Watson, 1873). Dautzenberg, 1889: 52. Setia picta (Jeffreys, 1867). Dautzenberg, 1889: 53. Alvania (Crisilla) sp. Azevedo & Gofas, 1990: 85. Alvania (Crisilla) postrema Gofas, 1990: 114-115; Ávila & Azevedo, 1996: 106; Morton et al., 1998: 88, 89. Alvania postrema Gofas, 1990. Azevedo, 1991a: 22, 1991b: 44; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Hoenselaar & Goud, 1998: 99. Crisilla postrema (Gofas, 1990). Ávila et al., 1998: 497; Ávila, 2000b: 61-62; Ávila et al., 2000a: 148; Costa & Ávila, 2001: 126. Ocorrência: Açores (colec. G. Dollfus) (Gofas, 1990: 114-115), Açores (Morton et al., 1998: 88, 89); Flores (Santa Cruz, poça intertidal) (Gofas, 1990: 114-115), Flores (Santa Cruz) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (Ávila et al., 1998: 497); Faial (-15 a -20 m) (Dautzenberg, 1889: 53), Faial (Horta, -3 m, -7 m e –17 m) (Gofas, 1990: 114-115), Faial (Ávila et al., 1998: 497); Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila et al., 1998: 497); Terceira (Praia da Vitória; Angra do Heroísmo, Pedra Furada) (Gofas, 1990: 114-115); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 53), São Miguel (Capelas, -12 m; Ilhéu dos Mosteiros, -3 a –5 m; Morro das Capelas, intertidal e a –29 m (expedição “Biaçores” 1971); 67 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Ponta da Galera, intertidal e entre -13 e –18 m; Ponta Delgada, -10 a –20 m, Ilhéu de Vila Franca; Ponta da Pirâmide, -13 m; Calheta, Ponta Delgada) (Gofas, 1990: 114-115), São Miguel (Caloura e Ribeirinha) (Azevedo, 1991a: 22), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Bullock, 1995: 16), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 148; Costa & Ávila, 2001: 126); Ilhéus das Formigas (-16 m) (Gofas, 1990: 114-115), Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (Vila do Porto, Ilhéu da Vila, Ponta do Marvão) (Azevedo, 1991b: 44). DBUA 121, 173, 188, 198, 274, 277, 340, 350, 351, 352, 353, 355, 359, 447, 462, 465, 470, 472, 492, 496, 499, 500, 545, 564, 632, 670, 730, 731, 733, 741, 745, 746, 768, 781. Comentários: esta espécie não é muito comum, embora possa ser localmente muito abundante, tendo sido encontrada no intertidal do Ilhéu de Vila Franca (São Miguel) com densidades rondando os 10.000 ind/m2 (Bullock, 1995). Ocorre desde a zona inferior do intertidal até aos 20 m de profundidade, sendo no entanto mais comum nos primeiros 10 m (Ávila, 2003). Dois exemplares foram recentemente encontrados na Madeira (Expedições CANCAP, Sta. 4.K27, na costa) (Hoenselaar & Goud, 1998: 99). Dimensões: 1,5 mm de comprimento por 0,9 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 134 (Prainha, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Açores e Madeira (Hoenselaar & Goud, 1998: 99). Crisilla semistriata (Montagu, 1808) Setia (Crisilla) semistriata (Montagu, 1808). Nordsieck, 1972: 165. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 165). Comentários: registo duvidoso. Esta espécie poderá ter sido confundida com Crisilla postrema. Manzonia Brusina, 1870 Espécie tipo: Turbo costatus J. Adams, 1797, por designação original. Manzonia madeirensis Moolenbeek & Faber, 1987 Manzonia crassa minuta Nordsieck, 1972. Nordsieck, 1972: 175, R V 33. Ocorrência: 68 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Açores (Nordsieck, 1972: 175, R V 33). Comentários: registo duvidoso. Esta espécie está dada para a Madeira, Selvagens, Canárias e costa Oeste-Africana. Manzonia unifasciata Dautzenberg, 1889 (Estampa XII e Estampa XIII) Manzonia costata J. Adams, 1797 var. ex coloure: unifasciata. Dautzenberg, 1889: 51, pl. III, fig.10. Manzonia costata J. Adams var. ex coloure: bifasciata. Dautzenberg, 1889: 51, pl. III, fig. 9. Manzonia costata J. Adams var. ex coloure: luteola. Dautzenberg, 1889: 51. Manzonia aurantiaca (Watson, 1873). Dautzenberg, 1889: 52; Nordsieck, 1972: 176. Manzonia costata (Adams, 1797). Nobre, 1924: 80; 1930: 56. Alvania (Manzonia) crassa (Kanmacher, 1798). Morton, 1967: 36 [identificação errónea]. Manzonia aurantiaca (Watson, 1873). Nordsieck, 1972: 176, pl. R VI, fig. 2. Manzonia unifasciata Dautzenberg, 1889. Moolenbeek & Faber, 1987b: 26, fig. 42; Azevedo & Martins, 1989: 69; Azevedo, 1990: 59; Azevedo & Gofas, 1990: 85; Gofas, 1990: 116, figs. 9; 59-64; Azevedo, 1991a: 22; Knudsen, 1995: 142; Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila et al., 1998: 497; Morton et al., 1998: 97; Ávila et al., 2000a: 149; Costa & Ávila, 2001: 126; Manzonia crassa (Kanmacher, 1798). Bullock et al., 1990: 45 [identificação errónea]; Bullock, 1995: 16 [identificação errónea]; Morton et al., 1998: 88, 89 [identificação errónea]. Manzonia unifasciata (Dautzenberg, 1889). Azevedo, 1991b: 44. Alvania crassa (Kanmacher, 1798). Knudsen, 1995: 141 [identificação errónea]. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 176; Morton et al., 1998: 88, 89); Flores (Santa Cruz) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (Santa Cruz, intertidal) (Gofas, 1990: 116), Flores (Ávila et al., 1998: 497); Faial (Horta) (Dautzenberg, 1889: 51-52; Nobre, 1924: 80; 1930: 56), Faial (Monte da Guia) (Azevedo, 1990: 59), Faial (Horta, -3 m, -20 m) (Gofas, 1990: 116), Faial (Ávila et al., 1998: 497); Pico (Dautzenberg, 1889: 51-52; Nobre, 1924: 80; 1930: 56), Pico (-1276 m) (Dautzenberg, 1889: 51-52), Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Ávila et al., 1998: 497); 69 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores São Jorge (Velas) (Morton, 1967: 36); Graciosa (Dautzenberg, 1889: 51-52; Nobre, 1924: 80; 1930: 56), Graciosa (mediolitoral da Fonte da Areia, Porto Afonso e Santa Cruz, infralitoral da Baía da Folga e do Carapacho) (Azevedo & Martins, 1989: 69); Terceira (Angra do Heroísmo) (Dautzenberg, 1889: 51-52; Nobre, 1924: 80; 1930: 56), Terceira (Porto Martins; Praia da Vitória; Pedra Furada-Angra do Heroísmo) (Gofas, 1990: 116); São Miguel (Ponta Delgada) (Dautzenberg, 1889: 51-52), São Miguel (Ponta Delgada), São Miguel (Nordsieck, 1972: 176), São Miguel (Brejela, Atalhada, Lagoa) (Martins, 1980: 5, 16), São Miguel (Ponta da Galera; Queimada, Água d’Alto; Mosteiros; Calheta, Ponta Delgada; Ilhéu de Vila Franca) (Bullock et al., 1990: 43, 45), São Miguel (Caloura, -4 m; Vila Franca do Campo, -24 m; Ilhéu de Vila Franca do Campo; Morro das Capelas, -29 m (expedição “Biaçores” 1971); Capelas, intertidal; Lagoa, intertidal; Calheta, Ponta Delgada, 0 a –1 m; Ponta da Galera, -13 a –18 m) (Gofas, 1990: 116), São Miguel (mediolitoral da Caloura, infralitoral da Caloura e Ribeirinha) (Azevedo, 1991a: 22), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Bullock, 1995: 16; Knudsen, 1995: 142), São Miguel (Ávila, 2000b, 2000c; 2003; Ávila et al., 2000a: 149; Costa & Ávila, 2001: 126); Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326); Santa Maria (Vila do Porto, Ilhéu da Vila, Ponta do Marvão) (Azevedo, 1991b: 44). DBUA 129, 173, 188, 266, 273, 274, 281, 332, 338, 340, 341, 346, 350, 352, 353, 355, 380, 381, 395, 397, 398, 403, 409, 410, 442, 443, 445, 446, 449, 451, 452, 462, 470, 471, 475, 476, 486, 492, 493, 496, 499, 500, 556, 571, 574, 579, 657, 660, 661, 662, 665, 666, 667, 670, 687, 695, 697, 709, 715, 719, 726, 727, 728, 730, 731, 733, 748, 755, 766, 767, 773, 781, 785, 787, 789, 806. MCM(HN) 1, 75. Comentários: desde o intertidal (rara) até os – 20 m, é mais comum entre os -5 e os –8 m (Figura 18; Ávila, 2003). Manzonia crassa, uma espécie que existe em Portugal (Burnay, 1986: 27; Bullock et al., 1990), Rissoa costata, dada para as Canárias (Mac Andrew, 1852: 5) e Alvania costata, referida para a Madeira por Nobre (1937: 45), foram também referidas para os Açores. No entanto, pensamos que todos estes registos correspondem a identificações erradas, pois Manzonia unifasciata é endémica dos Açores e é a única representante deste género no arquipélago. Para além disso, está presente no registo fóssil. Dimensões: 2,5 mm de comprimento por 1,2 mm de largura. 70 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Registo fóssil: DBUA-F 2, 9, 44, 45, 50, 60, 87, 126, 131, 134, 136, 137, 139, 142, 144 (Prainha e Lagoinhas, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Figura 18 Zonação batimétrica de Manzonia unifasciata (Ávila, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado. Pusillina Monterosato, 1884 Espécie tipo: Rissoa pusilla Philippi, 1836 (= Rissoa dolium Nyst, 1843), por monotipia (nome pré-ocupado por Rissoa pusilla Grateloup, 1828, redescrita de Rissoa philippi Aradas & Maggiore, 1844, Figs. 1568, 1579). Nota: este género é similar ao género Rissoa na morfologia da concha, diferindo principalmente em detalhes da anatomia, nomeadamente pela posse de uma glândula prostática palial (Ponder & Worsfold, 1994). Pusillina sp. Pusillina sp. Segers, 2002: 89. Ocorrência: Faial (Horta, -30 m) (Segers, 2002: 89). Pusillina inconspicua (Alder, 1844) Turboella inconspicua (Alder, 1844). Nordsieck, 1972: 196. Pusillina inconspicua (Alder, 1844). Martins, 2004: 52. FM 22, 64. Ocorrência: 71 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Açores (Nordsieck, 1972: 196). São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Martins, 2004: 52). Comentários: este registo foi considerado como duvidoso até se ter efectuado a revisão da colecção particular do Prof. Doutor Frias Martins, onde foram encontrados vários exemplares recolhidos no Ilhéu de Vila Franca do Campo em Agosto de 1970 (Martins, 2004). Eventualmente, esta espécie pode ser a encontrada por Segers no Faial, mas não foi possível efectuar qualquer comparação. Não foi encontrada nas abundantes recolhas litorais da colecção DBUA, nem é referida por Hoenselaar & Goud (in litt., 2002) nas amostras das expedições CANCAP. No entanto, 8 exemplares foram encontrados na jazida das Lagoinhas (Santa Maria). Registo fóssil: DBUA-F 149 (Lag1 e Lag5) (cf. Capítulo 7.6.2). Distribuição geográfica: Escandinávia, ilhas Britânicas, Portugal, Mediterrâneo, Açores, Canárias, costa Oeste-Africana e Angola. Pusillina philippi (Aradas & Maggiore, 1844) Rissoina dolium Nyst, 1845. Mayer, 1864: 58. Ocorrência: Santa Maria (Prainha) (Mayer, 1864: 58). Comentários: de acordo com Ávila et al. (2002) é um registo duvidoso. Obtusella Cossmann, 1921 Espécie tipo: Rissoa obtusa Cantraine, 1842 por monotipia. Non Anton, 1838 nec Brown, 1841. Obtusella intersecta (S.V. Wood, 1857) Obtusella intersecta (S. V. Wood, 1857). Hoenselaar & Goud (in litt., 2002). Ocorrência: Flores (-165 a –190 m, -200 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Faial (-75 a –95 m, -110 m, -180 m, -188 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Pico (-168 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); São Jorge (-250 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Santa Maria (-620 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); 72 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Comentários: muito embora esta seja uma espécie de profundidade nos Açores, incluímo-la aqui pois foi encontrada entre os -15 e os –34 m ao largo da Mauritânia (Expedição CANCAP III) e entre os -22 e os –50 m em Cabo Verde (Expedição CANCAP-VI), havendo também um registo para as costas da Suécia, ao largo de Bonden (58º12’N 11º20’E) a uma profundidade entre os -20 e os –35 m (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Dimensões: 2,5 mm de comprimento por 1,2 mm de largura. Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Islândia, Escandinávia, Ilhas Britânicas, Portugal, Mediterrâneo, Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde, costa Oeste-Africana e Angola. Obtusella macilenta (Monterosato, 1880) Putilla (Ovirissoa) concinnata (Jeffreys, 1883). Nordsieck, 1972: 158. Ocorrência: Açores (?) (Nordsieck, 1972: 158). Comentários: registo duvidoso. Esta espécie é endémica do Mediterrâneo. Onoba H. & A. Adams, 1854 Espécie tipo: Turbo striatus J. Adams, 1797, por monotipia. Non Da Costa, 1778 [= Turbo semicostatus Montagu, 1803]. Onoba mighelsi (Stimpson, 1851) Onoba aculea (Gould, 1841). Nordsieck, 1972: 169 Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 169). Comentários: registo duvidoso. O género Onoba só possui uma espécie nos Açores, Onoba moreleti. Onoba moreleti Dautzenberg, 1889 (Estampa XI, Figs. 1-6) Onoba moreleti Dautzenberg, 1889: 52. Moolenbeek & Hoenselaar, 1987: 154; Ávila et al., 1998: 498; Ávila et al., 2000a: 149. Onoba ecostata moreleti Dautzenberg, 1889. Nordsieck, 1972: 169. 73 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Ocorrência: Flores (Ávila et al., 1998: 498); Faial, baía da Horta (Stn. 193) (-20 m) (Moolenbeek & Hoenselaar, 1987: 154), Faial (Ávila et al., 1998: 498); Pico (-1.287 m) (Dautzenberg, 1889: 52; Nordsieck, 1972: 169), Pico (Ávila et al., 1998: 498); São Jorge (CANCAP-V, Sta. 5.119: 38°38'N 27°54'W, -105 m; CANCAP-V, Sta. 5.120: 38°39'N 27°54'W, -150 m; CANCAP-V, Sta. 5.121: 38°39'N 27°54'W, -250 m; CANCAP-V, Sta. 5.122: 38°39'N 27°54'W, -400 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); São Miguel (Ávila et al., 2000a: 149). DBUA 181, 410, 411, 500, 556, 666, 726, 748. Comentários: esta é uma espécie muito rara no litoral dos Açores. Aartsen et al. (1984) ficaram surpreendidos ao encontrarem indivíduos de Onoba moreleti na Baía de Algeciras (Sul de Espanha), mas esta identificação estava errada, tendo os seus exemplares sido posteriormente atribuídos a uma nova espécie, Onoba josae por Moolenbeek & Hoenselaar (1987). Onoba moreleti foi dada também para a ilha da Graciosa (Canárias) (colecção M. C. Fehr-de Wal) por Aartsen et al. (1984) mas, mais uma vez, era uma espécie diferente, descrita com o nome de Onoba manzoniana por Rolán (1987a) e transferida para o género Manzonia por Moolenbeek & Faber (1987c) - Manzonia manzoniana (Rolán, 1987a). Gofas (1990) chegou a aventar a hipótese da existência de endemismos açorianos restritos a ilhas ou grupos de ilhas, sugerindo Onoba moreleti como exemplo. Esta espécie, antes restrita aos grupos Central e Ocidental, viu a sua distribuição geográfica alargada também ao grupo Oriental, mercê de recentes colheitas em São Miguel (DBUA 748 - Capelas, costa Norte, -14 m) (Ávila, 2000b, 2000c). Hoenselaar & Goud (in litt., 2002) também a referem para o Sul da ilha de São Miguel (37º42’N 25º27’W) a uma profundidade de 110 m (Expedição CANCAPV, Sta. 5.054). Dimensões: 2.6 mm de comprimento, 1.3 mm de largura. Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Onoba semicostata (Montagu, 1803) Onoba striata minutissima (Michaud, 1832). Nordsieck, 1972: 169. Onoba ecostata (Michaud, 1832). Nordsieck, 1972: 169. 74 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 169). Comentários: registo duvidoso. O género Onoba só possui uma espécie nos Açores, Onoba moreleti. Rissoa Fréminville in Desmarest, 1814 Espécie tipo: Rissoa ventricosa Desmarest, 1814, por designação original. Rissoa guerinii Récluz, 1843 Cingula costulata Alder, 1844. Chapman, 1955: 803. Ocorrência: Faial (Feteira, maré-baixa) (Chapman, 1955: 803). Comentários: registo duvidoso (Ávila, 2000b). Provavelmente esta espécie foi confundida com exemplares de Rissoa guernei Dautzenberg, 1889. Dimensões: 6,0 mm de comprimento por 3,0 mm de largura (Fretter & Graham, 1978). Registo fóssil: conhecida no Plistocénico de Inglaterra e de Itália. Distribuição geográfica: ilhas Britânicas, Portugal, Mediterrâneo (Fretter & Graham, 1978), Madeira e Canárias. Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 (Estampa XIV) Rissoa guernei Dautzenberg, 1889: 47-48, pl. 3, figs. 1a, b. Azevedo, 1990: 59; Azevedo & Gofas, 1990: 85; Bullock et al., 1990: 45; Gofas, 1990: 100; Azevedo, 1991a: 21; 1991b: 44; Bullock, 1995: 16; Knudsen, 1995: 140; Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila, 1998: 466; Ávila et al., 1998: 496; Morton et al., 1998: 88, 89; Ávila et al., 2000a: 146-147; Costa & Ávila, 2001: 126. Rissoa obesula Dautzenberg, 1889: 48, pl. 3, figs. 2a, b. Rissoa jousseaumei Dautzenberg & Fischer, 1896: 60-61, pl. 19, fig. 9. Moniziella moniziana azorica Nordsieck, 1972: 173, pl. R V, fig. 28. Moniziella moniziana obesula (Dautzenberg, 1889). Nordsieck, 1972: 173. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 173; Morton et al., 1998: 88, 89); 75 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Flores (Fajã Grande; Santa Cruz) (Azevedo & Gofas, 1990: 85), Flores (infralitoral da Fajã Grande e Piscina de Ponta Delgada) (Neto & Azevedo, 1990: 96, 98), Flores (Ávila et al., 1998: 496); Faial (-15 a -20 m) (Dautzenberg, 1889: 47-48), Faial (Ávila et al., 1998: 496); Pico (-1287 m) (Dautzenberg, 1889: 48, pl. 3, figs. 2a, b), Pico (Lajes do Pico) (Azevedo, 1990: 59), Pico (Ávila & Azevedo, 1996: 106), Pico (intertidal) (Ávila, 1998: 466), Pico (Ávila et al., 1998: 496); São Jorge (CANCAP-V, Sta. 5.K10: Fajã de Santo Cristo, 38°38'N 27°56'W) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Graciosa (mediolitoral de Porto Afonso; infralitoral da Baía da Folga) (Azevedo & Martins, 1989: 69); Terceira (a oeste de Angra do Heroismo, 38°39'N 27°15'W, na costa) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 47-48), São Miguel (-1385 m) (Dautzenberg & Fischer, 1896: 60-61, pl. 19, fig. 9), São Miguel (Ponta Delgada) (Nordsieck, 1972: 173, pl. R V, fig. 28), São Miguel (Ponta da Galera; Queimada, Água d’Alto; Mosteiros; Calheta, Ponta Delgada; Ilhéu de Vila Franca; Porto do Ilhéu, Vila Franca do Campo) (Bullock et al.,1990: 43, 45), São Miguel (Vila Franca (expedição “Biaçores” 1971); Ponta Delgada; (-10 a –20 m); Ponta da Galera (intertidal); Capelas (intertidal); Vila Franca (0 a –5 m); Ilhéu de Vila Franca (0 a –1 m); Calheta, Ponta Delgada (intertidal); Ponta da Pirâmide (-13m)) (Gofas, 1990: 100), São Miguel (mediolitoral da Caloura; infralitoral da Caloura e Ribeirinha) (Azevedo, 1991a: 21), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Bullock, 1995: 16; Knudsen, 1995: 140), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 146-147; Costa & Ávila, 2001: 126); Ilhéus das Formigas (CANCAP-V, Sta. 5.K01: 37°16'N 24°47'W, poças de maré (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002); Santa Maria (Vila do Porto, Ponta da Malbusca, Ilhéu da Vila, Ponta do Marvão) (Azevedo, 1991b: 44). DBUA 132, 188, 190, 193, 195, 220, 240, 274, 281, 372, 381,382, 387, 397, 398, 400, 442, 443, 448, 451, 452, 459, 460, 462, 468, 470, 471, 472, 473, 475, 492, 493, 496, 499, 500, 551, 554, 556, 565, 566, 568, 570, 571, 574, 579, 632, 661, 662, 666, 667, 695, 719, 726, 735, 736, 741, 746, 748, 755, 764, 766, 781, 785. Comentários: esta espécie apresenta dimorfismo sexual (Gofas, 1990). Muito frequente entre os 2-3 m e os 10 m de profundidade (Figura 19; Ávila, 2003), é a espécie mais abundante na Ribeira Quente (fonte hidrotermal de pequena profundidade, localizada na costa Sul da ilha de 76 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES São Miguel) (Costa & Ávila, 2001). De acordo com Ponder (1985), o género Rissoa possuiria larva pelágica na maioria das espécies e estaria restrito ao Mediterrâneo e ao Atlântico nordeste. No entanto, para além de Rissoa guernei nos Açores, existem mais 16 espécies litorais todas com distribuição geográfica restrita ao Mediterrâneo e Atlântico nordeste, mas com desenvolvimento não-planctotrófico, ou seja, sem larva pelágica (cf. Capítulo 2). Por outro lado, existem duas espécies litorais dadas para a ilha de Santa Helena (Atlântico Sudeste), logo fora da área geográfica referida por Ponder (1985), que são Rissoa atomus E. A. Smith, 1890 e Rissoa ordinaria E. A. Smith, 1890 (cf. Apêndice 1). Dimensões: até 2,3 mm de comprimento por 1,3 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 2, 9, 44, 55, 60, 81, 87, 126, 131, 134, 138, 139, 140, 142, 144 (Prainha e Lagoinhas, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Figura 19 Zonação batimétrica de Rissoa guernei (Ávila, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado. Rissoa mirabilis (Manzoni, 1868) Rissoa mirabilis (Manzoni, 1868). Hoenselaar & Goud (in litt., 2002). Ocorrência: Santa Maria (expedição CANCAP-V, 36º59’N 25º02’W, -35 m e –55 m) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Açores, Madeira e Canárias. 77 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Rissoa similis Scacchi, 1836 Rissoina similis Scacchi, 1836. Mayer, 1864: 58. Apicularia similis. García-Talavera, 1990: 441. Rissoa similis Scacchi, 1836. Callapez & Soares, 2000: 314. Ocorrência: Santa Maria (Prainha) (Mayer, 1864: 58; García-Talavera, 1990: 441), Santa Maria (Callapez & Soares, 2000: 314). Comentários: dada para a jazida fóssil da Prainha por vários autores. De acordo com Ávila et al. (2002) deve ser considerado um registo duvidoso. Provavelmente, terá sido confundida com Rissoa guernei. Rudolphosetia Monterosato, 1917 Espécie tipo: Truncatella fusca Philippi, 1844 (= Rudolphosetia fusca (Philippi, 1844), por designação subsequente de Wenz (1943). Rudolphosetia fusca (Philippi, 1844) Putilla (Ovirissoa) inflata (Monterosato, 1884). Nordsieck, 1972: 158. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 158). Comentários: registo duvidoso. Esta espécie está dada para Portugal, Mediterrâneo e Canárias. Setia H. & A. Adams, 1852 Espécie tipo: Rissoa pulcherrima Jeffreys, 1848 (= Setia pulcherrima Kobelt, 1878), por designação subsequente. Setia ambigua (Brugnone, 1873) Setia ambigua (Brugnone, 1873). Hoenselaar & Goud (in litt., 2002). Ocorrência: Terceira (Praia da Vitória, 38°43'N 27°04'W, praia arenosa) (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Dimensões: até cerca de 2,0 mm de comprimento. 78 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Açores, Canárias e Mediterrâneo. Setia pulcherrima (Jeffreys, 1848) Cingula pulcherrima (Jeffreys, 1848). Bullock et al., 1990: 45; Knudsen, 1995: 143144. Setia pulcherrima (Jeffreys, 1848). Nordsieck, 1972: 162. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 162). São Miguel (Ponta da Galera; Queimada, Água d’Alto; Mosteiros; Calheta, Ponta Delgada; Ilhéu de Vila Franca; Porto do Ilhéu, Vila Franca) (Bullock et al., 1990: 45), São Miguel (Ilhéu de Vila Franca) (Knudsen, 1995: 143-144). Comentários: embora recentes, estes registos necessitam de ser confirmados. Esta espécie é dada como vivendo em costas rochosas, entre algas na zona inferior do intertidal (Fretter & Graham, 1978). No entanto, nunca foi por nós encontrada nos Açores em locais aparentemente propícios. Hoenselaar & Goud (1998, in litt., 2002) também não a referem para os Açores. Provavelmente foi confundida com Setia subvaricosa Gofas, 1990. Por outro lado, o desenho de Nordsieck (1972: pl. R IV 16: 281) tem semelhanças com Crisilla postrema (Gofas, 1990). Dimensões: 1,2 mm de comprimento por 0,8 mm de largura (Fretter & Graham, 1978). Registo fóssil: dada para o Plistocénico de Itália. Distribuição geográfica: Ilhas Britânicas, Portugal, Mediterrâneo, Madeira e Canárias. Setia quisquiliarum (Watson, 1886) (Estampa XV, Figs. 1-5) Setia quisquiliarum Watson, 1886. Dautzenberg, 1889: 53. “Rissoa” quisquiliarum Watson, 1886. Gofas, 1990: 103. Putilla (Varisetia) quisquiliarum (Watson, 1886). Nordsieck, 1972: 158. Ocorrência: Açores (15-914 m de profundidade) (Nordsieck, 1972: 158); Faial (38º38’N, 28º28’30’’W, entre os –730 e os –910 m) (Gofas, 1990: 103); Terceira (Gofas, 1990: 103); São Miguel (Dautzenberg, 1889: 53). 79 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Comentários: Gofas (1990: 125) referiu esta espécie como estando restrita ao grupo Central, mas Dautzenberg (1889) dá-a também para São Miguel, no grupo Oriental. Dimensões: 1,4 mm de comprimento por 0,9 mm de largura. Registo fóssil: desconhecido. Distribuição geográfica: Faial, Terceira e São Miguel. Setia subvaricosa Gofas, 1990 (Estampa XV, Figs. 6-11) Setia abjecta Watson, 1873. Dautzenberg, 1889: 52; Nordsieck, 1972: 162. Putilla messanensis var. elongata Nordsieck, 1972: 160. Setia subvaricosa Gofas, 1990. Azevedo, 1990: 58; Gofas, 1990: 102-104; Ávila, 1996: 27; Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila & Azevedo, 1997: 326; Ávila et al., 1998: 496; Ávila et al., 2000a: 147; Costa & Ávila, 2001: 126. Ocorrência: Açores (Nordsieck, 1972: 160, 162); Flores (Santa Cruz, -20 m) (Gofas, 1990: 102-103), Flores (Ávila et al., 1998: 496); Faial (-15 a -20 m) (Dautzenberg, 1889: 52), Faial (Monte da Guia) (Azevedo, 1990: 58), Faial (Ávila et al., 1998: 496); Pico (intertidal) (Ávila, 1996: 27), Pico (Ávila & Azevedo, 1996: 106; Ávila et al., 1998: 496); Terceira (Praia da Vitória, Pedra Furada - Angra do Heroísmo) (Gofas, 1990: 102103); São Miguel (Ilhéu de Vila Franca, intertidal; Capelas, intertidal; Feteiras, -15 m; Lagoa, -10 a -22 m; Ponta da Galera, intertidal; Ponta da Pirâmide, -13 m; Calheta, Ponta Delgada, intertidal) (Gofas, 1990: 102-103), São Miguel (Ávila et al., 2000a: 147) São Miguel (Costa & Ávila, 2001: 126); Ilhéus das Formigas (Ávila & Azevedo, 1997: 326). DBUA 121, 176, 188, 193, 195, 223, 274, 281, 332, 335, 336, 338, 343, 345, 350, 352, 355, 447, 451, 462, 465, 467, 471, 481, 496, 499, 500, 545, 557, 564, 571, 574, 660, 662, 666, 730, 731, 733, 735, 741, 742, 744, 745, 746, 754, 755, 764, 766, 773, 781, 782, 784, 785, 788. Comentários: esta espécie é bastante mais comum do que Crisilla postrema. Costa & Ávila (2001) estudaram os moluscos associados a exemplares da alga Stypocaulon scoparia em diferentes habitats (poluídos, não-poluídos e perturbados naturalmente por fontes hidrotermais). Setia subvaricosa, juntamente com Bittium latreillii, Tricolia pullus azorica e 80 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES Anachis avaroides, foram as espécies mais abundantes. A densidade máxima encontrada na estação da Atalhada (São Miguel) foi de 2.928 indivíduos/100 g de peso seco de algas (Costa & Ávila, 2001). O lábio exterior da concha dos animais adultos é mais grosso do que noutras espécies de Setia do Mediterrâneo e do Atlântico (Gofas, 1990). Dimensões: 1,4 mm de comprimento, 0,8 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 2, 3, 19, 78, 87 (Prainha, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: endémica dos Açores. Setia sp. Setia sp. Azevedo & Gofas, 1990: 85; Ávila et al., 1998: 496; Ávila et al., 2000a: 147; Costa & Ávila, 2001: 126. Ocorrência: Flores (Santa Cruz, -20 m) (Azevedo & Gofas, 1990: 85); Flores (Ávila et al., 1998: 496); Pico (Ávila et al., 1998: 496); São Miguel (Ávila et al., 2000a: 147; Costa & Ávila, 2001: 126). DBUA 274, 276, 277, 281, 446, 449, 457, 478, 496, 499, 662, 764, 781, 784, 787, 789. Comentários: as pequenas dimensões desta espécie podem ter feito com que tenha passado despercebida em muitas das recolhas. A triagem de amostras correspondentes a dimensões entre 0,5 mm e 1,0 mm poderá ajudar a clarificar a sua zonação vertical, bem como a sua distribuição geográfica. Dimensões: 1,0 mm de comprimento, 0,8 mm de largura. Registo fóssil: DBUA-F 55, 81, 84, 134 (Prainha, Santa Maria) (Ávila et al., 2002). Distribuição geográfica: Flores, Pico e São Miguel. Rissoidae incertae sedis Setia translucida Nordsieck, 1972: 161, R IV 13. Ocorrência: Açores e Madeira (Nordsieck, 1972: 161). Comentários: o estatuto específico desta espécie não está ainda bem esclarecido. 81 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 3.3 Conclusão Até à presente data, estão referidas 45 espécies de rissoídeos litorais para os Açores. Destas, 19 são registos duvidosos - 8 dos quais de Nordsieck (1972) - Obtusella intersecta é uma espécie de profundidade nos Açores e Alvania multiquadrata poderá ter-se extinto localmente nos Açores. Assim, temos 24 espécies litorais presumivelmente existindo actualmente nos Açores e pertencentes a 9 géneros – Alvania, Botryphallus, Cingula, Crisilla, Manzonia, Onoba, Pusillina, Rissoa e Setia - distribuindo-se pelas ilhas e montes submarinos do Arquipélago, da seguinte forma (Tabela 10): Tabela 10 Distribuição das várias espécies de Rissoidae pelas ilhas e montes submarinos dos Açores. , FLW – Flores, FAI – Faial, PIX – Pico, SJZ – São Jorge, GRW – Graciosa, TER – Terceira, DJC – Banco D. João de Castro, SMG – São Miguel, FOR – Ilhéus das Formigas, SMA – Santa Maria. Espécie Alvania abstersa Van der Linden & Van Aartsen, 1993 Alvania angioyi Van Aartsen, 1982 Alvania cancellata (da Costa, 1778) Alvania formicarum Gofas, 1989 Alvania internodula Hoenselaar & Goud, 1998 Alvania mediolittoralis Gofas, 1989 Alvania multiquadrata Van der Linden & Wagner, 1989 Alvania platycephala Dautzenberg & Fischer, 1896 Alvania poucheti Dautzenberg, 1889 Alvania sleursi (Amati, 1987) Alvania tarsodes (Watson, 1886) Botryphallus ovummuscae (Gofas, 1990) Cingula trifasciata (Adams J., 1798) Crisilla iunoniae (Palazzi, 1988) Crisilla postrema (Gofas, 1990) Manzonia unifasciata (Dautzenberg, 1889) Onoba moreleti Dautzenberg, 1889 Pusillina inconspicua (Alder, 1844) Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 Rissoa mirabilis (Manzoni, 1868) Setia ambigua (Brugnone, 1873) Setia quisquiliarum (Watson, 1886) Setia subvaricosa Gofas, 1990 Setia sp. TOTAL FLW FAI PIX 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15 1 1 16 1 1 1 1 17 SJZ GRW TER DJC SMG FOR SMA 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 5 15 3 20 14 16 De salientar o elevado número de espécies de Alvania (11) a que, eventualmente, se juntarão mais duas ainda por descrever (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Com excepção dos géneros Alvania, Crisilla, Rissoa e Setia, todos os restantes estão representados nos Açores por uma única espécie. Merece realce a distribuição disjunta de Alvania formicarum, 82 ______________________________________________________________________________RISSOIDAE LITORAIS DOS AÇORES presente nas Flores (Grupo Ocidental) e em Santa Maria e Ilhéus das Formigas (Grupo Oriental), bem como a ausência no Banco D. João de Castro de algumas espécies típicas do litoral açoriano a profundidades semelhantes à daquele local (abaixo dos 14 m de profundidade) (ex: Alvania poucheti, Crisilla postrema e Setia subvaricosa) (Ávila, 1997; Ávila et al., 2004). É evidente a relação entre o pequeno esforço de amostragem e o reduzido número de espécies dadas para algumas das ilhas, nomeadamente para a Graciosa e para São Jorge. A análise de agrupamento, efectuada com base na Tabela 10, indica uma forte semelhança da composição específica dos Rissoidae encontrados em ilhas bem amostradas (São Miguel, Pico, Faial e Flores), a qual é independente da localização geográfica, uma situação já detectada por Ávila (2000b). Esta análise confirma ainda por um lado, as semelhanças faunísticas dos Rissoidae de Santa Maria e dos Ilhéus das Formigas, e por outro, as diferenças entre estas duas ilhas mais orientais e também mais antigas, e as restantes ilhas do Arquipélago (Figura 20). Figura 20 Análise de agrupamento efectuada com base nos dados da Tabela 10. Presença/ausência, índice de similaridade de Bray-Curtis / UPGMA. Na Tabela 11 apresenta-se um resumo das dimensões da protoconcha e do número de voltas da protoconcha e teleoconcha das espécies de Rissoidae litorais dos Açores, variáveis necessárias para, de acordo com o exposto no Capítulo 2.3.4 (pág. 22) inferir o tipo de desenvolvimento embrionário: 83 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 11 Tipos de desenvolvimento embrionário inferidos a partir de medições efectuadas em exemplares da colecção DBUA, fotografados ao microscópio electrónico. # Vp – nº de voltas da protoconcha; I – protoconcha 1 (embrionária); II – protoconcha 2 (larvar); # Vt – nº de voltas da teleoconcha; Diâm – Diâmetro da protoconcha (µm); Des embr – tipo de desenvolvimento embrionário (np – não-planctotrófico; p – planctotrófico). RISSOIDAE Alvania abstersa Alvania angioyi Alvania cancellata Alvania formicarum Alvania internodula Alvania mediolittoralis Alvania poucheti Alvania sleursi Alvania tarsodes Botryphallus ovummuscae Cingula trifasciata Crisilla postrema Manzonia unifasciata Onoba moreleti Rissoa guernei Setia sp. Setia quisquiliarum Setia subvaricosa # Vp 1,50 1,50 I - 1,00 II - 1,50 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 2,00-2,50 1,25 1,25 1,25 1,25 0,60 ? 1,25 # Vt Diâm Des embr 3,50 300-400 np 3,25-3,75 280-295 np 3,50 120-175 p 375-440 3,00 370 np 3,50 310-335 np 3,25-3,75 295-305 np 3,25 365-385 np 3,75-4,00 360-400 np 3,50 315 np 3,00 220 np 4,00 500 np 3,00 ? np 4,00 305-350 np 3,00 320-335 np 4,00 260-280 np 2,00-2,50 200-215 np 3,00 ? np 3,00 240 np 84 SECÇÃO II Processos e Padrões 85 _____________________________________________________________________________________DISPERSÃO E COLONIZAÇÃO 4 PROCESSOS E PADRÕES DE DISPERSÃO E DE COLONIZAÇÃO 4.1 Introdução São três os processos passivos naturais de dispersão oceânica utilizados pelos seres vivos: anemocoria (transporte por ventos), hidrocoria (transporte mediado por correntes marinhas) e ainda ornitocoria (transporte por meio de aves, quer no tubo digestivo destas, no caso de sementes ou de moluscos com opérculo, quer agarrado à sua plumagem) (GarcíaTalavera, 1999). A anemocoria será muito pouco provável como explicação plausível para a dispersão de animais exclusivamente marinhos por ilhas oceânicas distantes das fontes colonizadoras. No caso particular das ilhas dos Açores, as correntes marinhas e os ventos agindo sobre a superfície das águas deverão ter sido os elementos mais importantes no processo natural de dispersão dos moluscos marinhos litorais. A chegada destes colonizadores terá ocorrido predominantemente por meio de transporte passivo, quer de animais adultos ou de ovos, associados a objectos flutuantes (o método da “jangada”), quer através da chegada de larvas planctotróficas de longa duração (teleplânicas, em especial). Não é de todo de excluir que larvas acteplânicas, isto é, que permanecem num estado larvar planctónico entre 4 a 6 semanas, tenham também estado implicadas na colonização destas ilhas. Por exemplo, para percorrer a distância entre os Açores e a Madeira (cerca de 800 km), basta que as correntes sejam favoráveis e com velocidades médias superiores a 0,2 m/s (uma corrente que se pode considerar fraca) para que em somente 6 semanas esta distância seja percorrida. Este acontecimento pouco plausível torna-se bastante provável, desde que decorra um intervalo de tempo prolongado. A reforçar a plausibilidade desta hipótese, estão as cerca de 320 espécies de moluscos marinhos litorais existentes actualmente nas águas dos Açores, na sua grande maioria de origem Europeia/Macaronésica (Madeira e Canárias em especial) (cf. Capítulo 6). À volta das ilhas dos Açores, as larvas de Cenogastrópodes estão mais regularmente distribuídas nos primeiros 200-300 m da coluna de água, em contraste com o que acontece na Corrente do Golfo (Laursen, 1981). Das 34 larvas de Cenogastrópodes originárias das costas ocidentais do Atlântico (Caraíbas e Golfo do México) e identificadas por Laursen (1981), 17 atingem as costas da Europa e do Noroeste de África, transportadas pela Corrente do Golfo e pelas correntes a que esta dá origem, mas apenas 8 espécies possuem animais adultos vivendo nas costas orientais do Atlântico (Europa e Norte de África). Nas imediações do arquipélago dos Açores, larvas de pelo menos 18 espécies de Cenogastrópodes foram registadas por 87 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Laursen (1981) mas somente 3 destas apresentam exemplares adultos nestas ilhas: Cymatium parthenopeum, Phalium granulatum e Stramonita haemastoma. O registo de Polynices lacteus para os Açores por Laursen (1981) é incorrecto e resulta provavelmente da colheita de conchas de animais adultos em Santa Maria, onde existem fósseis do Plistocénico, na Prainha e nas Lagoinhas (Ávila et al., 2002). Sousa (2001) acrescenta às espécies atrás referidas, as que encontrou em arrastos efectuados à superfície com redes de plâncton, realizados em zonas com profundidades entre os 25 e 30 m, a cerca de 400-500 m de distância da linha da costa e a Sul de Ponta Delgada (ilha de São Miguel): as pelágicas Atlanta peronii e Creseis sp., bem como os gastrópodes Setia subvaricosa, Skeneopsis planorbis e Tricolia pullus azorica. Foram também encontrados um eulimídeo e um triforídeo, não identificados. A maioria destes indivíduos eram juvenis, alguns recentemente metamorfoseados (Sousa, 2001). Scheltema (1971a, b) estimou que o tempo requerido para uma larva atravessar o Atlântico das Caraíbas para a Europa, variava entre os 4 e os 13 meses. Numa estimativa conservadora, as larvas podem levar entre 3 e 8 meses a atingir os Açores, o que se enquadra no período de tempo de vida larvar de muitas espécies planctotróficas. As famílias Triphoridae, Lamellariidae, Architectonicidae, Cypraeidae, Ranellidae, Bursidae, Muricidae e Cassidae pertencem a este grupo e todas possuem espécies vivendo nos Açores (Tabela 12). Tabela 12 Adultos de espécies de moluscos litorais com larvas teleplânicas, referidos para os Açores (Ávila, 2000a; Ávila et al., 1998; Ávila et al., 2000a). Espécie Cheirodonta pallescens (Jeffreys, 1867) Marshallora adversa (Montagu, 1803) Monophorus erythrosoma (Bouchet & Guillemot, 1978) Monophorus perversus (Linnaeus, 1758) Monophorus thiriotae Bouchet, 1984 Similiphora similior (Bouchet & Guillemot, 1978) Lamellaria latens (O F Müller, 1776) Lamellaria perspicua (Linnaeus, 1758) Philippia hybrida (Linnaeus, 1758) Luria lurida (Linnaeus, 1758). Phalium granulatum (Born, 1778) Charonia lampas lampas (Linnaeus, 1758) Charonia variegata (Lamarck, 1816) Cymatium corrugatum (Lamarck, 1816) Cymatium parthenopeum (Von Salis, 1793) Ranella olearia (Linnaeus, 1758) Bursa scrobiculator (Linnaeus, 1758) Stramonita haemastoma (Linnaeus, 1766) Família Triphoridae Triphoridae Triphoridae Triphoridae Triphoridae Triphoridae Lamellariidae Lamellariidae Architectonicidae Cypraeidae Cassidae Ranellidae Ranellidae Ranellidae Ranellidae Ranellidae Bursidae Muricidae 88 _____________________________________________________________________________________DISPERSÃO E COLONIZAÇÃO No entanto, uma vez que são conhecidas uma série de larvas (encontradas ao largo dos Açores) de espécies cujos adultos não foram nunca encontrados nos Açores, somos forçados a concluir que estas larvas atingem realmente as latitudes dos Açores mas que, ou não chegam a assentar no substrato, protelando a metamorfose em adulto, ou se o fazem, acabam por morrer, eventualmente por falta de condições propícias ao seu desenvolvimento. Na Tabela 13 apresentam-se algumas destas espécies com larvas teleplânicas reportadas por Laursen (1981) para as imediações dos Açores. Tabela 13 Larvas teleplânicas dadas para os Açores, mas cujos adultos não foram ainda encontrados nestas ilhas (baseado em Laursen, 1981). Espécie Larva Adultos Cerithiopsis ? greeni (Adams, 1839) Strombus pugilis Linnaeus, 1758 Cymatium femorale (Linnaeus, 1758) Mar dos Sargassos, ao largo dos Açores Caraíbas, Mar dos Sargassos, ao largo dos Açores Caraíbas, Mar dos Sargassos, Açores Cabo Cod até ao Brasil, Bermuda, Golfo do México Florida até ao Brasil Cymatium pileare (Linnaeus, 1758) Caraíbas, Mar dos Sargassos, Açores Caraíbas, sul da Carolina até ao Brasil Caraíbas, Florida até ao Brasil, Bermuda Algumas das espécies de moluscos litorais que ocorrem nos Açores foram introduzidas por humanos, quer intencionalmente, como é o caso de Ruditapes decussatus (Linnaeus, 1758) a amêijoa existente na Fajã de Santo Cristo (São Jorge), quer de forma não intencional (ex.: Truncatella subcylindrica, Hexaplex trunculus) (Morton et al. 1998). Carlton (1985) e Scheltema (1995) indicam que a água de lastro de navios e iates pode ser responsável pelo transporte de larvas planctónicas e/ou de massas de ovos a longas distâncias. Para o caso das espécies bentónicas com desenvolvimento não-planctotrófico, como são a maioria das espécies de rissoídeos, muitas delas endémicas dos Açores, Ávila (2000b) levanta a hipótese de que a dispersão daquelas mais comuns nos primeiros metros da coluna de água (ex.: Alvania angioyi, Manzonia unifasciata e Rissoa guernei) se deve dar sobretudo pelo método da jangada, agarradas a algas arrancadas da costa (cf. Capítulo 6). É interessante verificar que das 3 espécies de rissoídeos encontradas no Banco D. João de Castro, uma delas é precisamente Alvania angioyi. As outras duas são Alvania cancellata, o único rissoídeo açoriano com larva planctotrófica e Alvania sleursi, uma espécie que é mais comum a partir dos 15-20 m de profundidade (Ávila, 2000b) (cf. Capítulo 5). Alguns autores sugeriram que a colonização dos Açores por espécies provenientes da Europa deve ter acontecido sob um regime de correntes de superfície diferente do actual, 89 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores invocando um giro retrógrado, o qual teria existido antes do fecho do estreito do Panamá. Este estreito fechou-se há cerca de 3 Ma (milhões de anos) (Raup, 1991) (cf. Capítulo 9.1) e, nesse tempo, na região onde hoje estão as ilhas dos Açores, já existiriam as ilhas de Santa Maria, os ilhéus das Formigas, parte da ilha de São Miguel (o complexo vulcânico do Nordeste) e outras ilhas, actualmente submersas (Abdel-Monem et al., 1975; Ryall et al., 1983). No entanto, os fósseis marinhos, predominantemente bivalves que se encontram em Santa Maria no complexo do Touril, pertencem ao alto Miocénico-Pliocénico (5,5 a 4,5 Ma) (Madeira, 1986) e também esta fauna, a exemplo do que sucede actualmente, está relacionada com a parte leste do Atlântico, isto é, com a Europa (Vermeij, com. pess.). Assim sendo, se tanto antes como depois do fecho do estreito do Panamá, as afinidades biogeográficas dos Açores estão sobretudo relacionadas com a Europa, não nos parece de todo necessário invocar um giro de correntes de superfície oposto ao actual, para explicar a similaridade da fauna dos Açores com a Europa, ao invés de com a América. Estudemos então as actuais correntes de superfície no Atlântico Norte e, em maior detalhe, o que se passa ao largo dos Açores. 4.2 A circulação do Oceano Atlântico nas imediações dos Açores A Corrente do Golfo (“Gulf Stream”) é a principal corrente de superfície do Atlântico Norte, transportando águas quentes com origem equatorial e tropical até latitudes elevadas, com águas bastante mais frias (Kleine & Siedler, 1989). A Corrente do Golfo é também responsável pela formação de meandros e “eddies”, sendo esta situação especialmente complicada quando a corrente do Golfo deixa a costa leste Americana, entre os 40º e 45º de latitude Norte e inflecte na direcção do centro do Atlântico Norte (Crease et al. 1985; Gould 1985; Kleine & Siedler 1989). Nesta zona, a Corrente do Golfo divide-se em dois braços, a Corrente do Atlântico Norte (NAC) e a Corrente dos Açores (AC) (Iselin, 1936; Käse & Siedler, 1982; Klein & Siedler, 1989; Alves & Simões, 1997; Schiebel et al., 2002). A Corrente dos Açores pode atingir profundidades da ordem dos 1.000 m e tem cerca de 50 km de largura (Alves & de Verdière, 1999). Por sua vez, cada uma destas correntes subdivide-se posteriormente: a NAC divide-se em dois braços, a NAC1, que passa a Norte dos Açores e a NAC2, que passa a Sul dos Açores. A NAC2 divide-se ainda num braço que vira para Norte, a Corrente Europeia do Sudoeste (SWEC) e num braço que se orienta para Sul, a Corrente da Madeira (MADC) (Figura 21). 90 _____________________________________________________________________________________DISPERSÃO E COLONIZAÇÃO Figura 21 Principais correntes de superfície no Atlântico Norte: GS – Corrente do Golfo; NAC – Corrente do Atlântico Norte; NAC1 - Corrente do Atlântico Norte 1; NAC2 - Corrente do Atlântico Norte 2; AC – Corrente dos Açores; AC1 - Corrente dos Açores 1; AC2 - Corrente dos Açores 2; SWEC – Corrente Europeia do Sudoeste; MADC – Corrente da Madeira; CANC – Corrente das Canárias; NEC – Corrente Norte Equatorial (adaptado de Iselin, 1936; Kleine & Siedler, 1989). À latitude das Canárias, as correntes AC1 e MADC juntam-se, formando a Corrente das Canárias, cujas águas se misturam com a AC2, formando uma corrente de retorno à costa americana, a Corrente Norte Equatorial, completando assim este sistema de circulação superficial do Atlântico Norte. Ao longo do ano ocorrem alterações neste padrão geral de circulação. No entanto, nas imediações dos Açores, o regime geral de circulação é de Oeste para Leste, isto é, da América para a Europa, mas há uma clara oscilação da direcção média, com períodos em que a NAC (vinda do Noroeste) tem uma maior influência, e períodos em que a corrente dominante é a AC (vinda do Sudoeste) (Santos et al., 1994). Alves (1990, 1992) mostrou que, mesmo considerando os valores médios das correntes/estação do ano durante um período de 42 anos (dados obtidos no NOAC entre 1947 e 1988) a complexidade do sistema de correntes à volta dos Açores é enorme. Foram ainda constatadas anomalias neste padrão geral de circulação, com correntes movimentando-se para Noroeste, isto é, de África e/ou Madeira, no sentido das ilhas dos Açores. Durante este período de 42 anos, a primeira anomalia detectada durou de meados de Março a meados de Abril, com 91 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores cerca de 30 dias de duração, ao passo que a segunda anomalia teve uma duração média de 25 dias, começando em Outubro (Santos et al., 1995). No interior do Arquipélago dos Açores, as correntes de superfície são também complexas e directamente relacionadas com a topografia dos fundos submarinos. Um estudo de Fialho & Barros (1988) mostrou que ocorrem nos Açores “eddies” com diâmetros variáveis entre somente alguns quilómetros e mais de 100 km, com movimentos de rotação horários e anti-horários e com uma velocidade superficial média raramente excedendo os 15 cm/s. Bóias de superfície lançadas entre os Açores e Portugal continental, demonstraram que, também nesta zona do Atlântico, a formação de “eddies” e meandros é frequente, podendo as correntes atingir velocidades superiores a 15 cm/s (Fiúza & Martins, 1996) (Figura 22). Figura 22 Padrão das correntes de superfície entre os Açores e Portugal (adaptado de Fiúza & Martins, 1996). Estudos de nanoplâncton calcário realizados sobre a plataforma nerítica ao largo de Portugal continental demonstraram que, em regimes de “downwelling”, ocorrem espécies de Cocolitóforos com afinidade subtropical, provenientes da região das Caraíbas. Este dado indica 92 _____________________________________________________________________________________DISPERSÃO E COLONIZAÇÃO que existe alimentação do litoral oeste e sudoeste da Península Ibérica por massas de água trazidas ao longo da corrente dos Açores (Cachão et al., 2000). O conhecimento da fauna existente nos montes submarinos entre Portugal e a Madeira ajudará certamente a clarificar o papel destes acidentes geológicos no que diz respeito à dispersão dos invertebrados marinhos. O próximo capítulo explora este assunto, apresentando dois casos de estudo: o primeiro aborda um monte submarino nos Açores (Banco D. João de Castro), ao passo que o segundo versa sobre o banco Gorringe (pico Ormonde) localizado entre Portugal Continental e a Madeira. 93 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS 5 PROCESSOS E PADRÕES DE DISPERSÃO E DE COLONIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DOS MONTES SUBMARINOS 5.1 Introdução Os montes submarinos fornecem oportunidades de estudar os padrões e processos de dispersão e de colonização de animais marinhos, os quais são a base de trabalho para a compreensão dos mecanismos explicativos quer de teorias de biogeografia (nomeadamente processos de expansão geográfica) quer de teorias evolutivas (com os processos de especiação em destaque) (Shuto, 1974; Scheltema, 1995). No Oceano Atlântico, os estudos malacológicos efectuados em montes submarinos de pequena profundidade reduzem-se aos trabalhos de Leal (1991), Ávila & Malaquias (2003) e Ávila et al. (2004, subm). Estes três últimos trabalhos são a seguir apresentados em pormenor. 5.2 Banco D. João de Castro (Açores) O Banco D. João de Castro, é um monte submarino isolado, localizado entre a Terceira e São Miguel (Latitude: 38º13.3’N; Longitude: 26º36.2’W) (Figura 23). Dista cerca de 65 km da ilha Terceira e à volta de 70 km de São Miguel. A parte mais superficial do banco é o resultado de várias erupções ocorridas durante duas semanas em Dezembro de 1720. Estas erupções ocorreram a cerca de 100 m de profundidade e projectaram cinzas e vapor de água, os quais eram visíveis quer da Terceira, quer de São Miguel. As cinzas acumularam-se, formando uma pequena ilha que as tempestade dos Invernos seguintes destruíram completamente dois anos mais tarde (Agostinho, 1934, 1960; Weston, 1964; Machado, 1967). 95 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 23 Localização do Banco D. João de Castro (©ImagDOP - banco de imagens do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores). O actual Banco D. João de Castro corresponde à parte superior de um aparelho vulcânico, idêntico a tantos outros no Arquipélago dos Açores. A base deste cone vulcânico está a cerca de 50 m de profundidade, sendo a profundidade mínima de cerca de 13 m. No interior da antiga cratera, a profundidade ronda os 45 m. Na direcção Norte-Sul, o cone tem 300 m de comprimento; na direcção Leste-Oeste, ronda os 600 m de comprimento (Figura 24). Figura 24 Topografia submarina detalhada do Banco D. João de Castro (©ImagDOP). 96 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS Uma das particularidades mais interessantes do Banco D. João de Castro é o facto de possuir exuberante actividade hidrotermal a pequenas profundidades (Santos et al. 1996) (Figura 25). Figura 25 Actividade hidrotermal no Banco D. João de Castro (©Luís Quinta/Mundo Submerso). Numa pequena área do fundo (100 x 50 m), entre os 16 e os 45 m de profundidade na parte ocidental do banco, há libertação de gás, CO2 na sua grande maioria (V. H. Forjaz, in litt., 2001). Este gás tem origem numa câmara magmática, localizada entre 1 e 5 km de profundidade (Machado & Lemos, 1998). Recentemente, uma segunda área com actividade hidrotermal foi descoberta, a cerca de 200 m de profundidade, a sudeste da parte menos profunda do banco D. João de Castro (Pascoal et al., 2000). Muitas das espécies associadas a áreas com actividade hidrotermal possuem adaptações ecológicas (Ballard, 1977; Grassle, 1985) que lhes permitem sobreviver nestes meios quer às contaminações químicas (Grassle et al., 1979) quer às elevadas temperaturas (Jollivet et al., 1995). A estrutura trófica dos ecossistemas localizados em fontes hidrotermais de pequena profundidade é diferente da dos ecossistemas de profundidade, os quais são dominados por comunidades quimiossintéticas (Kharlamenko et al., 1995). No entanto, estudos efectuados por Tarasov & Zhirmunskaya (1989) em fontes hidrotermais de baixa profundidade (como é o caso do Banco D. João de Castro) indicam que as bactérias aí existentes constituem uma fonte alimentar mais importante do que em ecossistemas costeiros típicos. Não obstante as recolhas efectuadas nos últimos anos por elementos do DOP/UA, a fauna malacológica do Banco D. João de Castro é ainda pouco conhecida, tendo sido estudada 97 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores principalmente do ponto de vista taxonómico (Ávila, 1997; Ávila et al., 2004). Para colmatar esta lacuna, neste trabalho compara-se a comunidade malacológica existente no Banco D. João de Castro com a de outros habitats existentes nos Açores e interpretam-se os resultados no que diz respeito às seguintes variáveis: grau de isolamento, idade geológica, tipo de substrato e presença/ausência de fontes hidrotermais. 5.3 Materiais e Métodos A malacofauna marinha do Banco D. João de Castro (DJC), foi comparada com a de dois locais costeiros da ilha de São Miguel, Capelas e Ribeira Quente (Figura 26). Figura 26 Localização das estações com actividade hidrotermal: RQT – Ribeira Quente; DJC – Banco D. João de Castro; e sem actividade hidrotermal: CAP – Capelas. Capelas (CAP), localizada na costa Norte da ilha de São Miguel, é caracterizada por possuir um litoral rochoso densamente recoberto por algas e por não apresentar actividade hidrotermal. Quanto à Ribeira Quente (RQT) localiza-se na costa Sul de São Miguel, e é um local predominantemente arenoso, embora possua algumas rochas dispersas, recobertas por algas e com actividade hidrotermal presente (Tabela 14). 98 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS Tabela 14 Caracterização dos locais de amostragem: local, data de recolha das amostras, profundidade, grau de actividade hidrotermal, distância da amostra à fonte hidrotermal e tipo de substrato predominante. Banco D. João de Castro (DJC), Ribeira Quente (RQT) e Capelas (CAP). O grau da actividade hidrotermal foi medido da seguinte maneira: 0 (sem actividade hidrotermal); 1 (libertação intermitente de bolhas gasosas); 2 (libertação constante de bolhas gasosas); 3 (duas ou mais fontes 2 2 hidrotermais/m com libertação constante de bolhas gasosas); 4 (água aquecida e duas ou mais fontes hidrotermais/m com libertação constante de bolhas gasosas). Local DJC1 DJC2 DJC3 DJC4 RQT1 RQT2 RQT3 RQT4 RQT5 CAP1 CAP2 CAP3 CAP4 CAP5 CAP6 CAP7 CAP8 CAP9 CAP10 CAP11 CAP12 Data 22-07-2000 25-07-2000 25-07-2000 25-07-2000 28-09-2000 28-09-2000 28-09-2000 28-09-2000 28-09-2000 17-07-1996 17-07-1996 17-07-1996 11-07-1997 11-07-1997 11-07-1997 18-07-1996 18-07-1996 18-07-1996 10-07-1997 10-07-1997 10-07-1997 Profundidade (m) 20,5 16,9 17,0 16,0 6,1 6,6 6,0 5,9 6,5 16,0 16,0 16,0 15,0 15,0 15,0 8,0 8,0 8,0 6,0 6,0 6,0 Actividade hidrotermal 1 4 3 3 4 2 1 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Distância à fonte hidrotermal (m) 0,5 0,3 1,0 1,3 0,5 0,3 0,4 0,5 0,2 - Tipo de substrato rochoso rochoso rochoso rochoso arenoso arenoso arenoso arenoso arenoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso rochoso A metodologia utilizada foi a da raspagem integral de quadrados de 25x25 cm. Recolheram-se 21 quadrados no total, 4 no Banco DJC, 5 na RQT e 12 nas CAP (Tabela 16). As algas e os organismos associados foram recolhidos em sacos etiquetados e, no laboratório, estas amostras foram passadas por uma bateria de crivos de 1 mm, 0,5 mm e 0,25 mm. Procedeu-se em seguida à remoção dos moluscos, os quais foram identificados e contados. Todas as amostras foram etiquetadas, preservadas em álcool a 70% e depositadas na colecção do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores (DBUA) (Tabela 15). 99 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 15 Moluscos colectados no Banco D. João de Castro (DJC), Ribeira Quente (RQT) e Capelas (CAP). DJC 1 DJC 2 DJC 3 CAP 2 CAP 3 CAP 4 CAP 5 CAP 6 CAP 7 CAP 8 CAP 9 CAP 10 CAP 11 Acmaea virginea 0 0 0 DJC 4 RQT 1 RQT 2 RQT 3 RQT 4 RQT 5 CAP 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 CAP 12 0 Alvania angioyi 1 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 8 2 4 4 16 0 0 Alvania cancellata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2 0 2 0 0 0 Alvania mediolittoralis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Alvania poucheti 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0 0 1 1 2 0 0 Alvania sleursi 2 0 0 0 0 0 0 0 1 5 2 3 0 0 6 3 6 5 12 0 0 Anachis avaroides 12 0 19 16 0 2 8 2 8 6 1 1 1 1 4 0 0 0 1 1 0 Arca tetragona 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bittium latreillii 12 5 7 0 0 14 17 2 0 187 89 56 30 20 162 51 65 97 187 83 6 Calliostoma sp. 0 0 2 1 0 0 0 0 1 2 1 1 1 0 19 0 0 1 2 0 1 Cardita calyculata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 3 0 0 1 1 2 2 3 0 0 Cerithiopsis sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 Cheirodonta pallescens 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Columbella adansoni 14 0 4 0 0 0 1 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Crassadoma pusio 15 1 10 1 0 0 0 0 0 8 7 7 0 0 3 1 1 1 0 0 0 Crisilla postrema 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 2 0 0 Gibbula delgadensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 3 12 0 0 Gregariella semigranata 45 56 81 3 0 1 0 1 0 1 1 2 0 0 3 0 0 0 2 0 0 Jujubinus pseudogravinae 0 0 0 1 0 0 0 0 0 11 2 6 0 1 13 4 15 11 2 0 0 Limaria hians 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Limea loscombii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Manzonia unifasciata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 1 1 0 0 2 14 26 36 8 0 0 Marshallora adversa 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Mitromorpha azorensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 Nassarius incrassatus 0 0 0 0 12 4 16 14 15 1 1 0 1 0 1 0 0 2 4 1 0 Ocinebrina aciculata 0 0 1 0 0 0 0 0 0 5 1 1 2 2 13 0 0 0 1 1 0 Omalogyra atomus 2 0 8 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Palliolum incomparabile 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Parvicardium vroomi 0 0 0 0 0 15 1 6 0 3 3 5 0 0 22 2 5 4 31 1 0 Patella sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 100 ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS DJC 1 DJC 2 DJC 3 CAP 2 CAP 3 CAP 4 CAP 5 CAP 6 CAP 7 CAP 8 CAP 9 CAP 10 CAP 11 CAP 12 Papillicardium papillosum 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pseudochama gryphina 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Raphitoma linearis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Rissoa guernei 0 0 0 0 0 14 1 19 1 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 0 0 Runcina sp. 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Setia sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 Setia subvaricosa 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 2 0 1 Similiphora similior 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2 0 0 0 0 0 0 Sinezona cingulata 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Skeneopsis planorbis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Stramonita haemastoma 0 0 1 0 0 1 2 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Tricolia pullus azorica 0 0 0 0 0 6 5 18 1 65 30 22 2 2 32 42 11 24 25 7 3 Triphoridae n. id. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Vermetus cf. triquetrus 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 105 69 137 26 12 62 52 63 30 305 143 115 37 26 296 126 141 193 316 95 11 TOTAL DJC 4 RQT 1 RQT 2 RQT 3 RQT 4 RQT 5 CAP 1 101 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 5.3.1 Análise dos dados Os dados foram analisados com o software do programa PRIMER v5.2 (Clarke & Gorley, 2001). A diversidade específica foi calculada por meio da riqueza específica (S) e dos índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’) (Pearson & Rosenberg, 1978) e Pielou (J’) (Pearson & Rosenberg, 1978; Warwick & Clarke, 1993). O número total de moluscos por amostra (N) foi também usado para comparações entre os 3 locais. As associações entre as amostras foram visualizadas utilizando técnicas de agrupamento por meio de UPGMA (Clarke & Warwick, 1994). Antes desta análise, os dados foram transformados pela “raiz quarta” por forma a standardizá-los, evitando-se assim que os agrupamentos fossem determinados pelas espécies mais abundantes (Clarke, 1993). A partir destes valores transformados de abundância (ni 1/4 ) construíram-se matrizes triangulares de similaridade usando o índice de similaridade de Bray-Curtis (Field et al., 1982; Clarke, 1993). O teste ANOSIM (Warwick & Clarke, 1993) constante do citado software, foi usado para testar diferenças entre locais ou conjuntos de locais seleccionados “a priori”, tendo por base o conhecimento empírico das condições ambientais típicas de cada local (ex.: locais com e sem actividade hidrotermal, estações costeiras versus montes submarinos; substrato arenoso versus rochoso). Espécies com um ratio superior a 1.4 (valor resultante da aplicação da subrotina SIMPER – “Similarity percentages analysis”) foram consideradas como principais responsáveis pela dissimilaridade detectada entre locais/agrupamentos de locais (Warwick et al. 1990). Este teste examina a contribuição de cada espécie para a dissimilaridade média de Bray-Curtis, dentro de e entre grupos de amostras. A diversidade específica do banco DJC e das CAP foi comparada, utilizando-se amostras anteriormente recolhidas nos dois locais: DJC - Ávila (1997), expedições “ASIMOV” (1998, 1999, 2000), Santos et al. (1996), Ávila et al. (2004); CAP – Ávila (2000c, 2003). Foi construído um gráfico bidimensional, tendo-se somado cumulativamente o número de espécies (usando-se para tal a análise de Espécies/Área do PRIMER v5.2) (Clarke & Gorley, 2001) de todas as amostras recolhidas em cada local, independentemente da técnica utilizada, e no outro eixo foi projectado o número de amostras (Williamson, 1990; Morri et al., 1999). Uma linha de tendência foi também adicionada ao gráfico. 102 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS 5.3.2 Tipo de desenvolvimento embrionário O tipo de desenvolvimento embrionário dos Cenogastrópodes foi determinado por inspecção da protoconcha a partir de fotografias de microscopia electrónica de varrimento. Consideraram-se dois tipos de desenvolvimento embrionário: não-planctotrófico (quer lecitotrófico, quer com desenvolvimento directo) e planctotrófico (com uma fase do ciclo de vida em que a larva se alimenta na coluna de água) (cf. Capítulo 2.3.4) (Jablonski & Lutz, 1980). 5.4 Resultados Foram contados e identificados 2.360 moluscos marinhos (337 no banco DJC, 219 na RQT e 1.804 nas CAP) (Tabela 15). Não foram encontrados novos registos para os Açores (Ávila & Azevedo, 1997; Ávila et al. 1998, 2000a, 2000b; Ávila 2000a, 2000b). No banco DJC foram identificados 42 taxa de moluscos: 32 gastrópodes, 9 bivalves e 1 cefalópode (Ávila, 1997; Ávila et al., 2004). Em média, o número de espécies e o número total de indivíduos por amostra é menor no banco DJC e em outros locais com actividade hidrotermal (RQT), comparativamente a locais sem actividade hidrotermal (CAP, por exemplo). O valor de diversidade de ShannonWiener mais elevado foi registado na RQT (H’=1,67), tendo-se registado valores de diversidade semelhantes nos restantes locais, DJC e CAP (Tabela 16). Na Tabela 17 apresenta-se o valor máximo da densidade das espécies mais abundantes, verificando-se uma clara dominância dos bivalves no banco DJC. Gregariella semigranata (Reeve, 1858) (=Trichomusculus semigranatus (Reeve, 1858)) um pequeno bivalve com uma distribuição geográfica desde Inglaterra até ao Mediterrâneo e Marrocos, e presente também na Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde) é o molusco mais abundante no banco DJC, com uma densidade média (± erro padrão) de 740±260 m-2 e com uma densidade máxima de 1.296 m-2. Juntamente com Crassadoma pusio (Poli, 1795) são as únicas espécies que ocorrem em simultâneo nas quatro amostras efectuadas no banco DJC. Anachis avaroides Nordsieck, 1975 e Columbella adansoni Menke, 1853 são também comuns em algumas amostras do banco DJC, mas as densidades destas espécies são superiores quer na RQT, quer nas CAP. Bittium latreillii (Payraudeau, 1826) foi encontrado no banco DJC, mas sempre em reduzidas densidades (192 m-2 foi o valor máximo registado, sendo o valor médio de 6±2 m-2) em claro contraste com os valores encontrados nas CAP, onde é a espécie mais abundante 103 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores (densidade máxima de 11.324 m-2, com um valor médio de 1.377±288 m-2) independentemente da profundidade a que foi recolhida a amostra, seguido em termos de abundância por Tricolia pullus azorica Dautzenberg, 1889, uma subespécie endémica e que foi encontrada em todas as amostras das CAP. Tabela 16 Índices de diversidade. S – número de espécies; N – número total de indivíduos por amostra; H’- índice de diversidade de Shannon-Wiener; J’ – índice de diversidade de equitatibilidade (evenness); (restantes abreviaturas como na Tabela 14). A negro e itálico, os valores médios de S, N, H’ e J’ correspondentes às amostras de DJC, RQT e CAP (RQT1 foi excluída destes cálculos). DJC 1 DJC 2 DJC 3 DJC 4 DJC RQT 1 RQT 2 RQT 3 RQT 4 RQT 5 RQT CAP 1 CAP 2 CAP 3 CAP 4 CAP 5 CAP 6 CAP 7 CAP 8 CAP 9 CAP 10 CAP 11 CAP 12 CAP S 10 8 12 7 9 1 11 9 8 7 9 25 18 20 6 5 20 18 20 19 26 11 7 16 N 105 69 137 26 84 12 62 52 63 30 52 305 143 115 37 26 296 126 141 193 316 95 11 150 H’ 1,69 0,81 1,46 1,30 1,32 0,00 1,94 1,67 1,63 1,38 1,67 1,39 1,34 1,82 0,78 0,85 1,74 1,65 1,78 1,65 1,66 0,55 1,21 1,37 J’=H’/lnS 0,73 0,39 0,59 0,67 0,60 0,81 0,76 0,78 0,71 0,77 0,43 0,47 0,61 0,43 0,53 0,58 0,57 0,59 0,56 0,51 0,23 0,62 0,51 2 Tabela 17 Densidades máximas dos molucos colectados no banco DJC, RQT e CAP (ind/m ). Outras abreviaturas como na Tabela 14. Gregariella semigranata Crassadoma pusio Anachis avaroides Columbella adansoni Nassarius incrassatus Bittium latreillii Tricolia pullus azorica Parvicardium vroomi Rissoa guernei Alvania angioyi DJC 1.296 240 304 224 0 192 0 0 0 32 RQT 16 0 128 48 256 272 288 240 304 0 CAP 92 200 144 4 76 11.324 1.032 984 184 256 104 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS Nassarius incrassatus (Ström, 1768) é a espécie mais abundante na RQT, ao passo que Bittium latreillii, Parvicardium vroomi Van Aartsen, Moolenbeek and Gittenberger, 1984, Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 e ainda Tricolia pullus azorica apresentam densidades baixas na maioria das amostras deste local (cf. Tabela 17). A análise multidimensional efectuada, mostra uma nítida separação entre as estações litorais (RQT e CAP) e as estações “offshore”, isto é, o banco DJC. Para além disso, todas as estações da RQT (à excepção de RQT1) formam um sub-grupo separado das restantes estações das CAP (Figura 27). Figura 27 Dendrograma com as amostras do banco DJC, CAP e RQT (abreviaturas como na Tabela 16) (índice de similaridade de Bray-Curtis, UPGMA). De acordo com o conhecimento empírico dos 3 locais em análise, estes foram classificados em grupos pré-definidos de replicados (Tabela 18) que foram comparados por meio de simulações aleatórias (20.000 permutações) com a subrotina ANOSIM. O nível de significância do teste estatístico “R” foi baixo para as comparações entre locais com substrato rochoso/arenoso. Nas restantes comparações (estações litorais/”offshore” (monte submarino); 105 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores locais com actividade hidrotermal/sem actividade hidrotermal) as diferenças encontradas foram significativas (Tabela 19). Tabela 18 Grupos pré-definidos e suas abreviaturas (ver Tabela 14) usados nas análises com as subrotinas ANOSIM e SIMPER. Outras abreviaturas como na Tabela 14. Grupos pré-definidos litorais “offshore” com actividade hidrotermal sem actividade hidrotermal substrato rochoso substrato arenoso Locais RQT, CAP DJC DJC, RQT CAP DJC, CAP RQT Tabela 19 Resultados da análise com a subrotina ANOSIM. Locais agrupados de acordo com a Tabela 18. Comparação entre grupos litorais / “offshore” com actividade hidrotermal / sem actividade hidrotermal substrato rochoso / substrato arenoso R 0.672 0.526 0.349 Grau de significância (%) 0.1 0.1 1.7 Os resultados da análise SIMPER indicam que Gregariella semigranata (Gre) (=Trichomusculus semigranatus) e Crassadoma pusio (Cra) são responsáveis por mais de 50% da similaridade das amostras colectadas no banco DJC. A espécie típica da RQT é o Nassarius incrassatus (Nas) que é responsável por quase 40% da similaridade entre os replicados deste local. Já Bittium latreillii (Bit) e Tricolia pullus azorica (Tpa) caracterizam as amostras das CAP, explicando 45% da similaridade entre as amostras desse local. Assim, locais litorais e sem actividade hidrotermal são tipificados por Bittium latreillii e Tricolia pullus azorica, ao passo que locais “offshore” são caracterizados pela presença de Gregariella semigranata. Bittium latreillii está associado a substratos rochosos recobertos por algas, ao passo que Nassarius incrassatus é mais abundante em substratos arenosos (Tabela 20). A ausência de Tricolia pullus azorica (ou reduzida abundância) em locais “offshore” e a elevada densidade de Gregariella semigranata registada nestes locais, definem as principais diferenças entre as comunidades malacológicas presentes em locais litorais e em montes submarinos. A presença de Tricolia pullus azorica discrimina também entre locais com e sem actividade hidrotermal, sendo muito abundante em especial nas raspagens menos profundas efectuadas nas CAP. Esta espécie apresentou baixa densidade na RQT e não foi encontrada nas 106 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS recolhas quantitativas efectuadas no banco DJC (somente foi encontrado um opérculo nas amostras qualitativas) (Tabela 20). Apesar do pequeno número de recolhas efectuadas no banco DJC, é possível inferir por extrapolação que, para igual esforço de amostragem, o número de espécies que se espera encontrar é maior nas CAP do que no banco DJC (Figura 28). Tabela 20 Resultados do SIMPER. Ana - Anachis avaroides. Bit - Bittium latreillii. Cra – Crassadoma pusio. Nas – Nassarius incrassatus. Oci - Ocinebrina aciculata. Tpa - Tricolia pullus azorica. Gre – Gregariella semigranata. Outras abreviaturas como nas Tabela 14 e Tabela 18. Agrupamentos de locais Similaridade média Espécies DJC 44,55 Gre – Cra RQT 47,67 Nas CAP 51,19 Bit – Tpa CAP1-CAP6 55,92 Bit – Tpa – Oci – Ana CAP7-CAP12 48,54 Bit – Tpa Litorais 42,00 Bit – Tpa “Offshore” (montes submarinos) Com actividade hidrotermal 44,55 Gre – Cra 31,11 - Sem actividade hidrotermal 51,19 Bit – Tpa Substrato rochoso 40,36 Bit Substrato arenoso 47,67 Nas Dissimilaridade média 76,86 Espécies Gre – Tpa 71,72 Tpa 72,09 - Grupos Litorais/”Offshore” Com actividade hidrotermal/sem actividade hidrotermal Substrato rochoso/substrato arenoso Espécies % (Ratio de cada espécie) 33,22 – 19,23 (3,59 – 5,53) 39,58 (2,37) 27,14 – 17,84 (2,81 – 2,93) 23,91 – 14,64 – 10,93 – 10,10 (2,77 – 3,21 – 1,91 – 2,18) 28,20 – 19,93 (3,17 – 3,06) 23,77 – 19,79 (1,44 – 1,99) 33,22 – 19,23 (3,59 – 5,53) Nenhuma espécie com ratio > 1,40 % cumulativa 52,45 27,14 – 17,84 2,81 – 2,93 27,49 (1,82) 39,58 (2,37) 44,98 Espécies % (Ratio de cada espécie) 9,94 – 7,67 (1,64 – 2,91) 6,90 (1,47) % cumulativa 17,60 Nenhuma espécie com ratio > 1,40 - 39,58 44,98 59,58 48,14 43,56 52,45 - 27,49 39,58 6,90 Das 29 espécies de Cenogastrópodes dadas para o banco DJC (Ávila, 1997; Ávila et al., 2004, subm.), 8 são não-planctotróficas, 17 são planctotróficas e 4 possuem um tipo de desenvolvimento embrionário ainda não esclarecido (Tabela 21). 107 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 80 70 Nº de Espécies 60 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 Nº de Amostras Figura 28 Número cumulativo de espécies de moluscos em função do número de amostras colhidas nas Capelas (São Miguel) (S) e no Banco D. João de Castro („). Tabela 21 Número de espécies e respectivo tipo de desenvolvimento embrionário: np – não-planctotrófico; p – planctotrófico. # Cenog – número de Cenogastrópodes. # Total – número total de taxa de moluscos. Monte submarino Ormonde (banco Gorringe) (ORM), Atol das Rocas (ROC), Fernando de Noronha (NOR), ilha Trindade (TRI) e Martin Vaz (MAR). Outras abreviaturas como na Tabela 14. Dev DJC 1 RQT 2 CAP 3 SMG 4 AZO 5 ORM 6 ROC 7 NOR 7 TRI 7 MAR 7 np 8 5 21 35 37 11 50 57 39 15 p 17 5 21 41 42 14 25 48 38 11 desconhecido 4 0 7 39 45 0 3 5 0 0 # Cenog 29 10 49 115 124 25 78 110 77 26 # Total 42 10 71 223 347 36 1 – Ávila, 1997; Ávila et al. (2004). 2 - Ávila et al. (subm.). 3 – Ávila (2003). 4 – Ávila et al. (2000a). 5 – Ávila (2000a). 6 – Ávila & Malaquias (2003). 7– Leal (1991). 5.5 Discussão Um interessante padrão que emerge deste e de outros estudos (ver Costa & Ávila, 2001) é que, em média e para profundidades similares, o número de espécies e a densidade específica são menores em locais com actividade hidrotermal do que em sítios comparáveis não perturbados. Nas ilhas Kurile (Kraternaya Bight) Tarasov et al. (1985, 1986, 1990) e Tarasov & Zhirmunskaya (1989) concluíram que a actividade vulcânica (por libertação de gases, como no banco DJC) era responsável por alterar de forma significativa a estrutura e a composição específica das comunidades. Ávila et al. (subm.) também encontraram menos espécies nas 108 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS proximidades das fontes hidrotermais mas, em contraste com os resultados daqueles autores, encontraram menores densidades específicas. Nos Açores, em ambientes não perturbados, o molusco marinho litoral mais comum é o Bittium latreillii (Costa & Ávila, 2001; Ávila, 2003). Esta espécie não é comum nas fontes hidrotermais litorais estudadas, quer do banco DJC, quer na RQT. A subespécie endémica Tricolia pullus azorica é abundante na RQT e em locais sem fontes hidrotermais, como nas CAP, mas no banco DJC só foi encontrado um opérculo (Ávila et al., 2004). Nas Capelas (costa Norte de São Miguel) num local sem actividade hidrotermal representativo dos litorais rochosos recobertos por algas dos Açores, Bittium latreillii, T. pullus azorica e Ocinebrina aciculata (Lamarck, 1822) são as espécies mais abundantes, sendo responsáveis pelo explicar de mais de 50% das semelhanças detectadas nas amostras aí recolhidas entre os 0 e os 30 m de profundidade (Ávila, 2003; Ávila et al., subm.). Os gastrópodes da família Nassariidae são as formas dominantes em locais com fontes hidrotermais de superfície, como acontece na ilha de Milos (Mar Egeu) onde atingem densidades superiores a 200 ind/m2 (Southward et al., 1997) ou no porto de Matupi (Caldeira de Rabaul, ilha de New Britain, na Papua Nova Guiné) de onde são reportadas densidades de 13 ind/m2 (Tarasov et al., 1999). Nos Açores, Nassarius incrassatus é a espécie mais comum desta família, a qual ocorre com frequência em fundos arenosos e lodosos, sendo especialmente abundante no interior de portos. Esta espécie foi também encontrada na RQT em números elevados, com uma densidade máxima de 256 ind/m2 mas, embora tivesse também sido encontrada nas CAP e no banco DJC, o seu efectivo populacional nestes dois últimos lugares foi sempre reduzido. A elevada abundância desta espécie na RQT parece assim estar mais relacionada com o substrato arenoso aí existente (em contraponto com o substrato rochoso típico do banco DJC e das CAP) do que com a actividade hidrotermal (existente na RQT e banco DJC, mas inexistente nas CAP). A dominância dos bivalves no banco DJC (em especial Gregariella semigranata e Crassadoma pusio) pode estar relacionada com o seu sistema de alimentação por filtração nas brânquias, retirando assim vantagem da produção primária adicional que é proporcionada pelas bactérias quimiossintéticas que vivem nas proximidades das fontes hidrotermais. Esta relação entre os hábitos alimentares e a vizinhança de fontes hidrotermais foi também apontada por Bianchi & Morri (2000) para explicar a maior densidade e diversidade dos anelídeos poliquetas Serpuloidea, também filtradores, na ilha de Milos, quando comparada com a registada em ecossistemas sem fontes hidrotermais. 109 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tal como noutras localidades com actividade hidrotermal superficial (Tarasov et al., 1986, 1990, 1999; Kamenev et al., 1993, Dando et al., 1995), não foram encontrados quaisquer moluscos especializados (nestas fontes hidrotermais), nem no banco DJC, nem na RQT. A tolerância das espécies mais abundantes (Gregariella semigranata, Nassarius incrassatus, Crassadoma pusio, Anachis avaroides) aos compostos tóxicos que são libertados por estas fontes hidrotermais de superfície deveria ser testada, por forma a melhorarmos o nosso conhecimento sobre estes interessantes ecossistemas de pequena profundidade nos Açores. Comparado com outros montes submarinos, no banco DJC existem muito mais Cenogastrópodes com desenvolvimento planctotrófico (19 espécies ou 66%) do que espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (8 ou 28%). Embora haja ainda um elevado número de espécies de Cenogastrópodes nos Açores, cujo tipo de desenvolvimento embrionário é desconhecido (cf. Tabela 21) os resultados preliminares indicam que, em média, o número de espécies com desenvolvimento planctotrófico (44%) é ligeiramente superior ao de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (35%) (ver Figura 29). No pico Ormonde (topo leste do monte submarino Gorringe, localizado a sudoeste de Portugal) Ávila & Malaquias (2003) investigaram os Cenogastrópodes localizados na zona fótica (até os 50 m de profundidade) e, de um total de 25 taxa, 11 espécies (44%) possuíam um desenvolvimento do tipo nãoplanctotrófico, ao passo que 14 taxa (56%) eram planctotróficos (cf. Tabela 21 e a partir da pág. 113 deste Capítulo). 70,00 60,00 50,00 40,00 np p 30,00 ? 20,00 10,00 0,00 DJC RQT CAP SMG AZO ORM ROC NOR TRI MAR Figura 29 Número de espécies por tipo de desenvolvimento (em %) por local. Outras abreviaturas como na Tabela 21. 110 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS Leal (1991) efectuou um estudo similar no Atol das Rocas (ROC) e nas ilhas do arquipélago de Fernando de Noronha (NOR), localizados na costa nordeste do Brasil, bem como na ilha Trindade (TRI) e nas ilhas de Martin Vaz (MAR), localizadas na costa leste do Brasil. Os dados de Leal (1991) foram modificados para este estudo, tendo sido agrupadas as espécies litorais e sublitorais (até 30-40 m de profundidade) numa só categoria e sido utilizados somente os dois tipos de desenvolvimento embrionário até aqui usados: não-planctotrófico (lecitotrófico e desenvolvimento directo) e planctotrófico. Na ilha TRI, existe equilíbrio entre os dois tipos de desenvolvimento embrionário, ao passo que no atol das ROC, NOR e MAR, existem mais espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (Figura 29). Isto é particularmente evidente no atol das ROC, a ilha mais próxima da costa brasileira, localizada a somente 200 km de distância, com 64% de espécies não-planctotróficas e 32% de planctotróficas (Tabela 21). Relativamente aos valores encontrados nas ilhas dos Açores, a relação entre o número de Cenogastrópodes com desenvolvimento planctotrófico versus não-planctotrófico, também apresenta valores superiores no banco DJC. Tal deve-se provavelmente à juventude deste banco (menos de 300 anos desde a última erupção vulcânica), ao seu relativo isolamento de fontes colonizadoras e ainda à pequena área acima dos 50 m (somente cerca de 300x600 m) disponível para o assentamento das larvas e para o estabelecimento de uma população viável. Os poucos eventos ocasionais de colonização com sucesso que terão ocorrido neste local estão também relacionados com as explicações anteriores. Por outro lado, é natural que o estabelecimento de populações resultantes de alguns destes eventos não seja viável a médio/longo prazo, em virtude do pequeno efectivo populacional inicial conjugado com o reduzido fluxo genético oriundo de populações das outras ilhas, função do grau de isolamento do banco. Para espécies com desenvolvimento não-planctotrófico como os rissoídeos Alvania angioyi e Alvania sleursi, os troquídeos Calliostoma sp. e Jujubinus pseudogravinae, ou ainda Anachis avaroides e Omalogyra atomus, mas especialmente para aquelas com desenvolvimento directo, o maior problema será o de chegar a este monte submarino. Uma vez lá, se os seus pré-requisitos ecológicos forem satisfeitos, fêmeas grávidas podem dar origem a uma nova e bem sucedida população (Leal, 2000). É de esperar que a frequência com que espécies com desenvolvimento planctotrófico atinjam o banco DJC seja superior à de chegada de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico mas, em contraste com estas, aquelas terão maior dificuldade em estabelecer populações viáveis, uma vez que a maioria das larvas planctotróficas se perderão no mar. Como consequência, estas “pseudo-populações” (sensu 111 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Bouchet & Taviani, 1992) dependerão de uma chegada relativamente regular de larvas de outros locais, no caso do banco DJC, de outras ilhas do Arquipélago dos Açores, sendo as mais prováveis fontes as ilhas mais próximas (Terceira e São Miguel). A ausência no banco DJC de espécies comuns no intertidal das costas dos Açores (ex.: os rissoídeos Botryphallus ovummuscae, Cingula trifasciata e Alvania mediolittoralis, os litorinídeos Littorina striata e Melarhaphe neritoides, o pequeno Skeneopsis planorbis ou o Anabatrídeo Pisinna glabatra) deve-se à inexistência das condições abióticas e bióticas de que essas espécies necessitam, uma vez que a profundidade mínima do banco DJC é de 13 m. Isto tem uma importante consequência biológica: para além das espécies típicas da zona intertidal, as espécies típicas dos primeiros 10 m de água estarão, na sua grande maioria, ausentes do banco DJC. Ávila (2003) estabeleceu a zonação dos moluscos litorais mais abundantes nos Açores. Comparando os seus resultados com as listas de espécies do banco DJC (Ávila, 1997; Ávila et al., 2004) ressalta à evidência que muitas espécies comuns a pequenas profundidades nas costas litorais dos Açores não estão presentes no banco DJC (ex.: os rissoídeos Rissoa guernei e Manzonia unifasciata e o troquídeo Gibbula delgadensis). As condições abióticas inerentes a bancos oceânicos tais como as correntes muito fortes e a forte ondulação predominante, constituem um óbice que poderá eventualmente explicar também a fraca densidade ou mesmo ausência de espécies muito comuns no litoral das restantes ilhas dos Açores (ex.: Tricolia pullus azorica). Assim, as principais diferenças encontradas entre a composição da malacofauna do banco DJC e a de outros locais dos Açores podem, provavelmente, ser atribuídas a uma complexa interacção de factores bióticos e abióticos, tais como o tipo de desenvolvimento embrionário, os hábitos alimentares, o tipo de substrato, a idade geológica do local, o grau de isolamento e as propriedades físico-químicas típicas de locais com actividade hidrotermal. Estes factores são também os responsáveis por explicar o menor número de espécies encontrado no banco DJC, bem como a dificuldade em o colonizar com sucesso. Por outro lado e, não obstante em sítios com actividade hidrotermal reduzida, aparentemente se note um pequeno aumento na diversidade, o factor hidrotermalismo não parece ser o mais importante para caracterizar a peculiar comunidade existente neste monte submarino com actividade hidrotermal. 112 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS 5.6 Banco Gorringe (Pico Ormonde) O sistema de correntes oceânicas de superfície existente na área abrangida pelos arquipélagos da Macaronésia é seguramente um dos factores principais para a ocorrência de espécies com afinidades geográficas tão distintas nestas ilhas. Aliada à existência das ilhas Macaronésicas, ao padrão geral de circulação oceânica e à capacidade das larvas de gastrópodes marinhos poderem percorrer grandes distâncias e permanecerem longos períodos de tempo no mar, como é evidenciado por Scheltema (1971a; 1979), existe uma série de montes submarinos a baixas profundidades que, actuando como “pontes”, poderão desempenhar um papel crucial na dispersão e colonização de novas áreas e, inclusivamente, em processos de especiação (Gofas, 1992, 1996, 2000, 2002; Gofas & Beu, 2002). Como exemplo, temos um grupo destes montes, situados a uma longitude similar à do arquipélago dos Açores e a uma latitude que os coloca entre Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e das Canárias. Entre eles, destacam-se o Gran Meteor e o Irving, localizados na batimétrica dos 200 metros, e o Hyeres, separado da superfície oceânica por apenas 21 metros. Entre a Madeira e Portugal continental, existem vários montes submarinos conhecidos no seu conjunto por Lusitânicos, dos quais se destacam o Seine, o Ampère, o Gorringe (com o pico Ormonde), o Josephine e o Gettysburg (Figura 30). Figura 30 Localização e profundidade dos principais bancos submarinos entre a Madeira e Portugal continental. O pico Ormonde é o topo da parte leste do monte submarino Gorringe, uma falha transformante de idade Triássica-Liássica (LaGabrielle & Auzende, 1982) e localiza-se na 113 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores fronteira entre as placas Europeia e Africana, entre a planície abissal do Tejo a Norte e o “Horseshoe” a Sul, cerca de 190 km a sudoeste de Portugal (36°10'N a 37°00'N, 10°50'W a 11°50'W) (Auzende et al., 1979). Com cerca de 200 km de comprimento por 80 km de largura, este banco emerge das profundezas do oceano, desde os 3000-3500 m até os cerca de 40 m de profundidade (Pastouret et al., 1980; LaGabrielle & Auzende, 1982) (Figura 31). Entre os 40 e os 60 m de profundidade, o Ormonde caracteriza-se pela existência de comunidades biológicas muito ricas, com elevado número de espécies de gorgónias e laminárias de grandes dimensões (Pedro Neves & Rui Santos, com. pess.). Figura 31 Topografia submarina detalhada do pico Ormonde (banco Gorringe) (adaptado de LaGabrielle & Auzende, 1982). Em 1987, os montes submarinos Lusitânicos foram explorados pela expedição “SEAMOUNT 1”, liderada por Philippe Bouchet, tendo os resultados preliminares dos Rissoidae sido publicados por Gofas (1992). Em 1993, os mesmos montes submarinos foram 114 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS amostrados aquando da expedição “SEAMOUNT 2”, tendo daqui resultado a revisão dos Pyramidellidae (Peñas & Rolán, 1999). No entanto, a verdadeira dimensão da importância dos bancos submarinos na dispersão das espécies e colonização de novas áreas no Atlântico Nordeste é ainda mal conhecida. Se o nível de conhecimento da malacofauna nas ilhas da Macaronésia pode ser considerado satisfatório (Mac Andrew, 1852; Nobre, 1889, 1937; Watson, 1897; Burnay & Monteiro, 1977; García-Talavera & Bacallado, 1978; Nordsieck & Talavera, 1979; Cosel, 1982a, 1982b, 1982c; Guerreiro, 1994; Houart & Abreu, 1994; Silveira, 1995; Malaquias, 1996, 2000; Malaquias & Calado, 1997; Ortea et al., 1998; Wirtz, 1998b; para os Açores, ver revisão bibliográfica em Ávila, 1997, 2000a, 2000b, 2000c e em Ávila et al., 1998, 2000a, 2000b), já no que diz respeito aos bancos submarinos do Atlântico Nordeste quase nada se sabe (Auzende et al., 1979). Neste contexto, o estudo da fauna dos bancos submarinos do Atlântico Norte será seguramente um passo muito importante para a clarificação e entendimento dos mecanismos ligados à dispersão e trânsito das espécies entre ambas as margens do Atlântico e entre as altas e as baixas latitudes (Scheltema, 1995). Estes bancos submarinos proporcionam ainda oportunidades raras para a compreensão de teorias biogeográficas e dos mecanismos de dispersão larvar (Shuto, 1974), bem como dos processos de especiação. De acordo com Cracaft (1994) a colonização dos montes submarinos depende de dois factores principais, expansão geográfica e dispersão de larvas a longa distância, os quais operam a diferentes escalas temporais, geológica e ecológica, respectivamente. Com este trabalho, pretende-se aumentar o conhecimento da malacofauna litoral do pico Ormonde (monte submarino Gorringe) e estabelecer as relações biogeográficas dos moluscos aí encontrados. 5.7 Materiais e Métodos O material examinado neste estudo foi recolhido durante a expedição “Atlântico Selvagem – Ormonde 1999”, a bordo do veleiro “Mauritius”. Todas as amostras foram recolhidas por meio de mergulho com escafandro autónomo, entre os 40 e os 60 m de profundidade. Foram efectuadas raspagens do substrato rochoso recoberto por algas, tendo sido também utilizadas sugadoras. No total, colheram-se 8 amostras, numa área distando cerca de 100 m, à volta das coordenadas 36º42´N, 11º09´W (ver Tabela 22). 115 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 22 Número (colecção DBUA – Departamento de Biologia da Universidade dos Açores), data, profundidade (m) e tipo de substrato das amostras colhidas no pico Ormonde (banco submarino Gorringe). Amostra DBUA 827 DBUA 828 DBUA 829 DBUA 830 DBUA 831 DBUA 832 DBUA 833 DBUA 834 Data Profundidade (m) Substrato 03-Aug-1999 46 rochoso 03-Aug-1999 46 rochoso 03-Aug-1999 45 rochoso 03-Aug-1999 44 rochoso 04-Aug-1999 40 rochoso 04-Aug-1999 45 rochoso 05-Aug-1999 57 arenoso 05-Aug-1999 57 gravilha Todas as amostras foram preservadas a bordo em álcool a 70%, tendo a triagem sido efectuada no laboratório de ecologia da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (Universidade do Algarve) e o restante trabalho no Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. As amostras estão depositadas na colecção do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores (DBUA). 5.7.1 Tipo de desenvolvimento embrionário O tipo de desenvolvimento embrionário dos Cenogastrópodes foi determinado por inspecção da protoconcha a partir de fotografias de microscopia electrónica de varrimento. Consideraram-se dois tipos de desenvolvimento embrionário: não-planctotrófico (quer lecitotrófico, quer com desenvolvimento directo) e planctotrófico (com uma fase do ciclo de vida em que a larva se alimenta na coluna de água) (cf. Capítulo 2.3.4) (Jablonski & Lutz, 1980). 5.7.2 Análise dos dados Foi construída uma tabela com a distribuição geográfica dos moluscos do Ormonde (Tabela 23) a partir da qual foram estabelecidas as relações biogeográficas dos moluscos litorais encontrados neste monte submarino (Tabela 24). Os locais seleccionados foram: Escandinávia, ilhas Britânicas, Golfo da Biscaia até à Galiza, Portugal, Mediterrâneo Ocidental, Marrocos e Mauritânia, Açores, Madeira, Porto Santo e Desertas, Canárias, Cabo Verde e Caraíbas (para as referências bibliográficas referentes a estes dados, consultar Ávila, 2000a). Foi utilizado um simples índice de percentagem para estabelecer as relações 116 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS biogeográficas, o qual foi calculado como sendo o quociente entre o número de espécies de um dado local que também existem no Ormonde e as 31 espécies bênticas confirmadas para o Ormonde. Não foram utilizados outros índices (ex: Jaccard) pois não existem listas de espécies actualizadas de alguns locais (Madeira ou Cabo Verde, por exemplo). 117 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 23 Lista de espécies e distribuição geográfica das espécies colectadas no monte submarino Ormonde (banco Gorringe). Dev. – tipo de desenvolvimento embrionário (p – planctotrófico; np – não-planctotrófico). DBUA – colecção de referência do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. 1 - presença; 0 – ausência; ? – registo duvidoso. ORM – Ormonde; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; BIS – Golfo da Biscaia até à Galiza; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo Ocidental; MOR – Marrocos e Mauritânia; AZO – Açores; MAD – Madeira, Porto Santo e Desertas; CAN - Canárias; CAP – Cabo Verde; CAR – Caraíbas. Taxa /Espécies Tectura virginea (O.F. Müller, 1776) Diodora graeca (Linné, 1758) Emarginula tenera Locard, 1892 Haliotis tuberculata coccinea Reeve, 1846 Calliostoma cf. conulus (Linné, 1758) Calliostoma sp. Família Lottiidae Fissurellidae Fissurellidae Haliotidae Trochidae Trochidae Jujubinus exasperatus (Pennant, 1777) Bolma rugosa (Linné, 1767) Bittium latreillii (Payraudeau, 1826) Similiphora similior (Bouchet & Guillemot, 1978) Cerithiopsis sp. Epitonium pulchellum (Bivona, 1832) Alvania cancellata (da Costa, 1778) Alvania zylensis Gofas & Warén, 1982 Manzonia crispa (Watson, 1873) Capulus ungaricus (Linné, 1758) Lamellaria latens (O F Müller, 1776) Trivia pulex (Solander in Gray J.E., 1828) Coralliophila brevis (Blainville, 1832) Coralliophila meyendorffi (Calcara, 1845) Chauvetia mamillata (Risso, 1826) Gibberula sp. Crassopleura maravignae Bivona Ant. in Bivona And., 1838 Raphitoma sp. Philippia hybrida (Linné, 1758) Odostomella doliolum (Philippi, 1844) Trochidae Turbinidae Cerithiidae Triphoridae Cerithiopsidae Epitoniidae Rissoidae Rissoidae Rissoidae Capulidae Lamellariidae Triviidae Coralliophilidae Coralliophilidae Buccinidae Cystiscidae Drilliidae DBUA 833 ,834 833 ,834 833 834 830 827, 829, 831, 832, 834 830, 833, 834 833, 834 830, 833, 834 827 833 833 833 833 833 833 833 833, 834 829 827 828, 830, 833 833 833 Conidae Architectonicidae Pyramidellidae 833 834 833 Dev p np np np np np ORM SCA BRI BIS POR MED MOR AZO MAD CAN CAP CAR 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 - np np p p p p p np np p p p p p np np p 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 ? 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 ? 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 p p - 1 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 118 ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS Taxa /Espécies (cont.) Cavolinia inflexa (Lesueur, 1813) Hypselodoris picta (Schultz in Philippi, 1836) Arca tetragona Poli, 1795 Striarca lactea (Linné, 1758) Trichomusculus semigranatus (Reeve, 1858) Lima lima (Linné, 1758) Chama gryphoides Linné, 1758 Plagiocardium papillosum (Poli, 1795) Gouldia minima (Montagu, 1803) Hiatella rugosa (Linné, 1767) Número total de taxa * - um indivíduo avistado, mas não colectado. Família Cavolinidae Chromodorididae Arcidae Noetiidae Mytilidae Limidae Chamidae Cardiidae Veneridae Hiatellidae DBUA 833 * 831, 833 833, 834 833 827, 833, 834 834 833, 834 833, 834 833 Dev - ORM SCA BRI BIS POR MED MOR AZO MAD CAN CAP CAR 1 ? 1 1 1 1 1 ? 1 ? ? ? 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 ? 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 ? 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 36 7 13 19 26 30 9 18 25 25 10 2 119 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS 5.8 Resultados Foram encontrados 36 taxa (28 Gastropoda e 8 Bivalvia) nas amostras colhidas no monte submarino Ormonde (banco Gorringe). As famílias Rissoidae e Trochidae, ambas representadas por 3 espécies, foram as mais numerosas (cf. Estampa XVI). Não foram encontradas espécies endémicas do Ormonde. No que diz respeito ao tipo de desenvolvimento embrionário, 11 Cenogastrópodes são não-planctotróficos, ao passo que 14 são planctotróficos (cf. Tabela 23). A maioria das espécies que ocorrem no Ormonde, ocorrem também no Mediterrâneo, bem como nas Canárias, ao longo da costa de Portugal e ainda na Madeira. Após remoção de Cavolinia inflexa (uma espécie pelágica) e dos 4 taxa não identificados, 29 das 31 espécies do Ormonde ocorrem no Mediterrâneo (93,5%), 25 estão presentes nas Canárias e em Portugal (80,6%), seguidos da Madeira (24 espécies ou 77,4%), Biscaia e Galiza com 18 espécies (58,1%) e os Açores (17 espécies, 54,8%) (Tabela 24). Tabela 24 Relações biogeográficas dos moluscos marinhos litorais do Ormonde (Cavolinia inflexa e os taxa não identificados do Ormonde foram excluídos desta análise). Outras abreviaturas como na Tabela 23. ORM SCA BRI BIS POR MED MOR AZO MAD CAN CAP CAR ORM 31 7 12 18 25 29 8 17 24 25 10 2 % 100.0 22.6 38.7 58.1 80.6 93.5 25.8 54.8 77.4 80.6 32.3 6.4 5.9 Discussão O amplo espectro faunístico em termos de relações biogeográficas que ocorre nos arquipélagos e montes submarinos do Atlântico nordeste é o resultado da interferência entre a posição geográfica destes e uma série de factores, tais como as correntes de superfície e de profundidade predominantes, a distância à fonte colonizadora mais próxima, a área disponível para assentamento das larvas/adultos, a temperatura média e a amplitude térmica anual das 121 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores águas do mar, ecologia larvar, factores bióticos (competição interespecífica, a história dos sucessivos colonizadores) e também factores de origem antrópica (Scheltema, 1971a, 1979; Franz, 1975; Edmunds, 1977; García-Talavera, 1983; Gofas, 1992). A idade geológica é também um factor que não pode ser negligenciado. O monte submarino Ormonde está localizado numa zona de convergência de águas da Corrente do Golfo, águas provenientes do Norte da Europa (Corrente da Madeira) e também do Mediterrâneo, por intermédio das correntes de profundidade que saem deste mar para o Atlântico. No entanto, é pouco provável que a corrente de profundidade do Mediterrâneo contribua para a colonização dos montes submarinos Lusitânicos, pelo menos no que a alguns elementos da malacofauna litoral diz respeito, pois à longitude do banco Gorringe, as águas do Mediterrâneo localizam-se a cerca de 1.000 m de profundidade e não devem afectar a zona fótica (Ávila & Malaquias, 2003). Ainda assim, para os moluscos com estado larvar planctotrófico, a elevada proporção de espécies do Ormonde que ocorrem também no Mediterrâneo (93% se os taxa não identificados não forem contabilizados; cf. Tabela 24) pode dever-se à interacção entre as correntes submarinas e a topografia do local (Ávila & Malaquias, 2003). As larvas destes moluscos transportadas na corrente de profundidade que sai do Mediterrâneo para o Atlântico, podem atingir o pico Ormonde através de “meddies” (“eddies” ou remoinhos gigantes com proveniência Mediterrânica) que usualmente se formam a sudoeste do Cabo de São Vicente (Portugal) (Bower, 1994). A desintegração destas estruturas de larga escala na vizinhança destes bancos submarinos já foi documentada (Bower, 1994). Nestes casos, sendo o Ormonde um pico submarino de baixa profundidade, há a possibilidade de se formar uma coluna de Taylor, com a sua água enriquecida em nutrientes localizada sobre a zona eufótica (Dower et al., 1992). Esta coluna pode reter larvas sobre o cimo dos picos e montes submarinos, promovendo assim condições favoráveis para o assentamento das larvas (Nellen, 1974). Estas colunas de Taylor podem também ser responsáveis pelo isolamento de populações, em especial de espécies com larvas planctónicas de curta duração, mantendo as larvas autóctones na vizinhança do pico/monte submarino e assim aumentando a percentagem de sucesso de auto-recrutamento (Shomura & Barkley, 1980). O menor número de espécies do Ormonde partilhadas com Portugal do que com o Mediterrâneo poderá ser um artefacto, pois, não obstante a recente inventariação de Macedo et al. (1999) a fauna Portuguesa continua a ser uma das menos conhecidas da Europa. Segundo Ávila & Malaquias (2003) a conjugação das correntes de superfície com o tipo de desenvolvimento larvar pode ser o factor-chave para explicar a dispersão dos moluscos nos bancos Lusitânicos. Os resultados de Gofas (1992) sobre os Rissoidae colhidos por meio de 122 ___________________________________________________________________________________________MONTES SUBMARINOS dragagens efectuadas nos bancos Lusitânicos a profundidades inferiores a 500 m, dão conta de 25 taxa de Rissoidae, dos quais somente 4 espécies, Alvania cancellata (da Costa, 1778), Alvania cimicoides (Forbes, 1844), Alvania punctura (Montagu, 1803) e Rissoa violacea Desmarest, 1814, possuem desenvolvimento larvar planctotrófico. Este desequilíbrio entre as espécies planctotróficas e as não-planctotróficas pode ser explicado pela aparente facilidade com que os Rissoídeos perdem a sua fase planctotrófica, assim se especiando. Com efeito, num pico ou num banco submarino há uma vantagem evidente em adoptar este tipo de estratégia (larva não-planctotrófica) uma vez que uma fase larvar planctotrófica significa quase certamente uma sentença de morte para a maioria das larvas que, à deriva, se afastariam da pequena área do pico/banco submarino (Gofas, 1992). Outro resultado interessante diz respeito ao aparecimento das espécies de Rissoídeos com desenvolvimento não-planctotrófico em somente um, no máximo 2 montes submarinos. Para além disso, a maior densidade verifica-se nas espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (Gofas, 1992). Outro exemplo que apoia o ponto de vista de Ávila & Malaquias (2003) é fornecido pelo género Manzonia. Na Europa e arquipélagos da Macaronésia, existem 17 espécies deste género, mas somente uma espécie, M. crassa (Kanmacher, 1798) possui desenvolvimento planctotrófico, todas as outras possuindo desenvolvimento não-planctotrófico, provavelmente como resultado de uma ou de, com maior probabilidade, várias radiações nos arquipélagos Macaronésicos e/ou nos montes submarinos Lusitânicos (Marco Oliverio, in litt., 2001). Um dos resultados interessantes do trabalho de Ávila & Malaquias (2003) consistiu precisamente na descoberta de exemplares de Manzonia crispa no Ormonde, alargando assim a distribuição geográfica desta espécie, antes dada como endémica da Madeira (Moolenbeek & Faber, 1987c). Esta espécie foi recentemente encontrada nas Selvagens (Hoenselaar & Goud, in litt., 2002). Em lugares tão isolados como os montes submarinos Lusitânicos, manter populações residentes viáveis deve ser um problema importante para a maioria das espécies. No pico Ormonde, existe equilíbrio no número de espécies com desenvolvimento planctotrófico e nãoplanctotrófico, uma situação que ocorre também com as espécies de Polychaeta de 4 bancos submarinos do Atlântico (Atlantis, Hyeres, Josephine e Meteor) (Gillet & Dauvin, 2000). Aparentemente, nenhum tipo de desenvolvimento larvar é favorecido no que diz respeito à colonização destes montes submarinos. Isto indica que a colonização destes lugares terá acontecido há muito tempo, por forma a permitir a ocorrência de fenómenos de especiação in situ ou que haja passado tempo suficiente para a chegada de vários taxa. No que diz respeito às espécies com desenvolvimento planctotrófico, é de esperar um influxo regular de larvas destas 123 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores espécies (Ávila & Malaquias, 2003). Estas “populações dependentes” (sensu Boehlert et al., 1994) normalmente apresentam flutuações na sua densidade populacional medida ao longo do tempo e dependem estritamente da chegada de larvas alóctones com longa duração e grande capacidade de dispersão (Rogers, 1994). As espécies com pouca capacidade de dispersão são geralmente espécies com um tipo de desenvolvimento não-planctotrófico e estão restritas a um ou dois montes submarinos (ver Gofas, 1992). Por vezes, estas espécies conseguem atingir outra ilha/banco, por mero acaso, de forma similar ao que sucede com as espécies com desenvolvimento planctotrófico. No entanto, há uma diferença fundamental: nas espécies com desenvolvimento planctotrófico, as larvas são os agentes colonizadores, ao passo que nas com desenvolvimento não-planctotrófico, os adultos, por meio de deriva ao sabor das correntes oceânicas, são os mais prováveis agentes de colonização. A quantificação deste fluxo genético entre continente/montes submarinos/ilhas é uma tarefa que urge ser feita. O trabalho de Ávila & Malaquias (2003) aponta precisamente no sentido de apoiar as hipóteses de que estes bancos submarinos funcionarão como importantes pontos de passagem (“stepping-stones”) para a colonização das ilhas Macaronésicas, em particular do arquipélago da Madeira. Este processo de dispersão – “stepping-stones” – pode ser denominado por alpondra (Cardigos, 2002). 124 ________________________________________________________________________________________________ILHAS OCEÂNICAS 6 PROCESSOS E PADRÕES DE DISPERSÃO E COLONIZAÇÃO EM ILHAS OCEÂNICAS 6.1 Introdução As ilhas oceânicas localizam-se geralmente na fronteira de placas tectónicas ou em locais de “hot-spots”, formando-se por acreção de magma proveniente do manto. Estas ilhas nunca estiveram em contacto com uma massa continental, possuindo características geotectónicas próprias que as diferenciam dos continentes (Nunn, 1994). Devido à sua localização (por vezes muito afastadas de uma fonte colonizadora – um continente ou outra ilha) como é o caso dos Açores, das ilhas Ascensão e Tristão da Cunha no Oceano Atlântico, das ilhas Kerguelen no Oceano Índico ou da ilha de Páscoa no Oceano Pacífico, a fauna insular é usualmente depauperada, por vezes mesmo desarmónica (Williamson, 1981; Berry, 1992), mas pode ser rica em endemismos (Cronk, 1997). Um dos mais interessantes problemas biogeográficos é o de perceber como é que estas espécies chegaram a ilhas tão isoladas, como as colonizaram e, pelo menos algumas, originaram novas espécies. A subsequente dispersão destes neo-endemismos (Cronk, 1992) é outro problema que coloca uma série de questões ainda não resolvidas. Como já foi visto no Capítulo 4, a dispersão de invertebrados marinhos bentónicos pode ser efectuada por várias formas, desde uma larva pelágica com duração variável (Strathman, 1974) até ao transporte efectuado por aves, conhecido por foresia, agarrados às penas das aves – um acontecimento mais plausível em moluscos intertidais e provavelmente o caso de Assiminea sp. encontrada na Pedreira do Cabo, na ilha Terceira (Ávila, 2000a) – por jangadas de massas de ovos, juvenis ou adultos de pequeno tamanho, agarrados a algas (Vallentin, 1895; Arnaud, et al. 1976; Highsmith, 1985), a carapaças de tartarugas marinhas (Frazier et al., 1985), pedra-pomes (Jokiel, 1984), pedaços de madeira, e outro material flutuante (Jokiel, 1990b). Os gastrópodes marinhos possuem desenvolvimento embrionário que, como já foi anteriormente referido (cf. Capítulo 2.3.4), se pode classificar como planctotrófico (p) ou nãoplanctotrófico (np). Regra geral, espécies com desenvolvimento embrionário do tipo nãoplanctotrófico possuem reduzida capacidade de dispersão e, em consequência, geralmente tem uma distribuição geográfica restrita, ao passo que espécies com desenvolvimento 125 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores planctotrófico normalmente possuem uma distribuição geográfica mais lata (Mileikovsky, 1971; Scheltema, 1989). No entanto, algumas espécies sem larva planctotrófica possuem também uma grande distribuição geográfica (ex: o bivalve incubador Lasaea adansoni (O’Foighil, 1989) ou ainda o gastrópode incubador Littorina saxatilis (Johannesson, 1988; Reid, 1996; Carlton & Cohen, 1998)). Existem trabalhos publicados que demonstram que espécies com larvas teleplânicas, isto é, com larvas planctotróficas com uma prolongada fase larvar na coluna de água, atingem com alguma frequência ilhas bastante isoladas (Scheltema, 1971b; Scheltema & Williams, 1983; Scheltema et al., 1996). A frequência pode ser de tal forma elevada que não permite especiação, devido a repetidos episódios de troca genética entre as populações-mãe e as insulares. Estas espécies são mesmo capazes de manter populações nos dois lados do Oceano Atlântico, sem que ocorra especiação alopátrica (Scheltema, 1971a; García-Talavera, 1981; Scheltema, 1989; Fernandes & Rolán, 1994). Mas não são estas as espécies que aqui nos interessam. Assim, a questão que deve ser colocada é: como explicar a existência em ilhas isoladas de espécies bentónicas litorais com desenvolvimento não-planctotrófico? Uma possível explicação seria postular um ancestral planctotrófico que se teria especiado após a chegada à ilha e sua colonização com sucesso. Este teria mais tarde adoptado um desenvolvimento nãoplanctotrófico. Mas, como explicar a existência simultânea de uma determinada espécie bentónica litoral com desenvolvimento não-planctotrófico em dois arquipélagos contíguos (ex.: Açores/Madeira, Selvagens/Canárias)? A explicação mais plausível é a de aceitar que esta espécie evoluiu in situ num dos arquipélagos (para já não interessa em qual), tendo depois sofrido uma expansão geográfica e atingido e colonizado com sucesso o outro arquipélago. Sabe-se que alguns gastrópodes com desenvolvimento não-planctotrófico são capazes de dispersão passiva por “rafting” (Highsmith, 1985; Johannesson, 1988; Parker & Tunnicliffe, 1994). Como foi já demonstrado no Capítulo 2.3.4, um elevado número de espécies de Rissoídeos possui este tipo de desenvolvimento embrionário. As espécies desta família possuem uma glândula pedálica posterior que secreta um muco, no qual os indivíduos se suspendem (Ponder & Keyzer, 1998), assim lhes assegurando um meio plausível de dispersão, ainda que somente efectivo para distâncias muito pequenas. Uma vez que a grande maioria dos micromoluscos litorais desta família vive associada a algas, o mais provável será que ovos ou mesmo indivíduos adultos possam por vezes ir à deriva em pedaços de algas arrancados por acção das ondas, assim percorrendo grandes distâncias e, eventualmente, atingindo outra ilha/arquipélago. 126 ________________________________________________________________________________________________ILHAS OCEÂNICAS Em ilhas oceânicas, as espécies bênticas litorais desta família estão geralmente a grandes distâncias de outras ilhas ou continentes, normalmente separadas por águas profundas que constituem uma barreira eficaz à migração dos adultos. Isto não se passa nos continentes, onde a continuidade física das margens continentais proporciona um meio de dispersão eficaz para a dispersão por migração dos adultos, geração após geração, ao longo dessa margem, de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (Scheltema, 1989). Uma vez que a dispersão é um fenómeno fortuito, cujo sucesso depende em larga medida do acaso, quanto mais abundante for a espécie, maiores serão as suas hipóteses de se dispersar por “rafting”. Por outro lado, é facto assente também que espécies associadas a substratos rochosos recobertos por algas possuem geralmente uma maior probabilidade de se dispersarem por esta forma, em contraposição a espécies bênticas da infauna (em particular, em substratos arenosos ou lodosos) (Scheltema, 1986b). Assim, se admitirmos a dispersão por “rafting” como um meio importante para a dispersão de espécies insulares epibênticas com desenvolvimento não-planctotrófico do intertidal e sublitoral, então podemos levantar as seguintes hipóteses de trabalho: 1) é maior a probabilidade de “rafting” de espécies de pequenas dimensões (até cerca de 5 mm); 2) espécies insulares vivendo no intertidal ou em águas pouco profundas possuem maiores probabilidades de serem dispersas por “rafting” do que espécies geralmente vivendo a maiores profundidades; 3) como consequência, deverá existir uma relação directa entre a batimetria a que uma espécie usualmente vive e a sua distribuição geográfica ou seja, espécies típicas da zona entre-marés deverão possuir uma distribuição geográfica superior a espécies típicas dos primeiros metros do sublitoral, e estas deverão possuir uma distribuição geográfica maior do que espécies usualmente vivendo a profundidades maiores; 4) por último, caso se comparem espécies da mesma família habitando em arquipélagos contíguos mas ainda assim suficientemente afastados, por forma a nunca terem estado em contacto físico – ausência de vicariância - podemos postular que se duas espécies dessa família ocorrerem em simultâneo nos dois arquipélagos e uma delas for típica do intertidal e outra de profundidades entre os 20-30 m (por exemplo), então, admitindo como válidos os pressupostos 1), 2) e 3), é muito provável que a espécie de maior profundidade se tenha especiado há mais tempo que aquela típica do intertidal. 127 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 6.2 Materiais e Métodos Por forma a testar as três primeiras hipóteses, foi estabelecida a zonação dos moluscos bentónicos associados a algas nos Açores (Ávila, 2003; Ávila et al., 2005), tendo também sido estabelecida a sua distribuição geográfica. As espécies foram separadas de acordo com a sua batimetria mais usual: espécies típicas do intertidal, de águas pouco profundas (até aos 5-10 m de profundidade) e espécies de maior profundidade (tipicamente ocorrendo a profundidades superiores a 10 m). Na Tabela 25 estão estas espécies, bem como o respectivo tipo de desenvolvimento, dimensões corporais e distribuição geográfica. Um dos principais problemas com que fomos confrontados, foi a falta de trabalhos similares de zonação dos moluscos nos restantes arquipélagos Atlânticos. Assim, para colmatar esta falha, procedeu-se a uma análise similar, utilizando a família Rissoidae para testar as hipóteses atrás estabelecidas, uma vez que são conhecidas no Atlântico a distribuição geográfica, zonação e tipo de desenvolvimento das espécies desta família (cf. Capítulo 2 e Apêndice 1). Esta família presta-se a este estudo, em virtude de possuir elevado número de espécies litorais em ilhas Atlânticas, muitas com desenvolvimento apropriado isto é, nãoplanctotrófico, e devido às suas pequenas dimensões, bem como ao facto de normalmente estarem associadas a algas, logo potencialmente sujeitas a “rafting” (Vallentin, 1895; Arnaud et al., 1976; Highsmith, 1985). Da tabela com a distribuição de todas as espécies de Rissoidae presentes no Atlântico (cf. Apêndice 1), foram seleccionados somente os Rissoidae litorais simultaneamente presentes em apenas dois arquipélagos insulares (Tabela 26). Como foi também já referido no Capítulo 2, a inspecção da protoconcha pode dar importantes pistas relativamente à duração da fase larvar, em especial no que concerne à distinção entre espécies com desenvolvimento planctotrófico ou não-planctotrófico (Jablonski & Lutz, 1980). 128 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ILHAS OCEÂNICAS Tabela 25 Espécies de moluscos mais abundantes nos Açores. Tipo de desenvolvimento embrionário: np – não-planctotrófico; p – planctotrófico; inc – incubador (“brooder”). AZO – Açores; MAD – Madeira; CAN – Canárias; CAP – Cabo Verde; SCA – Escandinávia; BRI – Ilhas Britânicas; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo; ASC – ilha Ascensão; STH – ilha de Santa Helena; CAR – Caraíbas. Dados extraídos de Ávila (2000a; 2003) e Ávila et al. (2005). Espécies mais abundantes Intertidal Alvania mediolittoralis Gofas, 1989 Omalogyra atomus (Philippi, 1841) Skeneopsis planorbis (Fabricius O., 1780) Pisinna glabatra (Von Mühlfeldt, 1824) Lasaea adansoni (Gmelin, 1791) Tipo de Dimensões (mm) Distribuição geográfica desenvolvimento altura x diâmetro AZO MAD CAN CAP SCA BRI POR MED ASC STH CAR np 2.7 x 1.5 1 1 np 0.8 x 0.8 1 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1.2 x 1.0 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1.5 x 0.8 1 1 1 inc 3.5 x 3.0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3-10 m Anachis avaroides Nordsieck, 1975 Alvania angioyi van Aartsen, 1982 Manzonia unifasciata (Dautzenberg, 1889) Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 Gibbula delgadensis Nordsieck, 1982 Bittium cf. latreillii (Payraudeau, 1826) Parvicardium vroomi van Aartsen, Menkhorst and Gittenberger, 1984 np np np np np p p 3.5 x 1.5 1.8 x 1.1 2.5 x 1.2 2.3 x 1.3 2.0 x 2.0 11,0 x 3,0 3.5 x 2,6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ? 1 1 1 10-30 m Alvania sleursi (Amati, 1987) np 2.5 x 1.6 1 1 1 1 1 1 129 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 26 Rissoidae Atlânticos litorais de tipo de desenvolvimento embrionário não-planctotrófico, restritos a dois arquipélagos contíguos. AZO – Açores; MAD – Madeira; SEL – Selvagens; CAN – Canárias (Apêndice 1). Espécie Alvania mediolittoralis Gofas, 1989 Alvania sleursi (Amati, 1987) Crisilla postrema (Gofas, 1990) Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 Zebina paivensis (Watson, 1873) Alvania johannae Moolenbeek & Hoenselaar, 1998 Alvania subcalathus Dautzenberg & Fischer, 1906 Manzonia castanea Moolenbeek & Faber, 1987 Manzonia guitiani Rolán, 1987 = M. pelorum Moolenbeek & Faber, 1987 Alvania aurantiaca (Watson, 1873) Alvania euchila (Watson, 1886) Alvania macandrewi (Manzoni, 1868) Alvania moniziana (Watson, 1873) Manzonia boogi Moolenbeek & Faber, 1987 Manzonia dionisi Rolán, 1987 = M. darwini Moolenbeek & Faber, 1987 Manzonia overdiepi van Aartsen, 1983c Crisilla innominata (Watson, 1897) AZO MAD SEL CAN 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 6.3 Resultados Quatro das cinco espécies mais comuns de moluscos intertidais dos Açores são gastrópodes de pequeno tamanho (até cerca de 3 mm) e todos partilham uma característica: possuírem um desenvolvimento embrionário não-planctotrófico. Não obstante, alguns têm uma distribuição geográfica ampla, desde a Escandinávia a Norte até ao Mediterrâneo a Sul, ocorrendo também na maioria dos arquipélagos Atlânticos, como é o caso de Omalogyra atomus e Skeneopsis planorbis. Esta última espécie é mesmo anfi-Atlântica, existindo também nas Caraíbas (Tabela 25). O bivalve incubador Lasaea adansoni tem uma distribuição geográfica ainda maior, habitando nos dois lados do Atlântico, desde a Escandinávia até ao Mediterrâneo e ocorrendo em todos os arquipélagos do Oceano Atlântico. A Tabela 25 mostra que a distribuição geográfica das espécies litorais mais abundantes dos Açores diminui com o aumento da profundidade, isto é, espécies típicas de águas pouco profundas possuem uma menor distribuição geográfica do que espécies típicas do intertidal e, Alvania sleursi, a única espécie comum a maiores profundidades (tipicamente entre 20 e 30 m) está restrita aos Açores e Madeira. Das 305 espécies de Rissoidae litorais reportadas para o Atlântico e Mediterrâneo, 213 possuem um tipo de desenvolvimento não-planctotrófico, 59 são planctotróficas e não foi 130 ________________________________________________________________________________________________ILHAS OCEÂNICAS possível estabelecer o tipo de desenvolvimento embrionário das restantes 33 espécies, sendo 124 espécies endémicas de um dos arquipélagos Atlânticos (cf. Capítulo 2). Para este estudo, somente interessa um pequeno grupo de espécies, ou seja, aquelas espécies litorais com desenvolvimento não-planctotrófico que estão presentes em somente dois arquipélagos e que não existem nas margens continentais. Um total de 17 espécies preenchem estes pré-requisitos (Tabela 26). Cabo Verde, as ilhas de Santa Helena e de Tristão da Cunha não possuem espécies nestas condições, ao passo que Açores e Madeira partilham 4 espécies de Rissoidae, Selvagens e Canárias 5 espécies, e 8 espécies ocorrem simultaneamente na Madeira e nas Canárias. De referir que, das quatro espécies de Rissoidae existentes nos Açores e Madeira, uma é abundante e típica do intertidal (Alvania mediolittoralis), duas são espécies litorais pouco profundas (as comuns Rissoa guernei e Crisilla postrema) e a última é especialmente abundante por volta dos 20 m de profundidade (Alvania sleursi) (Ávila, 2003). Infelizmente, não é possível retirar outras conclusões da Tabela 26, uma vez que não são conhecidos trabalhos similares de zonação para os arquipélagos da Madeira, Selvagens ou Canárias. 6.4 Discussão Muito embora a dispersão por jangada de espécies bentónicas com desenvolvimento não-planctotrófico já tenha sido sugerida por uma série de autores (Vallentin, 1895; Arnaud et al., 1976; Highsmith, 1985; Jokiel, 1984, 1989, 1990a, 1990b; Thiel, 2003), ainda não havia sido feita explicitamente uma relação entre a profundidade a que moluscos com este tipo de desenvolvimento geralmente vivem, o modo de dispersão por “rafting” e a amplitude da distribuição geográfica destas espécies. Scheltema indicou numa série de trabalhos (1977, 1986a, 1986b, 1989, 1992) que a extensão da fase larvar se reflecte na capacidade de dispersão dessas espécies (ver no entanto Bhaud, 1993), e isto parece evidente quando se analisam os moluscos litorais dos Açores. De um total de 320 espécies litorais bentónicas reportadas para este arquipélago, só é conhecido o tipo de desenvolvimento embrionário para 98 espécies de Cenogastrópodes: 44 possuem larva planctotrófica e 54 são não-planctotróficos (Ávila, 2000a; obs. pess.). Na Tabela 27 apresentam-se os moluscos bentónicos dos Açores com distribuições geográficas mais amplas e com tipo de desenvolvimento conhecido. 131 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 27 Distribuição geográfica dos moluscos marinhos litorais dos Açores com maior amplitude geográfica e respectivo tipo de desenvolvimento embrionário (Ávila 2000a). Restantes abreviaturas como na Tabela 25. Espécies Lasaea adansoni (Gmelin, 1791) Littorina saxatilis (Olivi, 1792) Lamellaria perspicua (Linnaeus, 1758) Fossarus ambiguus (Linnaeus, 1758) Raphitoma linearis (Montagu, 1803) Luria lurida (Linnaeus, 1758) Phalium granulatum (Born, 1778) Cymatium parthenopeum (Von Salis, 1793) Epitonium lamellosum (Lamarck, 1822) Charonia tritonis variegata (Lamarck, 1816) Charonia lampas lampas (Linnaeus, 1758) Nassarius incrassatus (Ström, 1768) Tectura virginea (Müller, O.F., 1776) Gibbula magus (Linnaeus, 1758) Cerithiopsis tubercularis (Montagu, 1803) Melarhaphe neritoides (Linnaeus, 1758) Alvania cancellata (da Costa, 1778) Sinezona cingulata (Costa O. G., 1861) Ranella olearia (Linnaeus, 1758) Skeneopsis planorbis (Fabricius O., 1780) Omalogyra atomus (Philippi, 1841) Ammonicera rota (Forbes & Hanley, 1850) Ocenebra erinacea (Linnaeus, 1758) Haedropleura septangularis (Montagu, 1803) Ocinebrina aciculata (Lamarck, 1822) Truncatella subcylindrica (Linnaeus, 1767) Família Lasaeidae Littorinidae Lamellariidae Fossariidae Conidae Cypraeidae Cassidae Ranellidae Epitoniidae Ranellidae Ranellidae Nassariidae Lottiidae Trochidae Cerithiopsidae Littorinidae Rissoidae Scissurellidae Ranellidae Skeneopsidae Omalogyridae Omalogyridae Muricidae Turridae Muricidae Truncatellidae Des SCA BRI POR MED AZO MAD CAN CAP ASC STH CAR inc 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 inc 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 p 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 np 1 1 1 1 1 1 132 ___________________________________________________________________________________________________ILHAS OCEÂNICAS A maioria das espécies Açorianas que são anfi-Atlânticas, possui larva planctotrófica, com a excepção do bivalve incubador Lasaea adansoni e dos pequenos gastrópodes Skeneopsis planorbis e Omalogyra atomus. De forma similar à de outros estudos, em geral, os Cenogastrópodes dos Açores com larvas planctotróficas possuem uma distribuição geográfica maior do que a de espécies com larva não-planctotrófica (Scheltema, 1989, 1995). No entanto, algumas espécies com desenvolvimento não-planctotrófico também possuem ampla distribuição geográfica (ex.: Ammonicera rota, Ocenebra erinacea e Haedropleura septangularis) (Tabela 27). Uma discussão das possíveis causas explanatórias, tais como uma maior tolerância às condições abióticas nas espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (Jablonski & Lutz, 1980; Bhaud, 1993) está para além dos objectivos deste capítulo. Assim, e mantendo-nos na linha de raciocínio até aqui seguida, há que responder à questão “Como se processa a dispersão de espécies litorais epibentónicas e com desenvolvimento não-planctotrófico, entre ilhas, ou mesmo entre diferentes arquipélagos?” A partir da Tabela 27, constatamos que das sete espécies açorianas com maior distribuição geográfica e com larva não-planctotrófica, três possuem características em comum: são de pequenas dimensões e são mais abundantes no intertidal (Skeneopsis planorbis e Omalogyra atomus) ou no supralitoral (Truncatella subcylindrica). As restantes quatro espécies (Ammonicera rota, Ocenebra erinacea, Haedropleura septangularis e Ocinebrina aciculata) são espécies com densidades reduzidas, logo impossibilitando uma zonação fina. Tal está de acordo com a hipótese de que espécies comuns e vivendo no intertidal serão mais susceptíveis de sofrer dispersão por “rafting”, do que espécies vivendo em águas mais profundas e, em consequência, aquelas possuirão maior distribuição geográfica do que estas. Outro argumento favorável à relação aqui defendida entre a hipótese batimétrica, a dispersão por “rafting” e a distribuição geográfica das espécies, é fornecido pela análise da distribuição geográfica da família Rissoidae nos arquipélagos Atlânticos. Como foi visto no Capítulo 2, esta família é rica em endemismos insulares (cf. Tabela 28). Cabo Verde é o arquipélago com maior número de espécies litorais endémicas de Rissoidae, o que é explicado em parte pelo elevado número de espécies do género Schwartziella (20) (Rolán & Luque, 2000). Surpreendentemente, muito embora possua um menor número de espécies litorais de Rissoídeos do que a Madeira ou as Canárias, os Açores tem maior número de espécies endémicas. Tal deve-se ao facto de a Madeira e as Canárias partilharem um elevado número de espécies desta família (26; cf. Apêndice 1), e isto é outra evidência indirecta de como o “rafting” pode ser um meio poderoso para a dispersão destas espécies com desenvolvimento não-planctotrófico. Existem 6 espécies litorais com 133 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores desenvolvimento não-planctotrófico e que ocorrem simultaneamente nos Açores e na Madeira. Destas, 3 são suficientemente comuns para que a sua zonação pudesse ter sido estabelecida nos Açores: Alvania mediolittoralis é uma espécie que vive na zona intertidal, podendo aí atingir densidades de cerca de 5.200 ind/m2 (Ávila et al., 2005), Rissoa guernei é uma espécie sublitoral comum entre os 3 e os 5-6 m de profundidade, com densidades rondando os cerca de 200 ind/m2 e Alvania sleursi é uma espécie que, muito embora possa ocorrer a partir dos 3 m de profundidade, é muito mais comum por volta dos 20 m, com densidade máxima à volta dos 500 ind/m2 registada aos 22 m (Ávila, 2003). Crisilla postrema, outro Rissoídeo presente nos Açores e na Madeira, é geralmente incomum no litoral dos Açores, podendo no entanto ser localmente muito abundante – no intertidal do Ilhéu de Vila Franca (costa Sul da ilha de São Miguel), pode atingir densidades superiores a 10.000 ind/m2 (Bullock, 1995) – sendo geralmente mais abundante nos primeiros 10 m de água (Ávila, 2003). Assim, as hipóteses levantadas no início deste capítulo são também suportadas pelos Rissoídeos dos Açores: espécies de reduzidas dimensões, abundantes e com desenvolvimento não-planctotrófico possuem uma maior dispersão geográfica se estiverem habitualmente localizadas no intertidal ou nos primeiros metros de água, logo com maiores probabilidades de sofrerem dispersão por “rafting”. Tabela 28 Número de espécies de Rissoidae endémicos nos arquipélagos Atlânticos. # Lit – número total de espécies endémicas litorais (< 50 m de profundidade); número de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (np), com desenvolvimento planctotrófico (p) e com tipo de desenvolvimento desconhecido (?) (Apêndice 1). Restantes abreviaturas como na Tabela 25. Arquipélagos AZO MAD SEL CAN CAP STH TRS # Lit 12 3 1 11 43 7 2 np 11 2 1 7 41 0 0 p 0 0 0 0 2 1 0 ? 1 1 0 4 0 6 2 Esta hipótese deveria ser testada noutros arquipélagos Atlânticos. Para isso, seria necessário aí estabelecer a zonação dos moluscos litorais bentónicos em habitats rochosos recobertos por algas. 134 ___________________________________________________________________________________________________ILHAS OCEÂNICAS 6.5 Conclusão Em contraste com o que ocorre nas águas tropicais do Atlântico, onde o “rafting” parece desempenhar um papel secundário na dispersão dos moluscos (Scheltema, 1995), nas águas temperadas do Atlântico a dispersão por “rafting” parece ser de primordial importância para os moluscos litorais epibentónicos de habitats rochosos recobertos por algas, de pequeno tamanho e possuindo um tipo de desenvolvimento não-planctotrófico. Verifica-se uma relação entre distribuição geográfica e batimetria, sugerindo-se a dispersão por “rafting” como a explicação mais plausível para a expansão geográfica destes organismos: espécies abundantes e típicas do intertidal ou dos primeiros metros da coluna de água possuem maiores probabilidades de sofrerem “rafting” do que espécies normalmente vivendo a maiores profundidades. Como consequência, haverá uma relação directa entre a zonação e a distribuição geográfica para espécies que cumpram as seguintes condições: serem abundantes, de pequeno tamanho e possuam desenvolvimento não-planctotrófico. 135 SECÇÃO III Mecanismos explicativos: tempo e modo 137 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR 7 VARIAÇÕES DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR: GLACIAÇÕES VERSUS PERÍODOS INTERGLACIÁRIOS 7.1 Introdução De acordo com os estudos de Bassinot et al. (1994) e de Petit et al. (1999), durante o último milhão de anos, houve 4 máximos interglaciários, durante os quais o nível médio das águas do mar terá estado acima do valor actual. Estes fenómenos transgressivos terão ocorrido nos subestádios isotópicos 11c (há 420.000 anos), 9c (330.000 anos), 5e (130.000 anos) e 1 (8.000 anos), sendo os valores da paleotemperatura similares. Note-se que paleotemperaturas da água do mar (e da atmosfera) mais elevadas significam menores volumes de gelo nas calotes polares e, especialmente, nos glaciares localizados nos continentes e, concomitantemente, níveis médios do mar mais elevados (Figura 32). Figura 32 Curva do volume dos gelos durante os últimos 420.000 anos (adaptado de Petit et al., 1999). Para efeitos de comparação, neste gráfico considera-se que o volume actual dos gelos é igual a zero. As setas indicam os máximos interglaciares (menor volume de gelos). Shackleton et al. (1983) trabalharam amostras de Foraminíferos obtidas em profundidade, na região equatorial do Oceano Pacífico. A partir dessas amostras, foram traçadas as curvas de variação do volume dos gelos polares durante os últimos 140.000 anos, as quais estão directamente relacionadas com a paleotemperatura das águas do oceano. Entre os 120.000 até próximo dos 20.000 anos atrás, a paleotemperatura do oceano diminuiu, aumentando novamente a partir dos 10.000 anos e atingindo um valor máximo há cerca de 6.000 anos (ainda assim, ligeiramente menor do que o atingido no subestádio isotópico 5e). A partir daí, a paleotemperatura diminuiu, até atingir os valores actuais (Figura 33). 139 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 33 Variação do volume dos gelos polares durante os últimos 140.000 anos, obtida a partir da análise isotópica de Foraminíferos (adaptado de Schakleton et al., 1983). IG – estádio interglaciário; G – estádio glaciário. Segundo as estimativas mais recentes de vários autores, há cerca de 19.500 anos o nível médio das águas do mar seria inferior em 120 a 130 m, relativamente ao actual (Nunn, 1994; García-Talavera, 1999; Wilson et al., 2000; Lambeck & Chappell, 2001; Lambeck et al., 2002). O início do degelo terá ocorrido à volta de 19.500 anos atrás e o mar terá subido cerca de 15 m em cerca de 500 anos. Entre os 19 e os 16.000 anos, a taxa de subida das águas terá sido de cerca de 3,3 mm/ano, tendo o mar subido cerca de 10 m durante esse período (Lambeck et al., 2002). Por volta de 14.000 anos atrás, o mar estaria cerca de 100 m abaixo do nível actual (Collina-Girard, 1999). Durante o milénio seguinte, a água do mar subiu de uma forma muito acentuada, a uma velocidade média de 4 cm/ano, atingindo os 55 m abaixo do nível actual há 11.000 anos. Entretanto, durante o evento conhecido por “Younger Dryas”, que ocorreu um pouco antes, entre os 12.500 e os 11.500 anos, a taxa de subida terá sido praticamente nula (Edwards et al., 1993; Bard et al., 1996). Em seguida ocorreu nova subida do nível médio das águas até os -45 m. Posteriormente, provocada pelo denominado evento “Dryas”, um arrefecimento climático induziu a descida das águas para cerca dos -60 m. Por volta dos 9.000 anos atrás, a temperatura ambiente terá aumentado novamente, com a concomitante subida do nível médio das águas. No início do Holocénico, o nível do mar estava já somente 40 m abaixo do actual, tendo atingido os –20 a -25 m por volta dos 8.000 anos atrás (Whittaker, 1998). Esta subida do nível médio das águas do mar teve implicações profundas nas ilhas Atlânticas, em especial sobre os organismos marinhos litorais. Há 18.000 anos atrás, no 140 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR arquipélago dos Açores, o Pico e o Faial formavam uma única ilha; as restantes ilhas possuíam entre 1,4 (São Miguel) e 3 vezes a área actual (Corvo). Os actuais ilhéus das Formigas formavam uma ilha com cerca de 40 km2 e São Miguel era, tal como hoje, a maior ilha do arquipélago, com quase 1.050 km2 (cf. Tabela 29 e Figura 34). No arquipélago da Madeira, as Selvagens e as Desertas possuíam áreas muito superiores às actuais. No que diz respeito às Canárias, Gran Canaria tinha uma área 2 vezes superior à actual e as ilhas de Fuerteventura e Lanzarote estavam ligadas aos ilhéus de Graciosa e Lobos, formando a maior ilha do arquipélago (Mahan), com cerca de 5.000 km2 (García-Talavera, 1999) (Tabela 29). 2 Tabela 29 Áreas aproximadas (em km ) das ilhas dos Açores, Madeira e Canárias há 18.000 anos atrás e actualmente. * engloba as ilhas de Fuerteventura e Lanzarote, e os ilhéus de Graciosa e Lobos (dados da Madeira e Canárias, extraídos de García-Talavera, 1999). AÇORES São Miguel Santa Maria Formigas Pico+Faial São Jorge Terceira Graciosa Flores Corvo MADEIRA Selvagens Madeira Porto Santo Desertas CANÁRIAS Tenerife Gran Canaria La Palma La Gomera El Hierro Amanay Mahan* Há 18.000 anos 1.050 175 40 935 500 610 170 350 50 100 1.200 300 150 2.800 3.000 900 800 350 150 5.000 Hoje 747 92 0,01 621 246 382 61 142 17 3,4 728 51 13,3 2.057 1.532 728 378 277 0 2.572 141 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 34 Arquipélago dos Açores há cerca de 18.000 anos atrás. A amarelo a área actual das ilhas e a roxo a área há 18.000 anos (mapa cedido por Frederico Cardigos/DOP/UA). Entre o Sul de Portugal e a Madeira, uma série de ilhas, actualmente bancos submarinos localizados a profundidades superiores a 40 m, reduziam a actual distância de cerca de 900 km para valores entre os 200-300 km entre as ilhas mais próximas (Figura 35). Figura 35 Área insular há cerca de 18.000 anos atrás (adaptado de García-Talavera, 1999). 142 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Por forma a se entenderem os processos de dispersão, colonização e especiação, bem como a expansão e contracção geográficas (muitas vezes com extinções locais) sofridas pelas espécies ao longo do tempo, é imprescindível possuir uma perspectiva temporal. Os efeitos produzidos directa ou indirectamente pelas subidas e descidas do nível da água do mar nas comunidades litorais deixam marcas que, por vezes, são passíveis de serem estudadas: os fósseis. Nos Açores, só se conhecem fósseis marinhos, maioritariamente de moluscos, em Santa Maria e nos ilhéus das Formigas. A seguir descrevem-se uma série de trabalhos realizados em duas jazidas Plistocénicas na ilha de Santa Maria. 7.2 As jazidas Plistocénicas de Santa Maria: Prainha e Lagoinhas Santa Maria é a ilha mais antiga dos Açores (Abdel-Monem et al., 1975; Feraud et al., 1980) e a única com sedimentos fossilíferos marinhos. A estratigrafia e a geocronologia desta ilha, foram estabelecidas por Serralheiro & Madeira (1990), tendo sido complementadas pelo trabalho de Salgueiro (1991). A Formação das Feteiras foi produzida pela última fase eruptiva registada em Santa Maria durante o Pliocénico. Grandes quantidades de cinzas foram emitidas de três cones subaéreos e recobriram a ilha quase por completo (Madeira, 1986). Após este período, importantes oscilações no nível das águas do mar produziram plataformas de abrasão marinha entre os 5-10 m, 15-40 m, 50-70 m, 80-120 m e entre os 140-160 m (Zbyszewski & Ferreira, 1962; Madeira, 1981; Serralheiro & Madeira, 1990). Durante o Quaternário, Santa Maria subiu cerca de 180 m relativamente ao nível do mar (Serralheiro & Madeira, 1990). Os fósseis marinhos de Santa Maria foram estudados por Bronn (in Hartung, 1860; in Reiss, 1862), Mayer (1864), Cotter (1888-1892), Friedlander (1929), Agostinho (1937), Berthois (1950, 1951, 1953), Ferreira (1952, 1955), Krejci-Graff et al. (1958), Zbyszewski et al. (1961) e Zbyszewski & Ferreira (1961, 1962). A maioria destes trabalhos diz respeito a fósseis de fins do Miocénico, início do Pliocénico mas, na última década, foram publicados dois trabalhados inteiramente dedicados aos fósseis Plistocénicos de Santa Maria (GarcíaTalavera, 1990; Callapez & Soares, 2000). As primeiras recolhas por parte da equipa de Biologia Marinha da Universidade dos Açores, foram efectuadas por José Azevedo, durante a expedição científica “Santa Maria e Formigas/90”, entre 11 e 17 de Junho de 1990. A maioria das restantes amostras foi recolhida pelo autor em 6 saídas de campo efectuadas a Santa Maria, entre Setembro de 1999 e Julho de 2000. De 17 a 20 de Fevereiro de 2000, José Azevedo, Rui Amen e o autor desta tese, fizeram também amplas recolhas na zona da Prainha. As últimas 143 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores amostras deste local foram efectuadas por Rui Amen, Sérgio Ávila e ainda por Francisco García-Talavera e Mário Cachão, durante a expedição científica “Macaronésia 2000”, entre 23 e 27 de Julho de 2001, bem como durante o “Workshop Fósseis de Santa Maria” que decorreu entre 21 e 27 de Junho de 2002. Daqui resultou a revisão sistemática dos moluscos Plistocénicos de Santa Maria (Ávila et al., 2002). A jazida da Prainha localiza-se perto da Praia Formosa, cerca de 5 km a leste de Vila do Porto. Os estratos fossilíferos possuem uma extensão de cerca de 800 m ao longo da costa, a uma altitude entre os 2-4 m. A jazida das Lagoinhas localiza-se na costa Norte de Santa Maria, perto da povoação que lhe dá o nome e está a uma altitude de 7,4 m, sendo a sua extensão lateral de uns meros 100 m (Figura 36). Figura 36 Localização das jazidas das Lagoinhas e Prainha, em Santa Maria (extraído de Ávila et al., 2002). 7.3 Estratigrafia Os perfis estratigráficos de ambas as jazidas foram estabelecidos por meio de transectos verticais efectuados em diferentes pontos dos terraços marinhos da Prainha (13 transectos) e Lagoinhas (4). Foram recolhidas 103 amostras na Prainha e 2 nas Lagoinhas. Todas as amostras foram etiquetadas no campo e estão depositadas na colecção fóssil de referência do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores (DBUA-F) (Ávila et al., 2002). 7.3.1 Prainha A base da sequência estratigráfica contacta directamente com os basaltos ancaramíticos do Complexo dos Anjos (Serralheiro et al., 1987) através de uma plataforma irregular de 144 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR abrasão marinha. Esta plataforma apresenta sinais de bioerosão provocada por bivalves perfuradores (Myoforceps aristatus) (Figura 37) e ainda pelo icnogénero Circolites, estes presumivelmente efectuados por ouriços, provavelmente Paracentrotus lividus, e é por vezes intersectada por diques ou filões basálticos, também eles cortados por abrasão marinha. Depositado sobre esta superfície de abrasão está um conglomerado basal calcário fossilífero fortemente cimentado (unidade A1) com uma espessura variável ao longo da jazida, mas cuja espessura não ultrapassa os 0,4 m. Este conglomerado é formado por seixos rolados heterométricos com dimensões inferiores a 10 cm de diâmetro, cimentados por uma matriz carbonatada com material bioclástico incorporado. As dimensões dos seixos rolados diminuem da base do conglomerado para o topo, indicando tratar-se de uma sequência positiva. 145 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 37 Bivalves endolíticos perfurantes da espécie Myoforceps aristatus “in situ” (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. 146 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Recobrindo o conglomerado ou, localmente, directamente sobre a superfície basáltica, está uma crosta algal que se apresenta como uma formação encrustante, achatada dorsoventralmente com uma espessura máxima de 0,5 m (unidade A2) (Figura 40) e com uma extensão lateral de aproximadamente 200 m (Figura 38). Figura 38 Pormenor da linha da costa na zona da Prainha. As setas indicam a localização do depósito contendo a alga calcária que, neste local, tem uma extensão de cerca de 30m. Foto: © Rui Amen. A superfície desta crosta algal apresenta coloração amarelada, mostrando no topo fracturas, bem como uma patina ferruginosa que evidencia uma superfície de erosão (Figura 39). De acordo com Amen (2002), a crosta algal é formada por algas não geniculadas da ordem Corallinales, fixas e não foliáceas, crescendo umas sobre as outras quer sob a forma de pequenas ramificações, quer como camadas intimamente aderentes. Esta crosta é multiespecífica e constituída maioritariamente por Lithophyllum sp., a principal espécie construtora deste recife, e ainda por Neogoniolithon sp. (Amen, 2002); foram também encontradas algas epífitas, das quais a mais comum apresenta semelhanças com Pneophyllum sp. 147 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 39 Pormenor de um dique cortado sobre o qual assenta o conglomerado basal calcário, recoberto pela alga calcária. Nas fendas da alga, está depositada areia. Foto: © Sérgio Ávila. Recobrindo a superfície de erosão desta crosta calcária multiespecífica, está uma camada de areias brancas bioclásticas muito pouco consolidadas (unidade B1) com uma coloração geralmente amarelada e que atinge em alguns pontos uma espessura máxima de 1,3 m. Esta unidade é a que maior extensão apresenta; em certos pontos, é mesmo a única unidade presente. Nestes casos, assenta directamente sobre o basalto que forma a base do terraço marinho. Estas areias estão, por vezes, recobertas por material de aluvião (unidade B2), podendo ainda incluir areias relíquia de antigos depósitos dunares (unidade B3). 148 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Figura 40 Corte mostrando a alga calcária em forma de crosta (Unidade A2) As setas indicam a localização de algumas lapas (Patella spp.). Foto: © Sérgio Ávila. 149 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Na arriba por cima da praia da Prainha, vê-se um nível com areia fossilífera, assinalado na Figura 41 com o número 1. Localizado a uma altitude de cerca de 80-90 m, corresponde a depósitos fossilíferos mais antigos (presumivelmente do Miocénico-Pliocénico) que os assinalados na Figura 41 pelas setas vermelhas. Um pequeno hiato temporal não deposicional poderá ter decorrido, entre a exposição das algas calcárias (unidade A2) ao ar e a deposição das areias (unidade B1). Grandes extensões das dunas fósseis, formadas por areia acumulada pelo vento, estão hoje recobertas por depósitos de vertente, provenientes de deslizamentos de terra da arriba. As areias da unidade B1 apresentam por vezes laminação cruzada e alternância de grãos de tamanho médio, com calhaus de praia rolados, heterométricos, de pequena a média dimensão (10-15 cm no máximo) (Figura 43). 1 2 Figura 41 Prainha vista do mar. As setas vermelhas indicam a localização dos depósitos fossilíferos quaternários (2-4m). 1 – depósitos fossilíferos Miocénicos (80-90m de altitude); 2 – Forte da Prainha. Foto: © Sérgio Ávila. Localmente, estas areias estão mais fortemente cimentadas, definindo uma lente com traços fósseis de invertebrados marinhos (Figura 44), tendo também sido encontrados moldes de raízes de plantas (rizoconcreções) (Figura 45). 150 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR 1 2 Figura 42 Prainha. 1 – depósitos fossilíferos Plistocénicos; 2 – dique ou filão basáltico. Foto: © Sérgio Ávila. 151 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 43 Praia fóssil (unidade B1). Foto: © Sérgio Ávila. Figura 44 Traços fósseis de invertebrados marinhos. Foto: © Sérgio Ávila. 152 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Figura 45 Moldes de raízes de plantas (rizoconcreções) (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. 7.3.2 Lagoinhas Nas Lagoinhas (Figura 46), a sequência estratigráfica encontrada é muito semelhante à da Prainha. A base da sequência contacta directamente com os basaltos do Complexo do Touril e com diques cortados através de uma plataforma irregular de abrasão marinha localizada a 7,4 m de altitude. Directamente sobre esta plataforma, está também um conglomerado basal (unidade A1) e uma crosta algal similar à da Prainha mas de menor espessura, com uma potência máxima de 0,3 m (unidade A2). A superfície de topo da crosta algal multiespecífica apresenta também fracturas devidas a exposição subaérea e a dessecação. Recobrindo esta superfície de erosão, existe uma camada pouco consolidada de areias bioclásticas amareloesbranquiçadas (unidade B1) a qual atinge uma espessura máxima de 0,7 m. Esta unidade é por seu turno recoberta por material de aluvião (unidade B2). A partir de todos os transectos realizados nas jazidas das Lagoinhas e da Prainha, construiu-se um perfil estratigráfico interpretativo (Figura 47). 153 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 46 Jazida das Lagoinhas (Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. Figura 47 Perfil estratigráfico interpretativo das jazidas das Lagoinhas e da Prainha (retirado de Ávila et al., 2002). 154 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR 7.4 Paleoclimatologia Terraços fossilíferos, localizados entre os 1 e 8 m acima do actual nível médio das águas do mar, são conhecidos em Lanzarote e Fuerteventura (ilhas Canárias) e a sua associação faunística, tipificada pela presença de Strombus latus (= bubonius), foi datada por meio de U/Th com uma idade aproximada de 125.000 anos (Meco et al., 1997). De acordo com estes autores, esta associação faunística indica águas mais quentes que actualmente. Cornu et al. (1993) e Bard et al. (1995) calcularam que a paleotemperatura das águas seria entre 3 e 7ºC mais elevada do que os valores actuais, dependendo da salinidade da água. Meco (com. pess.) reviu estes valores e é da opinião que as águas deveriam ser entre 4 a 6ºC mais quentes do que actualmente. A distribuição geográfica actual de Strombus latus está restrita às ilhas do arquipélago de Cabo Verde, e desde o sul da Mauritânia até Angola, aparecendo também na ilha de Ascensão. Esta espécie vive em águas litorais com temperaturas variando entre os 22,5ºC (Senegal e Cabo Verde) e os 28ºC (Golfo da Guiné) (Meco, 1972) em fundos lodosos e/ou arenosos, até os 60 m de profundidade (Guerreiro & Reiner, 2000). Apesar de não se terem encontrado fósseis de Strombus latus nos depósitos da Prainha nem das Lagoinhas, nem tampouco em Porto Santo (Madeira) (obs. pess.) estes são conhecidos nas Canárias em terraços fossilíferos localizados entre os 2 e os 5 m de altitude, bem como ao longo das costas do Mediterrâneo, desde Almeria (Espanha) até ao Líbano e do Sul de França até à Tunísia, com uma idade também atribuída ao subestádio isotópico 5e (Meco, 1977) (Figura 48). No Mediterrâneo, a altitude a que a “fauna acompanhante do Strombus latus” aparece, varia entre os menos de 3 m, na costa leste de Maiorca, até os +12 m nas costas da Riviera Francesa e Italiana. Também ocorre em Espanha e entre os 10-12 m no Líbano (Hey, 1971). Hillaire-Marcel et al. (1996) encontraram em Campo de Tiro (Maiorca, Ilhas Baleares), dois níveis marinhos superiores ao actual, atribuídos ao último Interglacial (subestádio isotópico 5e), entre os ~135.000 e os ~117.000 anos AC. Uma pequena regressão marinha terá ocorrido, após a transgressão dos 135.000 anos. Ainda de acordo com estes autores, a transgressão dos 117.000 anos foi comparável ou terá mesmo sido superior em alguns metros, relativamente à primeira. Como este subestádio isotópico foi um evento global (Bard et al., 1990; Chen et al., 1991; Zhu et al., 1993; Szabo, et al., 1994) podemos especular que um evento similar terá ocorrido nos Açores. De registar que, precisamente durante o referido subestádio isotópico 5e, foram encontrados nas Canárias dois níveis marinhos 155 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores superiores ao actual (Delgado, 2000; Zazo et al., 2003a, b), o que vem corroborar a hipótese anterior. Figura 48 Distribuição geográfica actual do Strombus latus (círculos a vermelho) e localização de jazidas fósseis (círculos a azul) (adaptado de Zazo et al., 1993). 7.5 O impacto da variação da temperatura das águas do mar sobre as comunidades ecológicas A revisão sistemática dos fósseis Plistocénicos de Santa Maria publicada por Ávila et al. (2002) dá um total de 89 taxa como válidos para as jazidas das Lagoinhas e Prainha (75 Gastropoda e 14 Bivalvia). A composição específica das associações de fósseis de moluscos presentes nos depósitos quaternários da Prainha e das Lagoinhas (Santa Maria) permite correlacioná-los com jazidas fossilíferas com características e associações similares nas ilhas Canárias e no Mediterrâneo, jazidas essas onde ocorre o Strombus latus. As datações presentemente em curso dos fósseis marinhos das jazidas Plistocénicas de Santa Maria, permitirão confirmar se esta hipótese, baseada na correlação paleontológica das associações 156 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR de moluscos, está ou não correcta. Se os depósitos inferiores forem correlativos do subestádio isotópico 5e, então poderá ser definido um limite biogeográfico para o Strombus, uma vez que, aparentemente, o Strombus latus nunca atingiu as latitudes dos Açores (Ávila et al., 2002) nem da Madeira (Porto Santo) (Gerber et al., 1989; obs. pess.) o mesmo tendo sucedido com Harpa rosea ou Patella ferruginea, espécies comuns nas Canárias (Meco et al., 1997). De notar que o género Strombus já está ausente do registo paleontológico do sudoeste (Monegatti & Raffi, 2001) e do oeste (Silva, 2001) das margens da Península Ibérica desde o início do Pliocénico Médio. No entanto, algumas das espécies Senegalesas de águas quentes, a denominada “fauna acompanhante do Strombus latus”, conseguiram chegar aos Açores, como é o caso de Cantharus variegatus, de várias espécies de Conus (C. ambiguus, C. cf. ermineus, C. cf. miruchae, C. cf. roeckeli, C. ventricosus, C. venulatus), de Polynices lacteus, Trachypollia nodulosa (= Morula nodulosa), ou de Zonaria picta. É interessante verificar que, exceptuando os Conus (salvo C. ermineus), as restantes espécies pertencentes à “fauna acompanhante do Strombus latus”, possuem desenvolvimento planctotrófico (cf. Tabela 30). Tabela 30 Tipo de desenvolvimento embrionário das espécies que formam a “fauna acompanhante do Strombus latus” e que estão registadas para o Plistocénico dos Açores (Ávila et al., 2002). p – desenvolvimento embrionário planctotrófico; np desenvolvimento embrionário não-planctotrófico; ? - desenvolvimento embrionário desconhecido. Cantharus variegatus Conus ambiguus Conus ermineus Conus miruchae Conus roeckeli Conus ventricosus Conus venulatus Polynices lacteus Strombus latus Trachypollia nodulosa Zonaria picta Zonaria pyrum TOTAL p 1 np ? 1 1 1 1 1 1 1 1 ? ? 5 4 De referir que Gerber et al. (1989) também assinalam a presença, em jazidas Plistocénicas de Porto Santo (Madeira), de Polynices lacteus, Cantharus variegatus e de uma espécie de Conus. A sequência estratigráfica descrita por García-Talavera et al. (1978) para Tachero (Tenerife, ilhas Canárias) apresenta algumas semelhanças com a das Lagoinhas e a da Prainha. Com efeito, ambas possuem um estrato calcário basal consolidado, formado em Tachero por algas calcárias do género Melobesia, seguida por uma camada de areias. Dos 94 157 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores taxa de categoria específica dados por García-Talavera et al. (1978: 99) para Tachero (72 Gastropoda, 21 Bivalvia e 1 Cephalopoda) 19 ocorrem também nos depósitos da Prainha: 16 Gastropoda (Bela nebula, Bursa scrobilator, Charonia variegata, Coralliophila meyendorffi, Fossarus ambiguus, Haliotis tuberculata coccinea, Littorina striata, Mitra cornea, Mitrella broderipi, Patella sp. (= P. ulyssiponensis), Cantharus variegatus, Conus sp. (= C. cf. ermineus), Tricolia pullus, Phalium granulatum, Stramonita haemastoma e Zebina vitrea) e 3 Bivalvia (Cardita calyculata, Nodipecten corallinoides e Myoforceps aristatus). Treze destes gastrópodes possuem um tipo de desenvolvimento embrionário planctotrófico, sendo os restantes 3 considerados como não-planctotróficos (Tabela 31). Esta maioria de espécies com desenvolvimento planctotrófico poderá explicar a ampla distribuição geográfica destas espécies, já patente nessa altura e que ainda hoje se verifica (cf. Ávila, 2000a). No estudo anteriormente referido, García-Talavera et al. (1978) atribuem uma idade de somente 6.000 anos BP (Flandriense), para os depósitos de Tachero. No entanto, o conteúdo faunístico, bem como datações entretanto efectuadas quer por racemização de aminoácidos, com relações de epimerização Aloisoleucina/Isoleucina (abreviadamente A/I) entre 0,49-0,55, quer datações por U/Th (urânio/tório) em depósitos similares (ex.: Igueste de San Andrés, ilha de Tenerife) fazem com que lhe seja atribuída por Zazo et al. (2003) uma idade superior, colocando este depósito como tendo sido formado durante o subestádio isotópico 5e. Tabela 31 Tipo de desenvolvimento embrionário dos gastrópodes fósseis colectados em Tachero (Tenerife, ilhas Canárias) (García-Talavera et al. (1978) e existentes também no Plistocénico dos Açores (Ávila et al., 2002). p – desenvolvimento embrionário planctotrófico; np – não- planctotrófico. p Bela nebula Bursa scrobilator Cantharus variegatus Charonia variegata Conus sp. (= C. cf. ermineus) Coralliophila meyendorffi Fossarus ambiguus Haliotis tuberculata coccinea Littorina striata Mitra cornea Mitrella broderipi Patella sp. (= P. ulyssiponensis) Phalium granulatum Stramonita haemastoma Tricolia pullus Zebina vitrea TOTAL np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 13 3 158 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR A existência de uma capa erodida na superfície da cobertura calcária algal (unidade A2 da Prainha), bem como a existência de pedaços de alga calcária arrancados da unidade A2 e incorporados na camada de areias (unidade B1) indicam que houve um hiato temporal (presumivelmente de curta duração) sem deposição entre o final da deposição da crosta algal e as camadas sobrejacentes de areia. Tal como é apresentado na Tabela 32, uma série de taxa foram encontrados exclusivamente em algumas das unidades. A presença de Trachypollia nodulosa, Myoforceps aristatus e Zonaria picta nas camadas inferiores da Prainha (unidades A1 e A2) e a sua ausência na camada de areias reforça a interpretação que aponta para a existência de um hiato temporal e ecológico entre a deposição destas duas unidades. Assim, os níveis inferiores devem ter-se depositado antes da última ocorrência destas espécies nos Açores, por volta dos 130-117.000 anos atrás. No entanto, a existência de fósseis de Cantharus variegatus, Conus ermineus e Polynices lacteus nos depósitos de areias na Prainha pode acrescentar novos elementos a esta previsão. Tabela 32 Distribuição estratigráfica dos moluscos fósseis colectados nas Lagoinhas e na Prainha (Santa Maria, Açores) (Ávila et al., 2002). Hoje – espécies que existem actualmente nos Açores; ext – espécies extintas nos Açores; ? – existem dúvidas relativamente à existência/extinção desta espécie nos Açores. Miocénico Conglomerado Crosta algal Praias de areia Presente calcário calcária (Ávila, 2000a) (Mitchellcimentado unidade A2 unidade B Thomé, 1976) unidade A1 Alvania angioyi Alvania cancellata Alvania mediolittoralis Alvania poucheti Alvania sleursi Alvania tarsodes Anachis avaroides Arca tetragona Bittium latreillii Bursa scrobilator Caecum cf. armoricum Calliostoma sp. Cantharus variegates ext Cardita calyculata Cerithiopsis sp. Charonia lampas lampas Cingula trifasciata Conus ambiguus ext Conus cf. ermineus ext Conus cf. miruchae ext Coralliophila meyendorffi Crassadoma pusio Crisilla postrema 159 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 32 (cont.): Distribuição estratigráfica dos moluscos fósseis colectados nas Lagoinhas e na Prainha (Santa Maria, Açores) (Ávila et al., 2002). Hoje – espécies que existem actualmente nos Açores; ext – espécies extintas nos Açores; ? – existem dúvidas relativamente à existência/extinção desta espécie nos Açores. Miocénico Conglomerado Crosta algal Praias de areia Presente calcário calcária (Ávila, 2000a) (Mitchellcimentado unidade A2 unidade B Thomé, 1976) unidade A1 Cylichnina sp. ? ext Ensis minor Epitonium sp. ? Ervilia castanea Fossarus ambiguus Gibbula delgadensis Gibbula magus Haedropleura sp. ? Haliotis tuberculata coccinea Jujubinus pseudogravinae ext (?) Laevicardium crassum Lamellaria latens Lima cf. lima Littorina striata ext Lucinella divaricata Manzonia unifasciata Melarhaphe neritoides Mitra cornea ? Mitromorpha azorensis Trachypollia nodulosa (= Morula nodulosa) ext Myoforceps aristatus ext Myosotella myosotis ' Natica prietoi Neopycnodonte cf. cochlear Nodipecten corallinoides Ocinebrina aciculata Odostomia bernardi. Odostomia cf. unidentata Parvicardium vroomi Patella candei Patella ulyssiponensis Papillicardium papillosum Pedipes pedipes Phalium granulatum ext Polynices lacteus Retusa truncatula Rissoa guernei Setia sp. Setia subvaricosa Sinezona cingulata Skeneopsis planorbis Stramonita haemastoma haemastoma Tellina incarnata Thylaeodus cf. rugulosus ? Triphoridae n. id. Trivia pulex Vitreolina philippi 160 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR 7.6 Paleoecologia 7.6.1 Prainha A presença de Briozoários e de algas calcárias nos níveis inferiores da jazida da Prainha sugere que a sua deposição ocorreu em águas pouco profundas. Mitchell-Thomé (1976) aponta para valores inferiores a 40 m de profundidade. Os seixos rolados presentes no conglomerado basal (unidade A1) são também sinónimo da algum hidrodinamismo. As suas dimensões e aspecto, indicam que o ambiente de deposição deverá ter sido a profundidades inferiores a 5-10 m (Rui Coutinho, com. pess.). A quase inexistência de sedimento entre a plataforma basal e a unidade A1, aponta também no sentido de deposição em ambiente marinho com algum hidrodinamismo. As estruturas bioerosivas que caracterizam o recife são também indicadoras de ambientes de reduzida profundidade (menos do que 5 m). O bivalve endolítico Myoforceps aristatus produz estruturas bioerosivas atribuíveis ao icnogénero Gastrochaenolites, ao passo que estruturas arredondadas escavadas na rocha (tipo “covinhas”) (Figura 49) são atribuíveis ao icnogénero Circolites e terão muito provavelmente sido produzidas por equinodermes epibentónicos sobre substrato rochoso, sendo os indivíduos da espécie Paracentrotus lividus os candidatos mais plausíveis. Estes ouriços são extremamente comuns no litoral das ilhas dos Açores, a 1-2 m de profundidade sobre substrato rochoso (obs. pess.). Callapez & Soares (2000) encontraram também Briozoários, bem como Decápodes, Balanus sp. (uma craca) e Sphaerechinus granularis (Lamarck, 1822) (um ouriço bastante comum nas costas rochosas dos Açores). Na amostra DBUA-F 067 encontrámos parte da placa de um ouriço S. granularis, bem como uma exúvia de Eriphia verrucosa (Forskål, 1785). Estes fósseis foram encontrados na unidade B1 (areias) e, sendo relativamente frágeis, indiciam que o transporte terá sido reduzido. As profundidades a que se formam os recifes produzidos por algas calcárias podem ser deduzidas a partir do conhecimento da composição específica e da abundância relativa das algas que formam esse recife (Adey, 1979). Na Prainha, os géneros existentes são Lithophyllum e Neogoniolithon, sendo o primeiro o mais abundante (Amen, 2002). Segundo Adey (1979), algas do género Lithophyllum são típicas de águas pouco profundas. O tipo de recife presente na Prainha (crostas de várias espécies intimamente sobrepostas ou densamente ramificadas e a coloração amarelada apresentada pela estrutura em causa) sugere ter sido construído num ambiente com algum hidrodinamismo, o que pressupõe uma pequena profundidade (não mais do que 1-2 m) (Amen, 2002). Por outro lado, a pequena espessura deste recife poderá ser indicadora de uma construção relativamente rápida. Cálculos efectuados 161 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores por Amen (2002), ainda que sujeitos a alguma reserva por parte deste autor, apontam para um tempo de construção de pouco mais de 100 anos, para um recife com uma espessura máxima rondando os 50-60 cm. Figura 49 Estruturas bioerosivas atribuíveis ao icnogénero Circolites. Foto: © Pedro Monteiro. De acordo com os dados mais recentes, obtidos em locais considerados como geologicamente estáveis durante os últimos 135.000 anos, o nível médio das águas do mar no subestádio isotópico 5e terá sido superior ao actual em cerca de 2 m (Neumann & Hearty, 1996). No estado actual dos nossos conhecimentos, não sabemos se Santa Maria esteve ou não geologicamente estável durante os últimos 130.000 anos. Supondo que sim, e assumindo um ligeiro movimento, constante e com igual tendência (quer de elevação quer de subsidência), é possível calcular uma taxa aproximada do movimento vertical para a Prainha. Assumindo que o recife algal se terá formado a cerca de 1-2 m de profundidade numa altura em que o nível médio das águas do mar estaria 2 m acima do actual, e estando este depósito actualmente a cerca de 3-4 m de altitude (relativamente ao zero hidrográfico), isto implica que as costas de Santa Maria terão sofrido uma elevação máxima de cerca de 2 m na zona da Prainha, o que dá uma elevação média de 0,0148 mm/ano. Nas Lagoinhas a taxa média de elevação foi maior (o depósito terá subido entre 5,4 e 6,4 m) o que dá valores médios anuais entre 0,0400 e 0,0474 162 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR mm/ano. Estes valores são superiores aos registados nas Canárias (elevação de 0,0148 mm/ano em La Palma e subsidência de cerca de 0,0074 mm/ano em Tenerife) (Zazo et al., 2002, 2003a). As unidades A1 e A2 da Prainha possuem uma mistura de espécies in situ (ou autóctones), isto é, que viveram, morreram e fossilizaram no local na sua posição natural (em vida), tais como Myoforceps aristatus, Arca tetragona, provavelmente Parvicardium vroomi e Vermetus sp., com espécies sublitorais associadas a fundos de areia ou de gravilha/cascalho, tais como Laevicardium crassum e Ervilia castanea, e espécies características do supralitoral como Littorina striata. Espécies herbívoras de pouca profundidade como Patella ulyssiponensis e Haliotis tuberculata coccinea eram habitantes comuns nestes ecossistemas de pouca profundidade. Cantharus variegatus, as várias espécies de Conus, Coralliophila meyendorffi, Jujubinus pseudogravinae, Mitra cornea e Stramonita haemastoma haemastoma seriam espécies sublitorais comuns em águas pouco profundas, bem como alguns pequenos gastrópodes associados a algas (Bittium latreillii, Rissoa guernei e Setia subvaricosa) (Ávila, 2000b; 2000c). As fracturas encontradas à superfície do recife na Prainha e nas Lagoinhas, bem como manchas indicadoras de oxidação, resultam de exposição subaérea, com a consequente sujeição a dessecação e temperaturas elevadas. A maioria destas fracturas está preenchida por areias da camada suprajacente (unidade B1) (Figura 39) e não por paleossolo, o que parece indicar um hiato temporal relativamente curto entre a deposição destas duas unidades. Por outro lado, as fracturas atrás referidas intersectam quer as estruturas bioerosivas atribuídas a Circolites, quer as perfurações produzidas por bivalves endolíticos como o Myoforceps, indicando que estas marcas foram produzidas antes da exposição subaérea do recife (Figura 49). Na associação presente na unidade B1 da Prainha, está representada uma série de espécies claramente subautóctenes, na sua maioria bivalves que viveriam em fundos de areia ou de gravilha, muito provavelmente a profundidades superiores àquelas até aqui referidas (ex.: Ervilia castanea, a espécie mais comum (Figura 50), Ensis minor, Plagiocardium papillosum e Tellina incarnata). Ensis minor, uma espécie exclusiva da unidade B1 da Prainha (não foi encontrada nas Lagoinhas) tem uma distribuição geográfica actual que se estende desde a Noruega para Sul, até Marrocos, ocorrendo também no Mediterrâneo (Urk, 1964). Vive em fundos de areia fina, desde a zona intertidal até uma profundidade de 10 m (Rolán et al., 1989). Juntamente com Ervilia castanea, um pequeno bivalve que ainda hoje existe nos Açores, eram duas espécies muito comuns durante a formação da unidade B1 na Prainha. Surpreendentemente, este pequeno bivalve (E. castanea) que vive exclusivamente em fundos 163 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores infralitorais pouco ricos em nutrientes (Moreno, 1998) e que é o bivalve mais comum no arquipélago dos Açores (Morton, 1990) não se encontra na zona de espraio das actuais praias da Prainha, muito embora a sua existência esteja documentada ao largo de Santa Maria, através de recolhas efectuadas por dragagem. Figura 50 Valvas de Ervilia castanea presentes na unidade B1 (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. Em algumas das valvas de Ervilia castanea e em menor quantidade, de Lucinella divaricata, foram encontradas marcas de predação por naticídeos (estruturas bioerosivas circulares atribuíveis ao icnogénero Oichnus) presumivelmente efectuadas por Polynices lacteus. Ainda em menor quantidade, estas marcas foram também encontradas em conchas de Cantharus variegatus, de Trachypollia nodulosa e de Polynices lacteus (Estampas XVII e XVIII). Os taxa subautóctenes encontrados na unidade B1 da Prainha, são, na sua grande maioria, sublitorais e típicos de substratos rochosos ou com coberto algal. Como exemplo de moluscos associados a algas temos todos os Rissoídeos, Anachis avaroides, Bittium latreillii, todos os Troquídeos e o pequeno Skeneopsis planorbis. A lapa-burra (Haliotis tuberculata coccinea) é encontrada usualmente sobre substrato rochoso, sendo particularmente activa durante a noite (obs. pess.). O bivalve Cardita calyculata aparece geralmente nas cavidades 164 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR rochosas. Littorina striata e Melarhaphe neritoides, dois habitantes comuns no supralitoral rochoso exposto estão também presentes, bem como Fossarus ambiguus, uma espécie típica da zona intertidal. Os indivíduos desta última espécie, regra geral, formam grupos que se escondem no interior de cavidades localizadas na parte inferior de calhaus de grandes dimensões, em sítios relativamente protegidos da costa (Houbrick, 1990). Figura 51 Areias com estratificação entrecruzada (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. Esta associação de espécies (unidade B1) com requisitos ecológicos tão diferentes é provavelmente o resultado da acumulação das conchas destas espécies em partes elevadas da 165 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores praia, por acção de marés altas, uma situação que ocorre com frequência nas costas dos Açores, em especial após tempestades fortes. Um bom exemplo disto, é o que se verifica na zona de rebentação na Praia do Pópulo (costa sul da ilha de São Miguel) onde valvas desarticuladas do bivalve subtidal Ervilia castanea se encontram aos milhares, formando cordões litorais onde também ocorrem algumas valvas vazias de Tellina incarnata, Basterotia clancula e, por vezes, juvenis de Callista chione (Ávila et al., 2000a). Em alguns locais, as areias apresentam estratificação entrecruzada, a qual é típica de ambientes marinhos de pequena profundidade (Figura 51), o que está de acordo com os prérequisitos ecológicos de Ensis minor. Sem testes de U/Th ou de C14 para avaliar a idade dos fósseis marinhos das jazidas quaternárias existentes em Santa Maria nas jazidas da Prainha e Lagoinhas, não podemos chegar a uma conclusão definitiva. 7.6.2 Lagoinhas A ausência nas Lagoinhas dos bivalves Lucinella divaricata, Laevicardium crassum e Ensis minor, muito comuns na Prainha é uma das diferenças mais significativas entre o depósito das Lagoinhas e o da Prainha, tendo sido detectada ainda numa fase inicial do trabalho, aquando da listagem preliminar de espécies. Na Tabela 33 estão listadas todas as espécies de bivalves encontradas nas duas jazidas. O número de espécies de bivalves encontradas na jazida das Lagoinhas (4) é muito menor do que o encontrado na Prainha (14) (Tabela 33). De salientar a quase ausência nas Lagoinhas de bivalves típicos de substratos arenosos (casos de Ensis minor, Lucinella divaricata e de Tellina incarnata, entre outros) com a excepção de Ervilia castanea. Das restantes espécies, duas ocorrem normalmente em substratos rochosos (Neopycnodonta cf. cochlear e Cardita calyculata) e Myoforceps aristatus é um bivalve perfurador endolítico que está restrito à zona do recife algal (unidade A2). Assim, quando se decidiu efectuar uma análise pormenorizada da fauna das duas jazidas, foram escolhidos os gastrópodes existentes nas areias (unidade B1), em virtude do elevado número de espécies e de indivíduos (Figura 52). 166 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Tabela 33 Espécies de bivalves encontradas nas jazidas Plistocénicas das Lagoinhas e da Prainha. Espécies Arca tetragona Myoforceps aristatus Pinna rudis Nodipecten corallinoides Crassadoma pusio Lima cf. lima Neopycnodonta cf. cochlear Lucinella divaricata Cardita calyculata Laevicardium crassum Parvicardium vroomi Papillicardium papillosum Ensis minor Tellina incarnata Ervilia castanea Lagoinhas 1 Prainha 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 14 1 TOTAL A B Figura 52 Jazida das Lagoinhas e pormenor da unidade B1 (areias) (em cima, à esquerda). A – unidade A2 (recife algal); B – unidade B1 (areias). Expedição “Marine Fossils of the Azores”, Santa Maria, 25/06/2002. Foto: © Pedro Monteiro. 167 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 7.6.2.1 Material e Métodos O método quantitativo mais adequado para a amostragem da fauna fóssil existente em areias, consiste na recolha de replicados com igual massa, usualmente 1 kg (Silva, 2001). As amostras das areias fósseis estudadas neste trabalho foram colectadas por Sérgio Ávila e Miguel Matias na unidade B1 quer das Lagoinhas (17-02-2003), quer da Prainha (18-02-2003). No acto da recolha, houve o cuidado de raspar a superfície exposta do depósito e, desprezando esse material, de efectuar a recolha das areias numa zona interior da unidade. No laboratório, as amostras foram pesadas e foram seleccionados 10 replicados de 1 kg por cada uma das jazida. Cada um destes replicados foi individualmente lavado em água corrente num crivo de 250µm, por forma a retirar a areia mais fina. Numa fase preliminar da lavagem, as amostras foram colocadas por breves segundos num sonicador, com o intuito de melhor desagregar as partículas aderentes às conchas dos moluscos. Todas as amostras foram identificadas (Lag 1 – Lagoinhas 1, Lag 2, ... Lag 10; Pra 1 – Prainha 1, Pra 2, ... Pra 10). Em seguida, procedeu-se à triagem dos moluscos existentes nas amostras, tendo os gastrópodes sido identificados e contados (Tabela 34). Todo o material está depositado na colecção de moluscos fósseis do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores sob os números DBUA-F 149 (amostras das Lagoinhas) e DBUA-F 151 (Prainha). O cálculo do número mínimo de replicados necessário para a análise quantitativa, foi obtido construindo-se uma curva relacionando o aumento cumulativo do número de espécies com as sucessivas amostras. Em virtude do muito mau estado de preservação dos gastrópodes existentes nas amostras triadas da Prainha, optou-se por utilizar nesta análise quantitativa somente os dados das Lagoinhas. 7.6.2.2 Resultados O estudo da Figura 53 revela que a curva do número de espécies/1 kg de amostra fica horizontal com 4 a 5 kg de areias, tendo-se optado por utilizar o valor mais conservador de 5 amostras. Um total de 7.556 gastrópodes foram contabilizados nas 5 amostras quantitativas das areias das Lagoinhas (Tabela 34). Sete espécies (por ordem decrescente de importância, Bittium latreillii, Alvania mediolittoralis, Rissoa guernei, Alvania sleursi, Melarhaphe neritoides, Cingula trifasciata, Manzonia unifasciata e Anachis avaroides) são responsáveis por entre 83,95% (Lag 1) e 86,50% dos indivíduos (Lag 3). Bittium latreillii é a espécie mais comum, representando quase 44% do total de indivíduos contabilizados na amostra Lag 4. Oito 168 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR espécies (Alvania formicarum, Cerithiopsis cf. minima, Littorina saxatilis, Mitra cornea, Myosotella myosotis, Nassarius incrassatus, Setia subvaricosa e Tricolia pullus azorica) estão representadas por um único exemplar (Tabela 34). Figura 53 Curva cumulativa do nº de espécies por amostra de 1 kg de areias (unidade B1) triadas. As amostras (Lag 1, Lag 2, ... Lag 5) foram recolhidas nas Lagoinhas. As espécies Cerithiopsis cf. minima, Littorina saxatilis, Alvania abstersa, Alvania formicarum, Pusillina inconspicua, Columbella adansoni, Nassarius incrassatus, Odostomella doliolum, Odostomia duureni e Odostomia cf. kuiperi, encontradas nas amostras quantitativas de areias das Lagoinhas (unidade B1) (cf. Tabela 34), e Pinna rudis (DBUA-F 147), encontrada em Fevereiro de 2004 por Rui Amen & Ana Neto na unidade B1 da jazida da Prainha, constituem novos registos para a fauna Plistocénica de Santa Maria. Adicionando estes dados ao anterior trabalho de Ávila et al. (2002) bem como a dados ainda não publicados o número total de espécies de moluscos marinhos litorais reportados para as jazidas Plistocénicas das Lagoinhas e Prainha (unidades A1, A2 e B1) é agora de 100 taxa. Nenhum destes novos registos se extinguiu entretanto nos Açores. 169 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 34 Número total de indivíduos e percentagem provenientes das amostras quantitativas de areia recolhida nas Lagoinhas (unidade B1). Cada amostra (Lag 1, Lag 2, ... Lag 5) corresponde a 1 kg de areia triado. Taxa / Espécies Lag 1 Alvania abstersa 8 Alvania cancellata 1 Alvania formicarum Alvania mediolittoralis 92 Alvania poucheti 8 Alvania sleursi 51 Anachis avaroides 10 Bittium latreillii 240 Calliostoma lividum Cerithiopsis cf. minima Cerithiopsis sp. 3 Cingula trifasciata 12 Conus sp. Columbella adansoni Fossarus ambiguus 2 Haedropleura septangularis Haliotis tuberculata Jujubinus pseudogravinae 9 Littorina saxatilis Manzonia unifasciata 14 Melarhaphe neritoides 17 Mitra cornea Mitromorpha azorensis 2 Myosotella myosotis Nassarius incrassatus Natica cf. prietoi Ocinebrina aciculata 1 Odostomella doliolum Odostomia cf. kuiperi Odostomia duureni 2 Odostomia sp. Patella sp. 2 Polynices lacteus Pusillina cf. inconspicua 1 Rissoa guernei 76 Setia subvaricosa Trachyppolia nodulosa 2 Tricolia pullus azorica Triphoridae 13 Trivia sp. 1 TOTAL 567 Lag 2 Lag 3 13 2 1 419 186 39 6 131 54 39 14 788 232 11 Lag 4 Lag 5 Lag 1 (%) Lag 2 (%) Lag 3 (%) Lag 4 (%) Lag 5 (%) 24 15 1,41 0,67 0,00 0,80 1,11 1 3 0,18 0,10 0,00 0,03 0,22 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 610 360 16,23 21,68 27,00 20,25 26,59 33 13 1,41 2,02 0,87 1,10 0,96 253 103 8,99 6,78 7,84 8,40 7,61 54 19 1,76 2,02 2,03 1,79 1,40 1313 401 42,33 40,77 33,67 43,58 29,62 7 1 0,00 0,57 0,00 0,23 0,07 1 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 7 2 20 3 0,53 0,36 0,29 0,66 0,22 67 32 70 51 2,12 3,47 4,64 2,32 3,77 2 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 4 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00 8 5 18 14 0,35 0,41 0,73 0,60 1,03 5 9 0,00 0,26 0,00 0,30 0,00 1 3 0,00 0,00 0,15 0,10 0,00 11 6 22 11 1,59 0,57 0,87 0,73 0,81 1 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 28 2 59 20 2,47 1,45 0,29 1,96 1,48 69 28 117 59 3,00 3,57 4,06 3,88 4,36 1 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 8 1 6 5 0,35 0,41 0,15 0,20 0,37 1 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 1 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 2 1 2 1 0,00 0,10 0,15 0,07 0,07 14 1 8 3 0,18 0,72 0,15 0,27 0,22 1 3 1 0,00 0,00 0,15 0,10 0,07 2 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,35 0,00 0,00 0,00 0,00 1 1 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07 3 1 0,35 0,16 0,00 0,03 0,00 1 1 0,00 0,05 0,00 0,03 0,00 7 0,18 0,00 0,00 0,00 0,52 220 96 307 240 13,40 11,38 13,93 10,19 17,73 1 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 1 2 1 0,35 0,00 0,15 0,07 0,07 1 0,00 0,00 0,15 0,00 0,00 43 18 51 21 2,29 2,22 2,61 1,69 1,55 2 1 7 0,18 0,10 0,15 0,23 0,00 1.933 689 3.013 1.354 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 7.6.2.3 Discussão A zonação actual dos moluscos litorais dos Açores é conhecida em detalhe desde o supralitoral até os 30 m de profundidade (Ávila, 1998, 2000b, 2003; Ávila et al., 2005) e Martins (2001) apresenta e discute a zonação dos Ellobiidae nos Açores, família de moluscos 170 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR marinhos representada neste arquipélago por 5 espécies (Myosotella myosotis, Ovatella vulcani, Pseudomelampus exiguus, Pedipes pedipes e Auriculinella bidentata), as quais fazem a transição entre o domínio marinho e o terrestre. Das espécies mais comuns encontradas nas areias das Lagoinhas, Melarhaphe neritoides é uma espécie típica do supralitoral, podendo actualmente ser encontrada desde o intertidal até altitudes próximas dos 7 m, Alvania mediolittoralis e Cingula trifasciata são espécies típicas do intertidal, ocorrendo geralmente em locais com reduzido hidrodinamismo, Rissoa guernei e Anachis avaroides são comuns nos primeiros 5 m de água, aparecendo Manzonia unifasciata um pouco mais abaixo, geralmente até os 10 m de profundidade, e Alvania sleursi é a única espécie que, embora ocorrendo a partir dos 3 m de profundidade, usualmente é mais comum por volta dos 20 m. A zonação actual das espécies mais abundantes presentes na unidade B1 das Lagoinhas pode ser vista na Figura 54. A exemplo do que foi encontrado na jazida da Prainha, esta associação de espécies subautóctenes, com diferentes requisitos ecológicos, aparenta também ser o resultado da acumulação das conchas destas espécies em partes elevadas da praia, devido a preias-mar de águas-vivas ou a ondas mais fortes, aquando de tempestades. 171 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 54 Zonação actual (percentagem de ocorrência em função da profundidade/altitude) nos Açores, das espécies de gastrópodes mais comuns encontradas nas amostras quantitativas de areias das Lagoinhas (unidade B1). Dados extraídos e modificados de Ávila (1998, 2000b, 2003) e Ávila et al. (2005). Alv med – Alvania mediolittoralis; Alv sle – Alvania sleursi; Bit lat – Bittium latreillii; Cin tri – Cingula trifasciata; Ris gue – Rissoa guernei; Man uni – Manzonia unifasciata; Ana ava – Anachis avaroides. 172 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR 7.7 A extinção local de Ensis minor e de outros bivalves litorais 7.7.1 Introdução O estudo das jazidas Plistocénicas de Santa Maria revelou que se extinguiram localmente alguns elementos da fauna existente nesses depósitos. Uma das questões mais pertinentes, é precisamente o desaparecimento dos mares dos Açores de algumas espécies de bivalves, em particular do Ensis minor. Este bivalve possui actualmente uma ampla distribuição geográfica ao longo da costa Atlântica Europeia, estando presente desde a Noruega para Sul, até Marrocos e ocorrendo também no Mediterrâneo (Rolán et al., 1989). A amplitude de temperaturas em que existe actualmente, pressupõe que deveria ter passado incólume a última glaciação. No entanto, tal não sucedeu e um facto insofismável é que esta espécie (bem como outros bivalves litorais) se extinguiu localmente nos Açores. Resta-nos tentar explicar porquê. 7.7.2 Discussão Entre 60 e 14.000 anos atrás, a temperatura superficial da água do mar nos Açores oscilou entre os 15 e os 8ºC (core SU90-08, 40ºN, 30ºW, 3.080m profundidade) (Cortijo et al., 1997, 1999; Vidal, 1997). Ora, estas temperaturas são similares às registadas à latitude da Noruega, onde actualmente o Ensis minor existe. Assim sendo, provavelmente não terá sido o factor temperatura da água do mar o responsável directo pelo desaparecimento desta espécie dos Açores. No entanto, talvez a descida da temperatura, ocorrida entre 100.000 e 14.000 anos atrás, de forma intermitente, possa ter tido um impacto, ainda que de forma indirecta. A explicação pode ainda ser mais prosaica e residir num facto bastante trivial: falta de habitat natural, neste caso areia, devido à descida do nível médio das águas do mar. Ao largo da Prainha, a costa é predominantemente arenosa e possui os seguintes desníveis (total de 4 transectos): 5-7 % entre os 0 e os 100 m de profundidade, 18-28 % entre os 100 e os 200 m e 93-100 % entre os 200 e os 500 m. Verifica-se assim que, a partir dos 100 m de profundidade relativamente ao actual nível médio das águas do mar, o desnível é muito mais acentuado que nos primeiros 100 m. Aquando da última glaciação, à medida que o nível médio da água do mar foi descendo, e até sensivelmente aos 100 m, os bivalves existentes ao 173 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores largo da Prainha não terão tido grandes problemas em acompanhar essa descida. Os problemas surgiram a partir dos 100 m. Quando o nível da água chegou a este ponto e o ultrapassou, os temporais de Inverno fizeram com que a areia retirada à praia começasse progressivamente a faltar nos primeiros 10 m de água, pois o declive mais acentuado a partir desta cota provocava o deslizamento da areia pelo talude abrupto, sem possibilidades de reposição pelo mar no Verão seguinte. Desta forma, e uma vez que o nível das águas desceu entre 120 e 130 m (Clark & Mix, 2002), as espécies típicas dos primeiros 30 m, devem ter-se extinguido localmente ou visto drasticamente reduzidos os seus efectivos populacionais. Por outro lado, espécies com uma zonação batimétrica mais ampla, devem ter ultrapassado incólumes a última glaciação. Este raciocínio tem três consequências lógicas: 1) as espécies mais afectadas pela descida do nível médio das águas abaixo dos 100 m de profundidade foram aquelas restritas aos primeiros 30-50 m e associadas somente a habitats arenosos; 2) pressupondo que Santa Maria esteve geologicamente estável, a fauna da Prainha (e também das Lagoinhas) pode ser ou anterior à última glaciação (provavelmente do subestádio isotópico 5e, entre 130 e 117.000 anos atrás) ou do estádio isotópico 1 (cerca de 8.000 anos atrás), alturas em que o nível médio das águas do mar esteve entre 4 a 6 m acima do actual. Se aceitarmos que o desaparecimento do Ensis minor e de outros bivalves na Prainha se deveu à falta de areia como consequência de um declive médio acentuado que se verifica no local, a partir dos 100 m de profundidade actuais, então a fauna da Prainha (e também das Lagoinhas) – em particular as espécies localmente extintas - terá necessariamente de ser de um período anterior à última glaciação pois, durante os últimos 8.000 anos, o nível médio das águas do mar desceu somente cerca de 6 m, em contraposição com os cerca de 130 m de descida registados entre 130.000 e 14.000 anos atrás; 3) para além dos bivalves litorais e restritos a habitats arenosos, outras espécies de animais, nomeadamente equinodermes, devem também ter sido afectadas pela falta de areia. Espécies como o ouriço irregular Brissus unicolor (Leske, 1778), típicas de praias arenosas entre os 10-30 m de profundidade e actualmente existindo nos Açores, no Mediterrâneo, nos dois lados do Atlântico e ainda desde Gibraltar para Sul até às ilhas de Cabo Verde (Wirtz & Martins, 1993), devem ter-se extinguido nos Açores durante a última glaciação ou, pelo menos, ter passado por um processo de “gargalode-garrafa” – mais conhecido pela expressão inglesa de “bottle-necking” – a que corresponde uma drástica redução dos efectivos populacionais. Isto é passível de ser 174 ______________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR testado, muito embora os resultados não permitam distinguir entre as duas hipóteses adiantadas (extinção local, seguida de recolonização recente, ou drástica diminuição do efectivo populacional por efeito de “gargalo-de-garrafa”). Na Tabela 35, apresentamos as espécies de bivalves existentes actualmente nos Açores, o tipo usual de substrato em que habitam e a respectiva batimetria. Tendo em linha de conta o raciocínio atrás apresentado, das 82 espécies de bivalves registadas para os Açores, duas foram retiradas desta análise, pois uma é introdução relativamente recente (Ruditapes decussatus (Linnaeus, 1758)) e a outra é representada por dois registos de populações que nunca se conseguiram estabelecer (Mytilus edulis Linnaeus, 1758) (Ávila et al., 1998; 2000a). Das restantes 80, 3 são bivalves perfuradores de madeira – Psiloteredo megotara (Hanley in Forbes & Hanley, 1848), Nototeredo norvegica (Spengler, 1792) e Xylophaga dorsalis (Turton, 1819) e não foram utilizadas nesta análise. Das 77 espécies que sobram, somente 13 espécies estão restritas aos primeiros 50 m e destas, somente Ensis minor existe exclusivamente em fundos de areia (cf. Tabela 35). Por outro lado, quando se comparam as espécies actuais e fósseis de acordo com o tipo de habitat, verifica-se que das 4 espécies presentes no registo fóssil em Santa Maria e actualmente presumivelmente extintas nos Açores (há algumas dúvidas relativamente ao desaparecimento de Laevicardium crassum), 3 estão associadas a habitats arenosos, 2 podem ainda ocorrer em fundos lodosos e 1 ocorre também em zonas de gravilha (cf. Tabela 35 e Tabela 36). Das 14 espécies de bivalves fósseis registadas para Santa Maria (Ávila et al., 2002), a maioria está associada a habitats arenosos (6 espécies). Destas 6 espécies, duas extinguiram-se localmente (Ensis minor e Lucinella divaricata), podendo o mesmo ter sucedido com Laevicardium crassum (Tabela 36). No entanto, deve ter-se em linha de conta que a mesma espécie pode existir em mais do que um habitat. Este facto pode ser o responsável pela extinção diferencial que se verificou na Prainha. É muito possível que algumas espécies de bivalves possamu ter sobrevivido em bolsas de areia, lodo, ou, mais provavelmente, de gravilha, que se formavam ao longo da linha de costa, à medida que o nível da água do mar sofria alterações. Uma análise mais detalhada da Tabela 36 revela que outras espécies de bivalves não detectadas ainda no registo fóssil poderão ter-se também extinguido localmente ou ter passado por um processo de gargalo-degarrafa com a concomitante redução drástica do efectivo populacional. Estão nestas condições as espécies Solemya togata (Poli, 1795), Modiolus adriaticus (Lamarck, 1819), Gastrana cf. 175 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores fragilis (Linnaeus, 1758) e Gari costulata (Turton, 1822), todas elas habitando fundos de areia ou lodosos a pequenas profundidades (intertidal até os 55 m) (Tabela 35). 176 ___________________________________________________________________________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Tabela 35 Bivalves actualmente existindo nos Açores ou entretanto localmente extintos (ext). Os dados relativos ao tipo de habitat e da zonação batimétrica foram retirados de Tebble (1966), Cosel (1995), Morton (1995), Rodríguez & Sánchez, (1997), Macedo et al. (1999) e Salas & Gofas (1998). Os dados relativos às espécies fósseis da Prainha foram extraídos de Ávila et al. (2002). Espécie Família Habitat Fóssil Batimetria (m) Ext Myoforceps aristatus (Dillwyn, 1817). Mytilidae Substratos brandos Sim 0-100 ext Lucinella divaricata (Linnaeus, 1758) Lucinidae Areia, lodo Sim ?-60 ext (?) Laevicardium crassum (Gmelin, 1791) Cardiidae Gravilha, areia, lodo Sim 0-2195 ext (?) Sim 0-10 ext Ensis minor (Chenu, 1843) Pharidae Areia Gastrana cf. fragilis (Linnaeus, 1758) Tellinidae Lodo Intertidal Parvicardium vroomi van Aartsen, Moolenbeek and Gittenberger, 1984 Cardiidae ? Neolepton cancellatum Salas & Gofas, 1998 Neoleptonidae Rochoso Sim Litoral 0-20 Basterotia clancula Von Cosel, 1995 Sportellidae Areia, gravilha (?) 1-20 Solemya togata (Poli, 1795) Solemyidae Areia, lodo 0-30 Trichomusculus semigranatus (Reeve, 1858) Mytilidae Rochoso, algas coralinas Intertidal - 30 Spondylus senegalensis Schreibers, 1793 Spondylidae Rochoso 5-30 Paphia aurea (Gmelin, 1791) Veneridae Areia, lodo, gravilha 0-36 Venerupis pullastra (Montagu, 1803) Veneridae Areia, lodo, gravilha 0-40 Pinna rudis Linnaeus, 1758 Pinnidae Gravilha, areia, lodo 0-40 Thracia papyracea (Poli, 1791) Thraciidae Areia, lodo, gravilha 0-50 Thracia cf. villosiuscula (Macgillivray, 1827) Thraciidae Areia, lodo, gravilha 0-50 Parvicardium exiguum (Gmelin, 1791) Cardiidae Gravilha, areia, lodo 0-55 Gari costulata (Turton, 1822) Psammobiidae Areia, lodo ?-55 Abra alba (W. Wood, 1802) Semelidae Areia, lodo, gravilha ?5-65 Pseudochama gryphina (Lamarck, 1819) Chamidae Rochoso 0-60 Modiolus adriaticus (Lamarck, 1819) Mytilidae Lodo 0-75 Pitar rudis (Poli, 1795) Veneridae Gravilha, areia Tellina incarnata Linnaeus, 1758 Tellinidae Gravilha, lodo, areia 0-80 Arca noae Linnaeus, 1758 Arcidae Rochoso Arca tetragona Poli, 1795 Arcidae Rochoso Striarca lactea (Linnaeus, 1758) Noetiidae Rochoso 0-130 Crenella arenaria Monterosato, 1875 Mytilidae ? ? Sim 0-85 0-200 Sim 0-2700 177 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 35 (cont.): Bivalves actualmente existindo nos Açores ou entretanto localmente extintos (ext). Os dados relativos ao tipo de habitat e da zonação batimétrica foram retirados de Tebble (1966), Cosel (1995), Morton (1995), Rodríguez & Sánchez, (1997), Macedo et al. (1999) e Salas & Gofas (1998). Os dados relativos às espécies fósseis da Prainha foram extraídos de Ávila et al. (2002). Espécie Família Habitat Dacrydium hyalinum Monterosato, 1875 Mytilidae ? Gregariella semigranata (Reeve, 1858) Mytilidae Rhomboidella prideauxi (Leach, 1815) Mytilidae Fóssil Batimetria (m) Ext Profundidade ? Areia 0- profundidade Pinctada radiata (Leach, 1814) Pteriidae Rochoso 1-190 Pteria hirundo (Linnaeus, 1758) Pteriidae Lodo, areia, substratos duros 15-1500 Aequipecten commutatus (Monterosato, 1875) Pectinidae Rochoso, areia, lodo, fundos coralinos 30-2700 Aequipecten opercularis (Linnaeus, 1758) Pectinidae Areia, lodo, fundos detríticos 4-2660 Nodipecten corallinoides (d'Orbigny, 1840) Pectinidae Rochoso, areia, lodo Sim 6-1250 Cyclopecten cf. hoskynsi (Forbes, 1844) Pectinidae Areia 73-2064 Palliolum incomparabile (Risso, 1826) Pectinidae Areia, lodo ?10-2000 Crassadoma multistriata (Poli, 1795) Pectinidae Gravilha, areia ?-150 Crassadoma pusio (Linnaeus, 1758) Pectinidae Rochoso Chlamys bruei (Payraudeau, 1826) Pectinidae Areia, lodo Sim ?-2300 30-2500 1-2000 Chlamys flexuosa (Poli, 1795) Pectinidae Areia, lodo, fundos detríticos Chlamys varia (Linnaeus, 1758) Pectinidae Rochoso, areia, lodo ?3-1400 Anomia ephippium Linnaeus, 1758 Anomiidae Rochoso 0-150 Pododesmus patelliformis (Linnaeus, 1761) Anomiidae Rochoso Lima lima (Linnaeus, 1758) Limidae Rochoso Limaria hians (Gmelin, 1791) Limidae Rochoso, areia, fundos detríticos 0-1400 Sim ?5-1171 0-450 Limatula subauriculata (Montagu, 1808). Limidae Fundos detríticos, areia, lodo 4-3191 Limea loscombii (G.W. Sowerby I, 1824) Limidae Fundos detríticos, areia, lodo 10-2704 Neopycnodonte cochlear (Poli, 1795) Gryphaeidae Rochoso Loripes lacteus Linnaeus, 1758 Lucinidae Areia, lodo Sim 0-150 45-250 Lucinoma borealis (Linnaeus, 1767) Lucinidae Gravilha, areia, lodo 0-1500 Diplodonta apicalis Philippi, 1836 Ungulinidae Areia, lodo 15-500 Chama gryphoides Linnaeus, 1758 Chamidae Rochoso ?5-250 Kellia suborbicularis (Montagu, 1803) Kelliidae Rochoso, areia, lodo 0-120 178 ___________________________________________________________________________________________________________________________________VARIAÇÕES DO DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR Tabela 35 (cont.): Bivalves actualmente existindo nos Açores ou entretanto localmente extintos (ext). Os dados relativos ao tipo de habitat e da zonação batimétrica foram retirados de Tebble (1966), Cosel (1995), Morton (1995), Rodríguez & Sánchez, (1997), Macedo et al. (1999) e Salas & Gofas (1998). Os dados relativos às espécies fósseis da Prainha foram extraídos de Ávila et al. (2002). Espécie Família Habitat Planctomya nilae Van Aartsen & Engl, 2001 Montacutidae ? Cardita calyculata (Linnaeus, 1758) Carditidae Rochoso Astarte cf. sulcata (da Costa, 1778) Astartidae Areia, lodo Fóssil Batimetria (m) Ext ? Sim 0-200 4-2525 Acanthocardia aculeata (Linnaeus, 1758) Cardiidae Lodo, areia ?5-125 Parvicardium cf. minimum (Philippi, 1836) Cardiidae Gravilha, areia, lodo 4-2700 Pappilicardium papillosum (Poli, 1795) Cardiidae Gravilha Arcopagia balaustina (Linnaeus, 1758) Tellinidae Areia, lodo, gravilha 0-750 Tellina donacina Linnaeus, 1758 Tellinidae Areia, lodo 0-800 Sim 0-60 / 0-1494 Tellina pygmaea Lóven, 1846 Tellinidae Areia Ervilia castanea (Montagu, 1803) Semelidae Areia 0-150 Venus casina Linnaeus, 1758 Veneridae Gravilha, areia, lodo 5-200 Sim 10-1800 Venus nux Gmelin, 1791 Veneridae Areia, lodo ?5-700 Globivenus effossa (Philippi, 1836) Veneridae Gravilha 9-1139 Timoclea ovata (Pennant, 1777) Veneridae Gravilha, areia, lodo 4-2489 Gouldia minima (Montagu, 1803) Veneridae Areia, lodo 0-200 Callista chione (Linnaeus, 1758) Veneridae Areia ?5-200 Irus irus (Linnaeus, 1758) Veneridae Rochoso 0-100 Hiatella arctica (Linnaeus, 1767) Hiatellidae Rochoso ?5-1400 Thracia corbuloides Deshayes, 1830 Thraciidae Areia, gravilha ?- profundidade Cardiomya costellata (Deshayes, 1835) Cuspidariidae Areia, lodo 5-2000 Lasaea adansoni (Gmelin, 1791) Lasaeidae Rochoso, algas 0-1360 Mysella bidentata (Montagu, 1803) Montacutidae Rochoso 0-2500 Montacuta ferruginosa (Montagu, 1803) Montacutidae Comensal de Echinocardium cordatum ?5-2489 Psiloteredo megotara (Hanley in Forbes & Hanley, 1848) Teredinidae Madeira a flutuar Superfície Nototeredo norvegica (Spengler, 1792) Teredinidae Madeira 0-700 Xylophaga dorsalis (Turton, 1819) Xylophagidae Madeira 0-2700 179 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 36 Número total de espécies de bivalves presentemente existindo nos Açores, registadas para o Plistocénico de Santa Maria e dadas como extintas localmente nos Açores, de acordo com o tipo de habitat. Presente Fósseis Extintas localmente Total 78 14 4 Areia Fundos rochosos Gravilha Lodo 45 26 19 36 6 4 4 2 3 0 1 2 Substratos brandos 0 1 1 Fundos detríticos Madeira 5 3 0 0 0 0 Outras espécies de bivalves como Abra alba (W. Wood, 1802), Basterotia clancula Von Cosel, 1995, Paphia aurea (Gmelin, 1791), Venerupis pullastra (Montagu, 1803), Thracia papyracea (Poli, 1791) e Thracia cf. villosiuscula (Macgillivray, 1827), habitando profundidades que deverão ter sido afectadas pela descida do nível da água do mar (1-65 m; cf. Tabela 35), poderão ter beneficiado do facto de também conseguirem habitar em fundos de gravilha, sendo assim menor a probabilidade de desaparecerem em consequência do abaixamento das águas, do que no caso de espécies restritas a fundos lodosos ou de areia. A susceptibilidade à extinção/desaparecimento local depende da espécie considerada e pode ser influenciada por outros factores tais como a competição, densidade populacional, resistência a variações de temperatura, tipo de desenvolvimento embrionário ou ainda a maior ou menor capacidade de dispersão. No entanto, afigura-se-me que o cenário atrás descrito de desaparecimento do suporte físico (areia) será a hipótese mais plausível para explicar o desaparecimento dos bivalves litorais associados a substratos arenosos ou lodosos. 180 _____________________________________________________________NEO E PALEOBIOGEOGRAFIA 8 RELAÇÕES BIOGEOGRÁFICAS E PALEOBIOGEOGRÁFICAS 8.1 Introdução De acordo com Brown & Lomolino (1998), Biogeografia é a ciência que tem por objectivo documentar e explicar os padrões espaciais da biodiversidade. Para tal, dedica-se ao estudo da distribuição geográfica presente e passada dos animais, das plantas e de outros organismos. Desta forma, a dimensão temporal é um factor de primordial importância para esta ciência. As três principais vertentes da Biogeografia são a Biogeografia histórica, que tenta explicar a origem, dispersão, especiação e extinção de taxa e biotas; a Biogeografia ecológica, que tenta explicar a distribuição presente de determinado organismo, em função da sua interacção com outros organismos e com os factores abióticos do meio; e, por último, a Paleoecologia, que faz a ponte entre os anteriores campos de investigação, ao estudar e explicar as relações entre os organismos e os ambientes passados, a partir dos conhecimentos acerca de organismos similares, mas recentes (Brown & Lomolino, 1998). Esta disciplina multidisciplinar exige sólidos e aprofundados conhecimentos de uma série de compartimentos do saber, nomeadamente: sistemática e taxonomia, ecologia, genética, evolução, paleontologia, estratigrafia, geologia, geografia, oceanografia física, climatologia e estatística. Quando se estuda a fauna ou flora de determinado local, uma das tarefas básicas é a elaboração de listas de espécies. Utilizando métodos estatísticos apropriados, listas de espécies de diferentes regiões podem ser comparadas por meio de índices de similaridade. Os valores obtidos para cada par comparado permitem estabelecer as relações biogeográficas dos animais ou plantas de determinada região. É precisamente sobre isso que trata este capítulo. 8.2 Relações biogeográficas actuais Já em meados do século XIX, Mac Andrew afirmava que “(...) as ilhas das Canárias, Madeira e Açores possuem uma fauna marinha muito semelhante à do Velho Continente, não obstante as principais correntes de superfície serem da América para a Europa. Muito poucos moluscos são comuns aos dois lados do Atlântico (...). De 160 espécies de conchas marinhas das ilhas Canárias e do Mediterrâneo que mandei para o falecido Professor C. B. Adams, ele 181 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores informou-me que conseguiu identificar somente uma (Columbella cribaria) (...) – provavelmente não reparou na Neritina viridis (= Smaragdia viridis) (Linnaeus, 1758) e talvez mais uma ou duas espécies.” (Mac Andrew, 1854: 49). Torna-se assim claro que, quando se cruza a informação da direcção e sentido das principais correntes de superfície (Figura 21 e Figura 22) com a comparação de listas de espécies das ilhas da Macaronésia (em especial os Açores, a Madeira e as Canárias) com outros locais, nomeadamente da Europa e costa leste americana, daqui emerge um problemático paradoxo: como explicar as maiores semelhanças com a Europa, ao invés de com a América, como, aparentemente, seria de esperar? De facto, uma série de estudos em diferentes filos, aponta para conclusões similares: as relações biogeográficas das ilhas dos Açores, Madeira e Canárias são mais fortes com a Europa do que com qualquer outra região. Vejamos alguns destes resultados, começando por analisar o que se passa com os moluscos marinhos. Ao estudar a malacofauna bentónica com distribuição anfi-Atlântica, isto é, com distribuição geográfica nos dois lados do Atlântico, García-Talavera (1981) chegou à conclusão que, ao contrário do que seria de esperar, os moluscos litorais dos Açores apresentavam uma baixa percentagem de espécies anfi-Atlânticas, estando especialmente relacionados com a Província Lusitânica e com o Mediterrâneo. Sánchez et al. (1987) estudaram as relações biogeográficas de 3 subordens de Nudibranchia (Doridacea, Dendronotacea e Aeolidacea) das ilhas Canárias e chegaram à conclusão de que 56% das espécies destas ilhas ocorriam também nas costas europeias (Mediterrâneo, Golfo da Biscaia e no Canal da Mancha, em especial) e que somente 24 % tinham afinidades com as Caraíbas. Malaquias (1996) estudou a fauna de Opistobrânquios da Madeira e reportou que 60,7 % destas espécies estavam relacionadas com a costa lesteAtlântica (da Escandinávia e ilhas Britânicas até Angola) e também com o Mediterrâneo, 25% eram espécies anfi-Atlânticas - isto é, ocorrem nas costas oeste (Americana) e leste (Europeia) do Atlântico – e 14,3 % eram endémicas da Macaronésia. Wirtz (1998a) publicou um trabalho sobre os Opistobrânquios dos Açores e concluiu também que estes apontavam para uma maior similaridade com as costas Europeias (Mediterrâneo incluído), com quase ausência de elementos da costa oeste-Atlântica. Os moluscos litorais dos Açores (Gastropoda, Bivalvia, Cephalopoda e Polyplacophora) foram estudados por Ávila (2000a) e Ávila & Albergaria (2002). De um total de 236 espécies na altura dadas para os Açores, 184 (78,0%) ocorriam também no Mediterrâneo, seguindo-se a Madeira (63,1%), Portugal (62,3%) e ilhas Canárias (59,7%). Somente cerca de 5% das espécies açorianas ocorriam em Ascensão e em Santa 182 _____________________________________________________________NEO E PALEOBIOGEOGRAFIA Helena (Atlântico Sul), ao passo que 23 espécies (9,7%) eram também dadas para a costa leste americana (Tabela 37). Tabela 37 Número e percentagem das espécies de moluscos confirmadas para os Açores (236), existentes também noutros locais: AÇO – Açores; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; POR – Portugal continental; MED – Mediterrâneo; MAD – Madeira, Desertas e Selvagens; CAN – Canárias; ASC – Ascensão; STH – Santa Helena; CAR – Caraíbas. Dados compilados de Ávila (2000a) e Ávila & Albergaria (2002). SCA BRI POR MED MAD CAN ASC STH CAR AÇO 80 115 147 184 149 141 13 12 23 % espécies em comum 33,9 48,7 62,3 78,0 63,1 59,7 5,5 5,1 9,7 De igual modo, as Demosponjas (filo Porifera) dos Açores estão também fortemente relacionadas com a costa leste-Atlântica, em particular com o Mediterrâneo, não se conhecendo espécies endémicas nos Açores (Boury-Esnault & Lopes 1985). Morton & Britton (2000) publicaram uma revisão dos trabalhos publicados sobre as esponjas litorais (<100 m de profundidade) e indicam um total de 98 espécies presentes nos Açores, das quais 77 ocorrem no Mediterrâneo (78%), 65 (66%) na costa Atlântica de Portugal e Sul de Espanha, sendo as menores similaridades com a região Boreal (16%) e com o noroeste Atlântico (costa Americana entre Newfoundland e Cabo Canaveral) (5 espécies – 5%). Igual padrão biogeográfico ocorre nos Cnidaria dos Açores (Wirtz et al., 2003), bem como nos Anthozoa em geral e Cirripedia (Morton & Britton, 2000) e nos Echinodermata (Pereira, 1997; Morton & Britton, 2000). O mesmo padrão repete-se ainda nos Crustáceos, com a fauna dos Açores partilhando elevadas afinidades com a Europa e o Norte de África, bem como com o Mediterrâneo e os arquipélagos da Madeira, Canárias e ainda Cabo Verde (Costa, 1994). Lopes et al. (1993) estudaram os Anfípodes dos Açores (somente os Gammaridea e Caprellidea) tendo registado 122 espécies. Destas, 48 (39,3%) eram endémicas dos Açores, 58 (47,5%) ocorriam também no Mediterrâneo e 57 (46,7%) apareciam de igual forma nas costas Portuguesas. Quanto aos Annelida e aos Amphipoda litorais dos Açores, para além da elevada percentagem de espécies existentes no Mediterrâneo (75% e 71%, respectivamente) e na costa Atlântica de Portugal e Sul de Espanha (60% e 72%), ocorrem ainda com elevada quantidade de espécies no Norte da Europa (82% e 68%) (Morton & Britton, 2000). 183 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Esta maior similaridade com a fauna Europeia ocorre também nos peixes. Briggs (1974) refere-se à existência de 99 espécies de peixes costeiros nos Açores, dos quais 77 (78%) estariam relacionados com o Atlântico leste, 21 (21,2%) eram espécies anfi-Atlânticas e somente uma espécie era considerada como endémica deste arquipélago. A lista de espécies mais actualizada publicada é a de Santos et al. (1997), onde a grande maioria das 460 espécies açorianas ocorre também nas costas Europeias. Embora os estudos de biogeografia das algas dos Açores estejam já um pouco desactualizados em virtude do elevado número de novos registos entretanto efectuados, tanto Prud’homme van Reine (1988) como Tittley & Neto (1995) bem como o mais recente estudo de Neto (1997), apontam para uma natureza biogeográfica mista da flora algal dos Açores, com influência mais marcada do Atlântico leste, mas com componentes também do Mediterrâneo e ainda da costa oeste-Atlântica (Americana). 8.3 Relações Paleobiogeográficas da fauna Plistocénica de Santa Maria O que a fauna Plistocénica de Santa Maria tem de interessante, não são tanto as espécies que ainda hoje existem nos Açores, mas sim aquelas que entretanto já se extinguiram e das quais só possuímos o seu testemunho por intermédio das conchas encontradas nos depósitos fossilíferos deste local (Tabela 38). Daí a importância do seu estudo, revelador de condições climáticas diferentes das actuais. Com excepção das espécies termófilas (Cantharus variegatus, Conus ambiguus, C. cf. ermineus, C. cf. miruchae, C. cf. roeckeli, Trachypollia nodulosa, Polynices lacteus e Zonaria picta) e dos bivalves Ensis minor, Laevicardium crassum (?) e Lucinella divaricata que estão actualmente extintas nos Açores, a malacofauna encontrada na unidade B1 (areias) das Lagoinhas e Prainha em Santa Maria é muito semelhante à que actualmente povoa as costas Açorianas. De acordo com Ávila (2000a), a maioria das espécies de moluscos que vive nos Açores, existe também no Mediterrâneo e, em menor grau, nas costas Portuguesas, bem como nos arquipélagos da Madeira e das Canárias. 184 _____________________________________________________________NEO E PALEOBIOGEOGRAFIA Tabela 38 Distribuição estratigráfica dos moluscos Plistocénicos colectados nas jazidas das Lagoinhas e Prainha (Santa Maria) (Ávila et al., 2002): ext – extinto; ? – há dúvidas quanto à actual existência desta espécie nos Açores. Os quadrados preenchidos a negro significam que a espécie foi encontrada nessa(s) unidade(s). Miocénico Conglomerado calcário Algas calcárias (Mitchell-Thomé, 1976) cimentado Unidade A1 Cantharus variegatus Conus ambiguus Conus cf. ermineus Conus cf. miruchae Conus cf. roeckeli Ensis minor Laevicardium crassum Lucinella divaricata Trachypollia nodulosa Myoforceps aristatus Polynices lacteus Zonaria picta Unidade A2 Areia Actualmente (Ávila, 2000a) Unidade B1 ext ext ext ext ext ext ext (?) ext ext ext ext ext A localização dos Açores no meio do Atlântico Norte faz com que este arquipélago seja passível de sofrer colonização por espécies dos dois lados do Atlântico. Tanto hoje em dia como durante a altura em que se formaram as jazidas das Lagoinhas e da Prainha, a percentagem de espécies provenientes da costa oeste-Atlântica (América), era semelhante. De facto, das 297 espécies litorais dadas para os Açores em Janeiro de 2005 (Ávila, dados não publicados), 39 ocorrem também na parte ocidental do Atlântico (13,1%), ao passo que das 100 espécies aceites como válidas nos depósitos Plistocénicos das Lagoinhas e da Prainha (Ávila et al., 2002; Ávila, sumb), 13 espécies estão referidas nessa altura para a parte ocidental do Atlântico (13.0% - Littorina saxatilis, Seila trilineata, Skeneopsis planorbis, Zebina vitrea, Polynices lacteus, Phalium granulatum, Charonia lampas, Charonia variegata, Trachypolia nodulosa, Cantharus variegatus, Conus ermineus, Conus ventricosus, e Pinna rudis) (Tabela 39). Actualmente, Stramonita haemastoma, Charonia variegata, Phalium granulatum, Conus ermineus e Polynices lacteus são espécies anfi-Atlânticas (García-Talavera, 1981) bem como Skeneopsis planorbis e Myosotella myosotis (Ávila, 2000a), muito embora M. myosotis tenha sido introduzida na costa oeste-Atlântica no Séc. XIX (Verrill, 1880). No entanto, pensamos que Polynices lacteus estará incorrectamente referido para os Açores por Morton et al. (1998). Estes autores basearam-se no trabalho de Laursen (1981) para citar esta espécie para o arquipélago. De facto, não obstante as dimensões consideráveis (superiores a 2 cm de comprimento) que os adultos desta espécie atingem, não possuímos um único exemplar desta 185 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores espécie na extensa colecção dos moluscos marinhos litorais recentes dos Açores, existente no DBUA (Departamento de Biologia da Universidade dos Açores). Tabela 39 Comparação entre as relações biogeográficas da fauna Plistocénica das Lagoinhas e da Prainha (Ávila et al., 2002) e da fauna actual de moluscos litorais dos Açores (Ávila, dados não publicados). Nº total espécies Espécies endémicas Atântico Ocidental (América) Atlântico Oriental (Europa/Norte de África) Fauna Plistocénica das Lagoinhas e da Prainha nº spp. % 100 100,0 20 20,0 13 13,0 71 71.0 Fauna Actual dos Açores nº spp. % 297 100,0 32 10,8 39 13,1 257 86,5 Assim, e à semelhança do que ocorre actualmente, a grande maioria dos fósseis Plistocénicos encontrados nas jazidas das Lagoinhas e Prainha está também relacionada com a parte oriental do Atlântico, isto é, com as costas Europeias (cf. Tabela 39). Em virtude da incongruência detectada entre o actual padrão de circulação no Atlântico Norte das correntes marinhas de superfície, e as relações biogeográficas (quer no Plistocénico quer hoje em dia), há que sugerir um mecanismo explicativo deste facto. O próximo capítulo apresenta algumas hipóteses de trabalho. 186 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO 9 POSSÍVEIS ROTAS DE COLONIZAÇÃO DOS AÇORES 9.1 Enquadramento histórico A fragmentação da Gondwana iniciou-se durante o Jurássico e um dos seus efeitos mais marcantes foi o aparecimento de um novo Oceano, o Atlântico. Este novo oceano formou-se devido aos movimentos opostos da América do Norte relativamente a África, iniciados entre o início do Jurássico e o Jurássico Médio (180-165 Ma) (Pitman & Talwani, 1972; Hallam, 1981) os quais provocaram o aumento das dimensões do Golfo do México e do Mar das Caraíbas, e ao início do afastamento da América do Sul relativamente ao continente Africano (Smith & Briden, 1977). A Dorsal Médio-Atlântica iniciou-se uns milhões de anos mais tarde (entre 95-90 Ma) (Kristofferson, 1978) e o seu ramo Norte foi o responsável pelo progressivo afastamento da América do Norte relativamente à Eurásia, bem como pela individualização da Gronelândia relativamente a estes dois continentes (Stanley, 1993). Os arquipélagos das Canárias (20 Ma), Selvagens (24-27 Ma), Madeira (14 Ma) e Açores (8 Ma) (Abdel-Monem et al., 1975; García-Talavera, 1999) ter-se-ão formado no Atlântico Norte decorrentes da influência de “hot-spots” bem como do “rift” Médio-Atlântico. A fauna Miocénica encontrada em Santa Maria (Bronn, 1860, in Hartung, 1860; in Reiss, 1862; Mayer, 1864; Cotter, 1888-1892; Friedlander, 1929; Agostinho, 1937; Berthois, 1950, 1951, 1953; Ferreira, 1952, 1955; Krejci-Graff et al., 1958, Zbyszewski et al., 1961; Zbyszewski & Ferreira, 1962) é característica de um clima mais quente do que o actual. No início do Miocénico (23 Ma), a corrente do Tétis fazia a ligação entre o Oceano Índico e o Oceano Atlântico, através do Mar Tétis. A colisão da África-Arábia e da Península Indiana com a Eurásia que ocorreu há cerca de 16 Ma (Vermeij, 1978) teve reflexos no Mar Tétis, pois fechou a ligação entre este mar e o Índico entre os 13-11 Ma na região do Paratétis (actual Mediterrâneo Oriental) (Jacobs et al., 1996), levando ao desaparecimento da corrente do Tétis (Stanley, 1993) e ao surgimento do Mediterrâneo como o conhecemos actualmente. Entre 5,96 e 5,33 Ma atrás, teve lugar no Mediterrâneo um dos eventos mais dramáticos dos últimos 20 Ma (Hsü et al., 1973; Krijgsman et al., 1999, 2002). Este fenómeno, conhecido por “Crise de Salinidade Messiniana”, foi provocado pelo fecho das passagens marinhas existentes entre o Mediterrâneo e o Atlântico na zona norte de Marrocos – o corredor Rifiano (Krijgsman et al., 1999a, 2000; Barbieri & Ori, 2000) – e provocou o quase desaparecimento, por evaporação, do Mar Mediterrâneo, com a correspondente extinção 187 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores maciça da fauna e flora marinhas (Raffi & Marasti, 1982). Entre 5,59 e 5,33 Ma, o Mediterrâneo esteve totalmente isolado do Atlântico, o que provocou uma queda do nível das águas estimada à volta dos 1.000 m. Entre 5,59 e 5,50 Ma ocorreu um período de erosão, a que se seguiu um período de deposição de sedimentos não marinhos, entre 5,50 e 5,33 Ma (Krijgsman et al., 1999b). A “Crise de Salinidade Messiniana” teve um impacto profundo nas espécies Mediterrâneas em geral e nos rissoídeos em particular, uma vez que se pode considerar que, neste período, a vida marinha foi praticamente erradicada desta zona do globo. Eventualmente, terão sobrevivido algumas (poucas) espécies eurihalinas (Raffi & Marasti, 1982). Há cerca de 5,33 Ma, muito possivelmente por fenómenos tectónicos a nível da crosta (Duggen et al., 2003) a barreira que separava o Atlântico do Mediterrâneo desapareceu e o Mediterrâneo foi catastroficamente inundado num curto espaço de tempo. A malacofauna reintroduzida no Mediterrâneo nesta altura, corresponde a uma muito empobrecida fauna Miocénica Lusitano-Atlântica (Raffi & Marasti, 1982). O desaparecimento da maioria da fauna Miocénica Lusitano-Atlântica é contemporâneo da “Crise de Salinidade Messiniana” e foi provocado por alterações climáticas: abaixamento das temperaturas médias da água e do ar, aumento do volume dos gelos na Antárctica (até 50% mais do que o actual) (Shackleton & Kennett, 1975) e abaixamento do nível médio das águas do mar em cerca de 40 m (Raffi & Marasti, 1982). A abertura do Estreito de Bering ocorreu há cerca de 3,5 Ma, no Pliocénico Médio, um pouco depois da transição do Zancliano (5,32-3,58 Ma) para o Placenciano (3,58-2,58 Ma) (Morton & Britton, 2000) e provocou o incremento da corrente fria do Labrador (Berggren & Hollister, 1974; Raffi & Marasti, 1982), a qual foi responsável pela extinção dos moluscos bentónicos termófilos de afinidades tropicais na altura existentes na costa Atlântica da América do Norte (Stanley & Campbell, 1981). Em termos biológicos, a abertura do Estreito de Bering permitiu a troca de faunas entre o Pacífico e o Atlântico. Esta troca assimétrica (o Atlântico recebeu maior número de espécies Pacíficas do que as que passaram do Atlântico para o Pacífico) (Briggs, 1970; Fyles et al., 1991) conhecida por “Pliocene Trans-Arctic Interchange”, não foi muito importante para as ilhas já existentes nos Açores, uma vez que das 261 espécies que passaram do Pacífico para o Atlântico (Vermeij, 1991), somente uma, Littorina saxatilis, está presente actualmente nos Açores (Ávila et al., 1998, 2000a). Entre 3,5 e 3,3 Ma o clima começou a arrefecer, com os sinais precursores das glaciações que um pouco mais tarde afectariam o Hemisfério Norte (Shackleton & Opdyke, 1977; Stanley & Ruddiman, 1995). 188 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO Sensivelmente na mesma altura (3,6-3,5 Ma) teve início o fecho intermitente do Istmo do Panamá, processo lento e gradual iniciado há cerca de 15 Ma e que culminou com a interrupção total da comunicação entre o Atlântico e o Pacífico há cerca de 3,1-2,8 Ma atrás (Coates & Obando, 1996; Beu, 2001). Tanto a abertura do Estreito de Bering, como o fecho do Istmo do Panamá, tiveram profundas implicações a nível da reorganização da circulação das principais correntes no Oceano Atlântico. Ao impedir a passagem de águas do Pacífico para as Caraíbas, o fecho do Istmo do Panamá fez aumentar os valores da salinidade das águas do Mar das Caraíbas, o que provocou um concomitante aumento quer da salinidade, quer do caudal da Corrente do Golfo (Berggren & Hollister, 1974). Como resultado disto, houve também um aumento da NADW (“North-Atlantic Deep Water”) formada na Noruega-Gronelândia e no Labrador, a qual é responsável por transportar para latitudes mais baixas águas frias provenientes de latitudes mais elevadas. Este mecanismo de correntes marinhas de superfície e de profundidade, é conhecido por circulação termohalina. O aparecimento de uma calote polar no Hemisfério Norte há cerca de 2,58 Ma marca o início das glaciações, com a correspondente alternância entre períodos glaciais e interglaciais (Shackleton et al., 1984) e com a consequente migração em latitude da frente polar, em consonância com os ciclos glaciar/interglaciar (Berggren & Hollister, 1974). Uma das consequências do fecho do Istmo do Panamá e do consequente aumento da salinidade das águas do Mar das Caraíbas foi o afundamento dessas águas, transportadas pela corrente do Golfo, nas latitudes mais elevadas, impedindo-as assim de aquecer o Oceano Árctico, e permitindo o aparecimento de uma quase permanente cobertura de gelo, a Calote Polar Árctica (Stanley, http://www.jhu.edu/~eps/faculty/stanley/pliocene.html). Ao invés, no início do Pliocénico, e antes do fecho do Istmo do Panamá, não seria possível a formação desta Calote Polar Árctica, pois a entrada de águas do Oceano Pacífico no Atlântico faria descer a salinidade do Atlântico na zona das Caraíbas. Com uma menor salinidade inicial, as águas quentes da corrente do Golfo já não se afundariam nas latitudes mais elevadas, promovendo assim o aquecimento das águas superficiais bem como das massas de gelo polar, e impedindo a formação dessa Calote Polar Árctica (Figura 55). As alterações climáticas do final do Pliocénico (Gelasiano), com um aumento marcado da sazonalidade e com sucessivos arrefecimentos das águas oceânicas superficiais, tiveram um efeito marcado na fauna litoral de moluscos bentónicos, provocando a extinção no Mediterrâneo dos moluscos de afinidade tropical sobreviventes ao arrefecimento climático dos 3,5-3,3 Ma (Raffi & Marasti, 1982; Raffi et al., 1989; Raffi & Monegatti, 1993) e o 189 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores aparecimento na fauna do Mediterrâneo dos primeiros “boreal guests”, espécies típicas da região Boreal (águas frias) entre 1,7 e 1,6 Ma atrás (Raffi, 1986). Figura 55 Correntes de superfície e de profundidade no início do Pliocénico e actualmente. Os números referem-se aos valores médios da salinidade. CPA: Calote Polar Árctica (adaptado de Stanley, http://www.jhu.edu/~eps/faculty/stanley/pliocene.html). Durante o último milhão de anos, ocorreram 15 estádios interglaciares e outros tantos glaciares. A penúltima interglaciação teve início há cerca de 130.000 anos e corresponde ao subestádio isotópico 5e. A brusca transição entre o estádio glaciar que a precedeu, conhecido por estádio isotópico 6, e o 5e, corresponde à Terminação 2. A última glaciação atingiu o seu máximo há cerca de 18.000 anos e a também brusca transição entre ela e o actual estádio interglaciário (estádio isotópico 1) corresponde à Terminação 1 (Wilson et al., 2000). 190 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO 9.2 Possíveis rotas de colonização dos Açores As premissas em que baseio a restante discussão deste capítulo alicerçam-se nos seguintes factos: a) o arquipélago dos Açores existe há, pelo menos, 8 Ma; b) todas as ilhas do arquipélago são oceânicas, distando pelo menos cerca de 900 km da fonte colonizadora mais próxima (arquipélago da Madeira); c) a fauna do final do Miocénico - início do Pliocénico encontrada em jazidas na ilha de Santa Maria é predominantemente europeia (Mayer, 1864; Cotter, 1888-1892; Friedlander, 1929; Agostinho, 1937; Berthois, 1950, 1951, 1953; Ferreira, 1952, 1955; Krejci-Graff et al., 1958; Zbyszewski et al., 1961; Zbyszewski & Ferreira, 1961, 1962); d) a fauna Plistocénica encontrada em Santa Maria é também predominantemente europeia (Ávila et al., 2002; Ávila, subm); e) durante o anterior estádio interglaciário (subestádio isotópico 5e) chegaram aos Açores espécies termófilas provenientes de Cabo Verde/Canárias/Madeira (por mecanismos de dispersão associados a fenómenos de expansão geográfica) e também da costa Americana (Ávila, subm); f) as estimativas da variação da temperatura superficial da água do mar na região dos Açores durante os últimos 150.000 anos, variam entre os 2-3ºC (Crowley, 1981) e os 8ºC (Vidal, 1997). De acordo com (Crowley, 1981), há 18.000 anos, as temperaturas no Inverno oscilariam entre os 12-13ºC, ao passo que no Verão rondariam os 19-20ºC. Hoje em dia, os valores são de 15-16ºC e de 22-23ºC, respectivamente (Instituto Hidrográfico, 1981). Esta pequena variação na temperatura das águas do mar deve-se ao facto de a Corrente do Golfo ser mais forte durante períodos glaciários (por exemplo há 18.000 anos, bem como há 150.000 anos atrás) do que o é actualmente, provavelmente devido à descida em latitude da frente polar (Crowley, 1981); g) durante épocas glaciárias, a velocidade média dos ventos terá sido maior do que actualmente (Crowley & North, 1991). Uma consequência directa disto é o aumento na velocidade da circulação geral dos oceanos, que terá também sido maior do que actualmente (Wunsch, 2003); h) a última glaciação provocou a extinção nos Açores das espécies termófilas aí chegadas, presumivelmente, durante o estádio interglaciário anterior e de bivalves 191 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores endobentónicos litorais típicos de substratos móveis. Nem uma só das espécies endémicas (nomeadamente nenhum dos Rissoidae) se extinguiu durante esta glaciação (Ávila et al., 2002; Ávila, subm); i) de forma similar às relações paleobiogeográficas Miocénico-Pliocénicas e Plistocénicas, as actuais relações biogeográficas dos moluscos litorais dos Açores são também predominantemente com a fauna do Atlântico oriental (Europa, Madeira e Canárias) (Ávila, 2000a; cf. Capítulo 9). Excluídas as espécies endémicas, onde a família Rissoidae constitui quase metade dos elementos (Ávila, 2000b), a malacofauna litoral dos Açores é predominantemente constituída por espécies europeias ou espécies insulares maioritariamente existentes também nos arquipélagos da Madeira e/ou Canárias; j) o padrão biogeográfico detectado nos moluscos marinhos ocorre também na generalidade dos diversos filos estudados (Porifera, Cnidaria (Anthozoa), Annelida, Crustacea, Echinodermata, Pisces) (ver revisão e referências em Morton & Britton, 2000); k) este padrão biogeográfico não coincide com o que seria de esperar, em virtude do actual sistema de correntes de superfície no Atlântico Norte; l) o Mediterrâneo Ocidental é a região que possui maior similaridade biogeográfica com os Açores (Ávila, 2000a); m) actualmente, é altamente improvável a saída de espécies litorais do Mediterrâneo nas águas superficiais, em virtude do sistema de correntes no Estreito de Gibraltar; n) entre o Mediterrâneo e o arquipélago da Madeira, uma série de bancos submarinos possibilita e facilita a passagem de espécies entre o Mediterrâneo/costa sulAtlântica de Portugal-Espanha e o arquipélago da Madeira por alpondra (“steppingstones”); o) estão documentados dois períodos anuais de inversão das correntes entre a costa oeste-Africana/Madeira e os Açores (Santos et al., 1995) que podem explicar a chegada, actualmente, de espécies provenientes do arquipélago da Madeira, aos Açores. Em súmula, é possível explicar a chegada de espécies aos Açores, mas há dificuldades em conjugar o actual padrão das correntes de superfície entre os Açores e a Europa com as relações biogeográficas predominantemente europeias, em particular, com o Mediterrâneo. Assim, ou numa altura qualquer do passado a circulação de superfície no Atlântico Norte foi 192 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO diferente da actual ou, caso admitamos que esta circulação se manteve inalterada ou pelo menos muito similar à actual desde o Pliocénico, teremos de admitir que a colonização do arquipélago dos Açores se efectuou contra o sentido predominante das correntes de superfície no Atlântico Norte. Para resolver este aparente paradoxo, estudemos as possíveis rotas e processos e padrões de colonização dos Açores, consoante estes ocorram em períodos interglaciários (1) ou glaciários (2) e (3). Comecemos pela rota e mecanismos de colonização durante um estádio interglaciário (semelhante ao que ocorre actualmente). (1) Durante um estádio interglaciário, a troca de águas entre o Mediterrâneo e o Atlântico pode ser basicamente descrita como uma entrada de águas do Atlântico no Mediterrâneo à superfície (salinidade média um pouco superior a 36,0 gdm-3) (Millot, 1999), com a saída de águas Mediterrâneas (salinidade de 38,4 gdm-3) (Sawyer, 1987), mais salinas, logo mais densas, para o Atlântico, em profundidade, na zona do Estreito de Gibraltar (EUROMODEL Group, 1995) (Figura 56). Actualmente, a taxa de evaporação no Mediterrâneo é da ordem dos 60 cm ano-1 (Kinder & Bryden, 1987) produzindo uma água com uma salinidade superior em 2,1 ppt, relativamente à salinidade das águas do Atlântico Norte. Este défice hídrico no Mediterrâneo (Kallel et al., 1997) é compensado entrando mais água do Atlântico à superfície (cerca de 0,95 Sv; 1 Sv = 106 m3s-1) do que aquela que sai do Mediterrâneo em profundidade, variando as estimativas entre os 0,72 Sv (EUROMODEL Group, 1995) e os 0,79 Sv (Bryden et al., 1989). Esta água do Mediterrâneo (“Mediterranean Undercurrent”) desce ao longo da plataforma continental na região do Golfo de Cadiz e mistura-se com a água Norte-Atlântica (NAW) que lhe está sobrejacente, ao longo de uma distância de cerca de 40-50 km (Özgökmen et al., 2001) e a profundidades entre os 500 e os 1.000 m (Arhan, 1987). Figura 56 Circulação anti-estuarina no Mediterrâneo Ocidental (adaptado de Gebhardt, 1999). 193 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Em termos biológicos, a principal consequência desta circulação anti-estuarina no Mediterrâneo Ocidental é a de que somente as espécies litorais Mediterrâneas com larvas planctotróficas terão hipóteses de sobrevivência quando transpõem o Estreito de Gibraltar e passam para o Atlântico. Existem registos destas águas mediterrâneas nas proximidades dos Açores a profundidades da ordem dos 800-1000 m (Helland-Hansen & Nansen, 1926). Os montes submarinos existentes entre o Sul de Portugal e a Madeira (Ormonde, Seine, Dacia, Ampère) poderão funcionar como pontos de passagem (“stepping-stones”) para algumas espécies litorais mediterrânicas possuidoras de larva planctotrófica, hipótese já defendida por vários autores (ver referências em Ávila & Malaquias, 2003). As correntes nesta zona são responsáveis pela chegada, com relativa facilidade, destas espécies provenientes do Mediterrâneo, à Madeira. O mesmo se passa, relativamente a espécies provenientes das costas Atlânticas de Portugal e Espanha, bem como do Norte da Europa. A importância da Madeira como “placa giratória” para a colonização quer das Canárias quer dos Açores foi já advogada por vários autores (ver a propósito a “Madeiran artery” de Croizat, 1958, 1964, 1968; Balletto et al., 1990). Durante anteriores períodos interglaciares, está documentada a expansão geográfica para Norte, de espécies típicas de regiões mais quentes tais como Trachypollia nodulosa, Cantharus variegatus, Zonaria picta e Z. pyrum e de várias espécies de Conus que foram encontradas nos Açores (Plistocénico de Santa Maria) (Ávila et al., 2002; Ávila., subm). As inversões no sentido das correntes entre a Madeira/Norte de África e os Açores, detectadas por Santos et al. (1995) poderão fornecer um mecanismo plausível para a chegada destas espécies provenientes da Madeira/Norte de África aos Açores. Assim, a colonização dos Açores ocorreria a dois tempos: primeiro a chegada à Madeira e depois, por uma rota improvável mas que se torna provável desde que haja tempo suficiente (conhecida por “sweepstake-route”), ocorreria a chegada destas espécies aos Açores. (2) Durante um estádio glaciário, alguns dos montes submarinos atrás mencionados poderão estar emersos, sendo portanto ilhas, assim encurtando a distância entre a costa Atlântica europeia e a Madeira e aumentando a probabilidade de sucesso de colonização (García-Talavera, 1999) em particular de organismos intertidais ou de pequena profundidade. Durante e aquando da instalação de períodos glaciários, está documentado o desaparecimento nos Açores de fauna termófila aí chegada por expansão geográfica durante anteriores períodos interglaciários (García-Talavera, 1990; Callapez & Soares, 2000; Ávila et al., 2002), bem como a extinção de bivalves litorais, presumivelmente por falta de habitat (areia) devido à descida do nível das águas do mar (cf. Cap. 7.7, pág. 173 em diante). 194 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO Por outro lado, em certos períodos pós-glaciação, em particular a seguir aos eventos conhecidos por “Terminação” (períodos de rápida deglaciação) (Broecker & van Donk, 1970; Wilson et al., 2000) o balanço hídrico no Mediterrâneo pode ser positivo, devido ao previsível maior caudal dos rios que nele desaguam, bem como às menores temperaturas registadas, logo com uma menor taxa de evaporação (no entanto, de acordo com Gladenkov (1981) e Raffi (1986), também a pluviosidade é menor). Ainda assim, poderia ser que a hipótese da inversão do sentido das trocas de água entre o Atlântico e o Mediterrâneo, defendida por Gebhardt (1999) para o período entre o Languiano e o Tortoniano (16,3-7,5 Ma) e apontada por Mars (1963) para o Pliocénico (embora rejeitada por Raffi (1986) para este período) tivesse validade durante alguns períodos pós-glaciais do Plistocénico (ver a propósito Huang & Stanley (1974)), daí resultando uma circulação estuarina no Mediterrâneo Ocidental (Figura 57). Figura 57 Circulação estuarina no Mediterrâneo Ocidental (adaptado de Gebhardt, 1999). Isto teria implicações tremendas, quer físicas (oceanográficas), com alterações no padrão geral da circulação no Atlântico Norte, quer do ponto de vista biológico. Por um lado, seria de esperar que desaparecesse (ou diminuísse muito de intensidade) a Corrente dos Açores (Jia, 2000; Özgökmen, 2001); por outro, a água de profundidade Norte-Atlântica (NADW – “North Atlantic Deep Water”), formada nos mares da Noruega-Gronelândia e no Labrador, diminuiria também de intensidade, o que provocaria a diminuição das temperaturas médias das águas superficiais no Atlântico leste (Rühlemann et al., 1999). Do ponto de vista biológico, a saída de água Mediterrânea à superfície permitiria também a saída de espécies litorais Mediterrâneas (quer planctotróficas, quer não planctotróficas) à superfície das águas, para o Atlântico. Estas espécies mais uma vez 195 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores poderiam atingir a Madeira, uma vez que algumas das correntes de superfície seriam nesse sentido. Outro aspecto interessante, é o de que sendo as correntes do Golfo e Atlântico Norte mais fortes (maior caudal e velocidade) durante períodos glaciários (Crowley, 1981; Wunsch, 2003) em virtude da descida em latitude da Frente Polar, será menor o tempo requerido para chegarem aos Açores, provenientes da costa leste-Americana, as larvas de espécies com desenvolvimento planctotrófico (em especial as teleplânicas) e juvenis ou adultos que se dispersem em jangada, por meio de objectos flutuantes. Desta forma, é expectável que a probabilidade de chegada aos Açores de espécies provenientes das Caraíbas seja maior em períodos glaciários. Tal não significa necessariamente que se estabeleçam populações viáveis nos Açores, isto é, reprodutoras, uma vez que as temperaturas mais baixas das águas neste local, comparativamente às registadas nas Caraíbas, em particular durante a fase reprodutora do ciclo de vida, poderão ser um factor decisivo (Bouchet & Taviani, 1992; Bhaud, 1993). De referir que Lynch-Stieglitz et al. (1999) defendem que a Corrente do Golfo era mais fraca durante o último máximo glacial, sendo as conclusões destes autores refutadas por Wunsch (2003). (3) Uma terceira hipótese, é a de que, subsequentemente à Crise de Salinidade Messiniana, a troca de água entre o Atlântico e o Mediterrâneo no Estreito de Gibraltar se tenha processado sempre de forma semelhante à actual, inclusive em períodos pós-glaciação (Terminações incluídas). Embora a questão da inversão das correntes no Estreito de Gibraltar tenha levantado acesa polémica na comunidade de paleoceanógrafos durante as décadas de 80 e 90 do século XX, a grande maioria dos estudos mais recentes efectuados neste local não encontra evidência de inversão das correntes na zona de Gibraltar (Kallel et al., 1997; Emeis et al., 2000; Schönfeld & Zahn, 2000). Assim sendo, ao invés de funcionar como fonte de espécies para colonizar outros locais do Atlântico, o Mediterrâneo seria um local de acumulação de espécies. A malacofauna actual do Mediterrâneo é caracterizada por um elevado número de espécies endémicas, verificando-se este padrão também nos Rissoidae (cf. Capítulo 2.3.1). De acordo com Raffi & Marasti (1982) tal deve-se ao facto de o Mediterrâneo Oriental ter actuado como área de refúgio durante as glaciações do Plistocénico. A esta justificação, e aceitando-se a actual circulação anti-estuarina no Mediterrâneo quer durante períodos glaciários, quer interglaciários, podemos adicionar o seguinte corolário: se as espécies bentónicas litorais existentes no Mediterrâneo não podem sair daqui para o Atlântico, é natural que a 196 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO probabilidade de chegada de espécies litorais bentónicas e com desenvolvimento nãoplanctotrófico seja menor nas zonas mais afastadas da zona de entrada de águas Atlânticas, isto é, do Estreito de Gibraltar. Isto implica que será menor nesses locais o fluxo genético AtlantoMediterrânico, sendo, por conseguinte, maiores as probabilidades de especiação alopátrica destas espécies no Mediterrâneo Oriental. Esta hipótese verifica-se nos Gammaridea (Crustacea, Amphipoda) (Conradi & López-González, 1999) e é validada pelos dados de Oliverio (1996), ainda que parcelares, no que à distribuição geográfica dos Rissoidae no Mediterrâneo diz respeito. Este autor detectou um aumento do número de espécies de cenogastrópodes com desenvolvimento não-planctotrófico ao longo do Mediterrâneo, passando a percentagem np-p de 37-63% em Murcia (Sul de Espanha, Mediterrâneo Ocidental) para 6832% em Yenikash (Turquia, Mediterrâneo Oriental) (Oliverio, 1996). Relativamente aos Rissoidae litorais (24 espécies) o padrão é similar, passando a percentagem np-p de 33,366,7% no Mediterrâneo Ocidental para 73,3-26,7% no Mediterrâneo Oriental (Tabela 40) (Oliverio, 1996). Tabela 40 Número de espécies de Rissoidae (# spp.) com desenvolvimento embrionário não-planctotrófico (np) e planctotrófico (p) nas bacias ocidental (Murcia e Ilha Ischia) e oriental (Datcha no Mar Egeu e Yenikash no Levante, Turquia) do Mediterrâneo. Dados extraídos e modificados de Oliverio (1996). np p Mediterrâneo Ocidental Mediterrâneo Orienta # spp. % # spp. % 4 33,3 11 73,3 8 66,7 4 26,7 Este gradiente de aumento progressivo da percentagem de espécies de Rissoidae com desenvolvimento não-planctotrófico do Mediterrâneo Ocidental para o Oriental é ainda mais evidente quando se utilizam as 4 estações que Oliverio (1996) amostrou: Murcia (Sul de Espanha) e ilha de Ischia (Itália), ambas no Mediterrâneo Ocidental, e Datcha, localizada no Mar Egeu (Turquia) e Yenikash, localizada na bacia Levantina (também Turquia), ambas no Mediterrâneo Oriental (Figura 58). 197 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 90,0 % 81,8 80,0 66,7 70,0 63,6 63,6 60,0 50,0 36,4 40,0 np p 36,4 33,3 30,0 20,0 18,2 10,0 0,0 Murcia Ischia Datcha Ye nikash Figura 58 Percentagem de espécies de Rissoidae com desenvolvimento embrionário não-planctotrófico (np) e planctotrófico (p) nas bacias ocidental (Murcia e Ilha Ischia) e oriental (Datcha e Yenikash) do Mediterrâneo. Dados extraídos de Oliverio (1996). No que aos Açores diz respeito, a hipótese (3), condicionada que é pelos dados oceanográficos consistentes no apontar da manutenção desde há muito tempo do actual padrão de correntes no Estreito de Gibraltar, implica que: a) a costa Atlântica de Portugal e do Sul de Espanha (Golfo de Cádiz) em primeiro lugar, e depois a costa Oeste-Africana e a Madeira, deverão ter sido as principais fontes de espécies colonizadoras dos Açores; b) uma larga percentagem das espécies existentes nos Açores deverá ocorrer também na Madeira; c) o Mediterrâneo funcionará como receptor de espécies, quer durante períodos glaciários, quer durante períodos interglaciários; d) razões históricas (o Mediterrâneo Oriental funcionando como refúgio durante as glaciações) e oceanográficas (circulação anti-estuarina no Mediterrâneo Ocidental, permitindo a entrada de espécies Atlânticas litorais bentónicas e com desenvolvimento não-planctotrófico no Mediterrâneo, mas impedindo/dificultando a saída de espécies similares) explicam a elevada percentagem de espécies endémicas no Mediterrâneo (quer de rissoídeos, quer de moluscos, em geral). Em Biogeografia, uma das formas de procurar a provável origem dos colonizadores, é proceder à comparação do gráfico com as relações biogeográficas, inferidas a partir da tabela 198 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO de distribuição geográfica das espécies (presença/ausência), com o gráfico das relações biogeográficas obtido a partir da tabela de distribuição geográfica dos géneros. Este procedimento baseia-se no facto de, em média, os diferentes géneros divergirem mais cedo (em termos geológicos) do que as diferentes espécies que os compõe, podendo as possíveis diferenças detectadas ser explicadas por causas históricas (Morrone & Crisci, 1995; Crisci et al. 2003). Figura 59 Relações biogeográficas das 274 espécies de moluscos litorais dos Açores (espécies pelágicas e endémicas excluídas desta análise) (dados não publicados, Maio 2004; cf. Apêndice 2). Presença/ausência, índice de similaridade de BrayCurtis/UPGMA. AZO – Açores; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; BIS – Golfo da Biscaia; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo; MOR – costa oeste-Africana (Marrocos e Mauritânia); MAD – Madeira; CAN – Canárias; CAP – Cabo Verde; STH – ilha de Santa Helena; ASC – ilha de Ascensão; CAR – Caraíbas. No caso dos Açores, a análise destes dois gráficos (Figura 59 e Figura 60) indica que a fauna de moluscos litorais dos Açores está indubitavelmente relacionada, do ponto de vista biogeográfico, com o Mediterrâneo. A principal diferença detectada entre o gráfico obtido a partir das espécies (Figura 59) e aquele obtido a partir dos géneros de moluscos litorais dos Açores (Figura 60), refere-se à troca de posições entre Portugal e Canárias. Isto parece indicar que a ligação Portugal-Açores é mais recente do que a ligação Canárias-Açores. Ponto digno de realce, é o valor da similaridade da Madeira com os Açores, bastante aquém do esperado. 199 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Figura 60 Relações biogeográficas dos 197 géneros de moluscos litorais dos Açores (dados não publicados, Maio 2004; cf Apêndice 2). Presença/ausência, índice de similaridade de Bray-Curtis/UPGMA. Abreviaturas como na Fig. 64. Em ambos os casos (espécies e géneros) tanto Portugal como as Canárias apresentam uma maior similaridade biogeográfica com os Açores do que a Madeira (cf. Figura 59 e Figura 60). Ora, se no caso de Portugal isto ainda seria plausível, já quanto às Canárias não se consegue perceber uma similaridade disjunta (ou seja, maior entre os Açores e as Canárias do que entre os Açores e a Madeira). Talvez a explicação mais plausível resida no diferente grau do conhecimento que se tem da malacofauna litoral da Madeira, a qual é menos bem conhecida do que a dos Açores e ainda menos do que a das Canárias. Uma possível explicação para o elevado valor da similaridade detectada entre os Açores e o Mediterrâneo, poderá residir no efeito que as glaciações tiveram sobre as populações continentais Atlânticas (mas não Mediterrâneas nem insulares), as quais podem ter-se extinguido localmente, nomeadamente na costa Portuguesa e no Golfo de Cádiz. Refirase ainda que são somente 8 (dentre 274 espécies existentes no litoral dos Açores; cf. Apêndice 2) as que são exclusivamente partilhadas com o Mediterrâneo: os gastrópodes Bela menkhorsti van Aartsen, 1988 [= Bela turgida (Reeve, 1844)], Cirsotrema cochlea (Sowerby G.B. II, 1844), Opalia hellenica (Forbes, 1844), Thylaeodus cf. rugulosus (Monterosato, 1878), Firoloida desmarestia Lesueur, 1817 e Cephalaspidea incertae sedis (= Retusa multiquadrata Oberling, 1970), e os bivalves Crenella arenaria Monterosato, 1875 e Dacrydium hyalinum (Monterosato, 1875). 200 _________________________________________________________________ROTAS DE COLONIZAÇÃO 9.3 Conclusões Em face do que atrás foi dito, afigura-se-me que razões históricas pós-Crise Messiniana deverão ser as responsáveis pelos elevados valores das similaridades biogeográficas entre os Açores e o Mediterrâneo, detectadas em diferentes filos. Se estas faunas tiveram uma origem comum, então é natural que possuam elevada similaridade. O raciocínio será o seguinte: 1) sendo os Açores ilhas oceânicas, logo constituindo habitats vazios aquando da sua formação, tiveram necessariamente de ser inicialmente colonizados a partir de outras fontes; 2) a grande maioria das espécies actualmente existentes nos Açores existe também no Mediterrâneo, o que poderia levar a pensar que, com alguma probabilidade, o Mediterrâneo seria a zona de origem dos ancestrais das actuais espécies dos Açores; 3) se isto fosse verdade, então haveria que explicar o processo de saída de espécies litorais (em particular daquelas com desenvolvimento não-planctotrófico) do Mediterrâneo para o Atlântico. Isto só é possível se admitirmos inversões das correntes no estreito de Gibraltar, hipótese que é refutada pelos artigos mais recentes, os quais sugerem a manutenção do sistema anti-estuarino no Mediterrâneo desde o preenchimento deste mar pós-Crise Messiniana; 4) se não é o Mediterrâneo a fonte de espécies dos Açores, as tão evidentes semelhanças faunísticas (em vários filos) entre estes dois locais só poderão ser entendidas se, em termos históricos, estes dois locais estiverem relacionados; 5) uma provável origem comum a partir da fauna Ibero-Marroquina (Golfo de Cadiz em particular) pós-evento Messiniano poderá ser a explicação mais plausível, a que se juntará depois a chegada aos Açores por "jump-dispersal" de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico. As glaciações poderão ser responsáveis pela chegada aos Açores de espécies boreais, assim como está documentada a chegada de espécies termófilas, presumivelmente, durante períodos interglaciários; 6) estes eventos históricos poderão ser melhor entendidos quando as faunas MiocénicoPliocénicas dos Açores e da Madeira forem estudadas (ver Capítulo 12); 7) ainda assim, pelo menos desde o fecho do Canal do Panamá, é aceite pela grande maioria dos recentes trabalhos de oceanografia, que o padrão geral de circulação oceânica no Atlântico Norte é sensivelmente o mesmo, com algumas alterações (relativamente pontuais nos Açores) aquando das glaciações. 201 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Ficamos então com um problema por resolver: se a fonte ancestral é um dado relativamente consensual, não há concordância entre o meio de transporte (quer as correntes de superfície quer os regimes dos ventos) e as actuais afinidades biogeográficas dos Açores. A análise de sequências de DNA de organismos litorais seleccionados (cf. Capítulo 12) poderá responder a esta questão e elucidar se a rota terá sido via Madeira, ou se por intermédio das perturbações associadas à Frente da Corrente dos Açores. Para finalizar, há que realçar que a distribuição geográfica das espécies de moluscos litorais ao longo da costa Portuguesa é, neste momento, uma das principais lacunas a nível biogeográfico desta tese. Na base de dados aqui utilizada, “Portugal” engloba todas as espécies dadas para o nosso país e, como é facilmente perceptível, isto levanta sérios problemas, uma vez que a fronteira biogeográfica entre a Província Franco-Ibérica e a MediterrânicoMarroquina passa precisamente a meio de Portugal! No entanto, são estes os dados actualmente disponíveis e com os quais temos de trabalhar. Uma forma de colmatar esta falha, é levar este facto em linha de conta aquando das considerações finais. 202 _____________________________________________________________________________CONCLUSÕES 10 CONCLUSÕES GERAIS Regra geral, quando se “termina” um trabalho desta natureza, são mais as perguntas que ficaram por responder ou que entretanto foram surgindo, do que aquelas que, cabalmente, se conseguiram arrumar neste autêntico puzzle que são os estudos de biogeografia e de fenómenos de dispersão, colonização e especiação em ilhas oceânicas. Nesse sentido, esta tese não foge à regra, e algumas das questões não respondidas são discutidas no próximo capítulo. Não obstante o que atrás foi dito, ainda assim conseguiu-se responder a certas questões, algumas delas nucleares. Assim sendo, considero que, de uma forma resumida, os principais resultados deste trabalho são os seguintes: a) sistematizou-se a informação dispersa em bibliografia variada, sobre a família Rissoidae no Oceano Atlântico e Mediterrâneo, daqui resultando o cerne de uma futura base de dados a ser brevemente disponibilizada na internet. Nela constarão a distribuição geográfica, o tipo de desenvolvimento embrionário e a zonação batimétrica de cada espécie; b) apresentação de uma possível nova regra biogeográfica, com forte impacto em estudos de índole biogeográfico, relacionando pela primeira vez três conceitos: a zonação batimétrica típica de espécies abundantes e com desenvolvimento não-planctotrófico, a dispersão destas espécies em objectos flutuantes e a sua distribuição geográfica; c) apresentação de uma hipótese de trabalho relacionando a zonação batimétrica e a actual distribuição geográfica de espécies insulares com desenvolvimento não planctotrófico, com a idade geológica das espécies; d) estudo sistemático das jazidas Plistocénicas das Lagoinhas e Prainha existentes na ilha de Santa Maria, com a interpretação paleoecológica sugerindo uma certa estabilidade geológica na ilha de Santa Maria, no que a oscilações tectono-eustáticas diz respeito; e) apresentação de uma possível explicação para o desaparecimento dos bivalves bentónicos litorais associados a substrato arenoso, que é patente no registo fóssil das jazidas Plistocénicas investigadas em Santa Maria; f) estabelecimento das relações paleobiogeográficas Plistocénicas (com menos de 130.000 anos) e discussão destas; 203 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores g) discussão da influência que as glaciações poderão ter tido sobre a fauna marinha litoral dos Açores, sugerindo prováveis rotas de colonização deste arquipélago; h) sugestão de uma origem comum da fauna Açoreana e Mediterrânea, por forma a explicar o aparente paradoxo biogeográfico que é a maior semelhança faunística dos Açores com a Europa, ao invés de com a América/Caraíbas, em virtude do (actual) regime global de correntes marinhas no Atlântico Norte e no Estreito de Gibraltar. 204 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA 11 BIBLIOGRAFIA AARTSEN, J. J. VAN & M. C. FEHR-DE-WAL, 1973. Some remarks about Alvania deliciosa (Jeffreys, 1884). Basteria, 37: 71-76. AARTSEN, J. J. VAN, 1975. Alvania vermaasi nov. spec., a new species of gastropod from the Gulf of Algeciras (Spain). Basteria, 39: 91-96. AARTSEN, J. J. VAN, 1976. European marine Mollusca: notes on less well-known species. 1. Alvania (Alcidiella) spinosa Monterosato, 1890. Basteria, 40: 127-132. AARTSEN, J. J. VAN & A. VERDUIN, 1978. On the conchological identification of Cingula (Setia) fusca (Philippi, 1841), C. (S.) turriculata (Monterosato, 1884), and C. (S.) inflata (Monterosato, 1884), marine gastropods from the Mediterranean. Basteria, 42: 27-47. AARTSEN, J. J. VAN, 1982a. Synoptic tables of Mediterranean and European conchology (Gen. Alvania) (tav XVIII). La Conchiglia, 14(158-159): 4-5. AARTSEN, J. J. VAN, 1982b. Synoptic tables of Mediterranean and European conchology (Gen. Alvania) (tav XIX). La Conchiglia, 14(160-161): 16-17. AARTSEN, J. J. VAN, 1982c. Synoptic tables of Mediterranean and European conchology. Gen. Alvania (Subgen. Alvinia & Galeodina) (tav XX). La Conchiglia, 14(162-163): 8-9. AARTSEN, J. J. VAN, 1982d. Synoptic tables of Mediterranean and European conchology. Gen. Alvania (Subgen. Arsenia & Alvaniella) (tav XXI). La Conchiglia, 14(164-165): 4-6. AARTSEN, J. J. VAN & A. VERDUIN, 1982. European marine Mollusca: notes on less well-known species V. Cingula (Setia) macilenta (Monterosato, 1880) and Rissoa concinnata Jeffreys, 1883. Basteria, 46: 127-128. AARTSEN, J. J. VAN, 1983a. Synoptic tables of Med. and Europ. conchology. Genere Alvania (sottogenere Alcidiella). tab. XXII. La Conchiglia, 15(166-167): 8-9. AARTSEN, J. J. VAN, 1983b. Sinoptic tables of Mediterranean and European conchology. Genus Alvania (subgenus Actonia, Thapsiella and Moniziella). Genus Manzonia. (tab. XXIII). La Conchiglia, 15(168-169): 4-5. AARTSEN, J. J. VAN, 1983c. Manzonia overdiepi, a new marine gastropod (Rissoidae) from Canary and Madeira is. La Conchiglia, 15(168-169): 6-7. AARTSEN, J. J. VAN, H. P. M. G. MENKHORST & E. GITTENBERGER, 1984. The marine Mollusca of the Bay of Algeciras, Spain, with general notes on Mitrella, Marginellidae and Turridae. Basteria, Supplement 2: 1-135. AARTSEN, J. J. VAN & J. VAN DER LINDEN, 1986. Alvania gothica a new species from the Mediterranean. La Conchiglia, 18(202-203): 14-15. AARTSEN, J. J. VAN & H. P. M. G. MENKHORST, 1988. European marine Mollusca: notes on less well-known species. XII Alvania gittenbergeri spec. nov. (Gastropoda: Rissoidae) from the Mediterranean. Basteria, 52: 101-104. AARTSEN, J. J. VAN, C. BOGI & F. GIUSTI, 1989. Remarks on the genus Benthonella (Rissoidae) in Europe, and the description of Laeviphitus (nov.gen.) verduini (nov.spec.) (Epitonidae). La Conchiglia, 246249: 19-22. AARTSEN, J. J. VAN & W. ENGL, 1999. Cingula anselmoi n. sp., a new European Rissoid. La Conchiglia, 290: 21-22. ABDEL-MONEM, A. A., L. A. FERNANDEZ & G. M. BOONE, 1975. K-Ar ages from the eastern Azores group (Santa Maria, São Miguel and the Formigas Islands). Lithos, 8: 247-254. ADEY, W. H., 1979. Coralline algae as indicators of sea-level. In PLASCHE, O. VAN DE (Ed.). Sea-level research, a manual for the collection and evaluation of data: 229-280. AGOSTINHO, J., 1934. The volcanoes of the Azores. Bulletin Volcanologic, 8: 123-138. AGOSTINHO, J., 1937. Sobre a tectónica da ilha de Santa Maria. Açoreana 1(4): 281-286. AGOSTINHO, J., 1960. Actividade vulcânica nos Açores. Açoreana, 5: 362-478. ALVES, M. L. G. R., 1990. Enquadramento oceanográfico da região dos Açores. Relatório da 10ª Semana das Pescas dos Açores: 163-169. ALVES, M. L. G. R., 1992. Condições Oceanográficas na região dos Açores. Sua influência nas pescas demersais e pelágicas. 12ª Semana das Pescas dos Açores: 153-171. ALVES, M. L. G. R. & A. SIMÕES, 1997. Azores Current system modelling and monitoring. Operational oceanography. The challenge for European co-operation. In: STEL, J. H., H. W. A. BEHRENS, J. C. BORST, J. L. DROPPERT & J. P. VAN DER MEULEN (Eds.), Proceedings of the First International Conference on EuroGOOS 7-11, October 1996, The Hague, The Netherands, 62: 428435. 205 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores ALVES, M. L. G. R. & A. C. DE VERDIÈRE, 1999. Instability dynamics of a subtropical jet and applications to the Azores Front Current System: eddy-driven mean flow. Journal of Physical Oceanography, 29: 837-864. AMATI, B., 1984. Alvania gagliniae sp. n. (Gastropoda; Prosobranchia). Notiziário CISMA, 6(1-2): 35-41. AMATI, B., 1985-1986. Il genere Obtusella Cossmann, 1921, nei mari Europei (Gastropoda; Prosobranchia). Notiziário CISMA, 7-8: 57-63. AMATI, B. & M. OLIVERIO, 1985. Alvania (Alvaniella) hallgassi sp. n. (Gastropoda; Prosobranchia). Notiziario CISMA, VI-I-2(7): 28-34. AMATI, B. & I. NOFRONI, 1985. Alvania settepassii sp. n. (Gastropoda: Prosobranchia). Notiziario CISMA, VII-2(7): 19-27. AMATI, B., 1987. Manzonia (Alvinia) sleursi sp. n. (Gastropoda, Prosobranchia). Notiziário CISMA, 10: 25-30. AMATI, B. & I. NOFRONI, 1987. Alvania datchaensis sp. n. (Gastropoda; Prosobranchia). Notiziario CISMA, 10: 46-63. AMATI, B., I. NOFRONI & M. OLIVEIRO, 1990. New species and rediscoveries within the Alvania-group from 1980 for the Mediterranean Sea (Prosobranchia Truncatelloidea). La Conchiglia, 253-255: 47-48. AMATI, B. & I. NOFRONI, 1991. Designazione del lectotipo di “Setia” gianninii F. Nordsieck, 1974 e descrizione di Onoba dimassai nuova specie (Prosobranchia: Rissoidae). Notiziario CISMA, ??? AMATI, B., 1992. On a new species of Manzonia from Selvagens islands, (Gastropoda, Prosobranchia, Rissoidae). Publicações Ocasionais da Sociedade Portuguesa de Malacologia, 16: 9-12. AMEN, R. M. S. G. DE O., 2002. Estudo da jazida fóssil da Prainha, Santa Maria, Açores, 51 pp. Tese de licenciatura, Universidade dos Açores, Ponta Delgada. ARHAN, M., 1987. On the large scale dynamics of the Mediterranean outflow. Deep-Sea Research, 34: 11871208. ARNAUD, F., P. M. ARNAUD, A. INTÉS & P. LELOEUFF, 1976. Transport d’invertébrés bentiques entre l’Afrique du Sud et Sainte Hélène par les laminaires (Phaeophycea). Bulletin du Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris, 3e Ser., Nº384, Ecologie Générale, 30: 49-55. ASTORGA, A., M. FERNÁNDEZ, E. E. BOSCHI & N. LAGOS, 2003. Two oceans, two taxa and one mode of development: latitudinal diversity patterns of South American crabs and test for possible causal processes. Ecology Letters, 6: 420-427. AUZENDE, J.-M., J. CHARVERET, A. L. LANN, X. L. PICHON, J.-H. MONTEIRO, A. NICOLAS, J.-L. OLIVET & A. RIBEIRO, 1979. Le banc de Gorringe: résultats de la campagne CYAGOR (Août 1977). Bulletin de la Societé géologique de France, 21(5): 545-556. ÁVILA, S. P., 1996. Malacological composition of the intertidal zone at a rocky shore in Pico island, Azores. Abstracts of the II Symposium “Fauna and Flora of the Atlantic islands”: 27. ÁVILA, S. P. & J. M. N. AZEVEDO, 1996. Checklist of the marine molluscs of the littoral of Pico island (Azores, Portugal). Libro de Resúmenes XI Congreso Nacional de Malacología. Sociedad Española de Malacología: 106-107. ÁVILA, S. P., 1997. Moluscos marinhos recolhidos no Banco “D. João de Castro”. Açoreana, 8(3): 331-332. ÁVILA, S. P. & J. M. N. AZEVEDO, 1997. Shallow-water molluscs from the Formigas islets, Azores, collected during the “Santa Maria e Formigas 1990” scientific expedition. Açoreana, 8(3): 323-330. ÁVILA, S. P., 1998. Zonação intertidal de uma comunidade malacológica numa lagoa costeira localizada na costa Sul da ilha do Pico, Açores. Açoreana, 8(4): 436-486. ÁVILA, S. P., J. M. N. AZEVEDO, J. M. GONÇALVES, J. FONTES & F. CARDIGOS, 1998. Checklist of the shallow-water marine molluscs of the Azores: 1 - Pico, Faial, Flores and Corvo islands. Açoreana, 8(4): 487-523. ÁVILA, S. P., 2000a. Shallow-water marine molluscs of the Azores: biogeographical relationships. Arquipélago. Life and Marine Sciences. Supplement 2 (Part A): 99-131. ÁVILA, S. P., 2000b. The shallow-water Rissoidae (Mollusca, Gastropoda) of the Azores and some aspects of their ecology. Iberus, 18(2): 51-76. ÁVILA, S. P., 2000c. Sistemática e ecologia dos Moluscos (Gastropoda, Bivalvia e Polyplacophora) litorais em São Vicente, Capelas (São Miguel, Açores), 113 pp. Tese de Mestrado. Universidade dos Açores, Ponta Delgada. ÁVILA, S. P., J. M. N. AZEVEDO, J. M. GONÇALVES, J. FONTES & F. CARDIGOS, 2000a. Checklist of the shallow-water marine molluscs of the Azores: 2 - São Miguel island. Açoreana, 9(2): 139-173. ÁVILA, S. P., J. FONTES, F. TEMPERA & F. CARDIGOS, 2000b. Additions to the marine molluscs of the Formigas islets, Azores. Açoreana, 9(2): 175-178. ÁVILA, S. P., R. B. ELIAS & J. MEDEIROS, 2000c. Parque Natural Regional da Plataforma Costeira das Lajes do Pico (Açores). Proposta de implementação, 48 pp. Amigos dos Açores, Ponta Delgada. 206 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA ÁVILA, S. P. & A. ALBERGARIA, 2002. The shallow-water Polyplacophora of the Azores and some comments on the biogeographical relationships of the Azorean malacofauna. Bollettino Malacologico, 38(1-4): 41-44. ÁVILA, S. P., R. AMEN, J. M. N. AZEVEDO, M. CACHÃO & F. GARCÍA-TALAVERA, 2002. Checklist of the Pleistocene marine molluscs of Prainha and Lagoinhas (Santa Maria Island, Azores). Açoreana, 9(4): 343-370. ÁVILA, S. P., 2003. The littoral molluscs (Gastropoda, Bivalvia and Polyplacophora) of São Vicente, Capelas (São Miguel Island, Azores): ecology and biological associations to algae. Iberus, 21(1): 11-33. ÁVILA, S. P. & M. A. MALAQUIAS, 2003. Biogeographical relationships of the molluscan fauna of the Ormonde seamount (Gorringe bank, Northeast-Atlantic Ocean). Journal of Molluscan Studies, 69: 145-150. ÁVILA, S. P., F. CARDIGOS & R. S. SANTOS, 2004. D. João de Castro bank, a shallow-water hydrothermalvent in the Azores: checklist of the marine mollusks. Arquipélago, 21A: 75-80. ÁVILA, S. P., A. C. SANTOS, A. M. PENTEADO, A. M. RODRIGUES, I. QUINTINO & M. I. MACHADO, 2005. The molluscs of the intertidal algal turf in the Azores. Iberus, 23(1): 67-76. ÁVILA, S. P. The Pleistocene marine molluscs of Lagoinhas and Prainha (Santa Maria Island, Azores): twelve new records and a discussion of the palaeobiogeography of the area (subm ). ÁVILA, S. P. A possible explanation for the local extinction of the bivalves Ensis minor (Chenu, 1843) and Lucinella divaricata (Linnaeus, 1758) in the Azores during the last glaciation (subm). ÁVILA, S. P., F. CARDIGOS & R. S. SANTOS. Marine molluscs from “Banco D. João de Castro”, a shallow hydrothermal-vent in the Azores (subm). AZEVEDO, J. M. N. & A. M. DE F. MARTINS, 1989. Moluscos Marinhos do Litoral da Ilha Graciosa. In: Relatórios e Comunicações do Departamento de Biologia. Expedição Científica Graciosa/88, 17: 67-72. AZEVEDO, J. M. N., 1990. Microgastrópodes. In: Expedição Açores 89. Ecologia e Taxonomia do Litoral Marinho. Relatório Preliminar, 1: 54-59. AZEVEDO, J. M. N. & S. GOFAS, 1990. Moluscos marinhos litorais da ilha das Flores. In: Relatórios e Comunicações do Departamento de Biologia. Expedição Científica Flores/89 (Relatório Preliminar), 18: 83-87. AZEVEDO, J. M. N., 1991a. Estudo das comunidades malacológicas fitais do litoral em São Miguel, Açores, IV + 75 pp. Provas de A. P. C. C. Universidade dos Açores, Ponta Delgada. AZEVEDO, J. M. N., 1991b. Moluscos litorais da ilha de Santa Maria. Santa Maria e Formigas/1990. Relatórios e Comunicações do Departamento de Biologia, 19: 43-46. BABIO, C. R. & C. THIRIOT-QUIÉVREUX, 1974. Gastéropodes de la région de Roscoff. Étude particulière de la protoconque. Cahiers de Biologie Marine, 15: 531-549. BALLARD, R. D., 1977. Notes on a major oceanographic find. Oceanus, 20(3): 35-44. BALLETTO, E., C. GIACOMA, C. PALESTRINI, A. ROLANDO, M. SARÀ, A. BARBERIS, S. SALVIDIO, P. MENSI & L. CASSULO, 1990. On some aspects of the biogeography of northern Macaronesia. Atti dei Convegni Lincei, 85: 167-199. BARBIERI, R. G. G. ORI, 2000. Neogene palaeoenvironmental evolution in the Atlantic side of the Rifian Corridor (Morocco). Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 163: 1-31. BARD, E., B. HAMELIN & R. G. FAIRBANKS, 1990. U/Th ages obtained by mass spectrometry in corals from Barbados: Sea level during the past 130,000 years. Nature, 346: 456-458. BARD, E., J. PÂTZOLD, J. MECO & N. PETIT-MAIRE, 1995. The Canary Current: Palaeotemperature from the Last Interglacial period based on δ18O of Strombus bubonius from Fuerteventura Island (28ºN, Canary Archipelago). UNESCO-IUGS, EPGC, 4th Climates of the Past Meeting Canary Islands, June 1-5, 1995: 13-15. BARD, E., B. HAMELIN, M. ARNOLD, L. F. MONTAGGIONE, C. CABIOCH, G. FAURE & F. ROUGERIE, 1996. Deglacial sea-level record from Tahiti corals and the timing of global meltwater discharge. Nature, 382: 241-244. BASSINOT, F. C., L. D. LABEYRIE, E. VINCENT, X. QUIDELLEUR, N. J. SHACKELTON & Y. LANCELOT, 1994. The astronomical theory of climate and the age of the Brunhes-Matuyama magnetic reversal. Earth and Planetary Science Letters, 126: 91-108. BERGGREN, W. A. & C. D. HOLLISTER, 1974. Paleogeography, Paleobiogeography and the History of Circulation in the Atlantic Ocean. In: Hay, William W. (Ed.), Studies in Paleo-Oceanography. Society of Economic Paleontologists and Mineralogists, Special Publication No. 20: 126-186. BERRY, R. J., 1992. The significance of island biotas. Biological Journal of the Linnean Society, 46: 3-12. BERTHOIS, L., 1950. Sur la présence d’une microfaune dans le calcaire de Santa Maria (Açores). Açoreana, 4(4): 277-287. 207 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores BERTHOIS, L., 1951. Sur la présence de basses terrasses marines dans l’Archipel des Açores. Comptes Rendus du 76éme Congrès des Sociétés Savantes à Rennes: 101-106. BERTHOIS, L., 1953. Contribution à l’étude lithologique de l’Archipel des Açores. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 34: 1-198, 13 pls. BEU, A. G., 2001. Gradual Miocene to Pleistocene uplift of the Central American isthmus: evidence from tropical American tonnoidean gastropods. Journal of Paleontology, 75(3): 706-720. BHAUD, M. R. & J.-C. DUCHÊNE, 1988. Biologie larvaire et stratégie de reproduction des Annélides Polychètes en province subantartique. Actes du Colloque sur la Recherche Française dans les Terres Australes: 145-152. Strasbourg, 1987, C.N.F.R.A., Paris. BHAUD, M. R., 1993. Relationship between larval type and geographic range in marine species: complementary observations on gastropods. Oceanologia Acta, 16(2): 191-198. BIANCHI, C. N. & C. MORRI, 2000. Serpuloidea (Annelida: Polychaeta) from Milos, an island in the Aegean Sea with submarine hydrothermalism. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 80: 259-269. BOEHLERT, G. W., C. D.WILSON & K. MIZUNO, 1994. Populations of the sternoptychid fish Maurolicus muelleri on seamounts in the Central North Pacific. Pacific Sciences, 48(1): 57-69. BOUCHET, P., 1989. A review of poecilogony in gastropods. Journal of Molluscan Studies, 55: 67-78. BOUCHET, P., 1990. Turrid genera and mode of development: the use and abuse of protoconch morphology. Malacologia, 32(1): 69-77. BOUCHET, P. & M. TAVIANI, 1992. The Mediterranean deep-sea fauna: pseudopopulations of Atlantic species? Deep-sea Research, 39: 169-184. BOUCHET, P. & A. WARÉN, 1993. Revision of the Northeast Atlantic bathyal and abyssal Mesogastropoda. Bolletino Malacologico Supplemento 3: 579-840. BOURY-ESNAULT, N. & M. T. LOPES, 1985. Les Desmoponges littorales de l’archipel des Açores. Annales de l’Institut Océanographique, 61(2): 149-225. BOWER, A.S., 1994. Meddies, eddies, floats and boats. How do Mediterranean and Atlantic waters mix? Oceanus, SPRING 1994: 12- 15. BRADLEY, R. S., 1989. Quaternary paleoclimatology. Un. Win. Hymon, Boston. BRIGGS, J. C., 1970. A faunal history of the North Atlantic ocean. Systematic Zoology, 19: 19-34. BRIGGS, J. C., 1974. Marine zoogeography, 475 pp. McGraw-Hill Book Co., New York. BROECKER, W. W. & J. VAN DONK, 1970. Insolation changes, ice volumes and the 18O record in deep sea cores. Rev. Geophys. Space Phys., 8: 169-191. BRONN, H. G., 1860. Die fossilen Reste von Santa Maria, der südlichsten der Azorischen Inseln. In: HARTUNG, G., 1860. Die Azoren in ihrer äusseren erscheinung und nach ihrer geognostischen nature. Verlag von Wilhelm Engelmann, Leipzig. BROWN, J. H., 1995. Macroecology, xiii + 269 pp. University of Chicago Press, Chicago. BROWN J. H. & M. V. LOMOLINO, 1998. Biogeography, 2nd Ed., xii + 691 pp. Sinauer Associates, Inc. Publishers. Sunderland, Massachussets. BRYDEN, H. L., E. C. BRYDEN & R. D. PILLSBURY, 1989. Flow through the Strait of Gibraltar. Seminario sobre la oceanografia fisica del Estreche de Gibraltar, Madrid: 166-194. BULLOCK, R. C., R. D. TURNER & R. A. FRALICK, 1990. Species richness and diversity of algal - associated micromolluscan communities from São Miguel, Açores. In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.), The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the First International Workshop of Malacology São Miguel, Azores. Açoreana, Suplemento 2: 39-58. BULLOCK, R. C., 1995. The distribution of the molluscan fauna associated with the intertidal coralline algal turf of a partially submerged volcanic crater, the Ilhéu de Vila Franca, São Miguel, Azores. In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.), The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the Second International Workshop of Malacology and Marine Biology, Vila Franca do Campo, São Miguel, Azores. Açoreana, Suplemento 4: 9-55. BURNAY, L. P. & A. A. MONTEIRO, 1977. Seashells from Cape Verde Islands (1), 85 pp. Lisboa. BURNAY, L. P., 1986. Moluscos testáceos marinhos da Berlenga, 64 pp., 1 mapa. Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza, Lisboa. CACHÃO, M., A. OLIVEIRA & J. VITORINO, 2000. Subtropical winter guests, offshore Portugal. Journal of Nannoplankton Research, 22(1): 19-26. CALLAPEZ, P. & A. F. SOARES, 2000. Late Quaternary marine mollusks from Santa Maria (Azores); paleoecologic and paleobiogeographic considerations. Ciências da Terra (UNL), 14: 313-322. CAMPBELL, A., 1994. Fauna e Flora do Litoral de Portugal e Europa, 320 pp. Guias Fapas. EXPO'98. Lisboa. CARDIGOS, F. 2002. Contribuição para a Implementação de um Plano de Gestão no Sítio de Interesse Comunitário Banco D. João de Castro, Açores, 96 pp. Dissertação para a obtenção do grau de 208 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA Mestre em Gestão e Conservação da Natureza. Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. CARLQVIST, S., 1966. The biota of long-distance dispersal. 1. Principles of dispersal and evolution. The Quarterly Review of Biology, 41(3): 247-270. CARLTON, J. T. 1985. Transoceanic and interoceanic dispersal of coastal marine organisms: the biology of ballast water. Oceanography and Marine Biology, An Annual Review, 23: 313-371. CARLTON, J. T. & A. N. COHEN, 1998. Periwinkle’s progress: the Atlantic snail Littorina saxatilis (Mollusca: Gastropoda) establishes a colony on a Pacific shore. The Veliger, 41(4): 333-338. CHAPMAN, G., 1955. Aspects of the fauna and flora of the Azores. VI. The density of animal life in the Coralline alga zone. Annals and Magazine of Natural History, 12 (8): 801-805. CHEN, J. H., H. A. CURRAN, B. WHITE & G. J. WASSERBURG, 1991. Precise chronology of the last interglacial period: 234U-230Th data from fossil coral reefs in the Bahamas. Geological Society of America Bulletin, 103: 82-97. CHENU, J. C., 1859. Manuel de Conchyliologie et de Paléontologie Conchyliologique, vol. 1, VII+499pp. Librairie Victor Masson, Paris. CIESM: Atlas of Exotic Molluscs in the Mediterranean (http://www.ciesm.org/atlas/appendix3.html) (último acesso 07-Janeiro-2004). CLARK, P. U. & A. C. MIX, 2002. Ice sheets and sea level of the Last Glacial Maximum. Quaternary Science Reviews, 21(1-3): 1-7. CLARKE, K. R., 1993. Non-parametric multivariate analysis of changes in community structure. Australian Journal of Ecology, 18: 117-143. CLARKE, K. R. & R. M. WARWICK, 1994. Change in marine communities: an approach to statistical analysis and interpretation, 144 pp. Natural Environment Research Council, UK. CLARKE, K.R. & R. N. GORLEY, 2001. PRIMER v5: User manual/tutorial. PRIMER-E, Plymouth, UK, 91 pp. CLEMAM - Check List of European Marine Mollusca. Unitas Malacologica, Internet Resources for Malacologists (http://www.mnhn.fr/base/malaco.html) [último acesso 12-05-2004]. COAN, E., 1964. A proposed revision of the Rissoacean families Rissoidae, Rissoinidae and Cingulopsidae. Veliger, 6(3): 164-171. COATES, A. G. & J. A. OBANDO, 1996. The geological evolution of the Central American isthmus. In: JACKSON, J. B. C., A. F. BUDD & A. G. COATES (Eds.). Evolution and Environment in Tropical America, 21-56. University of Chicago Press, Chicago. COLLINA-GIRARD, J., 1999. Scuba observations of standstill levels in Elba Island (Italy) and in Marie-Galante (West Indies). A worldwide sequence? Earth and Planetary Sciences, 328: 823-829. COLOGNOLA, R., P. MASTURZO, G. F. RUSSO, M. SCARDI, D. VINCI & E. FRESI, 1986. Biometric and genetic analysis of the marine rissoid Rissoa auriscalpium and its ecological implications. Marine Ecology, 7: 265-285. CONRADI, M. & P. J. LÓPEZ-GONZÁLEZ, 1999. The benthic Gammaridea (Crustacea, Amphipoda) fauna of Algeciras Bay (Strait of Gibraltar): distrbutional ecology and some biogeographical considerations. Helgoland Marine Research, 53: 2-8. CONTI, M. A. & J. SZABÓ, 1988. Bajocian gastropod fauna from Intratethian Region. Proceedings of the 2nd International Symposium Jurassic Stratigraphy, Lisboa, 1987: 855-868. CONTI, M. A., S. MONARI & M. OLIVERIO, 1993. Early rissoid gastropods from the Jurassic of Italy: the meaning of first appearences. Scripta Geologica, Special Issue 2: 67-74. CORNU, S., J. PATZOLD, E. BARD, J. MECO & J. CUERDA-BARCELÓ, 1993. Palaeotemperature of the last interglacial period based on Strombus bubonius from the western Mediterranean Sea. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 103: 1-20. CORTIJO, E., L. LABEYRIE, L. VIDAL, M. VAUTRAVERS, M. CHAPMAN, J. C. DUPLESSY, M. ELLIOT, M. ARNOLD, J. L. TURON & G. AUFFRET, 1997. Changes in sea surface hydrology associated with Heinrich event 4 in the North Atlantic Ocean between 40ºN and 60ºN. Earth and Planetary Science Letters, 146: 29-45. CORTIJO, E., E. BALBON, M. ELLIOT, L. LABEYRIE & J.-L. TURON, 1999. Glacial and interglacial hydrological changes in the North Atlantic Ocean. In F. ABRANTES & A. MIX (Eds.), Reconstructing Ocean History: a Window into the Future: 83-101. Kluwer Academic / Plenum Publishers, New York. COSEL, R. VON, 1982a. Ergebnisse deutsch-portugiesischer Sammelreisen auf den Kapverdische Inseln (República de Cabo Verde). Vorläufige Liste der marinen Mollusken. Sonderdruck aus CFSCourier 95. Forschungsinstitut Senckenberg, 52: 15-25. COSEL, R. VON, 1982b. Marine Mollusken von Santa Luzia, Branco und Razo (Kapverdische Inseln). Sonderdruck aus CFS-Courier 95. Forschungsinstitut Senckenberg, 52: 27-33. 209 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores COSEL, R. VON, 1982c. Marine Mollusken der Kapverdischen Inseln. Übersicht mit zoogeographischen Anmerkungen. Sonderdruck aus CFS-Courier 95. Forschungsinstitut Senckenberg, 52: 35-76. COSEL, R. VON, 1995. Fifty-one new species of marine bivalves from tropical West Africa. Iberus,13(1): 1-115. COSTA, A. C., 1994. Brachyura intertidais. Estudo das populações de três praias de calhau rolado da ilha de São Miguel, Açores, 92 pp. Provas de A.P.C.C, Universidade dos Açores. COSTA, A. C. & S. P. ÁVILA, 2001. Macrobenthic mollusc fauna inhabiting Halopteris spp. subtidal fronds in São Miguel island, Azores. Scientia Marina, 65(2): 117-126. COTTER, J. C. B., 1888-1892. Notícia de alguns fósseis terciários da ilha de Santa Maria no Archipélago dos Açores. Comunicações da Comissão de Trabalhos Geológicos de Portugal, 2: 255-287. CRACAFT, J., 1994. Species diversity, biogeography, and the evolution of biotas. American Zoologist, 34: 33-47. CRAME, J. A., 1997. An evolutionary framework for the polar regions. Journal of Biogeography, 24: 1-9. CREASE, J. G., W. J. GOULD & P. M. SAUNDERS, 1985. Essays on Oceanography: A tribute to John Swallow. Progress in Oceanography, 14: 1-4. CRISCI, J. V., L. KATINAS & P. POSADAS, 2003. Historical Biogeography. An introduction, x+250pp. Harvard University Press, Cambridge. CROIZAT, L., 1958. Panbiogeography, vols. 1, 2a, 2b, xxxi + 1018 pp. Private publication, Caracas. CROIZAT, L., 1964. Space, time, form, the biological synthesis, xix + 881 pp. Private publication, Caracas. CROIZAT, L., 1968. Introduction raisonnée à la Biogéographie de l’Afrique. Memórias da Sociedade Broteriana, 20: 1-451. CROMWELL, D., P. G. CHALLENOR, A. L. NEW & R. D. PINGREE, 1996. Persistent westward flow in the Azores Current as seen from altimetry and hydrography. Journal of Geophysical Research, 101: 11923-11933. CRONK, Q. C. B., 1992. Relict floras of Atlantic islands: patterns assessed. Biological Journal of the Linnean Society, 46: 91-103. CRONK, Q. C. B., 1997. Islands: stability, diversity, conservation. Biodiversity and Conservation, 6: 377-493. CROWLEY, T. J., 1981. Temperature and circulation changes in the eastern North Atlantic during the last 150,000 years: evidence from the planktonic foraminiferal record. Marine Micropaleontology, 6: 97-129. CROWLEY, T. J. & G. R. NORTH, 1991. Paleoclimatology, 339pp. Oxford University Press, New York. DANDO, P. R., J. A. HUGHES & F. THIERMANN, 1995. Preliminary observations on biological communities at shallow hydrothermal vents in the Aegean Sea. In: PARSON. L. M., C. L. WALKER & D. R. DIXON (Eds.), Hydrothermal Vents and Processes: 303-317. London: Geological Society Special Publication 87. DAUTZENBERG, P., 1889. Contribution à la faune malacologique des Iles Açores. Résultats des dragages effectués par le yacht l'Hirondelle pendant sa campagne scientifique de 1887. Révision des mollusques marins des Açores. Résultats des Campagnes Scientifiques du Prince de Monaco, 1: 112 pp., 4 pls. DAUTZENBERG, P. & P. H. FISCHER, 1896. Campagnes scientifiques de S.A. le Prince Albert Ier de Monaco. Dragages effectués par l’Hirondelle et par la Princesse Alice, 1888-1895. Mémoires de la Société Zoologique de France, 9: 395-498, pls. 15-22. DELGADO, A. G., 2000. Perfiles de isótopos estables de C y O en Strombus actuales, cuaternarios y pliocenos. I Congresso Ibérico de Paleontología/XVI Jornadas de la Sociedad Española de Paleontología, Universidade de Évora: 57-63. DOWER, J., H. J. FREELAND & K. S. JUNIPER, 1992. A strong biological response to oceanic flow past Cobb Seamount. Deep-Sea Research. 39(7/8): 1139-1145. DROUËT, H., 1858. Mollusques Marins des Iles Açores. Mémoires de la Société Académique de l'Aube, 22: 53 pp., 2 pls. Paris. DUCHÊNE, J. C., 1992. Adelphophagie et biologie larvaire chez Boccardia polybranchia (Carazzi) (Annélide Polychète Spionidae) en province subantartique. Vie Milieu, 39: 143-152. DUGGEN, S., K. HOERNIE, P. VAN DEN BOGAARD, L. RÜPKE & J. P. MORGAN, 2003. Deep roots of the Messinian salinity crises. Nature, 422: 602-606. EDMUNDS, M., 1977. Larval development, oceanic currents, and origins of the opisthobranch fauna of Ghana. Jounal of Molluscan Studies, 43: 301-308. EDWARDS, R. L., J. W. BECK, G. S. BURR, D. J. DONAHUE, J. M. A. CHAPPELL, A. L. BLOOM, E. R. M. DRUFFEL & F. W. TAYLOR, 1993. A large drop in atmospheric 14C/12C and reduced melting in the Younger Dryas, documented with 230Th ages of corals. Science, 260: 962-968. ELLIOT, M., L. LABEYRIE & J.-C. DUPLESSY, 2002. Changes in North Atlantic deep-water formation associated with the Dansgaard-Oeschger temperature oscillations (60-10 ka). Quaternary Science Reviews, 21: 1153-1165. 210 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA EMEIS, K.-C., U. STRUCK, H.-M. SCHULZ, R. ROSENBERG, S. BERNASCONI, H. ERLENKEUSER, T. SAKAMOTO & F. MARTINEZ-RUIZ, 2000. Temperature and salinity variations of Mediterranean Sea surface waters over the last 16,000 years from records of planktonic stable oxygen isotopes and alkenone unsaturation ratios. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 158: 259-280. ENGLE, V. D. & J. K. SUMMERS, 2000. Biogeography of benthic macroinvertebrates in estuaries along the Gulf of Mexico and Western Atlantic coasts. Hydrobiologia, 436: 17-33. EUROMODEL GROUP, 1995. Progress from 1989 to 1992 in understanding the circulation of the Western Mediterranean Sea. Oceanologia Acta, 18(2): 255-269. FABER, M. J. & R. G. MOOLENBEEK, 1987. On the doubtful records of Alvania platycephala, Alvania pagodula and Alvania didyma, with the description of two new rissoid species (Mollusca; Gastropoda: Rissoidae). Beaufortia, 37(4): 67-71. FABER, M. J., 1990. Studies on West Indian marine molluscs. 19. On the identity of Turbo Bryereus Montagu , 1803, with the description of a new species of Rissoina (Gastropoda Prosobranchia: Rissoidae). Basteria, 54: 115-121. FERAUD, G., H.-U., SCHINCKE, J. LIETZ, J. GOSTAUD, G. PRITCHARD & U. BLEIL, 1980. New K-Ar ages, chemical analyses and magnetic data of rocks from the islands of Santa Maria (Azores), Porto Santo and Madeira (Madeira archipelago) and Gran Canaria (Canary Islands). Arquipélago, 5: 213-240. FERNANDES, F. & R. ROLÁN, 1993. Moluscos marinos de São Tomé. Iberus, 11(1): 31-47. FERNANDES, F. & E. ROLÁN, 1994. Check-list of the amphiatlantic Mollusca based on a revision of the literature. Reseñas Malacológicas, 8: 1-36. FERNANDEZ, E. & R. D. PINGREE, 1996. Coupling between physical and biological fields in the North Atlantic subtropical front southeast of the Azores. Deep-Sea Research, 43: 1369. FERREIRA, O. V., 1952. Os pectinídeos do Miocénico da ilha de Santa Maria (Açores). Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa, 2ª Série, C, 2(2): 243-258. FERREIRA, O. V., 1955. A fauna Miocénica da ilha de Santa Maria. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 36: 9-44. FIALHO, G. L. & V. P. BARROS., 1988. Resultados das bóias oceanográficas lançadas nos Açores 1980-1983. Correntes de superfície. 8ª Semana das Pescas dos Açores: 187-192. FIELD, J. G., K. R. CLARKE & R. M. WARWICK, 1982. A practical strategy for analysing multispecies distribution patterns. Marine Ecology Progress Series, 8: 37-52. FIÚZA, A. F. G. & C. S. MARTINS, 1996. Observations of the Portugal current system with satellite-tracked drifters. CLIVAR/WOCE SVP Planning Committee Eighth Meeting: 1-4. FLOETER, S. R. & A. SOARES-GOMES, 1999. Biogeographic and species richness patterns of Gastropoda on the southwestern Atlantic. Revista Brasileira de Biologia, 59(4): 567-575. FRANZ, D. R., 1975. An ecological interpretation of nudibranch distribution in the northwest Atlantic. The Veliger, 18(1): 79-83. FRAZIER, J., D. MARGARITOULIS, K. MULDOON, C. W. POTTER, J. ROSEWATER, C. RUCKESCHEL & S. SALES, 1985. Epizoan communities on marine turtles. 1. Bivalves and gastropod Mollusca. Marine Ecology Progress Series Z. N. I., 6: 127-140. FRETTER V. & A. GRAHAM, 1978. The prosobranch molluscs of Britain and Denmark. Part 6. Journal of Molluscan Studies, Supplement 6: 153-241. FRETTER, V. & A. GRAHAM, 1994. British Prosobranch Molluscs, their functional anatomy and ecology, Ray Society, 164: 1-820. FRIEDLANDER, I., 1929. Die Azoren. Zeitschr. f. Vulkanologie, 12(2-3): 77-107. FYLES, J. G., L. MARINCOVICH, JR.,J. V. MATTHEWS, JR., & R. BARENDREGT, 1991. Unique mollusc find in the Beaufort Formation (Pliocene) on Meighen Island, Arctic Canada. Current Research, Part B, Geological Survey Canada Pap., 91(1B): 105-112. GARCÍA-TALAVERA, F. & J. J. BACALLADO, 1978. Nuevas aportaciones a la fauna de Gasteropodos marinos (Mollusca, Gastropoda) de las islas de Cabo Verde. Boletín del Instituto Español de los Océanos, 6 (328): 202-208. GARCÍA-TALAVERA F., S. J. KARDAS & H. G. RICHARDS, 1978. Quaternary marine mollusks from Tenerife, Canary Islands. The Nautilus, 92(3): 97-102. GARCÍA-TALAVERA F., 1981. Los moluscos gasteropodos anfiatlanticos (estudio paleo y biogeografico de las especies bentonicas litorales). Universidad de la Laguna, secretariado Publicaciones, Coleccion Monografias, 10: 1-352 + VI laminas. GARCÍA-TALAVERA, F., 1983. Los moluscos gasteropodos anfiatlanticos (estudio paleo y biogeografico de las especies bentonicas litorales). Universidad de la Laguna, secretariado Publicaciones, Coleccion Monografias, 10: 1-352. 211 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores GARCÍA-TALAVERA, F., 1990. Fauna tropical en el Neotirreniense de Santa Maria (I. Azores). Lavori S. I. M., 23: 439-443. GARCÍA-TALAVERA, F., 1999. La Macaronesia. Consideraciones geológicas, biogeográficas y paleoecológicas. In: FERNÁNDEZ-PALACIOS, J. M., J. J. BACALLADO & J. A. BELMONTE (Eds.). Ecología y Cultura en Canarias: 41-63. GEBHARDT, H., 1999. Middle to Upper Miocene benthonic foraminiferal palaeoecology of the Tap Marls (Alicante Province, SE Spain) and its palaeoceanographic implications. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 145: 141- 156. GERBER J., J. HEMMEN & K. GROH, 1989. Eine pleistozäne marine Molluskenfauna von Porto Santo (Madeira-Archipel). Mitt. dtsch. Malakozool. Ges., 44-45: 19-30. GILI, C. & J. MARTINELL, 1994. Relationships between species longevity and larval ecology in nassariid gastropods. Lethaia, 27: 291-299. GILI, C. & J. MARTINELL, 2000. Phylogeny, speciation and species turnover. The case of the Mediterranean gastropods of genus Cyclope Risso, 1826. Lethaia, 33: 236-250. GILLET, P. & J.-C. DAUVIN, 2000. Polychaetes from the Atlantic seamounts of the southern Azores: biogeographical distribution and reproductive patterns. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 80: 1019-1029. GIUSTI, F. & I. NOFRONI, 1989. Alvania dipacoi new species from the Tuscan Archipelago. La Conchiglia, 21(242-245): 54-56. GOFAS, S. & A. WARÉN, 1982. Taxonomie de quelques especes du genre Alvania (Mollusca, Gastropoda) des côtes Iberiques et Marocaines. Bolletino Malacologico, 18: (1-4): 1-16. GOFAS, S., 1989. Two new species of Alvania (Rissoidae) from the Azores. Publicações Ocasionais da Sociedade Portuguesa de Malacologia, 14: 39-42, 15 figs. GOFAS, S., 1990, The littoral Rissoidae and Anabathridae of São Miguel, Azores. In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.), The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the First International Workshop of Malacology São Miguel, Azores. Açoreana, Suplemento 2: 97-134. GOFAS, S., 1992. Island-jumping Rissoids (Gastropoda, Prosobranchia): the case of the Lusitanian seamounts. Abstracts of the Eleventh International Malacological Congress, Siena, 1992: 302-303. GOFAS, S., 1996. Grados de endemicidad en moluscos de las isles y bancos submarines del Atlantico Noroeste. Resúmenes del XII congreso nacional de Malacología, Málaga 1996: 12-13. GOFAS, S., 1999. The West African Rissoidae (Gastropoda: Rissooidea) and their similarities to some European species. The Nautilus, 113(3): 78-101. GOFAS, S., 2000. Four species of the family Fasciolariidae (Gastropoda) from the North Atlantic seamounts. Journal of Conchology, 37(1): 7-16. GOFAS, S., 2002. An endemic radiation of Trituba (Mollusca, Gastropoda) on the North Atlantic seamounts. American Malacological Bulletin, 17(1-2): 45-63. GOFAS, S. & A. BEU, 2002. Tonnoidean gastropods of the North Atlantic Seamounts and the Azores. American Malacological Bulletin, 17(1-2): 91-108. GOLIKOV, A. N. & Y. I. STAROBOGATOV, 1975. Systematics of prosobranchs gastropods. Malacologia, 15(1): 185-232. GONÇALVES, J. M, J. P. THORPE & R. D. M. NASH, 2000. Allozyme variation in Octopus vulgaris in Northeast Atlantic: preliminary results (poster). CIAC 2000 Symposium Cephalopod Biomass and Production. University of Aberdeen, Scotland, UK, 5-7 July 2000. GOUD, J., 1999. Setia lidyae Verduin, 1988, a junior synonym of Alvania iunoniae Palazzi, 1988, with additional data on the distribution of some Setia species described by Verduin (Gastropoda Prosobranchia, Rissoidae). Basteria, 63: 69-71. GOULD, W. J., 1985. Physical oceanography on the Azores front. Progress in Oceanography, 14(1-4): 167-190. GRAHAM, A., 1988. Molluscs: Prosobranch and Pyramidellid Gastropods, 2nd ed., VII + 662 pp. Synopsis of the British Fauna (New Series), 2. E. J. Brill, Leiden. GRAHAME, J., 1977. Reproductive effort and r- and k-selection in two species of Lacuna (Gastropoda: Prosobranchia). Marine Biology, 40: 217-224. GRAHAME, J. & G. M. BRANCH, 1985. Reproductive patterns of marine invertebrates. Oceanography and Marine Biology Annual Review, 23: 373-398. GRASSLE, J.F., C. J. BERG, J. J. CHILDRESS, J. P. GRASSLE, R. R. HESSLER, H. J. JANNASCH, D. M. KARL, R. A. LUTZ, T. J. MICKEL, D. C. RHOADS, H. L. SANDERS, K. L. SMITH, G. N. SOMERO, R. D. TURNER, J. H. TUTTLE, P. J. WALSH & A. J. WILLIAMS, 1979. Galapagos ’79: initial findings of a deep-sea biological quest. Oceanus, 22(2): 2-10. GRASSLE, J.F., 1985. Hydrothermal vent animals: distribution and biology. Science, 229: 713-717. GRAY, J. S., 1997. Gradients in marine biodiversity. In: ORMOND, R. F. G. & J. D. GAGE (Eds.), Marine Biodiversity. Patterns and Processes: 18-34. Cambridge University Press, Cambridge. 212 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA GUERREIRO, A. & F. REINER, 2000. Moluscos marinhos da ilha de S. Vicente (Arquipélago de Cabo Verde), 279pp. Europress, Póvoa de Santo Adrião. GUERREIRO, J., 1994. On bivalve molluscs of the island of Porto Santo (Madeira, Portugal). Bocagiana, 173: 14. HALLAM, A., 1981. Relative importance of plate movements, eustasy, and climate in controlling major biogeographical changes since the Early Mesozoic. In: NELSON, G. & D. E. ROSEN (Eds.), Vicariance Biogeography: A Critique: 303-330. Columbia University Press, New York. HANSSON, H. G. 1998. NEAT (North East Atlantic Taxa): Scandinavia marine Mollusca Check-List. Internet Ed., August 1998. [http://www.tmbl.gu.se]. HAYWARD, P. J., G. D. WIGHAM & N. YONOW, 1995. Molluscs (Phylum Mollusca). In: HAYWARD, P. J. & J. S. RYLAND (Eds.), Handbook of the Marine Fauna of North-West Europe, XI + 800 pp. Oxford University Press, Oxford. HEDGPETH, J. W., 1953. An introduction to the zoogeography of the northwestern Gulf of Mexico with reference to the invertebrate fauna. Publications of the Institute of Marine Science of the University of Texas, 3: 107-224. HELLAND-HANSEN, B. & F. NANSEN, 1926. The Eastern North Atlantic. Geofysiske Publikasjoner, 4(2): 176. HERNÁNDEZ-OTERO, J. M. & M. H. GARCÍA, 2003. Apogastropoda, Archaeogastropoda, Basommatophora, Heterostropha y Onchiida. In MORO, L., J. L. MARTÍN, M. J. GARRIDO & I. IZQUIERDO (Eds.). Lista de especies marinas de Canarias (algas, hongos, plantas y animales): 89-90. Consejería de Política Territorial y Medio Ambiente del Gobierno de Canarias. HEY, R. W., 1971. Quaternary Shorelines of the Mediterranean and Black Seas. Quaternaria, 15: 273-284. HIGHSMITH, R. C., 1985. Floating and larval rafting as potential dispersal mechanisms in brooding invertebrates. Marine Ecology Progress Series, 25: 169-179. HILLAIRE-MARCEL, C., C. GARIÉPY, B. GHALEB, J.-L. GOY, C. ZAZO & J. C. BARCELO, 1996. U-series measurements in Tyrrhenian deposits from Mallorca – further evidence for two last-interglacial high sea levels in the Balearic Islands. Quaternary Science Reviews, 15: 53-62. HOEK, C., VAN DEN, 1975. Phytogeographic provinces along the coasts of the northern Atlantic Ocean. Phycologia, 14(4): 317-330. HOENSELAAR, H. J. & R. G. MOOLENBEEK, 1987. Two new species of Onoba from southern Spain (Gastropoda: Rissoidae). Basteria, 51: 17-20. HOENSELAAR, H. J. & J. GOUD, 1998. The Rissoidae of the CANCAP expeditions, I: the genus Alvania Risso, 1826 (Gastropoda Prosobranchia). Basteria, 62: 69-115. HOUART, R. & A. D. ABREU, 1994. The Muricidae (Gastropoda) from Madeira with the description of a new species of Ocenebra (Ocinebrina) (Muricidae: Ocenebrinae). Apex, 9(4): 119-130. HOUBRICK, R. S., 1990. Anatomy, reproductive biology and systematic position of Fossarus ambiguus (Linné) (Fossarinae: Planaxidae; Prosobranchia). In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.), The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the First International Workshop of Malacology São Miguel, Azores. Açoreana, Suplemento 2: 59-73. HOWARTH, F. G., 1973. The cavernicolous fauna of Hawaiian lava tubes. I. Introduction. Pacific Insects, 15(1): 139-151. HSÜ, K. J., W. B. F. RYAN & M. B. CITA, 1973. Late Miocene desiccation of the Mediterranean. Nature, 242: 240-244. HUANG, T.-C. & D. J. STANLEY, 1974. Current reversal at 10,000 years B. P. at the Strait of Gibraltar – a discussion. Marine Geology, 17: 1-7. INSTITUTO HIDROGRÁFICO (Ed.), 1981. Roteiro do Arquipélago dos Açores, PUB (N) IH-128-SN, Lisboa. ISELIN, C. O. D., 1936. A study of the circulation of the western North Atlantic. Papers in Physics, Oceanography and Meteorology, 4: 1-101. ISRAELSON, G., 1990. Further notes on the coleopterous fauna of the Azores, with speculations on its origins. Bocagiana, 138: 1-8. JABLONSKI, D. & R. A. LUTZ, 1980. Molluscan larval shell morphology. Ecological and paleontological applications. In: Skeletal Growth of Aquatic Organisms (D.C. Rhoads & R.A. Lutz (eds): 323-377. Plenum Press, New York. JABLONSKI, D. & R. A. LUTZ, 1983. Larval ecology of marine invertebrates: paleobiological implications. Biological Review, 58: 21-89. JABLONSKI, D., 1986. Larval ecology and macroevolution in marine invertebrates. Bulletin of Marine Science, 39(2): 565-587. JACOBS, E., H. WEISSERT, G. SHIELDS & P. STILLE, 1996. The Monterey event in the Mediterranean: a record from shelf sediments of Malta. Paleoceanography, 11: 717-728. 213 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores JANSSON, R., 2003. Global patterns in endemism explained by past climatic change. Proceedings of the Royal Society of London, B, 270: 583-590. JIA, Y., 2000. Formation of an Azores Current due to Mediterranean overflow in a modeling study of the North Atlantic. Journal of Physical Oceanography, 30: 2342-2358. JOHANNESSON, K., 1988. The paradox of Rockall: Why is a brooding gastropod (Littorina saxatilis) more widespread than one having a planktonic larval dispersal stage (L. littorea)? Marine Biology, 99: 507-513. JOKIEL, P. L., 1984. Long-distance dispersal of reef corals by rafting. Coral Reefs, 3: 69-76. JOKIEL, P. L., 1989. Rafting of reef corals and other organisms at Kwajalein Atoll. Marine Biology, 101: 483493. JOKIEL, P. L., 1990a. Transport of reef corals into the Great Barrier Reef. Nature, 374: 665-667. JOKIEL, P. L., 1990b. Long-distance dispersal by rafting: reemergence of an old hypothesis. Endeavour, New Series, 14(2): 66-73. JOLLIVET, D., D. DESBRUYERES, C. LADRAT. & L. LAUBIER, 1995. Evidence for differences in the allozyme thermostability of deep-sea hydrothermal vent polychaetes (Alvinellidae): a possible selection by habitat. Marine Ecology Progress Series, 123(1-3): 125-136. JONG, K.M. DE & H. E.COOMANS, 1988. Marine Gastropods from Curaçao, Aruba and Bonaire, 261 pp. E. J. Brill, Leiden. KALLEL, N., M. PATERNE, L. LABEYRIE, J.-C. DUPLESSY & M. ARNOLD, 1997. Temperature and salinity records of the Tyrrhenian Sea during the last 18,000 years. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 135: 97-108. KAMENEV, G. M., V. I. FADEEV, N. I. SELIN, V. G. TARASOV & V. V. MALAKHOV, 1993. Composition and distribution of macro- and meiobenthos around sublittoral hydrothermal vents in the Bay of Plenty, New Zealand. New Zealand Journal of Marine and Freshwater Research, 27: 407-418. KÄSE, R. H. & G. SIEDLER, 1982. Meandering of the subtropical front south-east of the Azores. Nature, 300: 245-246. KHARLAMENKO, V. I., N. V. ZHUKOVA, S. V. KHOTIMCHENKO, V. I. SVETASHEV & G. M. KAMENEV, 1995. Fatty acids as markers of food sources in a shallow-water hydrothermal ecosystem (Kraternaya Bight, Yankich Island, Kurile Islands). Marine Ecology Progress Series, 120: 231-241. KILLEEN, I. J. & J. M. LIGHT, 1998. Observations on Onoba semicostata and O. aculeus around British and northern French coasts. Journal of Conchology, 36(2): 7-12. KINDER, T. H. & H. L. BRYDEN, 1987. The 1985-1986 Gibraltar Experiment: data collection and preliminary results. Eos, Transactions of the American Geophysical Union, 68: 786-787, 793-795. KLEINE, B. & G. SIEDLER, 1989. On the origin of the Azores current. Journal of Geophysical Research, 94(C5): 6159-6168. KNUDSEN, J., 1995. Observations on reproductive strategy and zoogeography of some marine Prosobranch Gastropods (Mollusca) from the Azores. In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.), The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the Second International Workshop of Malacology and Marine Biology. Açoreana, Suplemento 4: 135-158. KOWALKE, T. & M. HARZHAUSER, 2004. Early ontogeny and palaeoecology of the Mid-Miocene rissoid gastropods of the Central Paratethys. Acta Palaeontologica Polonica, 49(1): 111-134. KREJCI-GRAF, K., J., FRECHEN, W. WETZEL & G. COLOM, 1958. Gesteine und Fossilien von den Azoren. Senckenbergiana Lethaea, 39(5/6): 303-351. KRIJGSMAN, W., C. G. LANGEREIS, W. J. ZACHARIASSE, M. BOCALETTI, G. MORATTI, R. GELATI, S. IACCARINO, G. PAPANI & G. VILLA, 1999a. Late Neogene evolution of the Taza-Gercif Basin (Rifian Corridor, Morocco) and implications for the Messininan salinity crisis. Marine Geology, 153: 147-160. KRIJGSMAN, W., F. J. HILGEN, I. RAFFI, F. J. SIERRO & D. S. WILSON, 1999b. Chronology, causes and progression of the Messinian salinity crises. Nature, 400: 652-655. KRIJGSMAN, W., M. GARCÉS, J. AGUSTÍ, I. RAFFI, C. TABERNER & W. J. ZACHARIASSE, 2000. The “Tortonian salinity crisis” of the eastern Betics (Spain). Earth and Planetary Science Letters, 181: 497-511. KRIJGSMAN, W., M.-M. BLANC-VALLERON, R. FLECKER, F. J. HILGEN, T. J. KOUWENHOVEN, D. MERLE, F. ORSZAG-SPERBER & J.-M. ROUCHY, 2002. The onset of the Messinian salinity crises in the Eastern Mediterranean (Pissouri Basin, Cyprus). Earth and Planetary Science Letters, 194: 299-310. KRISTOFFERSON, Y., 1978. Sea-floor spreading and the early opening of the North Atlantic. Earth and Planetary Science Letters, 38(2): 273-290. 214 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA LAGABRIELLE, Y. & J.-M. AUZENDE, 1982. Active in situ disaggregation of oceanic crust and mantle on Gorringe Bank: analogy with ophiolitic massives. Nature, 297(5866): 490-493. LAMBECK, K. & J. CHAPPELL, 2001. Sea-level change through the last glacial cycle. Science, 292: 679-686. LAMBECK, K., Y. YOKOYAMA & T. PURCELL, 2002. Into and out of the Last Glacial Maximum: sea-level change during Oxygen Isotope Stages 3 and 2. Quaternary Science Reviews, 21: 343-360. LAURSEN, D., 1981. Taxonomy and distribution of teleplanic prosobranch larvae in the North Atlantic. DanaReport, 89: 1-43. LEAL, J. H. & D. R. MOORE, 1989. Rissoina indiscreta, a new Rissoid species from the tropical southwestern Atlantic with Indo-West Pacific affinities (Mollusca, Gastropoda, Rissooidea). Bulletin of Marine Science, 45(1): 139-147. LEAL, J. H., 1991. Marine prosobranch gastropods from oceanic islands off Brazil, species composition and biogeography x + 418 pp. Universal Book Services/Dr. W. Backhuys, Oegstgeest. LEAL, J. H., 2000. Endemism and modes of development of marine prosobranch gastropods (Mollusca) from oceanic islands off Brazil. Arquipélago. Life and Marine Sciences Supplement 2(Part A): 89-97. LEMOS, M. L. F. C. C. & M. DO C. VIEGAS, 1987. Contribuição para o estudo da zona intertidal (substrato rochoso) da ilha de São Miguel-Açores. Fácies de Corallina elongata Ellis & Solander. Resultados preliminares. Cuad. Marisq. Publ. Téc., 11: 59-69. LINDEN, J. VAN DER & W. M. WAGNER, 1987. Cingula antipolitana spec. nov., a new marine gastropod species from southern France (Prosobranchia, Rissoacea). Basteria, 51: 59-61. LINDEN, J. VAN DER & W. M. WAGNER, 1989. Alvania multiquadrata spec. nov. from the Canary Islands (Gastropoda Prosobranchia: Rissoidae). Basteria, 53: 35-37. LINDEN, J. VAN DER, 1993. Alvania obsoleta spec. nov. from the Azores (Gastropoda, Prosobranchia: Rissoidae). Basteria, 57(1-3): 79-82. LINDEN, J. VAN DER & J. J. VAN AARTSEN, 1994. Alvania abstersa nom. nov., a new name for A. obsoleta Van der Linden, 1993, non A. obsoleta (S. V. Wood, 1848) (Gastropoda Prosobranchia: Rissoidae). Basteria, 58: 2. LOPES, M. F. R., J. C. MARQUES & D. BELLAN-SANTINI, 1993. The benthic amphipod fauna of the Azores (Portugal): an up-to-date annotated list of species, and some biogeographic considerations. Crustaceana, 65(2): 204-217. MAC ANDREW, R., 1852. Note of the Mollusca observed during a short visit to the Canary and Madeira islands, in the months of April and May, 1852. Annals and Magazine of Natural History, 1852: 1-8. MAC ANDREW, R., 1854. On the geographical distribution of testaceous Mollusca in the North Atlantic and neighbouring seas, 51 pp. H. Greenwood, Liverpool. MAC ANDREW, R., 1856. Report on the marine testaceous Mollusca of the North-East Atlantic and neighbouring Seas and the physical conditions affecting their development. Report of the British Association for the Advance of Science, 158 pp. London. MACEDO, M. C. C., MACEDO, M. I. C. & J. P. BORGES, 1999. Conchas Marinhas de Portugal, 516 pp. Editorial Verbo, Lisboa. MACHADO, F., 1967. Active volcanoes in the Azores. In: VAN PADANG, N., RICHARDS, A. F., MACHADO, F., BRAVO, T., BAKER, E. & W. LE MAITRE (Eds.). Catalogue of the Active Volcanoes of the World, Part 21. Roma: International Association of Volcanology: 7-52. MACHADO, F. & R. LEMOS, 1998. Sobre uma possível erupção submarina no Banco D. João de Castro em 1997. Açoreana, 8(4): 559-564. MACPHERSON, E., 2002. Large-scale species-richness gradients in the Atlantic Ocean. Proccedings of the Royal Society of London, B, 269: 1715-1720. MADEIRA, J. E. O., 1986. Geologia estrutural e enquadramento geotectónico da ilha de Santa Maria (Açores), 107 pp. MSc. Thesis, Lisboa. MADEIRA, M. A. V., 1981. Esboço pedológico da ilha de Santa Maria (Açores), 121 pp. Instituto Nacional de Investigação Científica, Centro de Pedologia da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. MALACOLOG Version 3.2.5. Western Atlantic Gastropod Database. http://data.acnatsci.org/wasp/ .[último acesso 20-Abr-2004] MALAQUIAS, M. A. E., 1996. Opistobrânquios (Mollusca: Gastropoda) do arquipélago da Madeira e ilhas Selvagens, vi + 72 pp. Relatório de Estágio de Licenciatura, Universidade do Algarve, Faro. MALAQUIAS, M. A. E. & G. J. P. CALADO, 1997. The malacological fauna of Salvage Islands. 1. Opisthobranch molluscs. Boletim do Museu Municipal do Funchal, 49(281): 149-170. MALAQUIAS, M. A. E., 2000. Additions to the knowledge of the opisthobranch molluscs of Selvagens Islands, NE Atlantic, Portugal. Arquipélago, Life and Marine Sciences. Supplement 2(A): 89-98. MARGELLI, A., 2001. Further remarks on Alvania elisae Margelli, 2001. La Conchiglia, 33(301): ???-???. MARS, P., 1963. Les faunes et la stratigraphie du Quaternaire Méditerranéen. Réc. Trav. Stn. Mar. EndoumeMarseille, 28: 61-97. 215 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores MARTINS, A. M. DE F., 1980. Notes on the habitat of five halophile Ellobiidae in the Azores, 24 pp., 6 figs., 2 pls. Museu Carlos Machado, Ponta Delgada. MARTINS, A. M. de F., 2001. Ellobiidae – lost between land and sea. Journal of Shellfish Research, 20(1): 441446. MARTINS, A. M. de F., 2004. O Anel da Princesa, 100 pp. Intermezzo, Lisboa. MAYER, K., 1864. Die Tertiär-Fauna der Azoren und Madeiren. Systematisches Verzeichniss der fossilen Reste von Madeira, Porto Santo und Santa Maria nebst Beschreibung der neuen Arten, vi+107pp. Zürich. MECO, J., 1972. Données actuelles pour l’étude paléontologique du Strombus bubonius Lamarck. VI Congrés Panafricain de Préhistoire et des études du Quaternaire Dakar 1967: 391-394. H. J. Hugot Editeur, Chambéry Imprimeries Réunies. MECO, J., 1977. Los Strombus neógenos y cuaternarios del Atlántico euroafricano. Taxonomía, biostratigrafia y paleoecología, 207 pp. Ediciones Cabildo de Gran Canaria, Madrid. MECO, J., N. PETIT-MAIRE, M. FONTUGNE, G. SHIMMIELD & A. J. RAMOS, 1997. The Quaternary deposits in Lanzarote and Fuerteventura (eastern Canary Islands, Spain): an overview. In: J. MECO & N. PETIT-MAIRE (Eds.), Procedings of the Climates of the Past meeting held June 2-7, 1995 Lanzarote and Fuerteventura (Canary Islands, Spain): 123-136. Universidad de Las Palmas de Gran Canaria. MELVILL J. C. & R. STANDEN, 1907. The marine Mollusca of the Scottish National Antarctic Expedition. Transactions of the Royal Society of Edinburgh, 46(1): 119-157. MILEIKOVSKY, S. A., 1971. Types of larval development in marine bottom invertebrates, their distribution and ecological significance: a re-evaluation. Marine Biology, 10: 193-213. MILLOT, C., 1999. Circulation in the Western Mediterranean Sea. Journal of Marine Systems, 20: 423-442. MITCHELL-THOMÉ, R. C., 1976. Geology of the middle Atlantic Islands, 351 pp. Gebrüder Borntrae ger, Berlin. MOHAMED, M., 1992. Echanges faunistiques entre l’Atlantique et la Méditerranée au niveau des peuplements superficiels des cotes rocheuses du Maroc: faune malacologique. Arquivos do Museu Bocage, 2(8): 137-148. MONEGATTI, P. & S. RAFFI, 2001. Taxonomic diversity and stratigraphic distribution of Mediterranean Pliocene bivalves. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 165: 171-193. MOOLENBEEK, R. G. & M. J. FABER, 1986. A new micromollusc from the Canary Islands (Mollusca, Gastropoda: Rissoacea). Basteria, 50: 177-180. MOOLENBEEK, R. G. & M. J. FABER, 1987a. The Macaronesian species of the genus Manzonia (Gastropoda: Rissoidae), part I. De Kreukel, 1: 1-16. MOOLENBEEK, R. G. & M. J. FABER, 1987b. The Macaronesian species of the genus Manzonia (Gastropoda: Rissoidae), part II. De Kreukel, 2-3: 23-31. MOOLENBEEK, R. G. & M. J. FABER, 1987c. The Macaronesian species of the genus Manzonia (Gastropoda: Rissoidae), part III. De Kreukel, 10: 166-179. MOOLENBEEK, R. G. & H. J. HOENSELAAR, 1987. On the identity of Onoba moreleti Dautzenberg, 1889 (Gastropoda: Rissoidae), with the description of Onoba josae n. sp. Basteria, 51: 153-157. MOOLENBEEK, R. G. & E. ROLÁN, 1988. New species of Rissoidae from the Cape Verde Islands (Mollusca: Gastropoda) Part 1. Bulletin Zoölogisch Museum, 11(14): 121-126. MOOLENBEEK, R. G. & H. J. HOENSELAAR, 1989. The genus Alvania on the Canary Islands and Madeira (Mollusca: Gastropoda) Part 1. Bulletin Zoölogisch Museum, 11(27): 215-228. MOOLENBEEK, R. G. & T. PIERSMA, 1990. A new Setia species from Mauritania (Gastropoda: Rissoidae). Gloria Maris, 29(2): 31-33. MOOLENBEEK, R. G. & H. J. HOENSELAAR, 1992. New additions to the Manzonia fauna of the Canary Islands (Gastropoda: Rissoidae). Publicações Ocasionais da Sociedade Portuguesa de Malacologia, 16: 13-16. MOOLENBEEK, R. G. & H. J. HOENSELAAR, 1998. The genus Alvania on the Canary Islands and Madeira (Mollusca: Gastropoda) Part 2 [final part]. Bulletin Zoölogisch Museum, 16(8): 53-64. MOORE, P. G., 1977. Additions to the littoral fauna of Rockall, with a description of Areolaimus penelope sp. nov. (Nematoda: Axonolaimidae). Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 57: 191-200. MORENO, D., 1998. Descripción de la comunidad de Ervilia castanea (Montagu, 1803) (Bivalvia, Tellinoidea) en fondos de arena gruesa del Cabo de Gata (Almería, SE de la Península Ibérica). Iberus, 16(2): 21-38. MORRI, C., C. N. BIANCHI, S. COCITO, A. PEIRANO, A. M. DE BIASE, S. ALIANI, M. PANSINI, M. BOYER, F. FERDEGHINI, M. PESTARINI & P. DANDO, 1999. Biodiversity of marine sessile epifauna at an Aegean island subject to hydrothermal activity: Milos eastern Mediterranean Sea. Marine Biology, 135: 729-739. 216 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA MORRONE, J. J. & J. V. CRISCI, 1995. Historical biogeography: introduction to methods. Annu. Rev. Ecol. Syst., 26: 373-401. MORTON, B., 1967. Malacological Report. Chelsea College Azores Expedition, July - October 1965. Final Report : 30-38. MORTON, B., 1990. The biology and functional morphology of Ervilia castanea (Bivalvia: Tellinacea) from the Azores. In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.), The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the First International Workshop of Malacology São Miguel, Azores. Açoreana, Suplemento 2: 75-96. MORTON, B., 1995. The biology and functional morphology of Trichomusculus semigranatus (Bivalvia: Mytiloidea) from the Azores, In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.). The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the Second International Workshop of Malacology and Marine Biology. Açoreana, Suplemento 4: 279-295. MORTON, B. & J. C. BRITTON, 1995. Partitioning of shell resources by Aspydosiphon muelleri (Sipuncula) and Anapagurus laevis (Crustacea) in the Azores. In: MARTINS, A. M. DE F. (Ed.). The marine fauna and flora of the Azores. Proceedings of the Second International Workshop of Malacology and Marine Biology. Açoreana, Suplemento 4: 65-77. MORTON, B., J. C. BRITTON & A. M. DE F. MARTINS, 1998. Ecologia Costeira dos Açores, x + 249 pp. Sociedade Afonso Chaves, Ponta Delgada. MORTON, B. & J. C. BRITTON, 2000. The origins of the coastal and marine flora and fauna of the Azores. Oceanography and Marine Biology: an Annual Review, 38: 13-84. MYERS, N., R. A. MITTERMEIER, C. G. MITTERMEIER, G. B. DA FONSECA & J. KENT, 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403: 853-858. NELLEN, W., 1974. Investigations on the distribution of larvae and plankton above the Great Meteor Seamount. In: BLAXTER, J. H. S. (Ed.), The Early Life History of Fish: 213-214. Springer-Verlag, New York. NETO, A. I. & J. M. N. AZEVEDO, 1990. Contribuição para os estudo dos padrões de zonação litoral da ilha das Flores. In: Relatórios e Comunicações do Departamento de Biologia. Expedição Científica Flores/89 (Relatório Preliminar), 18: 89-102. NETO, A. I., 1997. Studies on algal communities of São Miguel, Azores, x + 309 pp. Dissertação para a obtenção do Grau de Doutor em Biologia, especialidade de Biologia Marinha. Universidade dos Açores, Ponta Delgada. NOBRE, A., 1889. Contribuições para a fauna malacológica da Madeira, I. Instituto, 3: 1-16. Coimbra. NOBRE, A. 1924. Contribuições para a fauna dos Açores. An. Inst. Zool. Univ. Porto, 1: 41-90. NOBRE, A., 1930. Materiais para o estudo da fauna dos Açores, 108 pp. Instituto de Zoologia da Universidade do Porto, Porto. NOBRE, A., 1931. Moluscos Marinhos de Portugal, Vol. 1, 466 pp., 80 pls. Porto. NOBRE, A., 1936. Moluscos Marinhos de Portugal, Vol. 2, 378 pp., 6 pls. Porto. NOBRE, A., 1937. Moluscos testáceos marinhos do arquipélago da Madeira, 101 pp. Memórias e Estudos do Museu Zoológico da Universidade de Coimbra, Série I, 98. Coimbra Editora, Coimbra. NOBRE, A. & J. M. BRAGA, 1942. Notas sobre a fauna das ilhas Berlengas e Farilhões, 66 pp. Coimbra Editora, Lda., Coimbra. NOFRONI, I. & M. PIZZINI, 1991. New data of the group Alvania rudis (Philippi, 1844) and description of Alvania clarae, nova species (Prosobranchia: Rissoidae). La Conchiglia, 260: 48-51. NORDSIECK, F., 1972. Die europäischen Meeresschnecken (Opisthobranchia mit Pyramidellidae; Rissoacea), 327 pp., 41 pls. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart. NORDSIECK, F. & F. G. TALAVERA, 1979. Moluscos marinos de Canarias y Madera (Gastropoda) - Aula de Cultura de Tenerife, 208 pp. + XLVI pls. NUNN, P. D., 1994. Oceanic Islands, xv + 411pp. Blackwell Publishers, Oxford. Ó FOIGHIL, D., 1989. Planktotrophic larval development is associated with a restricted geographic range in Lasaea, a genus of brooding, hermaphroditic bivalves. Marine Biology, 103: 349-358. Ó FOIGHIL, D. & C. J. JOZEFOWICZ, 1999. Amphi-Atlantic phylogeography of direct-developing lineages of Lasaea, a genus of brooding bivalves. Marine Biology, 227/0126: 1-8. Ó FOIGHIL, D., R. JENNINGS, J.-K. PARK & A. MERRIWETHER, 2001. Phylogenetic relationships of midoceanic ridge and continental lineages of Lasaea spp. (Mollusca: Bivalvia) in the northeastern Atlantic. Marine Ecology Progress Series, 213: 165-175. OLIVERIO, M., 1985-86. Alvania amatii n, sp. (Gastropoda: Prosobranchia). Notiz. CISMA, 7-8: 29-34. OLIVERIO, M., B. AMATI & I. NOFRONI, 1985-86. Proposta di adeguamento sistematico dei Rissoidaea (sensu Ponder) del mar Mediterraneo. Parte I: famiglia Rissoidae Gray, 1847 (Gastropoda: Prosobranchia). Notiz. CISMA, 7-8: 35-52. OLIVERIO, M., 1988. A new prosobranch from the Mediterranean sea, Alvania dianensis n. sp. (Mollusca; Gastropoda). Bulletin Zoölogisch Museum, 11(13): 117-120. 217 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores OLIVERIO, M. & L. TRINGALI, 1992. Two sibling species of Nassariinae in the Mediterranean sea (Prosobranchia: Muricidae: Nasariinae). Bolletino Malacologico, 28(5-12): 157-160. OLIVERIO, M., B. AMATI & I. NOFRONI, 1992. Revision of the Alvania testae group of species (Gastropoda, Prosobranchia, Truncatelloidea = Rissooidea). Lavori S.I.M, 24: 249-259. OLIVERIO, M., 1993. Sull’identità di Alvania fractospira Oberling, 1970 (Prosobranchia, Rissooidea). Notiz. CISMA, 14: 33-36. OLIVERIO, M., 1994. Developmental vs genetic variations in two Mediterranean rissoid gastropod complexes. Journal of Molluscan Studies, 60: 461-465. OLIVERIO, M., 1995. Larval development and allozyme variation in the East Atlantic Columbella (Gastropoda: Prosobranchia: Columbellidae). Scientia Marina, 59(1): 77-86. OLIVERIO, M., 1996. Biogeographical patterns in developmental strategies of gastropods from Mediterranean Posidonia beds. Bolletino Malacologico, 32(1-4): 79-88. ORTEA, J., L. MORO, J. J. BACALLADO & J. ESPINOSA, 1998. Catálogo abreviado de las especies del orden Sacoglossa (= Ascoglossa, Mollusca: Opisthobranchia) de las islas Canarias y de Cabo Verde. Revista de la Academia Canaria de Ciencias, X(4): 85-96. ÖZGÖKMEN, T. M., E. P. CHASSIGNET & C. G. H. ROOTH, 2001. On the connection between the Mediterranean outflow and the Azores current. Journal of Physical Oceanography, 31: 461-480. PALACIO, F. J., 1980. Revisión zoogeográfica marina del sur del Brasil. Boletim do Instituto Oceanográfico de São Paulo, 31(1): 69-92. PALAZZI, S., 1982. Taxonomic notes on the Rissoidae and related families. VI. Description of two new species of Pisinna Monterosato, 1878. Notiz. CISMA, 4(1-2): 11-15. PARKER, T. & V. TUNNICLIFFE, 1994. Dispersal strategies of the biota on an oceanic seamount: implications for ecology and biogeography. Biological Bulletin, 187: 336-345. PASCOAL, A., P. OLIVEIRA, C. SILVESTRE, L. SEBASTIÃO, M. RUFINO, V. BARROSO, J. GOMES, G. AYELA, P. COINCE, M. CARDEW, A. RYAN, H. BRAITHWAITE, N. CARDEW, J. TREPTE, N. SEUBE, J. CHAMPEAU, P. DHAUSSY, V. SAUCE, R. MOITIÉ, R. S. SANTOS, F. CARDIGOS, M. BRUSSIEUX & P. DANDO, 2000. Advance system integration for managing the coordinated operation of robotic ocean vehicles (ASIMOV). EuroOCEANS 2000. PASTOURET, L., J.-M. AUZENDE, A. LE LANN & J.-L. OLIVET, 1980. Temoins des variations glacioeustatiques du niveau marin et des mouvements tectoniques sur le banc de Gorringe (Atlantique du Nord-Est). Paleogeography, Paleoclimatology, Paleoecology, 32: 99-118. PEARSON, T. & R. ROSENBERG, 1978. Macrobenthic succession in relation to organic enrichment and pollution of the marine environments. Oceanography and Marine Biology Annual Review, 16: 229311. PEÑAS, A. & E. ROLÁN, 1999. Pyramidellidae (Gastropoda, Heterostropha) from the Oceanographic Mission «Seamount 2». Iberus, Suplemento 5: 151-199. PEREIRA, M. O. R., 1997. Checklist of the littoral echinoderms of the Azores. Açoreana, 8(3): 331-337. PETIT, J. R., J. JOUZEL, N. I. BARKOV, J.-M. BARNOLA, I. BASILE, M. BENDER, J. CHAPPELLAZ, M. DAVIS, G. DELAYGUE, M. DELMOTTE, V. M. KOTLYAKOV, M. LEGRAND, V. Y. LIPENKOV, C. LORIUS, L. PÉPIN, C. RITZ, E. SALTZMAN & M. STIEVENARD, 1999. Climate and atmospheric history of the past 420,000 years from the Vostok ice core, Antarctica. Nature, 399: 429-436. PIANKA, E. R., 1989. Latitudinal gradients in species diversity. Trends in Ecology and Evolution, 8: 223-224. PICKARD, G. L. & W. J. EMERY, 1989. Descriptive physical oceanography, an introduction, 4th Ed., 486 pp. Pergamon Press, New York. PICKEN, G. B., 1980. Reproductive adaptations of Antarctic benthic invertebrates. Biological Journal of the Linnean Society, 14: 67-75. PITMAN, W. C., III & M. TALWANI, 1972. Sea-floor spreading in the North Atlantic. Bulletin of the Geological Society of America, 83(3): 619-646. PONDER, W. F., 1967. The classification of the Rissoidae and Orbitestellidae with descriptions of some new taxa. Transactions of the Royal Society of New Zealand, Zoology, 9(17): 193-224. PONDER, W. F. & E. K. YOO, 1980. A review of the genera of the Cingulopsidae with a revision of the Australian and tropical Indo-Pacific species (Mollusca: Gastropoda: Prosobranchia). Records of the Australian Museum, 33(1): 1-88. PONDER, W. F., 1983a. Review of the genera of the Barleeidae (Mollusca: Gastropoda: Rissoacea). Records of the Australian Museum, 35: 231-281. PONDER, W. F., 1983b. Rissoaform Gastropods from the Antarctic and sub-Antarctic. The Eatoniellidae, Rissoidae, Barleeidae, Cingulopsidae, Orbitestellidae and Rissoellidae (Mollusca: Gastropoda) of Signy Island, South Orkney Islands, with a review of the Antarctic and sub-Antarctic (excluding 218 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA southern South America and the New Zealand sub-Antarctic islands) species. British Antarctic Survey Scientific Reports, 108: 1-96. PONDER, W. F., 1984. A review of the genera of the Iravadiidae (Mollusca: Gastropoda: Rissoacea) with an assessment of the relationships of the family. Malacologia, 25: 21-71. PONDER, W. F., 1985. A Review of the Genera of the Rissoidae (Mollusca: Mesogastropoda: Rissoacea). Records of the Australian Museum, Supplement 4: 1-221. PONDER, W. F., 1988. The truncatelloidean (rissoacean) radiation – a preliminary phylogeny. In: PONDER, W. F. (Ed.). Prosobranch Phylogeny. Malacological Review, Supplement 4: 129-166. PONDER, W. F. & T. M. WORSFOLD, 1994. A review of the Rissoiform Gastropods of Southwestern South America (Mollusca, Gastropoda). Contributions in Science, Natural History Museum of Los Angeles County, 445: 1-63. PONDER, W. F. & D. R. LINDBERG, 1997. Towards a phylogeny of gastropod molluscs – an analysis using morphological characters. Zoological Journal of the Linnean Society, 19(2): 83-265. PONDER, W. F. & R. G. DE KEYZER, 1998. Family Rissoidae. In: BEESLEY, P. L., G. J. B. ROSS & A. WELLS (Eds.). Mollusca: The Southern Synthesis. Fauna of Australia, 5: 749-751. POPPE, G. T. & Y. GOTO, 1991. European Seashells, vol. 1 (Polyplacophora, Caudofoveata, Solenogastra, Gastropoda), 352 pp. Verlag Christa Hemmen, Wiesbaden. POULIN, E., S. V. BOLETZKY & J.-P. FÉRAL, 2001. Combined ecological factors permit classification of developmental patterns in benthic marine invertebrates: a discussion note. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, 257: 109-115. POULIN, E., A. T. PALMA & J.-P. FÉRAL, 2002. Evolutionary versus ecological success in Antarctic benthic invertebrates. Trends in Ecology & Evolution, 17(5): 218-222. PRUD’HOMME VAN REINE, W. F., 1988. Phytogeography of seaweeds of the Azores. Helgoländer Meeresunters, 42: 165-185. RAFFI, S. & R. MARASTI, 1982. The Mediterranean bioprovince from the Pliocene to the Recent: observations and hypothesis based on the evolution of the taxonomic diversity of molluscs. In: GALLITELLI, E. M. (Ed.), Proceedings of the First International Meeting on “Palaeontology, Essential of Historical Geology”, Venice: 151-177. RAFFI, S., 1986. The significance of marine boreal mollusks in the early Pleistocene faunas of the Mediterranean area. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 52: 267-289. RAFFI, S., D. RIO, R. SPROVIERI, G. VALLERI, P. MONEGATTI, I. RAFFI & P. BARRIER, 1989. New stratigraphic data on the Piacenzian stratotype. Bolletino di la Società Geologica Italiana, Roma, 108: 183-196. RAFFI, S. & P. MONEGATTI, 1993. Bivalve taxonomic diversity throughout the Italian Pliocene as a tool for climatic-oceanographic and stratigraphic inferences. Proceedings of the 1st R.C.A.N.S. Congress, Lisboa, 1992. Ciências da Terra (UNL), 12: 45-50. RAPOPORT, E. H., 1982. Areography: Geographical Strategies of Species, 250 pp. Pergamon Press, New York. RAUP, D. M., 1991. A kill curve for Phanerozoic marine species. Paleobiology, 17: 37-48. REID, D. G., 1996. Systematics and Evolution of Littorina, 164: x + 463 pp. The Ray Society, London. REISS, W., 1862. Mitteiling uber die tertiaren Schichten von Santa Maria, der sudlichsten der Azoren, und ihre organischen Einschlusse. Neues Jarhrb. f. Miner., Geogn., Geol. und Petrefactenkund: 1-22. REX, M. A. & A. WARÉN, 1982. Planktotrophic development in deep-sea prosobranch snails from the Western North Atlantic. Deep-Sea Research, 29: 171-184. REX, M. A., M. C. WATTS, R. J. ETTER & S. O’NEILL, 1988. Character variation in a complex of rissoid gastropods from the upper continental slope of the western North Atlantic. Malacologia, 29(2): 325339. REX, M. A., M. R. J. ETTER & C. T. STUART, 1997. Large-scale patterns of species diversity in the deep-sea benthos. In: ORMOND, R. F. G., J. D. GAGE & M. V. ANGEL (Eds.), Marine Biodiversity. Patterns and Processes: 94-121. Cambridge University Press, Cambridge. RODRÍGUEZ, R. G. & J. M. P. SÁNCHEZ, 1997. Moluscos Bivalvos de Canarias, 425 pp. Ediciones del Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas de Gran Canaria. ROGERS, A. D., 1994. The Biology of Seamounts. Advances in Marine Biology, 30: 305-350. ROLÁN, E., 1984. Moluscos de la Ria de Vigo I – Gasteropodos. Thalassas, (Anexo 1): 1-383. Santiago de Compostela (Colegio Universitário de Vigo). ROLÁN, E. & P. RYALL, 1985. Checklist of the Angolan marine molluscs. Reseñas Malacológicas, 10: 1-132. ROLÁN, E., 1987a. Aportaciones al estudio de los Risoaceos de las Islas Canarias: I. Description de tres especies nuevas. Publicações Ocasionais da Sociedade Portuguesa de Malacologia, 8: 1-4. ROLÁN, E., 1987b. El genero Manzonia Brusina, 1870 en el archipielago de Cabo Verde. Publicações Ocasionais da Sociedade Portuguesa de Malacologia, 9: 27-36. 219 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores ROLÁN, E., J. OTERO SCHMITT & E. R. ALVAREZ, 1989. Moluscos de la Ria de Vigo II – Poliplacoforos, Bivalvos, Escafopodos, Cefalopodos. Thalassas, (Anexo 2): 1-276. Santiago de Compostela (Colegio Universitário de Vigo). ROLÁN, E. & F. FERNANDES, 1990. Tres nuevas especies del genero Manzonia (Mollusca, Gastropoda) para la costa occidental de Africa. Publicações Ocasionais da Sociedade Portuguesa de Malacologia, 15: 63-68. ROLÁN, E., 1998. A new species of Zebina (Gastropoda: Rissoidae: Rissoininae) from Yucatán (Mexico). Apex, 13(4): 177-179. ROLÁN, E & F. RUBIO, 1999. New information on the malacological fauna (Mollusca: Gastropoda) of the Cape Verde Archipelago, with the description of five new species. Apex, 14(1): 1-10. ROLÁN, E. & Á. A. LUQUE, 2000. The subfamily Rissoininae (Mollusca: Gastropoda: Rissoidae) in the Cape Verde Archipelago (West Africa). Iberus, 18(1): 21-94. ROLÁN, E., 2001. A new species of Alvania (Mollusca, Rissoidae) from Annobón (Gulf of Guinea, West Africa). Iberus, 19(1): 49-52. ROLÁN, E. & J. M. HERNÁNDEZ, 2004. Descripción de una nueva especie de Onoba (Mollusca, Rissoidea) de las Islas Canarias, con comentarios sobre otras especies próximas. Iberus, 22(1): 173-179. ROSEN, B. R., 1988. Biogeographic patterns: a perceptual overview. In: MYERS, A. A. & P. S. GILLER (Eds.): Analytical Biogeography, Chapman & Hall, London: 23-55. ROSENZWEIG, M. L. 1975. On continental steady states of species diversity. In: CODY, M. L. & J. M. DIAMOND (Eds.): Ecology and evolution of communities, Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge: 121-140. ROY, K., D. JABLONSKI, J. W. VALENTINE & G. ROSENBORG, 1998. Marine latitudinal diversity gradients: tests of causal hypotheses. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 95: 3699-3702. ROY, K., D. JABLONSKI & J. W. VALENTINE, 2000. Dissecting latitudinal diversity gradients: functional groups and clades of marine bivalves. Proccedings of the Royal Society of London, B, 267: 293-299. RÜHLEMANN, C., S. MULITZA, P. J. MÜLLER, G. WEFER & R. ZAHN, 1999. Warming of the tropical Atlantic Ocean and slowdown of thermohaline circulation during the last deglaciation. Nature, 402: 511-514. RYALL, P., M. C. BLANCHARD & F. MEDIOLI, 1983. A subsided island west of Flores. Canadian Journal of Earth Sciences, 20: 764-775. SALAS, C. & S. GOFAS, 1998. Description of four new species of Neolepton Monterosato, 1875 (Mollusca: Bivalvia: Neoleptonidae), with comments on the genus and on its affinity with the Veneracea. Ophelia, 48(1): 35-70. SALDANHA, L., 1995. Fauna Submarina Atlântica, 364 pp. Publicações Europa-América, Mem-Martins. SALGUEIRO, M. A. O., 1991. Estudo paleomagnético e cronologia estratigráfica de formações vulcânicas da ilha de Santa Maria, Açores. Arquipélago, Life and Earth Sciences, 9: 83-99. SÁNCHEZ, J. M. P., J. ORTEA & J. J. BACALLADO, 1987. Doridaceos, Dendronotaceosy Aeolidaceos (Mollusca, Opisthobranchia) del Archipelago Canario. Atti del Congresso Sorrento, 23: 287-293. SANDERS, H. L., 1968. Marine benthic diversity: a comparative study. American Naturalist, 102: 243-282. SANTELICES, B. & P. A. MARQUET, 1998. Seaweeds, latitudinal diversity patterns, and Rapoport’s Rule. Diversity and Distributions, 4: 71-75. SANTOS, R. S., L. R. MONTEIRO, M. ALVES, E. J. ISIDRO & H. R. MARTINS, 1994. Síntese sobre a investigação e a conservação do meio marinho nos Açores. Departamento de Oceanografia e Pescas, Horta, 58 pp. SANTOS, R. S., S. HAWKINS, L. R. MONTEIRO, M. ALVES & E. J. ISIDRO, 1995. Case studies and reviews. Marine research, resources and conservation in the Azores. Aquatic conservation: Marine and Freshwater Ecosystems, 5: 311-354. SANTOS, R. S., J. GONÇALVES & F. CARDIGOS, 1996. D. João de Castro Bank. Report to the European Community under contract INTAS project 94-0592: 1- 5. SANTOS, R. S., F. M. PORTEIRO & J. P. BARREIROS, 1997. Marine Fishes of the Azores: An annotated checklist and bibliography. Arquipélago, Life and Marine Sciences. Supplement 1: xxxviii + 244 pp. SAWYER, T., 1987. Química de las aguas mediterráneas. In: MARGALEF, R. (Ed.). El Mediterráneo Occidental: 128-150. Ed. Omega, S.A., Barcelona. SCHELTEMA, R. S., 1971a. Larval dispersal as a means of genetic exchange between geographically separated populations of shallow-water benthic marine gastropods. Biological Bulletin. Marine Biological Laboratory, Woods Hole, Massachussets 140(2): 284-322. 220 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA SCHELTEMA, R. S., 1971b. The dispersal of larvae of shoal-water benthic invertebrate species over long distances by ocean currents. In: CRISP, D. J. (Ed.). Fourth Marine Biology Symposium, Cambridge: 7-28. Cambridge University Press, Cambridge. SCHELTEMA, R. S., 1977. Dispersal of marine invertebrate organisms: paleobiogeographic and biostratigraphic implications. In: KAUFFMANN, R.. G. & J. E. HAZEL (Eds.), Concepts and Methods of Biostratigraphy: 73-108. Dowden, Hutchinson & Ross, Stroudsburg, Pennsylvania. xiii + 658 pp. SCHELTEMA, R. S., 1978. On the relation between dispersal of pelagic larvae and the evolution of marine prosobranch gastropods. In: BATTAGLIA, B. & J. A. BEARDMORE (Eds.). Marine Organisms: Genetics, Ecology, and Evolution. NATO Conference Series. Series IV: Marine Sciences: 303-322. Plenum Press, New York. SCHELTEMA, R. S., 1979. Dispersal of pelagic larvae and the zoogeography of Tertiary marine benthic gastropods. In: Gray & Boucot (Eds.). Historical Biogeography, Plate Tectonics and the Changing Environment. Oregon State University Press: 391-397. SCHELTEMA, R. S. & I. P. WILLIAMS, 1983. Long-distance dispersal of planktonic larvae and the biogeography and evolution of some Polynesian and western Pacific mollusks. Bulletin of Marine Science, 33: 545-565. SCHELTEMA, R. S., 1986a. Long distance dispersal by planktonic larvae of shoal-water benthic invertebrates among central Pacific Islands. Bulletin of Marine Science, 39: 241-256. SCHELTEMA, R. S., 1986b. On dispersal and planktonic larvae of benthic invertebrates: an eclectic overview and summary of problems. Bulletin of Marine Science, 39: 290-322. SCHELTEMA, R. S., 1989. Planktonic and non-planktonic development among prosobranch gastropods and its relationship to the geographic range of species. In: RYLAND, J. S. & P. A. TYLER (Eds.), Reproduction, Genetics and Distribution of Marine Organisms: 183-188. Olsen & Olsen, International Symposium Series. SCHELTEMA, R. S., 1992. Passive dispersal of planktonic larvae and the biogeography of tropical sublittoral invertebrate species. In: COLOMBO, P., G. I. FERRARI, V. U. CECCHERELLI & R. ROSSI (Eds.), Marine Eutrophication and Population Dynamics: 195-202. Olsen & Olsen, Fredensborg, Denmark. SCHELTEMA, R. S., 1995. The relevance of passive dispersal for the biogeography of Caribbean mollusks. American Malacological Bulletin, 11(2): 99-115. SCHELTEMA, R. S., I. P. WILLIAMS & P. S. LOBEL, 1996. Retention around and long-distance dispersal between oceanic islands by planktonic larvae of benthic gastropod mollusca. American Malacological Bulletin, 12(1/2): 67-75. SCHIEBEL, R., B. SCHMUKER, M. ALVES & C. HEMLEBEN, 2002. Tracking the Recent and late Pleistocene Azores front by the distribution of planktic foraminifers. Journal of Marine Systems, 37: 213-227. SCHÖNFELD, J. & R. ZAHN, 2000. Late Glacial to Holocene history of the Mediterranean Outflow. Evidence from benthic foraminiferal assemblages and stable isotopes at the Portuguese margin. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 159: 85-111. SEGERS, W., 1999. Alvania grancanariensis new species from the Canary Islands (Gastropoda: Prososbranchia). Gloria Maris, 37(5-6): 82-87. SEGERS, W., 2002. On some shallow-water marine molluscs of the Azores. Gloria Maris, 41(4-5): 84-104. SERRALHEIRO, A., C. M. ALVES, V. H. FORJAZ & B. RODRIGUES, 1987. Carta Vulcanológica dos Açores, Ilha de Santa Maria, Centro de Vulcanologia INIC, Ponta Delgada. SERRALHEIRO, A. & J. MADEIRA, 1990. Stratigraphy and geochronology of Santa Maria island (Azores): 357-376. Livro de Homenagem ao Prof. Carlos Romariz. Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. SHACKLETON, N. J. & J. P. KENNETT, 1975. Late Cenozoic oxygen and carbon isotope changes at DSDP site 284: implications for glacial history of the Northern Hemisphere and Antarctica. Initial Reports of the Deep Sea Drilling Project, 47: 433-445. SHACKLETON, N. J. & N. D. OPDYKE, 1977. Oxygen isotope and palaeomagnetic evidence for early Northern Hemisphere glaciation. Nature, 270: 216-219. SHACKLETON, N. J., J. IMBRIE & M. A. HALL, 1983. Oxygen and carbon isotope record of East Pacific core V19-30: implications for the formation of deep water in the late Pleistocene North Atlantic. Earth and Planetary Science Letters, 65: 233-244. SHACKLETON, N. J., J. BACKMAN, H. ZIMMERMAN, D. V. KENT, M. A. HALL, D. G. ROBERTS, D. SCHNITKER, J. G. BALDAUF, A. DESPRAIRIES, R. HOMRIGHAUSEN, P. HUDDLESTON, J. B. KEENE, A. J. KALTENBACH, K. A. O. KRUMSIEK, A. C. MORTON, J. W. MURRAY & J. WESTBERG-SMITH, 1984. Oxygen isotope calibration of the onset of ice-rafting and history of glaciation in the North Atlantic origin. Nature, 307: 620-623. 221 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores SHOMURA, R. S. & R. A. BARKLEY, 1980. Ecosystem dynamics of seamounts – a working hypothesis. In: “The Kuroshio IV. Proceedings of the Fourth Symposium for the Cooperative Study of the Kuroshio and Adjacent Regions, The Japanese Academy, Tokyo, Japan, 14-17 February 1979.” Saikon Publishers, Tokyo: 7789-7790. SHUTO, T., 1974. Larval ecology of prosobranch gastropods and its bearing on biogeography and paleontology. Letahia, 7(3): 239-256. SILVA C. M. da, 2001. Gastrópodes Pliocénicos marinhos de Portugal. Sistemática, Paleoecologia, Paleobiologia, Paleobiogeografia, 714pp. Unpublished PhD thesis Fac. Sciences, Univ. Lisbon. SILVEIRA, B. M. F., 1995. Gastrópodes bentónicos em substrato móvel na área central da Baía do Funchal, 34 pp. Tese de Licenciatura em Biologia. Universidade da Madeira. SIMROTH, H., 1888. Zur Kenntniss der Azorenfauna. Archiv für Naturgeschichte I, (3): 179-234. SLAVOSHEVSKAYA, L. V., 1975. Peculiarities of the reproductive system of the Rissoacea and their importance for taxonomy in this superfamily (in Russian). In LIKHAREV, I. M. (Ed.). Molluscs, their system, evolution and significance in nature. Thesis in communications. Academy of Sciences, U.S.S.R.. Institute of Zoology, Izdatel’stvo “Nauka”, Leninegrad: 117-120. SLEURS, W. J. M., 1991. Mollusca Gastropoda: Four new rissoinine species (Rissoininae) from deep water in New Caledonian region. In: A. CROSNIER & P. BOUCHET (eds.). Résultats des Campagnes MUSORSTOM, Vol. 7. Mémoires de Muséum Nationale d’Histoire Naturelle, (A), 150: 163-178. SLEURS, W. J. M., 1993. A revision of the Recent species of Rissoina (Moerchiella), R. (Apataxia), R. (Alinzebina) and R. (Pachyrissoina) (Gastropoda: Rissoidae). Bulletin de l’Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique, 63: 71-135. SLEURS, W. J. M., 1994. Two new Rissoina (s.s.) sister species from the Western Pacific. Molluscan Research, 15: 13-19. SLEURS, W. J. M. & R. C. PREECE, 1994. The Rissoininae (Gastropoda: Rissoidae) of the Pitcairn Islands, with the description of two new species. Journal of Conchology, 35: 67-82. SLEURS, W. J. M., 1996. A revision of the recent species of the genus Stosicia (Gastropoda: Rissoidae). Academiae Analecta, 1: 117-158. SMITH, A. G. & J. C. BRIDEN, 1977. Mesozoic and Cenozoic Paleocontinental Maps, Cambridge University Press, Cambridge, U.K. SMITH, E. A., 1890. Report on the marine molluscan fauna of the island of St. Helena. Proceedings of the Zoological Society of London, part 2: 247-317, pls. 21-24. SMITH, S. M., 1970. Rissoa violacea Desmarest, Rissoa lilacina Récluz, Rissoa rufilabrum Alder and Rissoa porifera Lovén and their distribution in British and Irish waters. Journal of Conchology, 27: 235248. SMRIGLIO, C. & P. MARIOTTINI, 2000. Onoba oliverioi n. sp. (Prosobranchia, Rissoidae), a new gastropod from the Mediterranean. Iberus, 18(1): 15-19. SOUSA, R. P. M. de, 2001. Zooplâncton Marinho na ilha de S. Miguel (Açores), 82 pp. Relatório de Estágio da Licenciatura em Biologia, Universidade dos Açores, Ponta Delgada. SOUTHWARD, A. J., E. C. SOUTHWARD, P. R. DANDO, J. A. HUGHES, M. C. KENNICUTT II, J. ALCALÀ-HERRERA & Y. LEAHY, 1997. Behaviour and feeding of the nassariid gastropod Cyclope neritea, abundant at hydrothermal brine seeps off Milos (Aegean Sea). Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 77: 753-771. SPENCER, H. G., R. C. WILLAN, B. A. MARSHALL & T. J. MURRAY, 2002. Checklist of the Recent Mollusca described from the New Zealand Exclusive Economic Zone. http://toroa.ac.nz/pubs/spencer/Molluscs/index.html [último acesso 09-Out-2003]. STANLEY, S. M. & L. D. CAMPBELL, 1981. Neogene mass exctinction of Western Atlantic mollusks. Nature, 293: 457-459. STANLEY, S. M., 1993. Exploring earth and life through time, xi+538. W. H. Freeman and Company, New York. STANLEY, S. M. & W. F. RUDDIMAN, 1995. Neogene ice age in the North Atlantic Region: climatic changes, biotic effects, and forcing factors. Effects of Past Global Change on Life: 118-133. National Academy Press, Washington. STANLEY, S. M. http://www.jhu.edu/~eps/faculty/stanley/pliocene.html (último acesso a 11-02-2004). STEVENS, 1989. The latitudinal gradient in geographical range: how so many species coexist in the tropics. American Naturalist, 133: 240-256. STEVENS, G. C., 1996. Extending Rapoport’s rule to Pacific marine fishes. Journal of Biogeography, 23: 149154. STRATHMANN, R. R. 1974. The spread of sibling larvae of sedentary marine invertebrates. American Naturalist, 108: 29-44. 222 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA STRATHMANN, R. R., 1986. What controls the type of larval development? Summary statement for the evolutionary session. Bulletin of Marine Science, 39(2): 616-622. SZABO, B. J., K. R. LUDWIG, D. R. MUHS & K. R. SIMMONS, 1994. Thorium-230 ages of corals and duration of the Last Interglacial sea level high stand on Oahu, Hawaii. Science, 266: 93-96. TARASOV, V. G., M. V. PROPP, L. N. PROPP, G. M. KAMENEV & S. V. BLINOV, 1985. Shallow hydrothermal vents and a unique ecosystem of Kraternaya Caldera (Kurile Islands). Vladivostok, DVNC AN SSSR. TARASOV, V. G., M. V. PROPP, L. N. PROPP, S. V. BLINOV & G. M. KAMENEV, 1986. Shallow hydrothermal vents and a unique ecosystem of Kraternaya Caldera, Kurile Islands. Biologya morya (Marine Biology, Vladivostok), 2: 72-74. TARASOV, V. G. & A. V. ZHIRMUNSKAYA, 1989. Investigation of the ecosystem of Kraternaya Bight (Kurile Islands). The Soviet Journal of Marine Biology, 15: 139-148. TARASOV, V. G., M. V. PROPP, L. N. PROPP, A. V. ZHIRMUNSKY, B. B. NAMSARAEV, V. M. GORLENKO & D. A. STARYNIN, 1990. Shallow-water gaseo-hydrothermal vents of Ushishir Volcano and the ecosystem of Kraternaya Bight (The Kurile Islands). PSZN I. - Marine Ecology, 11: 1-23. TARASOV, V. G., A. V. GEBRUK, V. M. SHULKIN, G. M. KAMENEV, V. I. FADEEV, V. N. KOSMYNIN, V. V. MALAKHOV, D. A. STARYNIN & A. I. OBZHIROV, 1999. Effect of shallow-water hydrothermal venting on the biota of Matupi Harbour (Rabaul Caldera, New Britain Island, Papua New Guinea). Continental Shelf Research, 19: 79-116. TEBBLE, N., 1966. British Bivalve Seashells. A Handbook for Identification, 212 pp. Trusties of the British Museum (Natural History), London. TEMPLADO, J. & E. ROLÁN, 1986. El genero Onoba H. & A. Adams, 1854 (Gastropoda: Rissoidae) en las costas Europeas (1). Iberus, 6: 117-124. TEMPLADO, J. & E. ROLÁN, 1993. Las especies del género Crisilla y afines (Gastropoda: Prosobranchia: Rissoidae) en el archipiélago de Cabo Verde. Iberus, 11(2): 1-25. THIEL, M., 2003. Rafting of benthic macrofauna: important factors determining the temporal succession of the assemblage on detached macroalgae. In: JONES, M. B., A. INGÓLFSSON, E. OLÁFSSON, G. V. HELGASON, K. GUNNARSSON & J. SVAVARSSON (Eds.), Migrations and Dispersal of Marine Organisms. Hydrobiologia, 503: 49-57. THIELE, J., 1929-1935. Handbuch der Systematischen Weichtierkunde, 376pp., Jena. THOMSON, C. W., 1878. Notice of some peculiarities on the mode of propagation of certain echinoderms of the southern seas. Journal of the Linnean Society Zoology, 13: 55-79. THORSON, G., 1950. Reproduction and larval ecology of marine bottom invertebrates. Biological Review, 25: 145. TITTLEY, I. & A. I. NETO, 1995. The marine algal flora of the Azores and its biogeographical affinities. Boletim do Museu Municipal do Funchal, Suplemento 4: 747-766. TODD, C. D., 1979. Body size, reproductive effort and mode of development. Marine Biology, 53: 57-68. URK, R. M. VAN, 1964. The genus Ensis in Europe. Basteria, 28(1-2): 13-44. VALDOVINOS, C., S. A. NAVARRETE & P. A. MARQUET, 2003. Mollusk species diversity in the Southeastern Pacific: why are there more species towards the pole? Ecography, 26: 139-144. VALENTINE, J. W., 1973. Evolutionary Paleoecology of the Marine Biosphere, 325 pp. Englewood Cliffs, NJ, Prentice-Hall. VALENTINE, J. W., 1977. Biogeography and Biostratigraphy. In: KAUFFMANN, R.. G. & J. E. HAZEL (Eds.). Concepts and Methods of Biostratigraphy: 143-162. VALENTINE, J. W., K. ROY & D. JABLONSKI, 2002. Carnivore/non-carnivore ratios in northeastern Pacific marine gastropods. Marine Ecology Progress Series, 228: 153-163. VALLENTIN, R., 1895. Some remarks on the dispersal of marine animals by means of seaweeds. Annals and Magazine of Natural History, Ser. 6, 16: 418-423. VANCE, R. R., 1973. On reproductive strategies in marine benthic invertebrates. American Naturalist, 107: 339352. VERDUIN, A., 1976. On the systematics of recent Rissoa of the subgenus Turboella Gray, 1847, from the Mediterranean and European Atlantic coasts. Basteria, 40: 21-73. VERDUIN, A., 1979. Rissoa (Turgidina) testudae subg. nov., sp. nov., a marine gastropod from the Straits of Gibraltar. Basteria, 43: 47-50. VERDUIN, A., 1986a. On the systematics of some recent Rissoa (Gastropoda, Prosobranchia). Basteria, 50: 1324. VERDUIN, A., 1986b. Alvania cimex (L.) s. l. (Gastropoda, Prosobranchia), an aggregate species. Basteria, 50: 25-32. 223 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores VERDUIN, A., 1988. On the taxonomy of some Rissoacean species from Europe. Madeira and the Canary Islands (Gastropoda, Prosobranchia). Basteria, 52: 9-35. VERMEIJ, G. J., 1987. Biogeography and adaptation. Patterns of Marine Life, xi+332pp. Harvard University Press, Cambridge. VERRILL, A. E., 1880. Occurrence at New Port, R. I., of two littoral species of European shells not before recorded as American. American Journal of Science, Series 3, 20: 250-251. VIDAL, L., L. LABEYRIE, E. CORTIJO, M. ARNOLD, J. C. DUPLESSY, E. MICHEL, S. BECQUÉ & T. C. E. VAN WEERING, 1997. Evidence for changes in the North Atlantic Deep Water linked to meltwater surges during the Heinrich events. Earth and Planetary Science Letters, 146: 13-26. WARÉN, A., 1973. Revision of the Rissoidae of the Norwegian North Atlantic Expedition 1876-78. Sarsia, 53: 114. WARÉN, A., 1974. Revision of the Arctic-Atlantic Rissoidae (Gastropoda, Prosobranchia). Zoologica Scripta, 3: 121-135. WARÉN, A., 1989. New and little known mollusca from Iceland. Sarsia, 74: 1-28. WARÉN, A., 1996a. Ecology and systematics of the north European species of Rissoa and Pusillina (Prosobranchia, Rissoidae). Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 76: 1013-1059. WARÉN, A., 1996b. New and little known mollusca from Iceland and Scandinavia. Part 3. Sarsia, 81: 197-245. WARWICK, R., H. PLATT, K. CLARKE, J. AGARD & J. GOBIN, 1990. Analysis of macrobenthic and meiobenthic community structure in relation to pollution and disturbance in Hamilton harbour, Bermuda. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, 138: 119-142. WARWICK, R. & K. CLARKE, 1993. Comparing the severity of disturbance: a meta-analysis of marine macrobenthic community data. Marine Ecology Progress Series, 92: 224-231. WATSON, R. B., 1873. On the Marine Mollusca from Madeira, including a new genus of the Muricidae, a new Eulima, and the whole of the Rissoae of the group of islands. Proceedings of the Zoological Society of London, 1873: 361-396. WATSON, R. B., 1886. Report on the Scaphopoda and Gasteropoda collected by H.M.S. “Challenger” during the years 1873-1876. Reports on the Scientific Results of the “Challenger” Expedition 1873-76. Zoology, Vol. XV, part XLII, 756 pp., LIII pls. WATSON, R. B., 1897. On the marine Mollusca from Madeira; with Descriptions of Thirty-five new Species, and an Index-List of all the known Sea-dwelling Species of that Island. The Journal of the Linnean Society Zoology, XXVI: 233-329. WENZ, 1938-1944. Gastropoda. Teil 1, Allgemeiner Teil und Prosobranchia. In: SCHINDEWOLF, O. H. (Ed.). Handbuch der Paläozoologie. Vol. 6. Gebrüer Bornträger, Berlin: 1-231. WESTON, F. S., 1964. List of recorded volcanic eruptions in the Azores with brief reports. Boletim do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Universidade de Lisboa, 10: 3-18. WHITTAKER, R. J., 1998. Island Biogeography. Ecology, Evolution, and Conservation, xi + 285 pp. Oxford University Press, Oxford. WILLIAMSON, M. H., 1981. Island populations, 286 pp. Oxford University Press, Oxford. WILLIAMSON M. H., 1990. Relationship of species number to area, distance and other variables. In: MYERS, A. A. & P. S. GILLER (Eds.), Analytical biogeography. An integrated approach to the study of animal and plant distributions. Chapman & Hall, London: 92-115. WILSON, R. C. L., S. A. DURY & J. L. CHAPMAN, 2000. The great ice age. Climate change and life, xviii + 267 pp. Routledge, London. WIRTZ, P. & H. R. MARTINS, 1993. Notes on some rare and little known marine invertebrates from the Azores, with a discussion of the zoogeography of the region. Arquipélago, Life and Marine Sciences, 11A: 55-63. WIRTZ, P., 1998a. Opisthobranch molluscs from the Azores. Vita Marina, 45(1-2): 1-16. WIRTZ, P., 1998b. Twelve invertebrate and eight fish species new to the marine fauna of Madeira, and a discussion of the zoogeography of the area. Helgoländer Meeresuntersuchungen, 52: 197-207. WIRTZ, P., O. OCAÑA & T. MOLODTSOVA, 2003. Actiniaria and Ceriantharia of the Azores (Cnidaria Anthozoa). Helgoland Marine Research, 57: 114-117. WORSFOLD, T. M., G. AVERN & W. F. PONDER, 1993. Shallow water rissoiform gastropods from Tristan da Cunha, South Atlantic Ocean, with records of species from Gough Island. Zoologica Scripta, 22: 153-166. WRIGHT, D. H., 1983. Species-energy theory: an extension of species-area theory. Oikos, 41: 496-506. WRIGHT, D. H., D. J. CURRIE & B. A. MAURER, 1993. Energy supply and patterns of species richness on local and regional scales. In: RICKLEFS, R. E. & D. SCHLUTER (Eds.). Species diversity in ecological communities: 66-74. University of Chicago Press. 224 ___________________________________________________________________________BIBLIOGRAFIA WUNSCH, C., 2003. Determining paleoceanographic circulations, with emphasis on the Last Glacial Maximum. Quaternary Science Reviews, 22: 371-385. ZAZO, C., C. HILLAIRE-MARCEL, M. HOYOS, B. GHALEB, J.-L. GOY & C. J. DABRIO, 1993. The Canary Islands, a stop in the migratory way of Strombus bubonius towards the Mediterranean around 200 ka. Mediterranean and Black Sea Shorelines Newsletter, 15: 7-11. ZAZO, C., J.-L. GOY, C. HILLAIRE-MARCEL, P. Y. GILLOT, V. SOLER, J. A. GONZÁLEZ, C. J. DABRIO & B. GHALEB, 2002. Raised marine sequences of Lanzarote and Fuerteventura revisited – a reappraisal of relative sea-level changes and vertical movements in the eastern Canary Islands during Quaternary. Quaternary Science Reviews, 21: 2019-2046. ZAZO, C., J.-L. GOY, C. HILLAIRE-MARCEL, J. A. GONZÁLEZ DELGADO, V. SOLER, B. GHALEB, & C. J. DABRIO, 2003a. Registro de los cambios del nivel del mar durante el Cuaternario en las islas Canarias Occidentales (Tenerife y La Palma). Estudos Geologicos, 59: 133-144. ZAZO, C., J.-L. GOY, C. J. DABRIO, T. BARDAJÍ, C. HILLAIRE-MARCEL, B. GHALEB, J. A. GONZÁLEZ DELGADO & V. SOLER, 2003b. Pleistocene raised marine terraces of the Spanish Mediterranean and Atlantic coasts: records of coastal uplift, sea-level highstands and climate changes. Marine Geology, 194: 103-133. ZBYSZEWSKY, G. & O. DA V. FERREIRA, 1961. La faune marine des basses plages quaternaires de Praia et Prainha dans l’ile de Santa Maria (Açores). Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 45: 467-478. ZBYSZEWSKY, G., O. DA V. FERREIRA & C. T. DE ASSUNÇÃO, 1961. Carta Geológica de Portugal na escala 1/50 000. Notícia explicativa da folha de Ilha de Santa Maria (Açores). Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa, 28 pp. ZBYSZEWSKY, G. & O. DA V. FERREIRA, 1962. Étude géologique de l’île de Santa Maria (Açores). Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 46: 209-245. ZHU, Z. R., K. –H. WYRWOLL, L. B. COLLINS, J. H. CHEN, G. J. WASSERBURG & A. EISENHAUER, 1993. High-precision U-series dating of Last Interglacial events by mass spectrometry: Houtman Abrolhos Islands, western Australia. Earth and Planetary Science Letters, 118: 281-293. 225 ______________________________________________________________________TRABALHO FUTURO 12 APONTAMENTOS PARA UM TRABALHO FUTURO 12.1 Introdução Há uma série de questões a que este doutoramento não deu resposta e que possibilitam a implementação e continuação destes estudos. Para além de querer testar as hipóteses de trabalho b) e c) mencionadas no Capítulo 10, três linhas principais de investigação constituirão o meu trabalho nos próximos anos: a) Prováveis rotas de colonização dos Açores; b) Processos e padrões de especiação nos moluscos litorais dos Açores; c) Moluscos Miocénicos-Pliocénicos dos Açores. 12.2 Prováveis rotas de colonização dos Açores: a importância do DNA Estudos de DNA em Lasaea, um bivalve incubador com dispersão por jangada em algas (Ó Foighil & Jozefowicz, 1999; Ó Foighil et al., 2001) apontam para fluxos genéticos recentes entre a costa Ibérica Atlântica (norte de Espanha, Portugal e Golfo de Cádiz, nas imediações do Estreito de Gibraltar) e os Açores (bem como no sentido Açores/Portugal e Golfo de Cádiz) e para um fluxo genético muito mais recuado - Pliocénico-Plistocénico (?) entre a Madeira e os Açores. Não foi detectado por estes autores evidência de fluxos genéticos recentes entre as populações da Madeira e dos Açores. O mecanismo apontado para explicar esta ligação directa entre a Europa e os Açores, reside na complexidade e dinamismo do Sistema de Correntes da Frente dos Açores (Santos et al., 1995; Cromwell et al., 1996; Fernandez & Pingree, 1996; Alves & de Verdière, 1999) bem como na Contracorrente dos Açores (AzCC), uma corrente sub-superficial com intensidade máxima entre os 200-500 m de profundidade, mas que pode chegar à superfície, em determinadas épocas do ano (Alves & de Verdière, 1999). A retroflexão do limite norte da Corrente dos Açores para oeste, pode explicar a ligação encontrada entre o Golfo de Cádiz/Portugal e os Açores (Ó Foighil et al., 2001). 227 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores É interessante verificar que os resultados preliminares de um estudo da variabilidade genética (análise de 31 enzimas, das quais 14 revelaram ter actividade) de 3 populações de Octopus vulgaris, recolhidas nos Açores (Faial), Madeira e Portugal (Lisboa) efectuado por Gonçalves et al. (2000) apontam também no sentido de uma maior similaridade entre as populações dos Açores e de Portugal, aparentando ser a população da Madeira mais afastada das duas anteriores, do ponto de vista genético (Figura 61). Figura 61 Distância genética de Nei, UPGMA (Gonçalves et al., 2000). Por forma a testar a hipótese h) apontada no Capítulo 10, tenciono estabelecer as relações biogeográficas de espécies litorais intertidais com desenvolvimentos embrionários contrastantes (não-planctotróficos e planctotróficos) a partir de estudos de DNA incidindo sobre genes com diferentes taxas evolutivas, alguns deles já testados com os Rissoidae dos Açores, nos laboratórios do RBINS (Royal Belgian Institute of Natural Sciences, Bruxelas). O fluxo genético será também estudado intra-Arquipélago nestas e notras espécies sublitorais, adquirindo particular relevância as populações de moluscos marinhos existentes nos bancos submarinos D. João de Castro e Princesa Alice e cujas amostras já foram efectuadas pelo Mestre Frederico Caredigos (DOP/UA). Serão efectuados ainda estudos de genética de populações com Rissoa guernei e Alvania mediolittoralis (desenvolvimento não-planctotrófico) a diferentes escalas geográficas, por forma a aquilatar da importância que o “rafting” tem para estas populações, em contraponto a estudos similares efectuados em espécies também típicas do intertidal (Patella spp.) por parte dos Doutores Paulo Alexandrino e Nuno Ferrand (CIBIO/Faculdade de Ciências da Universidade do Porto). 228 ______________________________________________________________________TRABALHO FUTURO 12.3 Processos e padrões de especiação nos moluscos litorais dos Açores Para além dos Rissoidae, também os Trochidae e os Pyramidellidae possuem elevado número de espécies endémicas nos Açores. Nos Capítulos 5 e 6 foram apontadas algumas das razões que poderiam potenciar a mudança de tipo de desenvolvimento embrionário em ilhas oceânicas, de eventuais colonizadores com larvas planctotróficas. Devido à facilidade de recolha e abundância de especimens, quer na zona intertidal, quer no subtidal, os Rissoidae e os Trochidae são os candidatos óbvios para estes estudos evolutivos. Assim, para além dos Rissoidae açoreanos endémicos, poderão ser utilizados exemplares das seguintes espécies de Trochidae: Gibbula delgadensis, espécie relativamente comum no intertidal, e Calliostoma sp. e Jujubinus pseudogravinae, ambos comuns no subtidal (Ávila, 2003). Parte deste trabalho já foi efectuado aquando de duas estadias do autor no RBINS, em 2002 e 2003. 12.3.1 Relações Filogenéticas dos Rissoidae dos Açores A maioria das classificações clássicas dos Rissoidae utilizou somente os caracteres da concha para tentar produzir uma árvore filogenética. A primeira tentativa consistente, quer pelo elevado número de espécies utilizado, quer por não se restringir somente a caracteres conquiliológicos, foi efectuada por Ponder (1985). Este autor utilizou 31 géneros (28 recentes e 3 fósseis: Mohrensternia – Miocénico, Europa - Cossmannia – Eocénico, França - e Pseudotaphrus - Eocénico, França e Miocénico, França e Itália) e um total de 51 caracteres taxonómicos com igual peso (15 da concha, 8 da rádula, 2 do opérculo, 15 do sistema reprodutor, 5 da cabeça-pé do animal e 6 caracteres anatómicos diversos do sistema digestivo, sistema nervoso e sistema respiratório) para estudar as relações filogenéticas dos Rissoidae(Figura 62). O principal resultado deste trabalho foi o de apoiar as classificações desta família baseadas em duas sub-famílias, Rissoinae (com 20 géneros) e Rissoininae (com 11 géneros). No entanto, os géneros Rissoa e Mohrensternia, pertencentes à sub-família Rissoinae, aparecem neste dendrograma incluídos na subfamília Rissoininae. De acordo com Ponder (1985: 117) tal deve-se provavelmente a fenómenos de convergência dos caracteres conquiliológicos, uma vez que quando a análise é efectuada removendo da matriz original os carateres da concha, estes dois géneros agrupam-se com os da sub-família Rissoinae. 229 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores No entanto, onze géneros pertencentes aos Rissoidae – 7 existentes no Oceano Atlântico (Benthonellania, Botryphallus, Crisilla, Gofasia, Plagyostila, Pseudosetia, Rudolphosetia) e os restantes 4 existentes no Oceano Pacífico (Lamellirissoina, Fenella, Seminella e Tomlinella) não foram utilizados por Ponder nesta classificação, ou por falta de material disponível para estudo, ou porque os géneros em causa foram descritos posteriormente ao seu trabalho (caso dos géneros Botryphallus, Crisilla e Gofasia). Por forma a colmatar esta falha, far-se-ão estudos de DNA nos 9 géneros existentes nos Açores (Alvania, Botryphallus, Cingula, Crisilla, Manzonia, Onoba, Pusillina, Rissoa e Setia), tendo como principal objectivo estabelecer a posição sistemática dos géneros Botryphallus e Crisilla na família Rissoidae. Figura 62 Fenograma construído a partir de 51 caracteres taxonómicos da concha e da anatomia interna e externa de 31 géneros recentes e fósseis de Rissoidae (Ponder, 1985). 230 ______________________________________________________________________TRABALHO FUTURO 12.4 Paleoecologia e Paleobiogeografia dos moluscos litorais Miocénicos dos Açores A exemplo do que foi feito com os fósseis Plistocénicos de Santa Maria, este estudo será iniciado, elaborando-se uma lista das espécies de moluscos marinhos reportadas na bibliografia, para os vários depósitos Miocénicos existentes em Santa Maria (Bronn, 1860; Mayer, 1864; Cotter, 1888-1892; Friedlander, 1929; Agostinho, 1937; Berthois, 1950, 1951, 1953; Ferreira, 1952, 1955; Krejci-Graff et al., 1958; Zbyszewski et al., 1961; Zbyszewski & Ferreira, 1962). A nomenclatura será actualizada e esta base de dados inicial será complementada com fotografias de exemplares existentes na colecção DBUA-F, recolhidos pelo autor aquando de várias estadias naquela ilha, ou por outros elementos da equipa de Biologia Marinha. A abundante colecção existente no antigo IGM-Instituto Geológico e Mineiro (Lisboa), nomeadamente as recolhas de Zbyszewsky, será também estudada e fotografada. Numa fase posterior deste estudo, far-se-ão datações, por forma a estabelecer a idade dos vários depósitos. Será também feita a interpretação paleoecológica de jazidas préseleccionadas e, por comparação com listas de espécies de outros locais e de períodos geológicos semelhantes, serão estabelecidas as relações paleobiogeográficas da malacofauna Miocénica (ou Pliocénica...) de Santa Maria. 12.5 Bibliografia AGOSTINHO, J., 1937. Sobre a tectónica da ilha de Santa Maria. Açoreana 1(4): 281-286. ALVES, M. L. G. R. & A. C. DE VERDIÈRE, 1999. Instability dynamics of a subtropical jet and applications to the Azores Front Current System: eddy-driven mean flow. Journal of Physical Oceanography, 29: 837-864. BERTHOIS, L., 1950. Sur la présence d’une microfaune dans le calcaire de Santa Maria (Açores). Açoreana, 4(4): 277-287. BERTHOIS, L., 1951. Sur la présence de basses terrasses marines dans l’Archipel des Açores. Comptes Rendus du 76éme Congrès des Sociétés Savantes à Rennes: 101-106. BERTHOIS, L., 1953. Contribution à l’étude lithologique de l’Archipel des Açores. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 34: 1-198, 13 pls. BRONN, H. G., 1860. Die fossilen Reste von Santa Maria, der südlichsten der Azorischen Inseln. In: HARTUNG, G., 1860. Die Azoren in ihrer äusseren erscheinung und nach ihrer geognostischen nature. Verlag von Wilhelm Engelmann, Leipzig. COTTER, J. C. B., 1888-1892. Notícia de alguns fósseis terciários da ilha de Santa Maria no Archipélago dos Açores. Comunicações da Comissão de Trabalhos Geológicos de Portugal, 2: 255-287. CROMWELL, D., P. G. CHALLENOR, A. L. NEW & R. D. PINGREE, 1996. Persistent westward flow in the Azores Current as seen from altimetry and hydrography. Journal of Geophysical Research, 101: 11923-11933. 231 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores FERNANDEZ, E. & R. D. PINGREE, 1996. Coupling between physical and biological fields in the North Atlantic subtropical front southeast of the Azores. Deep-Sea Research, 43: 1369. FERREIRA, O. V., 1952. Os pectinídeos do Miocénico da ilha de Santa Maria (Açores). Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa, 2ª Série, C, 2(2): 243-258. FERREIRA, O. V., 1955. A fauna Miocénica da ilha de Santa Maria. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 36: 9-44. FRIEDLANDER, I., 1929. Die Azoren. Zeitschr. f. Vulkanologie, 12(2-3): 77-107. GONÇALVES, J. M, J. P. THORPE & R. D. M. NASH, 2000. Allozyme variation in Octopus vulgaris in Northeast Atlantic: preliminary results (poster). CIAC 2000 Symposium Cephalopod Biomass and Production. University of Aberdeen, Scotland, UK, 5-7 July 2000. KREJCI-GRAF, K., J., FRECHEN, W. WETZEL & G. COLOM, 1958. Gesteine und Fossilien von den Azoren. Senckenbergiana Lethaea, 39(5/6): 303-351. MAYER, K., 1864. Die Tertiär-Fauna der Azoren und Madeiren. Systematisches Verzeichniss der fossilen Reste von Madeira, Porto Santo und Santa Maria nebst Beschreibung der neuen Arten, VI+107pp. Zürich. Ó FOIGHIL, D. & C. J. JOZEFOWICZ, 1999. Amphi-Atlantic phylogeography of direct-developing lineages of Lasaea, a genus of brooding bivalves. Marine Biology, 227/0126: 1-8. Ó FOIGHIL, D., R. JENNINGS, J.-K. PARK & A. MERRIWETHER, 2001. Phylogenetic relationships of midoceanic ridge and continental lineages of Lasaea spp. (Mollusca: Bivalvia) in the northeastern Atlantic. Marine Ecology Progress Series, 213: 165-175. PONDER, W. F., 1985. A Review of the Genera of the Rissoidae (Mollusca: Mesogastropoda: Rissoacea). Records of the Australian Museum, Supplement 4: 1-221. SANTOS, R. S., S. HAWKINS, L. R. MONTEIRO, M. ALVES & E. J. ISIDRO, 1995. Case studies and reviews. Marine research, resources and conservation in the Azores. Aquatic conservation: Marine and Freshwater Ecosystems, 5: 311-354. ZBYSZEWSKY, G., O. da V. FERREIRA & C. T. de ASSUNÇÃO, 1961. Carta Geológica de Portugal na escala 1/50 000. Notícia explicativa da folha de Ilha de Santa Maria (Açores). Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa, 28 p. ZBYSZEWSKY, G. & O. da V. FERREIRA, 1962. Étude géologique de l’île de Santa Maria (Açores). Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 46: 209-245. 232 ________________________________________________________________________________APÊNDICE APÊNDICES 233 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 13 APÊNDICE 1 Distribuição geográfica dos Rissoidae do Atlântico e do Mediterrâneo. Zon – zonação da espécie: sh – litoral; deep – profundidade. Endem - endemismo: ex: eAZO (endémico dos Açores). ARC – Árctico; GRE – Gronelância; ICE – Islândia; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo; AZO – Açores; MAD – Madeira e Porto Santo; SEL – Selvagens; CAN – ilhas Canárias; CAP – Cabo Verde; WAF – costa oeste-Africana; ANG – Angola; NSC – Província da Nova Escócia; VIR – província Virginiana; CRL – província Caroliniana; TRO – província Tropical (Caraíbas); BRA – Brasil; STH – Santa Helena; TRS – Tristâo da Cunha; SSA – costa Atlântica da América do Sul; ANT – Antárctida (cf. Capítulo 2). Nº Espécie Zon Endem Dev ARC 1 Alvania aartseni Verduin, 1986 sh Alvania abstersa Van der Linden & 2 Van Aartsen, 1993 sh eAZO Alvania adiaphoros Bouchet & 3 Warén, 1993 deep eAZO Alvania adinogramma Bouchet & 4 Warén, 1993 deep GOR 5 Alvania aeoliae Palazzi, 1988 sh eMED GRE ICE SCA BRI np POR MED 1 1 AZO np 1 np 1 np 1 p MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 1 1 6 Alvania aequisculpta Keep, 1887 7 Alvania africana Gofas, 1999 Alvania algeriana (Monterosato, 8 1877) 9 Alvania amatii Oliverio, 1986 10 Alvania angioyi Van Aartsen, 1982 11 Alvania angularis Warén, 1996 sh p sh np sh sh 1 np eAZO np deep eICE np 12 Alvania annobonensis Rolán, 2001 Alvania arubensis Jong & 13 Coomans, 1988 1 1 1 1 1 1 1 eWAF np eCAR np 14 Alvania aspera (Philippi, 1844) Alvania auberiana (d'Orbigny, 15 1842) sh eMED np shde p 16 Alvania aurantiaca (Watson, 1873) Alvania basteriae (Moolenbeek & 17 Faber, 1986) Alvania beani (Hanley in Thorpe, 18 1844) Alvania bermudensis Faber & 19 Moolenbeek, 1987 sh sh 1 np eCAN sh sh 1 1 1 1 1 1 1 1 1 20 Alvania boavistensis (Rolán, 1987) sh eCAP np 1 21 Alvania bravensis (Rolán, 1987) Alvania caboverdensis (Rolán, 22 1987) Alvania canariensis (d'Orbigny, 23 1840) Alvania cancapae Bouchet & 24 Warén, 1993 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 np deep np 1 1 np sh 1 1 np p eCAR 1 1 1 1 1 1 1 1 234 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie St Endem Dev ARC 25 Alvania cancellata (da Costa, 1778) sh 26 Alvania canonica (Dall, 1927) POR MED AZO p GRE ICE SCA BRI 1 1 1 1 1 1 1 1 1 p 28 Alvania cimex (Linnaeus, 1758) sh p 29 Alvania cimicoides (Forbes, 1844) deep p 30 Alvania cingulata (Philippi, 1836) Alvania clarae Nofroni & Pizzini, 31 1991 sh p sh eMED np 1 sh eMED np 1 sh eMED np 1 sh eMED np 1 deep eCAP sh eMED 37 Alvania coseli Gofas, 1999 Alvania curacaoensis Jong & 38 Coomans, 1988 Alvania datchaensis Amati & 39 Oliverio, 1987 Alvania deboeri Jong & Coomans, 40 1988 Alvania denhartogi Hoenselaar & 41 Goud, 1998 sh eWAF np sh eCAR sh eMED np 1 WAF sh eCAP 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ANT 1 1 1 np 1 1 1 np np sh np 1 1 1 1 1 1 np 1 np 1 np 1 eMED np 1 deep eMED np Lesseps 49 Alvania dorbignyi (Audouin, 1826) sh ian np Alvania electa (Monterosato, 50 1874)=A. deliciosa (Jeffreys, 1884) deep np Alvania elegantissima 51 (Monterosato, 1875) deep eMED np 1 sh SSA 1 p sh sh ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 eCAR 44 Alvania didyma (Watson, 1886) sh eCAR Alvania dijkstrai Hoenselaar & 45 Goud, 1998 deep eSEL Alvania dipacoi Giusti & Nofroni, 46 1989 deep 52 Alvania elisae Margelli, 2001 1 np 36 Alvania corona Nordsieck, 1972 47 Alvania discors (Allan, 1818) Alvania disparilis Monterosato, 48 1890 1 1 sh 42 Alvania dianiensis Oliverio, 1988 Alvania dictyophora (Philippi, 43 1844) 1 deep eCAR 27 Alvania carinata (da Costa, 1778) 32 Alvania clathrella (Seguenza, 1903) Alvania colossophila Oberling, 33 1970 Alvania consociella Monterosato, 34 1884 Alvania corneti Hoenselaar & 35 Goud, 1998 MAD SEL CAN CAP eMED np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 235 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie St Endem Dev ARC 53 Alvania emaciata (Mörch, 1876) 54 Alvania euchila (Watson, 1886) Alvania faberi Jong & Coomans, 55 1988 Alvania fariai (Rolán & Fernandes, 56 1990) 57 Alvania fischeri (Jeffreys, 1884) GRE ICE SCA BRI POR sh sh np eCAR sh 1 WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS np np 59 Alvania formicarum Gofas, 1989 sh eAZO 1 1 1 np 63 Alvania gascoignei Rolán, 2001 sh Annob ón Island np 64 Alvania geryonia (Nardo, 1847) Alvania gofasi (Rolán & 65 Fernandes, 1990) sh p sh p 66 Alvania gradata (d'Orbigny, 1842) sh 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 eCAR 1 sh eCAN np 1 sh eCAN np 1 eCAR sh 1 eMED np 1 deep eSSA 1 73 Alvania hirta (Monterosato, 1884) sh Alvania hispidula (Monterosato, 74 1884) deep Alvania hoeksemai Hoenselaar & 75 Goud, 1998 sh eCAP Alvania imperspicua (Pallary, 76 1920) sh np 77 Alvania incognita Warén, 1996 np deep eICE 1 1 np eCAR ANT 1 60 Alvania fractospira Oberling, 1970 sh eMED np Alvania franseni Hoenselaar & 61 Goud, 1998 deep eCAP np deep SSA 1 np sh 78 Alvania insulsa (Rolán, 1987) Alvania internodula Hoenselaar & 79 Goud, 1998 MAD SEL CAN CAP np deep 67 Alvania gradatula (Mörch, 1876) Alvania grancanariensis Segers, 68 1999 Alvania guancha Moolenbeek & 69 Hoenselaar, 1989 Alvania guesti Faber & 70 Moolenbeek, 1987 Alvania hallgassi Amati & 71 Oliverio, 1985 Alvania herwigia (Castellanos & 72 Fernández, 1974) AZO 1 58 Alvania flexilis Gofas, 1999 62 Alvania gagliniae Amati, 1985 MED eCAR np 1 1 p 1 1 np sh eCAP np sh eAZO np 1 1 1 1 1 1 236 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie Alvania jacquesi Hoenselaar & 80 Goud, 1998 St Endem Dev ARC eCAP np 81 Alvania jeffreysi (Waller, 1864) deep Alvania johannae Moolenbeek & 82 Hoenselaar, 1998 sh Alvania joseae Hoenselaar & Goud, 83 1998 deep eCAN np 84 Alvania lactea (Michaud, 1832) Alvania lamellata Dautzenberg, 85 1889 sh GRE ICE SCA BRI MED AZO MAD SEL CAN CAP 1 1 1 1 1 np np sh np 88 Alvania leacocki (Watson, 1873) sh np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 sh eMED np 1 90 Alvania litoralis (Nordsieck, 1972) sh eMED np 1 91 Alvania lucinae Oberling, 1970 Alvania macandrewi (Manzoni, 92 1868) sh eMED np 1 sh np 93 Alvania mamillata Risso 1826 sh eMED np 94 Alvania marchadi Gofas, 1999 sh eWAF np 1 95 Alvania marioi Gofas, 1999 sh p 1 101 Alvania moniziana (Watson, 1873) Alvania moolenbeeki Jong & 102 Coomans, 1988 Alvania multinodula Hoenselaar & 103 Goud, 1998 Alvania multiquadrata Van der 104 Linden & Wagner, 1989 Alvania nestaresi Oliverio & 105 Amati, 1990 Alvania nicolauensis Moolenbeek & Rolán, 1988 106 1 eCAR np sh eCAP p sh np sh eMED np sh eCAP np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 sh eMAD np sh ANT 1 89 Alvania lineata Risso, 1826 96 Alvania mediolittoralis Gofas, 1989 sh np Alvania microstriata Hoenselaar & 97 Goud, 1998 deep eMAD np Alvania minuscula (Verrill & Bush, 98 1900) sh eCAR Alvania minuta (Golikov & 99 Fedjakov in Scarlato, 1987) sh100 Alvania moerchi (Collin, 1886) np de SSA 1 1 np sh ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 np 86 Alvania lanciae (Calcara, 1845) Alvania lavaleyei Hoenselaar & 87 Goud, 1998 WAF 1 1 p deep eAZO POR 1 1 1 1 1 1 1 1 237 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Alvania nonsculpta Hoenselaar & 107 Goud, 1998 Alvania paatsi Hoenselaar & Goud, 108 1998 Alvania pagodula (Bucquoy, 109 Dautzenberg & Dollfus, 1884) St Endem Dev ARC deep eAZO np deep eCAP np sh 121 Alvania punctura (Montagu, 1803) POR MED np 1 1 127 Alvania salensis (Rolán, 1987) Alvania scabra (Phillippi, 1844) = 128 A. oranica (Philippi, 1844) Alvania schwartziana Brusina, 129 1866 np np np 1 np 1 132 Alvania segadei (Rolán, 1987) 1 1 np 1 1 1 1 sh p 1 1 1 1 1 1 1 1 1 eWAF np 1 p 1 1 np 1 np np eCAP 1 p np np 1 1 1 eMED np sh 1 1 np sh130 Alvania scrobiculata (Möller, 1842) de Alvania sculptilis (Monterosato, 131 1877) sh ANT 1 deep sh SSA 1 1 eCAP ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 1 sh 1 np np 125 Alvania rudis (Philippi, 1844) sh Alvania rykeli Hoenselaar & Goud, 126 1998 deep eCAP WAF 1 deep eCAR shde sh MAD SEL CAN CAP 1 122 Alvania regina Gofas, 1999 deep eWAF np Alvania renei Hoenselaar & Goud, 123 1998 deep eCAN np 124 Alvania richeri Gofas, 1999 AZO 1 eMED np 110 Alvania parvula (Jeffreys, 1884) sh Alvania peli Moolenbeek & Rolán, 111 1988 sh eCAP Alvania piersmai Moolenbeek & 112 Hoenselaar, 1989 sh eCAN Alvania planciusi Moolenbeek & 113 Rolán, 1988 sh eCAP Alvania platycephala Dautzenberg 114 & Fischer, 1896 deep Alvania porcupinae Gofas & 115 Warén, 1982 deep Alvania portoricana (Dall & 116 Simpson, 1901) sh eCAR Alvania poucheti Dautzenberg, 117 1889 sh eAZO 118 Alvania precipitata (Dall, 1889) Alvania pseudoareolata Warén, 119 1974 Alvania pseudosyngenes Warén, 120 1973 GRE ICE SCA BRI 1 1 1 1 1 1 1 1 1 238 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie Alvania settepassii Amati & 133 Nofroni, 1985 St Endem Dev ARC sh eMED np 1 134 Alvania simulans Locard, 1886 sh eMED 1 135 Alvania sleursi (Amati, 1987) Alvania slieringsi Hoenselaar & 136 Goud, 1998 Alvania sororcula Granata-Grillo, 137 1877 sh 138 Alvania sp. Alvania spinosa (Monterosato, 139 1890) Alvania stenolopha Bouchet & 140 Warén, 1993 Alvania stocki Moolenbeek & 141 Rolán, 1988 Alvania subareolata Monterosato, 142 1869 Alvania subcalathus Dautzenberg 143 & Fischer, 1906 Alvania subcrenulata (Bucquoy, 144 Dautzenberg & Dollfuss, 1884) GRE ICE SCA BRI POR p np deep eCAN eAZO sh SSA ANT 1 1 1 1 1 sh eCAP sh eMED np sh np sh np np deep np deep np 147 Alvania tarsodes (Watson, 1886) sh 148 Alvania tenera (Philippi, 1844) Alvania tenhovei Hoenselaar & 149 Goud, 1998 sh 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 p 1 1 1 np 1 150 Alvania tessellata Weinkauff, 1868 sh eMED np Alvania testae (Aradas & 151 Maggiore, 1844) deep p Alvania thomensis (Rolán & eSão 152 Fernandes, 1990) sh Tomé np 1 1 1 np 1 1 1 1 153 Alvania tomentosa (Pallary, 1920) deep sh154 Alvania valeriae Absalão, 1994 de eCAR Alvania vanegmondi Hoenselaar & 155 Goud, 1998 deep eCAP np 156 Alvania verrilli (Friele, 1886) deep np sh np 1 sh eMED np 1 deep ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 np 145 Alvania subsoluta (Aradas, 1847) Alvania syngenes (A. E. Verrill, 146 1884) 157 Alvania watsoni (Watson, 1873) Alvania weinkauffi jacobusi 158 Oliverio, Amati & Nofroni, 1986 Alvania weinkauffi Weinkauff, 159 1868 WAF 1 deep eAZO deep eCAP MAD SEL CAN CAP np np eAZO AZO 1 deep eMED np sh MED 1 np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 239 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Alvania weinkauffi weinkauffi 160 Weinkauff, 1868 Alvania wyvillethomsoni (Friele, 161 1877) 162 Alvania xicoi (Rolán, 1987) Alvania zetlandica (Montagu, 163 1815) Alvania zoderi Hoenselaar & Goud, 164 1998 Alvania zylensis Gofas & Warén, 165 1982 Amphirissoa cyclostomoides 166 Dautzenberg & Fischer, 1897 Benthonella tenella (Jeffreys, 1869)=gaza Dall=fischeri Dall, 167 1889 Benthonellania acuticostata (Dall, 168 1889) Benthonellania agastyches Bouchet 169 & Warén, 1993 Benthonellania colombiana (Romer 170 & Moore, 1988) Benthonellania donmoorei 171 Moolenbeek & Faber, 1991 Benthonellania fayalensis (Watson, 172 1886) Benthonellania gofasi Lozouet, 173 1990 174 Benthonellania listera (Dall, 1927) Benthonellania oligostigma 175 Bouchet & Warén, 1993 Benthonellania pyrrhias (Watson, 176 1886) Benthonellania xanthias (Watson, 177 1886) Boreocingula castanea (Möller, 178 1842) Boreocingula globuloides (Warén, 179 1972) Boreocingula globulus (Möller, 180 1842) Botryphallus epidauricus (Brusina, 181 1866) Botryphallus ovummuscae (Gofas, 182 1990) St Endem Dev ARC GRE ICE SCA BRI POR deep eMED np deep sh np eCAP MED AZO MAD SEL CAN CAP p deep eAZO np deep ORM np deep eAZO np deep p ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 deep eWAF np deep eCAR Seamo deep unts np 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 1 deep eCAR shde sh 1 1 p deep shde eGRE 1 1 deep eCRL sh 1 1 deep deep ANT 1 deep deep SSA 1 np deep WAF 1 1 1 np 1 np 1 np np sh eAZO np 183 Botryphallus tuber (Rolán, 1991) sh eCAP np 184 Cingula aequa (E. A. Smith, 1890) sh eSTH np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 240 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie Cingula agapeta (E.A.Smith, 1890) Cingula agapeta (E. A. Smith, 185 1890) St Endem Dev ARC eSTH GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS np 1 187 Cingula brachia (Watson, 1886) Cingula compsa (E. A. Smith, 188 1890) deep eCAR 1 eSTH np 189 Cingula griegi (Friele, 1879) deep eARC np 194 Cingula vaga (E. A. Smith, 1890) Cingula varicifera (E. A. Smith, 195 1890) Cingula wallichi (E. A. Smith, 196 1890) Crisilla alvarezi Templado & 197 Rolán, 1993 Crisilla amphiglypha Bouchet & 198 Warén, 1993 Crisilla beniamina (Monterosato, 199 1884) sh sh sh sh 1 1 eSTH np 1 eSTH np 1 eSTH p 1 sh np 1 1 1 1 1 eSTH np 1 eSTH np 1 eSTH np 1 eCAP np deep 1 np sh p sh eCAN sh eMED 1 1 1 1 200 Crisilla callosa (Manzoni, 1868) Crisilla chiarellii (Cecalupo & 201 Quadri, 1995) Crisilla cristallinula (Manzoni, 202 1868) sh 1 1 1 203 Crisilla depicta (Manzoni, 1868) sh 1 1 1 1 p 1 204 Crisilla fallax Gofas 1999 deep eWAF np Crisilla graxai Templado & Rolán, 205 1993 sh eCAP np 206 Crisilla innominata (Watson, 1897) Crisilla iunoniae (Palazzi, 1988) = 207 Setia lidyae Verduin, 1988 ANT 1 186 Cingula alvearium (Watson, 1886) deep eCAR 190 Cingula helenae (Ponder, 1985) Cingula perfecta (E. A. Smith, 191 1890) Cingula simulans (E. A. Smith, 192 1890) Cingula trifasciata (Adams J., 193 1798) SSA 1 1 sh 1 sh 208 Crisilla lincta (Watson, 1873) deep np Crisilla luquei Templado & Rolán, 209 1993 sh eCAP np Crisilla marioni (Fasulo & Gaglini, 1987) sh eMED np 210 1 1 1 1 1 1 1 1 1 241 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Crisilla morenoi Templado & 211 Rolán, 1993 Crisilla orteai Templado & Rolán, 212 1993 Crisilla perminima (Manzoni, 213 1868) St Endem Dev ARC sh eCAP np 1 sh 1 np sh 217 Crisilla spadix (Watson, 1897) 233 Manzonia boucheti Amati, 1992 Manzonia caribaea (d'Orbigny, 234 1842) Manzonia castanea Moolenbeek & Faber, 1987 235 MAD SEL CAN CAP 1 sh 230 Lironoba sp. Manzonia bacalladoi Segers & 231 Swinnen, 2002 Manzonia boogi Moolenbeek & 232 Faber, 1987 AZO np sh Gofasia josephinae Bouchet & 228 Warén, 1993 Gofasia vanderlandi Bouchet & 229 Warén, 1993 MED eCAP 215 Crisilla postrema (Gofas, 1990) Crisilla semistriata (Montagu, 216 1808) 221 Folinia mottezi (Bavay, 1917) Frigidoalvania brychia (Verrill, 222 1884)=F. americana (Friele, 1886) Frigidoalvania cruenta (Odhner, 223 1915) Frigidoalvania janmayeni (Friele, 224 1878) Frigidoalvania pelagica (Stimpson, 225 1851) Frigidoalvania thalassae Bouchet & 226 Warén, 1993 Gofasia galiciae Bouchet & Warén, 227 1993 POR sh 214 Crisilla picta (Jeffreys, 1867) 218 Crisilla transitoria Gofas, 1999 Crisilla vidali Templado & Rolán, 219 1993 Folinia bermudezi (Aguayo & 220 Rehder, 1936) GRE ICE SCA BRI 1 p 1 1 1 eMAD sh 1 1 1 1 1 1 WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 1 1 1 1 p sh eCAP np sh eCAR p 1 1 1 1 eCAR 1 deep shde shde np 1 1 np 1 1 np 1 1 sh np 1 1 1 1 1 1 deep Biscay np Galic/J np deep OS AMP,G OR,JO S np deep deep np eCAR sh sh sh eSEL 1 1 1 np 1 np 1 np 1 np sh np sh np 1 1 1 1 1 1 242 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie Manzonia crassa (Kanmacher, 236 1798) St Endem Dev ARC GRE ICE SCA BRI 1 1 AZO MAD SEL CAN CAP sh p np 1 np 1 sh sh 1 WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 1 1 np np 1 sh np 1 sh eAZO np 247 Manzonia vigoensis (Rolán, 1983) sh Manzonia wilmae Moolenbeek & 248 Faber, 1987 sh eCAN Microstelma columbella (Dall, 249 1881) deep eCAR np 1 1 sh eCAN 1 1 1 1 np 1 1 1 1 np 1 1 1 deep eCAR 1 deep eCAR 1 252 Microstelma vestale (Rehder, 1943) sh eCAR sh253 Obtusella intersecta (Wood, 1857) de 1 254 Obtusella lata Rolán & Rubio, 1999 Obtusella macilenta (Monterosato, 255 1880) Obtusella roseotincta (Dautzenberg, 256 1889) Obtusella tumidula (Sars 257 G.O.,1878) Onoba (?) algida Ponder & 258 Worsfold, 1994 Onoba (?) lacuniformis Ponder & 259 Worsfold, 1994 Onoba aculeus (Gould, 1841) = 260 Rissoa saxatilis Möller, 1842 261 Onoba aedonis (Watson, 1886) sh p eCAP p deep eMED p deep eAZO shde np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 sh eSSA np 1 sh eSSA np 1 sh deep eTRS ANT 1 np eCAN SSA 1 eCAR eMAD sh 250 Microstelma gabbi (Dall, 1889) Microstelma leucophlegma (Dall, 251 1881) 1 MED 237 Manzonia crispa (Watson, 1873) sh Manzonia dionisi Rolán, 1987 = M. 238 darwini Moolenbeek & Faber, 1987 sh Manzonia epima (Dall & Simpson, 239 1901) sh 240 Manzonia gibbera (Watson, 1873) Manzonia guitiani Rolán, 1987 = M. pelorum Moolenbeek & Faber, 241 1987 Manzonia heroensis Moolenbeek & 242 Hoenselaar, 1992 Manzonia madeirensis Moolenbeek 243 & Faber, 1987 Manzonia overdiepi van Aartsen, 244 1983c Manzonia talaverai Moolenbeek & 245 Faber, 1987 Manzonia unifasciata 246 (Dautzenberg, 1889) 1 POR np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 243 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Onoba amissa Ponder & Worsfold, 262 1994 St Endem Dev ARC eSSA np 1 263 Onoba anderssoni (Strebel, 1908) Onoba crassicordata Worsfold, 264 Avern & Ponder, 1993 Onoba cruzi (Castellanos & 265 Fernández, 1974) sh eSSA np 1 sh eTRS 266 Onoba delecta Ponder, 1983 Onoba dimassai Amati & Nofroni, 267 1991 Onoba erugata Ponder & Worsfold, 268 1994 Onoba exarata (Stimpson, 1851)=A. mighelsi - Warén, 269 1974:129 (partim) Onoba filostria (Melvill & Standen, 270 1912) GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS eSSA 1 np 1 deep eMED sh eSSA shde ANT 1 deep eSSA sh SSA 1 np 1 np 1 1 np 1 272 Onoba gelida (E. A. Smith, 1907) sh eANT shde eSSA shde np 1 1 273 Onoba georgiana (Pfeffer, 1886) sh np 1 1 1 1 271 Onoba fuegoensis (Strebel, 1908) np 1 274 Onoba gianninii (Nordsieck, 1974) deep eMED np 275 Onoba glaphyra (Watson, 1886) deep eTRS 276 Onoba glypta (E. A. Smith, 1890) 277 Onoba grisea (Martens, 1885) Onoba guzmani Hoenselaar & 278 Moolenbeek, 1987 279 Onoba improcera Warén, 1996 Onoba islandica (Friele, 1886) = 280 Alvania islandica (Friele, 1886) Onoba josae Moolenbeek & 281 Hoenselaar, 1987 Onoba kergueleni (E. A. Smith, 282 1875) Onoba leptalea (A. E. Verrill, 283 1884) = Alvania leptalea 1 np 1 eSTH sh 1 np sh eMED np shde eICE np deep 1 1 np 1 sh eMED np Kergue sh len np deep np 1 1 1 1 1 1 1 284 Onoba lusciniae (Watson, 1886) deep eTRS 1 285 Onoba macra (Watson, 1886) deep eTRS 1 286 Onoba manzoniana Rolán, 1987 Onoba merelinoides Worsfold, Avern & Ponder, 1993 287 sh deep np 1 1 1 Gough Isl 244 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie 288 Onoba mighelsi (Stimpson, 1851) 289 Onoba moreleti Dautzenberg, 1889 Onoba nunezi Rolán & Hernandéz, 290 2004 St Endem Dev ARC shde np 1 sh eAZO np sh eCAN np GRE ICE SCA BRI 1 POR MED AZO MAD SEL CAN CAP 1 WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 1 1 1 Onoba obliqua (Warén, 1974) = 291 Alvania obliqua Warén, 1974 Onoba oliverioi Smriglio & 292 Mariottini, 2000 Onoba paucilirata (Melvill & 293 Standen, 1916) 294 Onoba platia (E. A. Smith, 1890) Onoba protofimbriata Ponder & 295 Worsfold, 1994 296 Onoba schraderi (Strebel, 1908) deep np 1 deep eMED 1 deep eSSA sh 1 eSTH 1 sh Chile np Kergue sh len shde eSSA np 1 1 297 Onoba schythei (Philippi, 1868) Onoba semicostata (Montagu, 1803)=R. striata (Adams, 1797)=O. shde 298 Scotiana 1 p Kergue sh len np 299 Onoba steineni (Strebel, 1908) Onoba striola Ponder & Worsfold, 300 1994 sh eSSA Onoba subaedonis Ponder & 301 Worsfold, 1994 sh Chile Onoba subincisa Ponder & 302 Worsfold, 1994 sh eSSA Onoba sulcula Ponder & Worsfold, 303 1994 deep eSSA Onoba tarifensis Hoenselaar & 304 Moolenbeek, 1987 sh eMED sh305 Onoba torelli Warén, 1996 de 306 Onoba transenna (Watson, 1886) Onoba tristanensis Worsfold, 307 Avern & Ponder, 1993 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 np 1 np 1 np 1 np np 1 1 1 1 deep eSSA sh 1 eTRS 308 Onoba turqueti (Lamy, 1905) sh np Onoba wareni Templado & Rolán, 309 1986 deep ePOR np Peringiella denticulata Ponder, 310 1985 sh eMED Peringiella elegans (Locard, 1892) 311 sh p 1 1 1 1 1 1 1 245 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Plagyostila asturiana Fischer P. in 312 de Folin, 1872 Plagyostila senegalensis Rolán & 313 Pelorce, 2002 Powellisetia australis (Watson, 314 1886) Powellisetia deserta (E. A. Smith, 315 1907) Powellisetia inornata (Strebel, 316 1908) Powellisetia microlirata Ponder & 317 Worsfold, 1994 Powellisetia philomelae (Watson, 318 1886) Pseudosetia amydralox Bouchet & 319 Warén, 1993 Pseudosetia azorica Bouchet & 320 Warén, 1993 Pseudosetia ficaratiensis 321 (Brugnone, 1876) Pseudosetia semipellucida (Friele, 322 1879) St Endem Dev ARC sh GRE ICE SCA BRI p POR MED 1 1 AZO MAD SEL CAN CAP 1 sh eWAF p Kergue np sh len WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA 1 1 1 sh eANT np sh eSSA 1 1 eSSA np Gough deep Is. 1 sh deep GOR np deep np deep np deep eSCA np 323 Pseudosetia turgida (Jeffreys, 1870) deep np 324 Pusillina amblia (Watson, 1886) deep Pusillina averni Ponder & 325 Worsfold, 1994 sh eSSA Pusillina benzi (Aradas & 326 Maggiore, 1844) sh Pusillina hadra Bouchet & Warén, 327 1993 deep eCAP np 328 Pusillina harpa (A. E. Verril, 1880) deep sh329 Pusillina inconspicua (Alder, 1844) de np 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 np 1 p 1 1 np p 1 1 1 1 330 Pusillina lineolata (Michaud, 1832) sh p Pusillina marginata (Michaud, 331 1832) sh np Pusillina metivieri Bouchet & 332 Warén, 1993 deep np Pusillina munda (Monterosato, 333 1884) sh eMED np Pusillina philippi (Aradas & 334 Maggiore, 1844) sh eMED p 335 Pusillina radiata (Philippi, 1836) sh p 336 Pusillina sarsii (Lovén, 1846) sh np 337 Pusillina testudae (Verduin, 1979) sh eMED np ANT 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 246 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie 338 Rissoa aartseni Verduin, 1985 St Endem Dev ARC GRE ICE SCA BRI POR MED sh eMED np 339 Rissoa albugo Watson, 1873 sh np 340 Rissoa alleryi (Nordsieck, 1972) Rissoa angustior (Monterosato, 341 1917) sh 342 Rissoa atomus E. A. Smith, 1890 sh eSTH 343 Rissoa auriformis Pallary, 1904 sh eMED np 344 Rissoa auriscalpium (Linnaeus, 1758) sh p 1 1 345 Rissoa decorata Philippi, 1846 Rissoa frauenfeldiana Brusina, 346 1868 Rissoa gemmula Fischer P. in de 347 Folin, 1869 Rissoa gomerica (Nordsieck & 348 Talavera, 1979) p 1 1 349 Rissoa guerinii Récluz, 1843 sh 1 eMED p ANT 1 1 1 eCAN 1 np 1 350 Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 sh np 351 Rissoa italiensis Verduin, 1985 352 Rissoa janusi (Nordsieck, 1972) sh eMED np sh eMAD np 353 Rissoa labiosa (Montagu, 1803) sh p Rissoa lia (Monterosato, 1884 ex 354 Benoit ms.) sh np sh p 1 sh sh np np 1 sh p sh eMED p sh sh eCAN eSTH np sh eMED np sh sh eMED np p Rissoa pseudoguerini (Nordsieck & 365 Talavera, 1979) 366 Rissoa rodhensis Verduin, 1985 sh eCAN eMED np Rissoa panhormensis Verduin, 362 1985 Rissoa paradoxa (Monterosato, 363 1884) 364 Rissoa parva (da Costa, 1778) SSA 1 p 358 Rissoa monodonta Philippi, 1836 Rissoa multicincta Smriglio & 359 Mariottini, 1995 Rissoa multicostata (Nordsieck & 360 Talavera, 1979) 361 Rissoa ordinaria E. A. Smith, 1890 ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 sh 355 Rissoa lilacina Récluz, 1843 Rissoa membranacea (Adams, J., 356 1800) 357 Rissoa mirabilis (Manzoni, 1868) WAF 1 Biscaia sh MAD SEL CAN CAP 1 eMED sh AZO 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 247 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie 367 Rissoa scurra (Monterosato, 1917) St Endem Dev ARC sh np 368 Rissoa similis Scacchi, 1836 sh p GRE ICE SCA BRI POR 1 MED 1 1 1 AZO MAD SEL CAN CAP 1 1 369 Rissoa splendida Eichwald, 1830 sh p 1 370 Rissoa torquila Pallary, 1912 sh eMED np 1 Rissoa variabilis (Megerle von 371 Mühlfeld, 1824) 372 Rissoa ventricosa Desmarest, 1814 sh sh np p 1 1 1 1 1 373 Rissoa violacea Desmarest, 1814 sh p Rissoina angeli Espinosa & Ortea, sh374 2002b de eCAR Rissoina bertholleti Audouin, 1827 Lesseps 375 / Issel, 1869 ?? sh ian 1 1 1 376 Rissoina bicollaris Schwartz, 1860 Rissoina bruguieri (Payraudeau, 377 1826) 378 Rissoina cancellata Philippi, 1847 Rissoina decussata (Montagu, 379 1803) 380 Rissoina dyscrita Faber, 1990 Rissoina elegantissima (d'Orbigny, 381 1842) WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 1 1 eCAR 1 sh p sh p 1 1 sh p 1 1 sh np 1 1 1 1 1 eCAR p 1 sh eCAR np 1 sh eCAR np 1 sh eCAR np 1 385 Rissoina krebsii Mörch, 1876 sh eCAR np 386 Rissoina labrosa Schwartz, 1860 Rissoina multicostata (C.B.Adams, 387 1850) Rissoina onobiformis Rolán & 388 Luque, 2000 Rissoina princeps (C.B.Adams, 389 1850) sh eCAR shde 390 Rissoina privati (Folin, 1867) Rissoina pulchra (C.B.Adams, 391 1850) Rissoina punctostriata (García392 Talavera, 1975) Rissoina redferni Espinosa & 393 Ortea, 2002b sh shde eCAP 1 1 np np p sh sh 1 1 1 1 p p eCAR 1 1 eCAR eCAR ANT 1 sh 382 Rissoina fenestrata Schwartz, 1860 Rissoina hummelincki Jong & 383 Coomans, 1988 Rissoina indiscreta Leal & Moore, 384 1989 SSA 1 1 1 1 1 248 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie St Endem Dev ARC 394 Rissoina sagraiana d'Orbigny, 1842 sh 395 Rissoina sigmifer Mörch, 1876 396 Rissoina spirata (Sowerby, 1825) Rissoina striatocostata (d'Orbigny, 397 1842) Rissoina striosa (C. B. Adams, 398 1850) Rudolphosetia fusca (Philippi, 399 1844) = Setia fusca? Schwartziella abacocubensis 400 Espinosa & Ortea, 2002b Schwartziella abundata Rolán & 401 Luque, 2000 Schwartziella africana 402 (Dautzenberg, 1913) Schwartziella angularis Rolán & 403 Luque, 2000 Schwartziella bouryi (Desjardin, 404 1949) Schwartziella bryerea (Montagu, 405 1803) Schwartziella cancapae Rolán & 406 Luque, 2000 Schwartziella catesbyana 407 (d'Orbigny, 1842) Schwartziella chesnelii (Michaud, 408 1830) Schwartziella congenita (E. A. 409 Smith, 1890) Schwartziella corrugata Rolán & 410 Luque, 2000 Schwartziella depressa Rolán & 411 Luque, 2000 Schwartziella fischeri (Desjardin, 412 1949) Schwartziella fulgida Rolán & 413 Luque, 2000 Schwartziella gibbera Rolán & 414 Luque, 2000 Schwartziella gradata Rolán & 415 Luque, 2000 Schwartziella helenae (E. A. Smith, 416 1890) Schwartziella hoenselaari Rolán & Luque, 2000 417 eCAR GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS p 1 eCAR np Lesseps ian 1 eCAR p 1 sh eCAR p 1 sh np 1 1 1 np sh eWAF np sh eCAP np sh eCAR np sh sh 1 eCAR deep eCAP eCAP 1 1 1 1 p 1 np 1 1 1 1 1 sh p 1 1 sh p 1 1 eSTH eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh np 1 eCAP np 1 deep eCAP np 1 np 1 sh eCAP eSTH sh eCAP 1 1 sh sh ANT 1 sh sh SSA 1 1 np 1 249 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Schwartziella inscripta Rolán & 418 Luque, 2000 Schwartziella irregularis Rolán & 419 Luque, 2000 Schwartziella luisi Rolán & Luque, 420 2000 Schwartziella mellissi (E. A. Smith, 421 1890) Schwartziella minima Rolán & 422 Luque, 2000 Schwartziella minor (C. B. Adams, 423 1850) Schwartziella obesa Rolán & 424 Luque, 2000 Schwartziella paradoxa Rolán & 425 Luque, 2000 Schwartziella paucicostata Rolán & 426 Luque, 2000 Schwartziella pavita Rolán & 427 Luque, 2000 Schwartziella puncticulata Rolán & 428 Luque, 2000 Schwartziella rarilineata Rolán & 429 Luque, 2000 Schwartziella rectilinea Rolán & 430 Luque, 2000 Schwartziella robusta Rolán & 431 Luque, 2000 Schwartziella sanmartini Rolán & 432 Luque, 2000 Schwartziella sculpturata Rolán & 433 Luque, 2000 Schwartziella similiter Rolán & 434 Luque, 2000 Schwartziella sulcostriata Rolán & 435 Luque, 2000 Schwartziella turtoni (E. A. Smith, 436 1890) Schwartziella typica Rolán & 437 Luque, 2000 Schwartziella vanderspoeli (Jong & 438 Coomans, 1988) Schwartziella vanpeli (Jong & 439 Coomans, 1988) St Endem Dev ARC sh GRE ICE SCA BRI POR MED AZO MAD SEL CAN CAP eCAP np 1 deep eCAP np 1 np 1 sh eCAP WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS eSTH sh eCAP ANT 1 np 1 eCAR sh SSA 1 eCAP np 1 deep eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 deep eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 sh eCAP np 1 deep eCAP np 1 eSTH 1 sh eCAP np 1 sh eCAR np 1 sh eCAR np 1 440 Setia aartseni (Verduin, 1984) sh np 441 Setia amabilis (Locard, 1886) sh eMED np 1 1 1 442 Setia ambigua (Brugnone, 1873) sh np 1 1 1 250 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 1 Nº Espécie Setia anselmoi (van Aartsen & 443 Engl, 1999) Setia antipolitana (van der Linden 444 & Wagner, 1987) St Endem Dev ARC 445 Setia bruggeni (Verduin, 1984) GRE ICE SCA BRI POR MED sh eMED np 1 sh eMED np 1 sh eMED np 1 446 Setia gittenbergeri (Verduin, 1984) sh eMED np 1 447 Setia jansseni (Verduin, 1984) sh eCAN 448 Setia kuiperi (Verduin, 1984) sh eMED np 449 Setia lacourti (Verduin, 1984) sh np 1 1 np 1 1 450 Setia maculata (Monterosato, 1869) sh sh eCAN sh eMED np sh eWAF np 454 Setia pulcherrima (Jeffreys, 1848) sh np WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS 1 1 1 1 1 1 eAZO 1 1 1 eMED np 1 sh np sh np 1 459 Setia subvaricosa Gofas, 1990 sh eAZO np Ascens deep ão 1 1 1 1 461 Setia ugesae Verduin, 1988 Stosicia aberrans (C. B. Adams, 462 1850) Stosicia fernandezgarcesi Espinosa 463 & Ortea, 2002b sh eCAN sh eCAR sh eCAR 1 464 Stosicia houbricki Sleurs, 1996 sh eCAR np Lesseps sh ian p 1 1 sh 1 1 p p 1 1 1 1 eCAR sh np sh np 470 Zebina robustior (Gofas, 1999) sh eWAF np eCAR 1 1 469 Zebina paivensis (Watson, 1873) 471 Zebina unamae Rolán, 1998 ANT 1 458 Setia sp. 465 Woorwindia tiberiana (Issel, 1869) Zebina browniana (d'Orbigny, 466 1842) Zebina cordorae Jong & Coomans, 467 1988 Zebina laevigata (C.B.Adams, 468 1850) SSA 1 457 Setia slikorum (Verduin, 1984) 460 Setia triangularis (Watson, 1886) MAD SEL CAN CAP 1 451 Setia miae Verduin, 1988 Setia microbia Hoenselaar & 452 Hoenselaar, 1991 Setia nomea Moolenbeek & 453 Piersma, 1990 455 Setia quisquiliarum (Watson, 1886) sh Setia scillae (Aradas & Benoit, 456 1876) sh AZO np 1 1 1 1 1 1 251 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Nº Espécie Zebina villenai Rolán & Luque, 472 2000 St Endem Dev ARC deep eCAP 473 Zebina vitrea (C. B. Adams, 1850) sh 474 Zebina vitrinella (Mörch, 1876) sh POR MED AZO MAD SEL CAN CAP np np eCAR GRE ICE SCA BRI np WAF ANG NSC VIR CRL TRO BRA STH TRS SSA ANT 1 1 1 1 1 1 1 252 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 2 14 APÊNDICE 2 Distribuição geográfica das espécies de moluscos litorais dos Açores. End: e - endémico dos Açores. Dev – tipo de desenvolvimento embrionário: p – planctotrófico; np – não-planctotrófico. AZO – Açores; SCA – Escandinávia; BEL – Bélgica; BRI – ilhas Britânicas; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo; WAF – costa oeste-Africana; MAD – Madeira e Porto Santo; CAN – ilhas Canárias; CAP – Cabo Verde; ASC – Ascensão; STH – Santa Helena; TRO – província Tropical (Caraíbas); Clas – classificação taxonómica por classes/grandes grupos: Biv – Bivalves; Ceph – Cefalópodes; Gast – Gastrópodes; Opis – Opistobrânquios; Poly – Poliplacóforos; Pulm – Gastrópodes Pulmonados (cf. Capítulo 2). Espécies Família End Dev Primeiro Registo AZO SCA Abra alba (W. Wood, 1802) Semelidae Morton et al., 1998: 144 1 1 Acanthocardia aculeata (Linnaeus, 1758). Cardiidae Nobre, 1924: 85 1 1 BEL BRI BIS 1 POR MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Biv 1 1 1 1 Poly 1 1 1 Acanthochitona discrepans (Brown, 1827) Acanthochitonidae Mac Andrew, 1856: 145 1 1 Acanthochitona fascicularis (Linnaeus, 1767) Acanthochitonidae Mac Andrew, 1856: 145 1 1 Poly Aeolidiella sanguinea (Norman, 1877) Aeolidiidae Morton et al., 1998: 171 1 1 1 1 Aequipecten commutatus (Monterosato, 1875) Pectinidae Poppe & Goto, 1993 1 1 1 Aequipecten opercularis (Linnaeus, 1758) Pectinidae Jeffreys, 1879: 558 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv Akera bullata O F Müller, 1776 Aldisa binotata Pruvot-Fol, 1953 = Aldisa smaragdina Ortea, Pérez & Llera, 1982 Akeridae Nobre, 1924: 77 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis Aldisidae Wirtz, 1998: 8 1 1 1 1 1 Opis 1 1 Opis 1 1 Biv Alvania abstersa (Van der Linden & van Aartsen, 1993) Rissoidae e np Van der Linden, 1993: 80 1 Gast Alvania angioyi van Aartsen, 1982 Rissoidae e np Dautzenberg, 1889: 51 1 Gast Alvania cancellata (da Costa, 1778) Rissoidae p Mac Andrew, 1856: 121, 148 1 Alvania formicarum Gofas, 1989 Alvania internodula Hoenselaar & Goud, 1998 = Alvania sp. Ávila & Azevedo, 1997: 326 Rissoidae e np Gofas, 1989: 40-41 1 Rissoidae e np Hoenselaar & Gould, 1998: 83 1 Alvania mediolittoralis Gofas, 1989 Rissoidae 1 Alvania platycephala Dautzenberg & Fischer, 1896 Rissoidae e np Dautzenberg, 1889: 49 Dautzenberg & Fischer, 1896: ???; Segers, np 1999: 89 1 Gast Alvania poucheti Dautzenberg, 1889 Rissoidae e np Dautzenberg, 1889: 49-50 1 Gast np Watson, 1886: 593 1 np SMG ??? 1 Gast 1 Gast Alvania sleursi (Amati, 1987) Rissoidae Alvania sp. Rissoidae e Alvania tarsodes (Watson, 1886) Rissoidae e Ammonicera fischeriana (Monterosato, 1869) Watson, 1886: 595 Omalogyridae np Ávila & Azevedo, 1996: 106 1 Ammonicera rota (Forbes & Hanley, 1850) Omalogyridae Anachis avaroides Nordsieck, 1975 = (misident) Raphitoma carnosula (Jeffreys, 1869) Conidae np Ávila & Azevedo, 1996: 106 1 np Ávila & Azevedo, 1997: 327 1 Anatoma crispata Fleming, 1828 Scissurellidae np Jeffreys, 1883: 88; Segers Anomia ephippium Linnaeus, 1758 Anomiidae Aplysia depilans Gmelin 1791 Aplysiidae Aplysia fasciata Poiret, 1798 Aplysiidae 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast Gast 1 Gast 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 Ávila & Azevedo, 1997: 328 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Wirtz, 1998: 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis Wirtz & Martins, 1993: 56 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 Gast Gast 1 1 1 Gast Biv 253 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Espécies Aplysia parvula Guilding in Mörch, 1863 Família End Dev Aplysiidae Primeiro Registo Eales, 1960: ??? AZO SCA BEL BRI BIS 1 Aplysia punctata Cuvier, 1803 Aplysiidae Simroth, 1888 1 Aplysiopsis formosa Pruvot-Fol, 1953 Hermaeidae Ortea, Bacallado & Sanchez, 1990: ??? 1 Arca noae Linnaeus, 1758 Arcidae Jeffreys, 1879: 571 1 1 1 1 1 POR MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 Biv Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Arcidae Jeffreys, 1879: 571 1 1 1 1 1 1 1 1 Arcopagia balaustina (Linnaeus, 1758) Tellinidae Rodríguez & Sánchez, 1997: 283 1 1 1 1 1 1 1 1 Argonauta argo Linnaeus, 1758 Argonautidae 1 1 1 Assiminea eliae Paladilhe, 1875 Assimineidae 1 1 Astarte cf. sulcata (da Costa, 1778) Astartidae 1 1 Atlanta fusca Souleyet, 1852 Atlantidae Atlanta inflata Souleyet, 1852 Atlantidae Atlanta peronii Lesueur, 1817 Atlantidae 1 Opis 1 1 Arca tetragona Poli, 1795 Drouët, 1858: 21 1 1 Biv Biv Ceph p? Ávila & Azevedo, 1996: 106 1 Ávila et al., 2000a: 161 1 pel Segers, 2002: 91 1 Gast pel Segers, 2002: 91 1 Gast pel Dautzenberg, 1889: 1 Gast Atys macandrewii E. A. Smith, 1872 Haminoeidae Nordsieck, 1972: ???; Mikkelsen, 1995: 200 1 Auriculinella bidentata (Montagu, 1808) Ellobiidae Mac Andrew, 1856: 116 1 Basterotia clancula Von Cosel, 1995 Sportellidae Segers, 2002: 96 1 Ávila et al., 2000a: 154 1 Bela laevigata (Philippi, 1836) Conidae Bela menkhorsti van Aartsen, 1988 = Bela turgida [(Forbes) Reeve, 1844] Conidae Dautzenberg, 1889: 28 p Simroth, 1888 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pleurobranchidae Bittium cf. latreillii (Payraudeau, 1826)=Bittium sp. Cerithiidae Bornia sp. Kelliidae n. id. Botryphallus ovummuscae (Gofas, 1990) Rissoidae e np Dautzenberg, 1889: 53 1 Bulla striata Bruguière, 1792 Bullidae p? Dautzenberg, 1889: 24 1 1 1 Bursa scrobilator (Linnaeus, 1758) Bursidae p Mac Andrew, 1856: 132, 154 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis Pulm 1 Biv Gast 1 Berthellina edwardsi (Vayssière, 1896) Ávila, 2000: 103, 129 Biv 1 1 Conidae p Mac Andrew, 1856: 124, 150 1 1 Bela nebula (Montagu, 1803) Wirtz, 1995: 163 1 1 1 1 1 Gast 1 Gast Gast 1 Opis 1 Gast 1 Biv Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis Gast Caecum armoricum de Folin, 1869 Caecidae p Hoeksema & Segers, 1993: 86 1 1 Caecum cf. trachea (Montagu, 1803) Caecidae p Segers, 2002: 91 1 1 Caecum clarkii Carpenter, 1859 Caecidae p Aartsen & Fehr-de-Wal, 1975: 85 1 Caecum gofasi Pizzini & Nofroni, 2001 Caecidae e p Pizzini & Nofroni, 2001: 19-21 1 Gast Caecum wayae Pizzini & Nofroni, 2001 Caecidae e p Pizzini & Nofroni, 2001: 21-23 1 Gast np Dautzenberg & Fischer, 1896 1 Gast e np Ávila, Borges & Martins 1 Mac Andrew, 1856: 106 1 1 1 Calliostoma hirondellei Dautzenberg & Fischer, 1896 Trochidae Calliostoma livida (Dautzenberg, 1927) Trochidae Callista chione (Linnaeus, 1758) Veneridae Caloria elegans (Alder & Hancock, 1845) Facelinidae Wirtz, 1995: 183 1 1 1 Cardiomya costellata (Deshayes, 1835) Cuspidariidae Dautzenberg & Fischer, 1897 1 1 1 1 Gast Gast 1 Gast Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv Opis 1 1 Biv 254 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 2 Espécies Cardita calyculata (Linnaeus, 1758) Família End Dev Carditidae Primeiro Registo AZO SCA Mac Andrew, 1856: 107 1 Carinaria mediterranea de Blainville, 1825 Carinariidae pel Segers, 2002: 91 1 Cavolinia inflexa (Lesueur, 1813) Cephalaspidea incertae sedis = Retusa multiquadrata Oberling, 1970 Cavolinidae pel Ávila et al., 2000: 177 1 Mikkelsen, 1995: 205 1 Cerithiopsis barleei Jeffreys, 1867 Cerithiopsidae p Ávila & Azevedo, 1997: 327 1 Cerithiopsis diadema Monterosato, 1874 Cerithiopsis fayalensis Watson, 1880 = (?) C. scalaris Locard, 1892 Cerithiopsidae p Macedo et al., 1998: 166; Segers, 2002: 87 1 Cerithiopsidae p Segers, 2002: 88 1 Cerithiopsis jeffreysi Watson, 1885 Cerithiopsidae p Dautzenberg, 1889: 43 Cerithiopsis minima (Brusina, 1865) Cerithiopsidae p Dautzenberg, 1889: 43 ? BEL BRI BIS POR MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 1 Biv 1 1 1 1 Opis Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Cerithiopsis scalaris Locard, 1892 Cerithiopsidae p Segers, 2002: 88 1 Cerithiopsis tubercularis (Montagu, 1803) Cerithiopsidae p Drouët, 1858: 31 1 Chama gryphoides Linnaeus, 1758 Chamidae Charonia lampas (Linnaeus, 1758) Ranellidae p Mac Andrew, 1856: 132, 154 1 Charonia variegata (Lamarck, 1816) Ranellidae p João Teixeira collection 1 Cheirodonta pallescens (Jeffreys, 1867) Triphoridae p Ávila & Azevedo, 1997: 327 1 Chelidonura africana Pruvot-Fol, 1953 Aglajidae Martinez et al., 2001 1 Chlamys cf. bruei (Payraudeau, 1826) Pectinidae DJC bank. DBUA 815 1 Chlamys flexuosa Poli, 1795 Pectinidae Ávila, 2000: 103, 128 1 Chlamys varia (Linnaeus, 1758) Pectinidae Morton, 1967: 37 1 Chromodoris britoi Ortea & perez, 1983 Chromodorididae Gosliner, 1990: 148 1 Chromodoris krohni (Verany, 1846) Chromodorididae Ávila, 2000: 102, 127 1 1 1 1 Chromodoris purpurea (Laurillard, 1831) Chromodorididae 1 1 1 1 Chrysallida stefanisi (Jeffreys, 1869) Pyramidellidae Gosliner, 1990: 146-147 Van der Linden & Eikenboom, 1992; Segers, 2002: 93 1 Cima cf. minima (Jeffreys, 1858) Cimidae Ávila, 2000: 102, 125 1 Cima cylindrica (Jeffreys, 1856) Cimidae Segers, 2002: 93 1 Cima sp. Cimidae Azevedo & Gofas, 1990: 85 1 Cingula trifasciata (Adams J., 1798) Rissoidae Cirsotrema cochlea (Sowerby G.B. II, 1844) Epitoniidae Clelandella miliaris (Brocchi, 1814) Trochidae Clio pyramidata Linnaeus, 1767 Cavoliniidae Dautzenberg, 1889: 82?; Segers, 2002: 96 n. id. np Mac Andrew, 1856: 148 pel 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Segers, 2002: 95 1 1 1 Segers, 2002: 94 1 1 1 Coralliophila meyendorffi (Calcara, 1845) Coralliophilidae p Nobre, 1924: 78 1 1 1 1 1 Gast Gast Opis 1 1 Biv 1 1 1 Biv 1 1 Biv 1 1 Opis 1 1 1 1 1 1 Gast 1 Opis 1 Opis Gast Gast 1 Gast Gast 1 1 1 1 1 1 p Mac Andrew, 1856: 130 1 1 1 Diaphanidae 1 1 1 Columbellidae 1 Biv 1 1 1 Gast 1 1 1 Gast 1 1 Ávila et al., 2000a: 145 Columbella adansoni Menke, 1853 1 Gast Gast 1 np Dautzenberg, 1927: 191 Colpodaspis pusilla Sars, 1870 1 Opis 1 1 Gast 1 1 Gast 1 Gast 1 Opis Opis 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 Gast 255 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Espécies Coryphela sp. Família Flabellinidae End Dev n. id. Crassadoma multistriata (Poli, 1795) Pectinidae Crassadoma pusio (Linnaeus, 1758) = Hinnites distortus (da Costa, 1778) Pectinidae Crassopleura maravignae Bivona Ant. in Bivona And., 1838 = (?) Miocene, Crassopleura incrassata (Dujardin, 1837) Drilliidae Primeiro Registo AZO SCA ImagDOP 34. 1 Mac Andrew, 1856: 112 1 Morton, 1967: 37 1 p Ávila, 2000: 102, 124 1 Crenella arenaria Monterosato, 1875 Mytilidae Segers, 2002: 96 1 Creseis acicula Rang, 1828 Cavoliniidae pel Segers, 2002: 95 1 Creseis virgula Rang, 1828 Crinophteiros collinsi (Sykes, 1903) = Vitreolina collinsi (Sykes, 1903) Cavoliniidae pel Segers, 2002: 95 1 Segers, 2002: 88 1 Eulimidae Crisilla postrema (Gofas, 1990) Rissoidae Cuthona fidenciae (Ortea, Moro & Espinosa, 1999) Tergipedidae Cuvierina columnella (Rang, 1827) Cavoliniidae np Dautzenberg, 1889: 52 pel Cyerce antillensis Engel, 1927 Cylichnina umbilicata (Montagu, 1803) Retusidae Cymatium corrugatum (Lamarck, 1816) Ranellidae 1 Segers, 2002: 95 1 Moro, Wirtz, Ortea & Cabrera, 2002:66 1 Ávila & Azevedo, 1996: 106 1 p Simroth, 1888 1 Ranellidae p Gofas & Beu, 2002 1 Cymatium parthenopeum (Von Salis, 1793) Ranellidae p Nobre, 1924: 78 1 br Dautzenberg, 1889 1 Odhner, 1932 1 pel 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 1 1 Gast 1 Opis 1 Opis 1 Gast 1 Opis 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 Diplodonta apicalis Philippi, 1836 Discodoris atromaculata (Bergh, 1880) = Peltodoris atromaculata Bergh, 1880 Ungulinidae Segers, 2002: 96 1 Discodorididae Wirtz & Martins, 1993: 56 1 Azevedo & Gofas, 1990: 86 1 Ávila & Azevedo, 1997: 329 1 Simroth, 1888 1 Dautzenberg, 1889: 56 1 Elachisina azoreana Rolán & Gofas, 2003 Elachisinidae Elysia ornata (Swainson, 1840) Elysiidae Wirtz, 1998: 2 1 Elysia viridis (Montagu, 1804) Elysiidae Azevedo, 1991: 27 1 Epitonium algerianum (Weinkauff, 1866) Epitoniidae p Dautzenberg, 1889: 56 1 Epitonium clathratulum (Kanmacher in G. Adams, 1798) Epitoniidae p Mac Andrew, 1856: 123, 149 1 Epitonium pulchellum (Bivona, 1832) Epitoniidae p Ávila & José Pedro Borges, FM coll. 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 Gast 1 Gast Biv 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis Opis 1 1 np Rolán & Gofas, 2003: 72 1 1 Wirtz & Martins, 1993: 56 Dorididae Biv 1 1 Ávila & Azevedo, 1997: 328 Veneridae 1 Biv 1 Onchidorididae Dosinia cf. lupinus (Linnaeus, 1758) 1 1 Cavolinidae Doris ocelligera (Bergh, 1881) 1 1 1 Diaphorodoris luteocincta (M. Sars, 1870) e MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas Opis Diacria trispinosa (Lesueur, 1821). Doto floridicola Simroth, 1888 Dotidae Ebala nitidissima (Montagu, 1803) = Anysocicla nitidissima (Montagu, 1803) Ebalidae POR 1 Ortea, Caballer & Moro, 2001 Cymatium krebsii (Mörch, 1877) Dacrydium hyalinum (Monterosato, 1875) Mytilidae Dendrodoris herytra Valdés & Ortea in Valdés, Ortea, Avila Dendrodorididae & Ballesteros, 1996 BEL BRI BIS 1 Opis 1 Opis Opis Opis 1 1 1 Biv Opis 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 1 Opis 1 1 1 1 Gast 1 1 1 1 Gast 1 1 1 Gast 256 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 2 Espécies Família End Dev Primeiro Registo AZO SCA Ervilia castanea (Montagu, 1803) Semelidae Mac Andrew, 1856: 104 1 Eubranchus farrani (Alder & Hancock, 1844) Arminiacea Fontes, Tempera & Wirtz, 20001: 85 1 Eudolium bairdii (Verril & Smith, 1881) Tonnidae Poppe & Goto, 1991: 128 1 Fiona pinnata (Eschscholtz, 1831) Fionidae Bergh (1892: 6) 1 Firoloida desmarestia Lesueur, 1817 Firolidae Segers, 2002: 92 1 Flabellina pedata (Montagu, 1815) Flabellinidae Gosliner, 1994: ???? 1 Fossarus ambiguus (Linnaeus, 1758) Fossariidae Fusinus sp. Fasciolariidae Galeodea rugosa (Linnaeus, 1771) Cassinae p Mac Andrew, 1856: 123, 149 n. id. np Ávila, 2000: 102, 123 João Teixeira collection BEL BRI BIS POR 1 1 1 1 1 1 1 1 1 MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv Opis 1 1 Gast Opis 1 Gast 1 1 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 Gast 1 1 Biv Gari costulata (Turton, 1822) Psammobiidae Dautzenberg & Fisher, 1897: 217 1 1 1 1 1 1 1 Gastrana fragilis (Linnaeus, 1758) Tellinidae Ávila, 2000: 103, 130 1 1 1 1 1 1 1 Geitodoris planata (Alder & Hancock, 1846b) Discodorididae Azevedo & Gofas, 1990: 86 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 Biv 1 Opis Gibberula lazaroi Contreras, 1992 Cystiscidae e np Segers, 2002: 92 1 Gast Gibbula delgadensis Nordsieck, 1982 = Gibbula sp. Trochidae e np Rolo 19, neg. 23 1 Gast Gibbula magus (Linnaeus, 1758) Trochidae np Dautzenberg, 1889: 63 1 Globivenus effossa (Bivona, 1836) Glossodoris edmundsi Cervera, García-Gómez & Ortea, 1989 Veneridae Nobre, 1936: 257 1 Chromodorididae Gosliner, 1990: 159 1 Gouldia minima (Montagu, 1803) Graphis albida (Kanmacher, 1798) = Graphis sp. (Azevedo & Gofas, 1990: 85 (Azevedo & Gofas, 1990: 85) Gregariella semigranata (Reeve, 1858) = Trichomusculus semigranatus (Reeve, 1858) Gyroscala lamellosa (Lamarck, 1822)=Epitonium lamellosum (Lamarck, 1822) = Epitonium commutatum (Monterosato, 1877) Veneridae 1 1 1 1 Cimidae Ávila & Azevedo, 1997: 329 Segers, 2002: 93; Azevedo & Gofas, 1990: 85 1 1 1 1 Mytilidae Azevedo, 1991: 28 1 Epitoniidae p Drouët, 1858: 27 1 Haedropleura septangularis (Montagu, 1803) Turridae np Mac Andrew, 1856: 129, 152 1 Haliotis tuberculata tuberculata Linnaeus, 1758 Haliotidae p Mac Andrew, 1856: 119 1 Haminoea cf. orteai Talavera, Murillo & Templado, 1987 Haminoeidae Mikkelsen, 1995: 201 1 Haminoea hydatis (Linnaeus, 1758) Haminoeidae Garcia-Talavera Casañas, 1983 1 Hanleya hanleyi (Bean in Thorpe, 1844) Hanleyidae Hexaplex trunculus (Linnaeus, 1758) Muricidae p Nobre, 1924: 77 1 Hiatella arctica (Linnaeus, 1758) Hydatina vesicaria (Lightfoot, 1786) = Hydatina physis sensu Nordsieck & Talavera, 1979 Hiatellidae p Poppe & Goto, 1993: 131 1 Hydatinidae Kaas & Van Belle, 1985: 193-196 1 Wirtz, 1999: 97 1 Hypselodoris fontandraui (Pruvot-Fol, 1951) Chromodorididae Wirtz, 1995: 169 1 Hypselodoris picta (Schultz in Philippi, 1836) Chromodorididae Bergh, 1899: 7 (=Chromodoris cantrainei 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 Biv Opis 1 Biv Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 Gast Gast Gast 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 Biv 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 1 1 1 1 1 Poly Opis Opis Opis 257 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Espécies Hypselodoris tricolor (Cantraine, 1835) = Hypselodoris midatlantica (Gosliner, 1990) Família End Dev Chromodorididae Gosliner, 1990: 152 1 Irus irus (Linnaeus, 1758) Veneridae Poppe & Goto, 1993: 123 1 1 Janthina exigua Lamarck, 1816 Janthinidae p Mac Andrew, 1856: 119, 147 1 1 pel Primeiro Registo AZO SCA BEL BRI BIS POR MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Janthina janthina (Linnaeus, 1758) Janthinidae pel p Mac Andrew, 1856: 119, 147 1 1 1 1 1 Janthina pallida Harvey in Thompson, 1841 Janthinidae pel 1 1 1 1 1 1 Jujubinus pseudogravinae Nordsieck, 1973 Trochidae e p Morton et al., 1998: 133 Mac Andrew, 1856: 120; Ávila & Azevedo, np 1996: 106 Kaloplocamus ramosus (Cantraine, 1835) Triophidae 1 1 Kellia suborbicularis (Montagu, 1803) Kelliidae p Ávila et al., 2000a: 158 1 1 Lamellaria latens (O F Müller, 1776) Lamellariidae p Ávila, 2000: 102, 122 1 1 Lamellaria perspicua (Linnaeus, 1758) Lamellariidae p Dautzenberg, 1889: 54 1 1 Lasaea adansoni (Gmelin, 1791) Lasaeidae Nobre, 1924: 85 1 1 Lepidochitona piceola (Shuttleworth, 1853) Ischnochitonidae Kaas & Van Belle, 1981: 23 1 Lepidochitona simrothi (Thiele, 1902) Ischnochitonidae Van Belle, 1984: 224-226 1 1 Lima lima (Linnaeus, 1758) Limidae Ávila et al., 2000a: 160 1 1 1 Limacia clavigera (O F Müller, 1776) Polyceridae Wirtz, 1995: 171 1 1 1 Limacina bulimoides (d'Orbigny, 1836) Limacinidae pel Segers, 2002: 95 1 1 Limacina inflata (d'Orbigny, 1836) Limacinidae pel Banco D. João de Castro 1 1 Limacina lesueurii (d'Orbigny, 1836) Limacinidae pel Segers, 2002: 95 1 1 1 Limaria hians (Gmelin, 1791) Limidae Mac Andrew, 1856: 112 1 1 1 1 1 1 Limatula subauriculata (Montagu, 1808). Limidae Ávila & Azevedo, 1997: 328 1 1 1 1 1 Limea loscombii (G W Sowerby I, 1823) Litiopa melanostoma Rang, 1829 = Litiopa grateloupeana Drouët, 1858 Limidae Jeffreys, 1879: 564 1 1 1 1 1 Litiopidae p Drouët, 1858: 28-29 Littorina saxatilis (Olivi, 1792) Littorinidae np Reid, 1996: 327 1 Littorina striata King & Broderip, 1832 Littorinidae p Mac Andrew, 1856: 123, 149 1 Wirtz, 1998: 12 Loliginidae Drouët, 1858: 23 1 Ávila, 2000: 103, 129 1 Lucinoma borealis (Linnaeus, 1758) Lucinidae Dautzenberg, 1889: 59 1 Cypraeidae Manzonia unifasciata (Dautzenberg, 1889) Rissoidae Marionia blainvillea (Risso, 1818) Tritoniidae Marshallora adversa (Montagu, 1803) Triphoridae Mathilda sp. Mathildidae p Drouët, 1858: 36 e 1 np Dautzenberg, 1889: 51, 52 1 Wirtz, 1995: 182 n. id. Segers, 2002: 93 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast 1 1 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 Opis 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 1 Biv 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast 1 1 1 Biv Biv 1 1 Biv 1 1 1 1 Biv Poly 1 1 1 Gast Poly 1 Gast Ceph Biv Biv 1 1 Gast Gast Gast 1 1 Biv Gast 1 1 Ávila et al., 2000b: 177 p Mac Andrew, 1856: 150 1 1 Lucinidae Conidae 1 Gast Gast 1 Loripes lacteus (Linnaeus, 1758) Mangelia coarctata (Forbes, 1840) Biv 1 1 Loligo forbesi Steenstrup, 1856 Luria lurida (Linnaeus, 1758) 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 Gast Gast 258 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 2 Espécies Família Melanella sp. Eulimidae Melarhaphe neritoides (Linnaeus, 1758) Littorinidae Metaxia abrupta (Watson, 1880) Triphoridae Mitra cornea Lamarck, 1811 Mitridae End Dev n. id. e Primeiro Registo Ávila, 2000: 102, 120 AZO SCA p Drouët, 1858: 26 1 np Ávila, 2000: 102, 119 1 p Mac Andrew, 1856: 128, 152 1 Burnay & Martins, 1988 1 1 1 1 MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas Mitridae e np Nobre, 1924: 77 1 1 Mitromorpha crenipicta (Dautzenberg, 1889) Conidae e np Dautzenberg, 1889: 31 1 Ávila et al., 2000a: 158 1 1 1 1 Triphoridae p Ávila, 2000: 102, 119 1 Monophorus perversus (Linnaeus, 1758) Triphoridae p Jeffreys, 1885: 57 1 Monophorus thiriotae Bouchet, 1984 Triphoridae p Bouchet, 1985: 24-26 1 Montacuta ferruginosa (Montagu, 1808) Montacutidae 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast Conidae Monophorus erythrosoma (Bouchet & Guillemot, 1978) 1 1 Mitromorpha azorensis Mifsud, 2001 = Mitrolumna sp. Azevedo & Gofas, 1990: 86 POR Gast Mitra zonata Marryat, 1818 Modiolus adriaticus (Lamarck, 1819) Mytilidae Monia aculeata (Müller, 1776) = (?) Heteranomia squamala (Linnaeus, 1758) Anomiidae BEL BRI BIS 1 1 1 Gast Gast Gast Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 1 1 1 1 Dautzenberg, 1889: 81 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Gast 1 1 Gast 1 Gast 1 Biv Myosotella myosotis (Draparnaud, 1801) Ellobiidae Morelet, 1860: 206 1 1 1 1 1 1 1 Mysella bidentata (Montagu, 1803) Montacutidae Frias Martins, 1980: 17 1 1 1 1 1 1 1 Biv Mytilus edulis Linnaeus, 1758 Mytilidae 1 1 1 1 1 Biv Nassarius cf. ovoideus (Locard, 1886) Nassariidae Nassarius corniculus (Olivi, 1792) Nassariidae np Ávila, 2000: 102, 123 1 Nassarius cuvieri (Payraudeau, 1826) Nassariidae Nobre, 1924: 77 1 Nassarius incrassatus (Ström, 1768) Natica prietoi Hidalgo, 1873=(misid)Natica adansoni de Blainville, 1825=Natica variabilis Nassariidae Neolepton cancellatum Salas & Gofas, 1998 Neoleptonidae Neopycnodonte cochlear (Poli, 1795) Gryphaeidae Nodipecten corallinoides (d’Orbigny, 1839) Pectinidae Nototeredo norvegica (Spengler, 1792) Teredinidae p Morton et al., 1998: 133 Ávila et al., 2000b: 176 p Mac Andrew, 1856: 131 Naticidae e pel e 1 1 1 Dautzenberg, 1889: 54 1 Salas & Gofas, 1998: 44-45 1 Dautzenberg, 1889: 72 1 Nobre, 1924: 84 1 Dautzenberg, 1889: 85 1 Ocenebra chavesi Houart, 1996 Muricidae np Houart, 1996: 62 1 Ocenebra erinaceus (Linnaeus, 1758) Muricidae np Drouët, 1858: 33 1 Ocinebrina aciculata (Lamarck, 1822) Muricidae np Mac Andrew, 1856: 133, 154 1 Ocinebrina edwardsi (Payraudeau, 1826) Muricidae np Ávila, 2000: 102, 123 Octopus macropus Risso, 1826 Octopodidae Gonçalves, 1991: 79 Octopus salutii Vérany, 1837 Octopodidae Gonçalves, 1991: 78 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pulm Gast 1 1 Gast 1 1 Gast 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Biv 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Biv Biv Gast 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Octopus vulgaris Cuvier, 1797 Octopodidae Drouët, 1858: 22 1 Ocythoe tuberculata Rafinesque, 1814 Ocythoidae Gonçalves, 1991: 76 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Ceph Ceph 1 Ceph Ceph 259 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Espécies Odostomella doliolum (Philippi, 1844) Família End Dev Pyramidellidae Odostomia acuta Jeffreys, 1848 Pyramidellidae Odostomia bernardi Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998 Pyramidellidae Odostomia conoidea (Brocchi, 1814) Pyramidellidae Odostomia duureni Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998 Pyramidellidae Odostomia eulimoides Hanley, 1844 Pyramidellidae Primeiro Registo Dautzenberg, 1889: 59 e e e AZO SCA BEL BRI BIS POR 1 Nordsieck & Talavera, 1979: 187 1 Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 37-38 1 Ávila, 2000: 102, 125 1 Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 21 1 Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 29 1 Odostomia kuiperi Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998 Pyramidellidae Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 29-31 1 Odostomia lukisii Jeffreys, 1859 Pyramidellidae Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 31 1 Odostomia nitens Jeffreys, 1870 Pyramidellidae Jeffreys, 1884: 349 1 1 1 1 1 MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 1 1 Gast 1 Gast Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast Gast Gast 1 Gast 1 Gast Pyramidellidae Dautzenberg, 1889: 59 1 Odostomia sp. 2 Pyramidellidae n. id. Azevedo & Gofas, 1990: 86 1 Gast Odostomia sp. 3 Pyramidellidae n. id. Azevedo & Gofas, 1990: 86 1 Gast Odostomia sp.1 Pyramidellidae n. id. Odostomia striolata Forbes & Hanley, 1850 Pyramidellidae Odostomia turrita Hanley, 1844 Pyramidellidae Odostomia unidentata (Montagu, 1803) Pyramidellidae p Dautzenberg, 1889: 59 Omalogyra atomus (Philippi, 1841) Omalogyridae np Dautzenberg, 1889: 46 Azevedo & Gofas, 1990: 86 1 1 Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 27-28 1 1 1 Onchidella celtica (Cuvier, 1817) Onchidiidae Frias Martins, 1980: 13-14 1 Ondina diaphana (Jeffreys, 1848) Pyramidellidae Ávila, 2000: 102, 125 1 Onoba moreleti Dautzenberg, 1889 Rissoidae e np Dautzenberg, 1889: 52 Epitoniidae p Nobre, 1924: 81 1 Opalia hellenica (Forbes, 1844) Epitoniidae p Ávila et al., 2000a: 145 1 Orania fusulus (Brocchi, 1814) Muricidae Ovatella vulcani (Morelet, 1860) Ellobiidae Palliolum incomparabile (Risso, 1826) Pectinidae Paludinella littorina (delle Chiaje, 1828) Assimineidae Paphia aurea (Gmelin, 1791) Veneridae Ávila, 2000: 103, 130 1 Papillicardium papillosum (Poli, 1795) Cardiidae Mac Andrew, 1856: 141 1 Poppe & Goto, 1991: 140 1 Morelet, 1860: 207 1 Ávila & Azevedo, 1997: 328 1 np Morton et al., 1998: 106 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 1 Gast 1 Gast Pulm Gast 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Ávila, 2000: 103, 129 1 1 1 1 1 1 1 1 Cardiidae Parvioris ibizencus (Nordsieck, 1968) Eulimidae Dautzenberg, 1889: 58 1 Azevedo & Gofas, 1990: 85 1 Segers, 2002: 86 1 1 Gast 1 1 Gast Pulm Jeffreys, 1881a: 708 Smith, 1885: 162; van Aartsen, Moolenbeek and Gittenberger, 1984 n. id. 1 1 Cardiidae Eulimidae 1 Gast Cardiidae Skeneidae 1 1 1 1 Parvicardium ovale (G B Sowerby II, 1840) Parvicardium vroomi van Aartsen, Menkhorst and Gittenberger, 1984 Parviturbo cf. rolani Engl, 2001 Gast Gast 1 Parvicardium exiguum (Gmelin, 1791) Parvioris sp. 1 1 Opalia crenata (Linnaeus, 1758) e 1 1 Odostomia scalaris (Macgillivray, 1843) Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998: 27 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Gast 1 1 1 1 Biv 1 Biv 1 1 Biv 1 1 1 Biv 1 1 1 Biv Gast Gast 1 Gast 260 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 2 Espécies Família End Dev Primeiro Registo AZO SCA BEL BRI BIS POR MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas Patella candei d'Orbigny, 1840 Patella ulyssiponensis Gmelin, 1791 = P. aspera Röding, 1798 Patellidae p Mac Andrew, 1856: 118, 146 1 Patellidae p Dunker, 1853: 41 fide Drouët, 1858: 41 1 Pecten maximus (Linnaeus, 1758) Pectinidae João Teixeira collection 1 Pedipes pedipes (Gmelin, 1790) Phalium granulatum (Born, 1778) = Phalium undulatum (Gmelin, 1791) Ellobiidae Drouët, 1858: 25-26 1 Cassidae 1 1 1 Philine intrincata Monterosato, 1884 Philinidae Linden, 1994: 47-48. 1 1 1 Philine quadrata (S. V. Wood, 1839) Philinidae Watson, 1886: 696; Thompson, 1988: 64 1 1 1 Philippia hybrida (Linnaeus, 1758) Phylliroe bucephala Péron & Lesueur, 1810 = Phylliroe ? atlantica Bergh, 1871 Architectonicidae 1 1 Phylliroidae Wirtz, 1998; Hernández et al., 2000 1 Pinctada radiata (Leach, 1814) Pteriidae Ávila et al., 1998: 508 1 1 Pinna rudis Linnaeus, 1758 Pisinna glabatra (Von Mühlfeldt, 1824) = Pisinna punctulum (Philippi, 1836) Pinnidae Jeffreys, 1879: 565 1 1 Anabathridae Pitar rudis (Poli, 1795) Veneridae Nobre, 1924: 85 Placida cremoniana (Trinchese, 1892) Stiligeridae Ortea et al., 1998 1 Placida verticillata Ortea, 1981 Stiligeridae 1 1 1 p Drouët, 1858: 33 p Drouët, 1858: 30 pel np Dautzenberg, 1889: 53 Planctomya nilae Van Aartsen & Engl, 2001 Montacutidae Wirtz, 1998: 2 Van Aartsen & Engl, 2001: ???; Segers, 2002: 97 Platydoris argo (Linnaeus, 1767) Platydorididae Bergh, 1899: ???; Wirtz & Martins, 1993: 56 Pleurobranchidae Fontes, Tempera & Wirtz, 2001: 86 1 Wirtz & Martins, 1993: 56 1 Anomiidae Buccinidae Polycera elegans (Bergh, 1894) Polyceridae Polycera quadrilineata (O F Müller, 1776) Polyceridae Protatlanta souleyeti (Smith, 1888) Atlantidae Pseudochama gryphina (Lamarck, 1819) Wirtz? np Ávila et al., 2000a: 152 Wirtz & Martins, 1993: 56 1 1 1 Chamidae Ávila et al., 2000b: 178 1 Pseudomelampus exiguus (Lowe, 1831) Pseudotorinia architae (O. G. Costa, 1867) = Heliacus architae (O. G. Costa, 1867) Ellobiidae Frias Martins, 1976: 18 1 Architectonicidae Ávila, 2000: 102, 124 1 Pteria hirundo (Linnaeus, 1758) Pteriidae Jeffreys, 1879: 565 1 Pusillina inconspicua (Alder, 1844) Rissoidae n. id. 1 1 Pusillina sp. Rissoidae Segers, 2002: 89 1 Pyrunculus hoernesii (Weinkauff, 1866) Retusidae Segers, 2002: 94 1 Ranella olearia (Linnaeus, 1758) Ranellidae p Ávila, 2000: 102, 123 1 1 1 1 Gast 1 1 Gast 1 1 Biv 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pulm 1 1 1 1 1 Opis ? Gast 1 1 1 1 1 1 1 Opis 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Opis 1 1 1 1 1 Biv 1 Biv Gast 1 1 Biv 1 1 1 Opis 1 1 1 Opis 1 Biv 1 1 Opis 1 Opis 1 1 Opis 1 1 1 Segers, 2002: 92 p Ávila 1 1 1 1 Wirtz, 1995: 171 pel 1 1 Pleurobranchidae 1 1 1 Pleurobranchus testudinarius Cantraine, 1835 Pollia dorbignyi (Payraudeau, 1826) 1 1 Pleurobranchus sp. =? P. garciagomezi Cervera, 1996 Pododesmus patelliformis (Linnaeus, 1761) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv Gast 1 1 Opis 1 Opis Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Pulm 1 1 1 1 Gast 1 Biv 1 Gast Opis Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast 261 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Espécies Raphitoma leufroyi (Michaud, 1838) Família End Dev Turridae Primeiro Registo p Ávila et al., 2000a: 154 AZO SCA BEL BRI BIS 1 1 POR 1 MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 1 1 1 Raphitoma linearis (Montagu, 1803) Conidae p Dautzenberg, 1889: 29 1 1 1 1 1 1 1 Raphitoma purpurea (Montagu, 1803) Conidae p Dautzenberg, 1889: 28 1 1 1 1 1 1 1 Retusa truncatula (Bruguière, 1792) Retusidae p Dautzenberg, 1889: 21 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Rhomboidella prideauxi (Leach, 1815) Rissoa guernei Dautzenberg, 1889 Ávila et al., 2000a: 158 Rissoidae e np Dautzenberg, 1889: 47-48 np Ávila & Azevedo, 1996: 106 1 Rissoellidae 1 1 Rissoella globularis Forbes & Hanley, 1853 Rissoellidae Segers, 2002: 93 1 1 Ruditapes decussatus (Linnaeus, 1758) Veneridae Morton, 1967: ADDITIONS 1 Runcina adriatica T. Thompson, 1980 Runcinidae Gosliner, 1990: 141 1 Gosliner, 1990: 138 1 Ortea & Moro, 1999: ???? 1 Scyllaea pelagica Linnaeus, 1758 Simroth, 1888 1 Scyllaeidae Setia cf. lacourti (Verduin, 1984) Rissoidae Setia quisquiliarum Watson, 1886 Rissoidae Setia sp. Rissoidae Setia subvaricosa Gofas, 1989 Rissoidae Similiphora similior (Bouchet & Guillemot, 1978) Triphoridae Sinezona cingulata (Costa O. G., 1861) Scissurellidae Skenea sp. Skeneidae Skeneopsis planorbis (Fabricius O., 1780) Skeneopsidae Solariella azorensis = Margarites sp.? Segers, 2002: 89 e n. id. np Azevedo & Gofas, 1990: 85 e n. id. e? Solemya togata (Poli, 1795) Solemyidae Spirula spirula (Linnaeus, 1758) Spirulidae Spondylus senegalensis Schreibers, 1793 Spondylidae Stramonita haemastoma (Linnaeus, 1766) Muricidae Striarca lactea (Linnaeus, 1758) Noetiidae Styliola subula (Quoy & Gaimard, 1827) Cavoliniidae Stylocheilus longicauda (Quoy & Gaimard, 1824) Tambja ceutae García-Gómez & Ortea, 1988 = Tambja sp. (Wirtz, 1995: 175) Notarchidae Taringa tritorquis Ortea, Pérez & Llera, 1982 np Dautzenberg, 1889: 53 pel 1 p Dautzenberg, 1889: 63 1 Segers, 2002: 86 1 np Nobre, 1924: 80 1 np Sup 66, neg. 6A 1 Segers, 2002: 95 1 Mac Andrew, 1856: 133 1 1 1 Gast 1 1 1 1 1 1 Biv 1 1 Opis 1 Opis 1 1 Opis 1 Opis 1 1 Gast Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Wirtz & Martins, 1993: 56 1 Platydorididae Ortea, Pérez & Llera, 1982 1 p Jeffreys, 1882: 671 1 Segers, 2002: 90 1 1 Gast 1 Gast Gast 1 1 1 Gymnodorididae 1 Gast Gast 1 1 1 1 Lottiidae Biv Gast Gast 1 1 Adeorbidae 1 Gast Segers, 2002: 95 Teinostoma azoricum (Dautzenberg & Fischer, 1896) 1 1 Wirtz (Faial, Varadouro) Tectura virginea (Müller, O.F., 1776) = Acmaea virginea pel Opis Gast 1 Segers, 2002: 96 1 1 Ávila et al., 2000a: 145 Ávila et al, 2000a: 159 1 1 np Dautzenberg, 1889: 52 p Mac Andrew, 1856: 130, 153 Gast 1 Rissoella diaphana (Alder, 1848) Runcina aurata Garcia, Lopez, Luque & Cervera, 1986 Runcinidae Runcina hidalgoensis Ortea & Moro, 1999 = ? Runcina sp. (Gosliner, 1990: 143) Runcinidae 1 Gast 1 1 Gast 1 1 1 1 1 Gast Biv 1 1 1 1 Opis 1 1 1 1 1 Ceph Biv 1 1 1 1 1 1 1 1 Biv 1 Biv Opis 1 Opis Gast Gast 262 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________APÊNDICE 2 Espécies Tellina donacina Linnaeus, 1758 Família End Dev Tellinidae Primeiro Registo AZO SCA Dautzenberg, 1889: 86 1 BEL BRI BIS POR 1 1 1 MED WAF MAD CAN CAP ASC STH TRO Clas 1 Tellina incarnata Linnaeus, 1758 Tellinidae Römer, 1871: 127 1 1 1 1 1 1 Tellina pygmaea (Lóven, 1846) Tellinidae Ávila et al., 2000a: 162 1 1 1 1 1 1 Teretia teres (Reeve, 1844) Conidae Dautzenberg & Fischer, 1896: 1 1 1 1 1 1 Thracia cf. villosiuscula (Macgillivray, 1827) Thraciidae Additions to PIX. DBUA 726. 1 1 1 1 Thracia corbuloides Deshayes, 1830 Thraciidae PIX - DBUA 726 e João Teixeira collection 1 1 1 Thracia papyracea (Poli, 1791) Thraciidae Thylaeodus cf. rugulosus (Monterosato, 1878) Vermetidae Timoclea ovata (Pennant, 1777) Veneridae Tonna galea (Linnaeus, 1758) Tonnidae ? Ávila et al., 2000a: 163 1 Bieler, 1995: 175 1 Dautzenberg, 1889: 82 1 p João Teixeira collection Tornus subcarinatus (Montagu, 1803) 1 1 Gonçalves, 1991: 76 1 Tremoctopodidae Tricolia pullus azorica Dautzenberg, 1889 Tricoliidae Trivia candidula (Gaskoin, 1835) Triviidae Trivia pulex (Solander in Gray J.E., 1828) Triviidae p Mac Andrew, 1856: 127 1 Trophonopsis muricatus (Montagu, 1803) Muricidae np Poppe & Goto, 1991: 138-139 1 Truncatella subcylindrica (Linnaeus, 1767) Truncatellidae np Frias Martins, 1980: 9 1 Turbonilla lactea (Linnaeus, 1758) Pyramidellidae Mac Andrew, 1856: 125, 150 1 Tylodina perversa (Gmelin, 1791) Tylodinidae Dautzenberg, 1889: 25 1 Umbraculum umbraculum (Röding, 1798) Umbraculidae Menezes, 1991: 101 1 np Mac Andrew, 1856: 121, 148 1 p Watson, 1886: 696 1 1 1 1 1 1 1 Biv Biv 1 Biv Gast Biv 1 1 1 1 1 1 1 Biv Biv Gast 1 1 1 1 1 1 ? 1 1 Biv 1 Gast Gast 1 1 Ceph Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Veneridae Jeffreys, 1884a: 145 1 Veneridae Ávila et al., 2000a: 162 1 Vermetus triquetrus Bivona-Bernardi, 1832 Vermetidae Dautzenberg, 1889: 43 1 Ávila et al., 2000b: 176 1 1 1 1 p Dautzenberg, 1889: 57; Segers, 2002: 88 1 1 Venus nux Gmelin, 1791 ? 1 1 1 Venus casina Linnaeus, 1758 Vitreolina curva (Monterosato, 1874) Eulimidae Vitreolina philippi (de Rayneval & Ponzi, 1854)=V. incurva (Bucquoy, Dautzenberg & Dollfus, 1883) Eulimidae 1 1 Ávila & José Pedro Borges (FM collection) Tremoctopus violaceus delle Chiaje, 1830 e 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Gast Gast 1 1 Opis 1 Opis Biv Biv 1 Gast Gast 1 1 Gast Vitreolina sp. 1 Eulimidae n. id. Azevedo & Gofas, 1990: 85 1 Gast Vitreolina sp. 2 Eulimidae n. id. Azevedo & Gofas, 1990: 85 1 Gast Volvarina oceanica Gofas, 1989 Marginellidae Williamia gussonii (da Costa, 1829) Siphonariidae Xylophaga dorsalis (Turton, 1819) Xylophagidae e pel np Gofas, 1989: 179 1 Mac Andrew, 1856: 118 1 Dautzenberg, 1889: 85 1 Gast 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pulm Biv 263 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15 ESTAMPAS 15.1 Estampa I Fig. 1 - Alvania angioyi DBUA 335 Sup 23-3 Rolo 11 neg 22A. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania angioyi DBUA 173 Sup 4-2 Rolo 4 neg 21. Vista apertural. Fig. 3 - Alvania angioyi DBUA 335 Sup 23-5 Rolo 11 neg 30A. Vista apertural. Fig. 4 - Alvania angioyi DBUA 412 Sup 22-2 Rolo 9 neg 2. Vista apertural. Fig. 5 - Alvania angioyi DBUA 412 Sup 22-3 Rolo 9 neg 13. Vista apertural. Fig. 6 - Alvania angioyi DBUA-F 87 Sup 132-5 Rolo 49 neg 21. Vista apertural. Fig. 7 - Alvania angioyi DBUA-F 87 Sup 133-3 Rolo 47 neg 26. Fig. 8 - Alvania angioyi DBUA 173 Sup 4-2 Rolo 4 neg 25. Protoconcha e teleoconcha. Fig. 9 - Alvania angioyi DBUA 335 Sup 23-3 Rolo 11 neg 25A. Fig. 10 - Alvania angioyi DBUA 335 Sup 23-3 Rolo 11 neg 26A. Pormenor da transição protoconcha-teleoconcha. Fig. 11 - Alvania angioyi DBUA 412 Sup 22-2 Rolo 9 neg 5. Protoconcha (vista axial). Fig. 12 - Alvania angioyi DBUA 493 Sup 43-5 Rolo 15 neg 33. Protoconcha (vista apical). Fig. 13 - Alvania angioyi DBUA 173 Sup 4-2 Rolo 5 neg 39A. Protoconcha (vista a 45º). 264 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 265 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.2 Estampa II Fig. 1 - Alvania angioyi DBUA 227 Sup 62-2 Rolo 16 neg 30. Rádula. Fig. 2 - Alvania angioyi DBUA 227 Sup 62-2 Rolo 16 neg 31. Dente central da rádula. Fig. 3 - Alvania angioyi DBUA 227 Sup 62-2 Rolo 16 neg 32. Dentes central, laterais e marginais da rádula. Fig. 4 - Alvania angioyi DBUA 227 Sup 62-2 Rolo 16 neg 34. Dentes central, laterais e marginais da rádula (vistos de lado). Fig. 5 - Alvania angioyi DBUA 227 Sup 62-2 Rolo 16 neg 29. Rádula (visão geral). Fig. 6 - Alvania angioyi DBUA 227 Sup 62-2 Rolo 16 neg 33. Dente central da rádula (visto de lado). 266 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 267 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.3 Estampa III Fig. 1 - Alvania cancellata DBUA 173 Sup 5-5 Rolo 1 neg 7. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania cancellata DBUA 127 Sup 18-1 Rolo 12 neg 12. Vista apertural. Fig. 3 - Alvania cancellata DBUA 707 Sup 101-2 Rolo 40 neg 29. Vista apertural. Fig. 4 - Alvania cancellata DBUA 707 Sup 101-3 Rolo 40 neg 33. Fig. 5 - Alvania cancellata DBUA 173 Rolo 1 Sup 5-2 neg 9l. Fig. 6 - Alvania cancellata DBUA 173 Sup 5-3 Rolo 1 neg 8. Protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 7 - Alvania cancellata DBUA 707 Sup 101-3 Rolo 40 neg 34. Detalhe da microescultura da protoconcha. Fig. 8 - Alvania cancellata DBUA 173 Sup 5-2 Rolo 1 neg 9. Fig. 9 - Alvania cancellata DBUA 127 Sup 18-2 Rolo 12 neg 16. Detalhe da microescultura da primeira volta da teleoconcha. Fig. 10 - Alvania cancellata DBUA 127 Sup 18-1 Rolo 12 neg 14. Transição protoconcha-teleoconcha. Fig. 11 - Alvania cancellata DBUA 127 Sup 18-2 Rolo 12 neg 17. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 12 - Alvania cancellata DBUA 127 Sup 18-2 Rolo 12 neg 18. Detalhe da microescultura da teleoconcha. 268 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 269 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.4 Estampa IV Fig. 1 - Alvania formicarum DBUA 335 Sup 2-3 Rolo 1 neg 17. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania formicarum DBUA 335 Sup 2-3 Rolo 1 neg 20. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista a 45º). Fig. 3 - Alvania formicarum DBUA 335 Sup 2-3 Rolo 1 neg 21. Microescultura da teleoconcha. Fig. 4 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-4 Rolo 3 neg 6. Vista apertural. Fig. 5 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-3 Rolo 10 neg 21A. Vista apertural. Fig. 6 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 31-4 Rolo 13 neg 28A. Vista apertural. Fig. 7 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-1 Rolo 10 neg 32A. Vista apertural. Fig. 8 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 31-2 Rolo 13 neg 23A. Vista apertural (juvenil). Fig. 9 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-5 Rolo 3 neg 13. Vista apertural. Fig. 10 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-3 Rolo 10 neg 26A. Detalhe da micorescultura da protoconcha e da primeira volta da teleoconcha. Fig. 11 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-5 Rolo 10 neg 36A. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). Fig. 12 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-3 Rolo 10 neg 24A. Microescultura da teleoconcha. Fig. 13 - Alvania internodula DBUA 338 Sup 19-3 Rolo 10 neg 28A. Microescultura da protoconcha. 270 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 271 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.5 Estampa V Fig. 1 - Alvania mediolittoralis DBUA 455 Sup 35-1 Rolo 15 neg 34. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania mediolittoralis DBUA 844 Sup 99-1 Rolo 38 neg 21. Vista apertural. Fig. 3 - Alvania mediolittoralis DBUA 844 Sup 99-3 Rolo 38 neg 25. Vista apertural. Fig. 4 - Alvania mediolittoralis DBUA 662 Sup 17-1 Rolo 47 neg 31. Fig. 5 - Alvania mediolittoralis DBUA-F125 Sup 143-4 Rolo 55 neg 19. Vista apertural. Fig. 6 - Alvania mediolittoralis DBUA-F 138 Sup 155-3 Rolo 53 neg 30. Vista apertural. Fig. 7 - Alvania mediolittoralis DBUA-F 9 Sup 137-3 Rolo 49 neg 1. Vista apertural. Fig. 8 - Alvania mediolittoralis DBUA-F 44 Sup 82-2 Rolo 27 neg 39A. Fig. 9 - Alvania mediolittoralis DBUA 844 Sup 99-3 Rolo 38 neg 27. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). Fig. 10 - Alvania mediolittoralis DBUA 844 Sup 99-3 Rolo 38 neg 26. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista axial). Fig. 11 - Alvania mediolittoralis DBUA-F 138 Sup 155-3 Rolo 53 neg 27. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista axial). Fig. 12 - Alvania mediolittoralis DBUA 455 Sup 35-1 Rolo 15 neg 36. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 13 - Alvania mediolittoralis DBUA 844 Sup 99-1 Rolo 38 neg 22. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 14 - Alvania mediolittoralis DBUA LP 07-08-95 Sup 10-5 Rolo 6 neg 14A. Detalhe da microescultura da teleoconcha. 272 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 273 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.6 Estampa VI Fig. 1 - Alvania poucheti DBUA 499 Sup 10-4 Rolo 6 neg 7A. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania poucheti DBUA 499 Sup 7-6 Rolo 6 neg 27A. Vista apertural. Fig. 3 - Alvania poucheti DBUA 493 Sup 34-4 Rolo 14 neg 20. Vista apertural. Fig. 4 - Alvania poucheti DBUA 350 Sup 31-1 Rolo 13 neg 15A. Vista apertural. Fig. 5 - Alvania poucheti DBUA-F 55 Sup 103-3 Rolo 38 neg 4. Vista apertural. Fig. 6 - Alvania poucheti DBUA-F 44 Sup 81-1 Rolo 27 neg 16A. Vista apertural. Fig. 7 - Alvania poucheti DBUA-F 134 Sup 153-1 Rolo 54 neg 23. Vista apertural. Fig. 8 - Alvania poucheti DBUA-F 44 Sup 82-1 Rolo 27 neg 36A. Vista apertural (juvenil). Fig. 9 - Alvania poucheti DBUA-F 44 Sup 82-1 Rolo 27 neg 38A. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). Fig. 10 - Alvania poucheti DBUA 499 Sup 10-4 Rolo 6 neg 12A. Detalhe da microescultura da protoconcha. Fig. 11 - Alvania poucheti DBUA 499 Sup 10-4 Rolo 5 neg 20A. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 12 - Alvania poucheti DBUA 499 Sup 10-4 Rolo 6 neg 9A. Detalhe da microescultura da teleoconcha. 274 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 275 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.7 Estampa VII Fig. 1 - Alvania poucheti DBUA 368 Sup 62-1 Rolo 16 neg 20. Rádula. Fig. 2 - Alvania poucheti DBUA 368 Sup 62-1 Rolo 16 neg 22. Rádula. Detalhe do dente central. Fig. 3 - Alvania poucheti DBUA 368 Sup 62-1 Rolo 16 neg 23. Rádula. Detalhe dos dentes laterais e marginais. Fig. 4 - Alvania poucheti DBUA 368 Sup 62-1 Rolo 16 neg 25. Rádula. Detalhe dos dentes laterais e marginais (vista lateral). Fig. 5 - Alvania poucheti DBUA 368 Sup 62-1 Rolo 16 neg 21. Rádula. Fig. 6 - Alvania poucheti DBUA 368 Sup 62-1 Rolo 16 neg 24. Rádula. 276 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 277 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.8 Estampa VIII Fig. 1 - Alvania sleursi DBUA 446 Sup 34-1 Rolo 14 neg 4. Vista apertural (juvenil). Fig. 2 - Alvania sleursi DBUA 446 Sup 34-1 Rolo 14 neg 5. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista axial). Fig. 3 - Alvania sleursi DBUA 446 Sup 34-2 Rolo 14 neg 6. Detalhe da microescultura (transição da protoconcha para a teleoconcha (vista apical)). Fig. 4 - Alvania sleursi DBUA-F 2 Sup 141-6 Rolo 47 neg 11. Vista apertural (juvenil). Fig. 5 - Alvania sleursi DBUA-F 55 Sup 103-2 Rolo 38 neg 2. Vista apertural. Fig. 6 - Alvania sleursi DBUA 446 Sup 34-2 Rolo 14 neg 8. Detalhe da microescultura da protoconcha. Fig. 7 - Alvania sleursi DBUA-F 87 Sup 132-4 Rolo 49 neg 20. Vista apertural (juvenil). Fig. 8 - Alvania sleursi DBUA-F 55 Sup 103-4 Rolo 40 neg 28. Vista apertural. Fig. 9 - Alvania sleursi DBUA 446 Sup 34-2 Rolo 14 neg 10. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 10 - Alvania sleursi DBUA-F 87 Sup 133-7 Rolo 47 neg 30 (juvenil). Fig. 11 - Alvania sleursi DBUA-F 49 Sup 79-2 Rolo 27 neg 30A. Vista apertural. Fig. 12 - Alvania sleursi DBUA-F 2 Sup 141-6 Rolo 47 neg 15. Detalhe da microescultura (transição da protoconcha para a teleoconcha (vista apical)). 278 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 279 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.9 Estampa IX Fig. 1 - Alvania beani Selvagens Sup 106-1 Rolo 56 neg 13A. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania beani Selvagens Sup 106-1 Rolo 56 neg 16A. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista axial). Fig. 3 - Alvania beani Selvagens Sup 106-1 Rolo 56 neg 17A. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 4 - Alvania cimicoides Malaga Sup 69-1 Rolo 19 neg 31. Vista apertural. Fig. 5 - Alvania cimicoides Malaga Sup 69-1 Rolo 19 neg 33. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista axial). Fig. 6 - Alvania cimicoides Malaga Sup 69-1 Rolo 19 neg 35. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 7 - Alvania abstersa DBUA 411 Sup 22-1 Rolo 9 neg 11. Vista apertural. Fig. 8 - Alvania abstersa DBUA-F 2 Sup 102-2 Rolo 38 neg 35. Vista apertural. Fig. 9 - Botryphallus ovummuscae DBUA 499 Sup 61-4 Rolo 16 neg 39. Vista apertural. Fig. 10 - Botryphallus ovummuscae DBUA 499 Sup 61-4 Rolo 16 neg 37. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). 280 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 281 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.10 Estampa X Fig. 1 - Alvania tarsodes DBUA 703-E Rolo 18 Sup 71-2 neg 35. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania tarsodes DBUA 703-E Rolo 18 Sup 71-2 neg 39. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista axial). Fig. 3 - Alvania tarsodes DBUA-F 45 Sup 84-3 Rolo 30 neg 38A. Vista apertural. Fig. 4 - Alvania tarsodes DBUA 703-E Rolo 18 Sup 71-2 neg 37. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 5 - Alvania tarsodes DBUA-F 45-Sup 84-3 Rolo30 neg 40A. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 6 - Alvania tarsodes DBUA 703-E Rolo 18 Sup 71-2 neg 41. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 7 - Alvania tarsodes DBUA-F 45 Sup 84-3 Rolo 30 neg 37A. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 8 - Alvania tarsodes DBUA 703-E Rolo 18 Sup 71-2 neg 42. Detalhe da microescultura da protoconcha. Fig. 9 - Alvania tarsodes DBUA-F 45 Sup 84-3 Rolo 30 neg 36A. Detalhe da microescultura da protoconcha. 282 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 283 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.11 Estampa XI Fig. 1 - Onoba moreleti DBUA 662 Sup 39-3 Rolo 12 neg 28. Vista apertural. Fig. 2 - Onoba moreleti DBUA 662 Sup 39-3 Rolo 12 neg 30. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 3 - Onoba moreleti DBUA 662 Sup 39-3 Rolo 12 neg 32. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 4 - Onoba moreleti DBUA 662 Sup 39-3 Rolo 12 neg 33. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista axial). Fig. 5 - Onoba moreleti DBUA 662 Sup 39-3 Rolo 12 neg 34. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 6 - Onoba moreleti DBUA 662 Sup 39-3 Rolo 12 neg 35. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). Fig. 7 - Cingula trifasciata DBUA Caloura SMG 26-01-96 Rolo 7 neg 9A Sup 12-4. Vista apertural. Fig. 8 - Cingula trifasciata DBUA SMG Caloura 26-01-96 Rolo 7 neg 8A Sup 12-8. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 9 - Cingula trifasciata DBUA-F 138 Sup 155-2 Rolo 53 neg 26. Detalhe da microescultura das protoconcha e teleoconcha (vista apical). Fig. 10 - Cingula trifasciata DBUA-F 138 Sup 155-4 Rolo 53 neg 29. Vista apertural. 284 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 285 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.12 Estampa XII Fig. 1 - Manzonia unifasciata DBUA 662 Sup 39-2 Rolo 12 neg 26. Vista apertural. Fig. 2 - Manzonia unifasciata DBUA 173 Sup 3-2 Rolo 1 neg 11. Vista apertural. Fig. 3 - Manzonia unifasciata DBUA 662 Sup 39-1 Rolo 12 neg 21. Vista apertural. Fig. 4 - Manzonia unifasciata DBUA 181 Sup 49-2 Rolo 50 neg 21. Vista apertural. Fig. 5 - Manzonia unifasciata DBUA 556 Sup 49-3 Rolo 50 neg 26. Vista apertural. Fig. 6 - Manzonia unifasciata DBUA-F 87 Sup 131-2 Rolo 49 neg 24. Vista apertural. Fig. 7 - Manzonia unifasciata DBUA-F 45 Sup 84-4 Rolo 30 neg 41A. Vista apertural. Fig. 8 - Manzonia unifasciata DBUA-F 87 Sup 133-4 Rolo 47 neg 27. Vista apertural (juvenil). Fig. 9 - Manzonia unifasciata DBUA-F 44 Sup 82-3 Rolo 27 neg 40A. Vista apertural. Fig. 10 - Manzonia unifasciata DBUA-F 44 Sup 79-3 Rolo 27 neg 31A. Vista apertural. Fig. 11 - Manzonia unifasciata DBUA 499 Sup 40-5 Rolo 25 neg 27. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha). Fig. 12 - Manzonia unifasciata DBUA 499 Sup 40-5 Rolo 25 neg 24. Fig. 13 - Manzonia unifasciata DBUA 556 Sup 49-3 Rolo 50 neg 33. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha; vista apical). Fig. 14 - Manzonia unifasciata DBUA 499 Sup 40-5 Rolo 25 neg 28. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha). Fig. 15 - Manzonia unifasciata DBUA 662 Sup 39-2 Rolo 12 neg 27. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha; vista axial). Fig. 16 - Manzonia unifasciata DBUA LP 07-08-95 Sup 8-9 Rolo 5 neg 12A. Detalhe da sutura. 286 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 287 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.13 Estampa XIII Fig. 1 - Manzonia unifasciata DBUA 662 Sup 39-1 Rolo 12 neg 23. Fig. 2 - Manzonia unifasciata DBUA 662 Sup 39-1 Rolo 12 neg 24. Fig. 3 - Manzonia unifasciata DBUA 556 Sup 49-3 Rolo 50 neg 27. Fig. 4 - Manzonia unifasciata DBUA 556 Sup 49-3 Rolo 50 neg 28. Fig. 5 - Manzonia unifasciata DBUA 556 Sup 49-3 Rolo 50 neg 29. Fig. 6 - Manzonia unifasciata DBUA 662 Sup 9-2 Rolo 10 neg 4A. Fig. 7 - Manzonia unifasciata DBUA 499 Sup 40-5 Rolo 25 neg 25. Fig. 8 - Manzonia unifasciata DBUA 499 Sup 40-5 Rolo 25 neg 26. 288 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 289 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.14 Estampa XIV Fig. 1 - Rissoa guernei DBUA LP 07-08-95 Sup 10-2 Rolo 5 neg 18A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista a 45º). Fig. 2 - Rissoa guernei DBUA LP 07-08-95 Sup 10-2 Rolo 6 neg 1A. Vista apertural. Fig. 3 - Rissoa guernei DBUA LP 07-08-95 Sup 10-2 Rolo 5 neg 16A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). Fig. 4 - Rissoa guernei DBUA-F 44 Sup 81-2 Rolo 27 neg 24A. Vista apertural. Fig. 5 - Rissoa guernei DBUA-F 9 Sup 137-1 Rolo 48 neg 13. Vista apertural. Fig. 6 - Rissoa guernei DBUA-F 55 Sup 103-1 Rolo 38 neg 41. Vista apertural. Fig. 7 - Rissoa guernei DBUA-F 81 Sup 139-5 Rolo 49 neg 5. Vista apertural. Fig. 8 - Rissoa guernei DBUA-F 44 Sup 81-2 Rolo 27 neg 23A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista axial). Fig. 9 - Rissoa guernei DBUA-F 87 Sup 133-5 Rolo 47 neg 28. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista axial). Fig. 10 - Rissoa guernei DBUA-F 44 Sup 82-4 Rolo 27 neg 41A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista axial). Fig. 11 - Rissoa guernei DBUA-F 55 Sup 103-1 Rolo 38 neg 43. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). Fig. 12 - Rissoa guernei DBUA-F 45 Sup 84-2 Rolo 30 neg 34A. Fig. 13 - Rissoa guernei DBUA-F 45 Sup 84-2 Rolo 30 neg 35A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). 290 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 291 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.15 Estampa XV Fig. 1 - Setia quisquiliarum DBUA 14 Sup 8-1 Rolo 5 neg 2A. Vista apertural. Fig. 2 - Setia quisquiliarum DBUA 14 Sup 8-6 Rolo 5 neg 6A. Vista apertural. Fig. 3 - Setia quisquiliarum DBUA 14 Sup 8-2 Rolo 5 neg 7A. Vista apertural. Fig. 4 - Setia quisquiliarum DBUA 14 Sup 8-3 Rolo 5 neg 5A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). Fig. 5 - Setia quisquiliarum DBUA 14 Sup 8-1 Rolo 5 neg 4A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). Fig. 6 - Setia subvaricosa DBUA 174 Sup 100-1 Rolo 38 neg 28. Vista apertural. Fig. 7 - Setia subvaricosa DBUA Rolo 15 Sup 40-1 neg 16 (concha deformada). Vista apertural. Fig. 8 - Setia subvaricosa DBUA-F 2 Sup 102-3 Rolo 38 neg 36. Vista apertural. Fig. 9 - Setia subvaricosa DBUA-F 19 Sup 83-1 Rolo 30 neg 27A. Vista dorsal. Fig. 10 - Setia subvaricosa DBUA 174 Sup 100-1 Rolo 38 neg 29. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). Fig. 11 - Setia subvaricosa DBUA-F 87 Sup 132-3 Rolo 49 neg 12. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). 292 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 293 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.16 Estampa XVI Fig. 1 - Cerithiopsis sp. DBUA 833 Sup 77-3 Rolo 29 neg 4A. Vista apertural. Fig. 2 - Alvania zylensis DBUA 833 Sup 78-4 Rolo 21 neg 17A. Vista apertural. Fig. 3 - Manzonia crispa DBUA 833 Sup 75-3 Rolo 21 neg 3A. Vista apertural. Fig. 4 - Alvania zylensis DBUA 833 Sup 78-4 Rolo 21 neg 16A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha; vista apical). Fig. 5 - Manzonia crispa DBUA 833 Sup 75-3 Rolo 21 neg 10A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha; vista apical). Fig. 6 - Manzonia crispa DBUA 833 Sup 75-3 Rolo 21 neg 5A. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 7 - Chauvetia mamillata DBUA 833 Sup 77-1 Rolo 29 neg 2A. Vista apertural. Fig. 8 - Chauvetia mamillata DBUA 833 Sup 76-1 Rolo 31 neg 37. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista axial). Fig. 9 - Chauvetia mamillata DBUA 833 Sup 77-1 Rolo 29 neg 3A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha; vista apical). Fig. 10 - Raphitoma sp. DBUA 833 Sup 78-1 Rolo 21 neg 12A. Vista apertural. Fig. 11 - Raphitoma sp. DBUA 833 Sup 78-1 Rolo 21 neg 14A. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista axial). Fig. 12 - Raphitoma sp. DBUA 833 Sup 78-1 Rolo 21 neg 15A. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha; vista apical). 294 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 295 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.17 Estampa XVII Fig. 1 - Cantharus variegatus DBUA-F s/n Rolo 36 negs 22+23. Vista apertural. Fig. 2 - Lucinella divaricata DBUA-F 2 Sup 140-2 Rolo 46 neg 22. Vista dorsal. Fig. 3 - Natica prietoi DBUA-F 3 Rolo 44 neg 15. Vista apertural. Fig. 4 - Trachypollia nodulosa col. García-Talavera Rolo 35 neg 4. Vista dorsal. Fig. 5 - Cantharus variegatus DBUA-F s/n Rolo 36 neg 20. Detalhe da marca de bioerosão. Fig. 6 - Trachypollia nodulosa col. García-Talavera Rolo 35 neg 6. Fig. 7 - Lucinella divaricata DBUA-F2 Sup 140-2 Rolo 55 neg 22. Fig. 8 - Natica prietoi DBUA-F 3 Rolo 44 neg 16. Detalhe da marca de bioerosão. 296 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 297 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.18 Estampa XVIII Fig. 1 - Bittium latreillii DBUA-F 137 Sup 151-1 Rolo 51 neg 10. Vista apical da protoconcha. Fig. 2 - Bittium latreillii DBUA-F 137 Sup 151-1 Rolo 51 neg 11. Detalhe da transição protoconcha-teleoconcha com marca de bioerosão. Fig. 3 - Littorina striata DBUA-F84 Sup 116-1 Rolo 57 neg 13. Teleoconcha com marca de bioerosão. Fig. 4 - Bittium latreillii DBUA-F 137 Sup 151-2 Rolo 51 neg 9. Marca de bioerosão. Fig. 5 - Lucinella divaricata DBUA-F2 Rolo 55 Sup 140-2 neg 22. Marca de bioerosão. 298 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 299 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.19 Estampa XIX Fig. 1 - Haliotis tuberculata DBUA-F 81 Rolo 44 neg 27. Vista dorsal. Fig. 2 - Fossarus ambiguus DBUA-F 48 Sup 79-1 Rolo 27 neg 27A. Vista apertural. Fig. 3 - Fossarus ambiguus DBUA-F 48 Sup 79-1 Rolo 27 neg 28A. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 4 - Calliostoma sp. DBUA-F 87 Sup 132-6 Rolo 49 neg 22. Vista axial da teleoconcha e protoconcha. Fig. 5 - Calliostoma sp. DBUA-F 87 Sup 132-6 Rolo 49 neg 17. Vista apical da teleoconcha e protoconcha. Fig. 6 - Calliostoma sp. DBUA-F 87 Sup 132-6 Rolo 49 neg 15. Detalhe da microescultura (transição protoconcha-teleoconcha) (vista apical). Fig. 7 - Calliostoma sp. DBUA-F 87 Sup 132-6 Rolo 49 neg 16. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). Fig. 8 - Gibbula delgadensis DBUA-F 45 Sup 85-2 Rolo 32 neg 24. Vista apertural. Fig. 9 - Gibbula delgadensis DBUA-F 45 Sup 85-2 Rolo 32 neg 25. Vista apical. Fig. 10 - Jujubinus pseudogravinae DBUA-F 65 Rolo 44 neg 32. Vista apertural. Fig. 11 - Jujubinus pseudogravinae DBUA-F 2 Sup 112-2 Rolo 43 neg 22. Vista apertural. Fig. 12 - Gibbula magus DBUA-F 91 Rolo 41 neg 16. Vista apertural. Fig. 13 - Gibbula magus DBUA-F 91 Rolo 41 neg 15. Vista apical. 300 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 301 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.20 Estampa XX Fig. 1 - Bittium latreillii DBUA-F 137 Sup 151-1 Rolo 51 neg 12. Exemplar juvenil. Vista apertural. Fig. 2 - Bittium latreillii DBUA-F 45 Sup 85-4 Rolo 32 neg 27. Exemplar juvenil. Vista apertural. Fig. 3 - Bittium latreillii DBUA-F 44 Sup 81-3 Rolo 27 neg 25A. Vista apertural. Fig. 4 - Bittium latreillii DBUA-F 45 Sup 84-1 Rolo 30 neg 33A. Vista apertural. Fig. 5 - Bittium latreillii DBUA-F 2 Sup 113-2 Rolo 43 neg 26. Vista apertural. Fig. 6 - Epitonium sp. DBUA-F 19 Sup 83-2 Rolo 30 neg 28A. Vista apertural. Fig. 7 - Epitonium sp. DBUA-F 19 Sup 83-2 Rolo 30 neg 29A. Detalhe das costelas (vista axial). Fig. 8 - Epitonium sp. DBUA-F 19 Sup 83-2 Rolo 30 neg 30A. Detalhe da abertura da concha. Fig. 9 - Epitonium sp. DBUA-F 19 Sup 83-2 Rolo 30 neg 31A. Vista apical. Fig. 10 - Melarhaphe neritoides DBUA-F 88 Sup 117-2 Rolo 33 neg 0A. Vista apertural. Fig. 11 - Littorina striata DBUA-F 84 Sup 116-1 Rolo 33 neg 00A. Vista apertural. Fig. 12 - Patella candei DBUA-F Rolo 42 neg 4. Vista dorsal. Fig. 13 - Patella ulyssiponensis. DBUA-F Rolo 36 neg 19. Vista dorsal. 302 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 303 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.21 Estampa XXI Fig. 1 - Skeneopsis planorbis DBUA-F 2 Sup 141-2 Rolo 47 neg 7. Vista apical. Fig. 2 - Skeneopsis planorbis DBUA-F 2 Sup 141-1 Rolo 47 neg 6. Vista apertural. Fig. 3 - Skeneopsis planorbis DBUA-F 2 Sup 141-5 Rolo 47 neg 13. Vista ventral. Fig. 4 - Skeneopsis planorbis DBUA-F 2 Sup 141-1 Rolo 47 neg 17. Detalhe da protoconcha (vista apical). Fig. 5 - Bittium latreillii DBUA-F 87 Sup 132-1 Rolo 49 neg 9. Detalhe da protoconcha (vista apical). Fig. 6 - Caecum cf. armoricum DBUA-F 82 Sup 134-3 Rolo 48 neg 7. Fig. 7 - Caecum cf. armoricum DBUA-F 82 Sup 134-1 Rolo 48 neg 3. Fig. 8 - Caecum cf. armoricum DBUA-F 82 Sup 134-3 Rolo 48 neg 5. Detalhe da microescultura da teleoconcha. Fig. 9 - Caecum cf. armoricum DBUA-F 82 Sup 134-3 Rolo 48 neg 8. Detalhe da zona apical. Fig. 10 - Caecum cf. armoricum DBUA-F 82 Sup 134-3 Rolo 48 neg 9. Detalhe da zona apertural. 304 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 305 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.22 Estampa XXII Fig. 1 - Trivia pulex DBUA-F 61 Rolo 44 neg 25. Fragmento da concha (Vista apertural). Fig. 2 - Trivia pulex DBUA-F 61 Rolo 44 neg 26. Fragmento da concha (Vista dorsal). Fig. 3 - Triphoridae n. id. DBUA-F 142 Sup 154-2 Rolo 53 neg 33. Vista apertural. Fig. 4 - Triphoridae n. id. DBUA-F 142 Sup 154-3 Rolo 53 neg 35. Vista apertural. Fig. 5 - Triphoridae n. id. DBUA-F 126 Sup 83-3 Rolo 30 neg 32A. Vista apertural. Fig. 6 - Triphoridae n. id. DBUA-F 142 Sup 154-2 Rolo 53 neg 34. Transição protoconcha-teleoconcha (vista axial). Fig. 7 - Triphoridae n. id. DBUA-F 134 Sup 152-5 Rolo 54 neg 21. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 8 - Triphoridae n. id. DBUA-F 142 Sup 154-2 Rolo 53 neg 36. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 9 - Cerithiopsis sp. DBUA-F 2 Sup 141-7 Rolo 47 neg 16. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 10 - Cerithiopsis sp. DBUA-F 2 Sup 141-7 Rolo 47 neg 12. Vista apertural. Fig. 11 - Natica prietoi DBUA-F 3 Rolo 44 neg 15. Vista apertural., com marca de bioerosão. Fig. 12 - Polynices lacteus DBUA-F 61 Rolo 44 neg 3. Vista apertural. Fig. 13 - Bursa scrobilator DBUA-F Rolo 42 neg 15. Vista apertural. Fig. 14 - Bursa scrobilator DBUA-F Rolo 42 neg 14. Vista dorsal. Fig. 15 - Phalium granulatum DBUA-F Rolo 42 neg 17. Vista apertural. 306 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 307 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.23 Estampa XXIII Fig. 1 - Trachypollia nodulosa DBUA-F 3 Sup 115-1 Rolo 33 neg XA. Vista apertural. Fig. 2 - Trachypollia nodulosa DBUA-F col. García-Talavera Rolo 35 neg 5. Vista apertural. Fig. 3 - Trachypollia nodulosa DBUA-F col. García-Talavera Rolo 35 neg 4. Vista dorsal. Fig. 4 - Ocinebrina aciculata DBUA-F 22 Sup 80-1 Rolo 27 negs 2A+1A. Vista apertural. Fig. 5 - Stramonita haemastoma DBUA-F 61 Rolo 44 neg 4. Vista apertural. Fig. 6 - Stramonita haemastoma DBUA-F 73 Sup 138-1 Rolo 46 neg 19. Vista apertural. Fig. 7 - Coralliophila meyendorffii DBUA-F 127 Rolo 41 neg 21. Vista apertural. Fig. 8 - Coralliophila meyendorffii DBUA-F 127 Rolo 41 neg 24. Vista dorsal. Fig. 9 - Coralliophila meyendorffii DBUA-F 127 Rolo 41 neg 23. Vista apertural. 308 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 309 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.24 Estampa XXIV Fig. 1 - Charonia lampas DBUA-F Rolo 42 neg 18. Vista apertural. Fig. 2 - Cantharus variegatus DBUA-F 131 Rolo 41 neg 17. Vista apertural. Fig. 3 - Gibberula sp. DBUA-F 2 Sup 113-1 Rolo 33 neg 1A. Vista apertural. Fig. 4 - Cantharus variegatus DBUA-F 131 Rolo 41 neg 18. Vista apertural. Fig. 5 - Gibberula sp. DBUA-F 2 Sup 113-3 Rolo 33 neg 2A. Vista dorsal. Fig. 6 - Cantharus variegatus DBUA-F Rolo 36 negs 22+23. Vista apertural. Fig. 7 - Gibberula sp. DBUA-F 2 Sup 113-1 Rolo 43 neg 25. Vista apertural. Fig. 8 - ?Gibberula sp. / ?Volvarina sp. DBUA-F 2 Sup 141-4 Rolo 47 neg 10. Vista apertural. 310 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 311 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.25 Estampa XXV Fig. 1 - Mitra cornea col. García-Talavera Rolo 41 negs 7+8. Vista apertural. Fig. 2 - Mitra cornea DBUA-F 127 Rolo 41 neg 13. Vista apertural. Fig. 3 - Mitra cornea DBUA-F 2 Sup 111-1 Rolo 33 neg 9A. Vista dorsal. Fig. 4 - Mitra cornea DBUA-F 81 Rolo 44 neg 20. Vista apertural. Fig. 5 - Anachis avaroides DBUA-F 74 Rolo 44 neg 28. Vista apertural. Fig. 6 - Anachis avaroides DBUA-F 55 Sup 131-1 Rolo 49 neg 23. Vista apertural. Fig. 7 - Lunatia cf. guillemini col. García-Talavera Rolo 41 neg 11. Vista apertural. Fig. 8 - Lunatia cf. guillemini col. García-Talavera Rolo 41 neg 12. Vista dorsal. Fig. 9 - Mitromorpha azorensis DBUA-F 44 Sup 82-6 Rolo 27 neg 42A. Detalhe da protoconcha (vista apertural). Fig. 10 - Polynices lacteus DBUA-F9 Rolo 55 Sup 135-2 neg 2. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 11 - Haedropleura sp, DBUA-F 142 Sup 154-1 Rolo 53 neg 32. Vista apertural. Fig. 12 - Mitromorpha azorensis DBUA-F 44 Sup 82-6 Rolo 27 s/n. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). 312 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 313 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.26 Estampa XXVI Fig. 1 - Conus cf. miruchae #1 DBUA-F 89 Rolo 36 neg 16. Vista apertural. Fig. 2 - Conus cf. miruchae #1 DBUA-F 89 Rolo 36 neg 18. Vista apical. Fig. 3 - Conus cf. miruchae #1 DBUA-F 89 Rolo 36 neg 17. Vista dorsal. Fig. 4 - Conus cf. roeckeli #2 DBUA-F col. José Azevedo Rolo 36 neg 25. Vista apertural. Fig. 5 - Conus cf. roeckeli #2 DBUA-F col. José Azevedo Rolo 36 neg 24. Vista dorsal. Fig. 6 - Conus cf. ermineus DBUA-F 27 Rolo 44 neg 29. Vista apertural. Fig. 7 - Conus venulatus col. García-Talavera Rolo 41 neg 3+4. Vista apertural. Fig. 8 - Conus venulatus col. García-Talavera Rolo 41 neg 5. Vista apical. Fig. 9 - Conus cf. ermineus DBUA-F 79 Rolo 44 neg 31. Vista dorsal. 314 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 315 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.27 Estampa XXVII Fig. 1 - Philippia hybrida DBUA-F 137 Sup 156-1 Rolo 58 neg 9. Vista apertural. Fig. 2 - Philippia hybrida DBUA-F 137 Sup 156-1 Rolo 58 neg 12. Vista basal. Fig. 3 - Philippia hybrida DBUA-F 137 Sup 156-1 Rolo 58 neg 11. Vista apical. Fig. 4 - Philippia hybrida DBUA-F 137 Sup 156-1 Rolo 58 neg 10. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 5 - Odostomia cf. unidentata DBUA-F 2 Sup 141-3 Rolo 47 neg 9. Vista apertural. Fig. 6 - Odostomia cf. unidentata DBUA-F 2 Sup 141-8 Rolo 47 neg 19. Vista axial. Fig. 7 - Odostomia cf. unidentata DBUA-F 2 Sup 141-8 Rolo 47 neg 18. Vista apical. Fig. 8 - Odostomia bernardi DBUA-F 134 Sup 152-4 Rolo 54 neg 20. Vista apertural. Fig. 9 - Odostomia bernardi DBUA-F 45 Sup 85-3 Rolo 32 neg 26. Vista apertural. Fig. 10 - Odostomia sp. DBUA-F2 Sup 142-2 Rolo 55 neg 6. Vista apertural. Fig. 11 - Odostomia sp. DBUA-F2 Sup 142-2 Rolo 55 neg 7. Detalhe da protoconcha (vista axial a 45º). 316 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 317 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.28 Estampa XXVIII Fig. 1 - Vitreolina sp. DBUA-F 134 Sup 152-1 Rolo 53 neg 37. Vista apertural. Fig. 2 - Vitreolina sp. DBUA-F 134 Sup 152-1 Rolo 53 neg 38. Vista apertural. Fig. 3 - Cylichnina sp. DBUA-F 73 Sup 135-1 Rolo 46 neg 20. Vista apertural. Fig. 4 - Retusa truncatula DBUA-F 134 Sup 152-3 Rolo 54 neg 18. Vista apertural. Fig. 5 - Retusa truncatula DBUA-F 139 Sup 151-5 Rolo 51 neg 17. Vista apertural. Fig. 6 - Retusa truncatula DBUA-F 139 Sup 151-6 Rolo 51 neg 18. Vista apertural. Fig. 7 - Retusa truncatula DBUA-F 139 Sup 151-6 Rolo 51 neg 22. Vista apertural. Fig. 8 - Retusa truncatula DBUA-F 139 Sup 151-6 Rolo 51 neg 21. Detalhe da microescultura da protoconcha (vista apical). Fig. 9 - Lamellaria latens DBUA-F 125 Sup 150-1 Rolo 51 neg 4. Vista apertural. Fig. 10 - Lamellaria latens DBUA-F 125 Sup 150-1 Rolo 51 neg 5. Transição protoconcha-teleoconcha (vista apical). Fig. 11 - Lamellaria latens DBUA-F 125 Sup 150-1 Rolo 51 neg 6. Vista apical. Fig. 12 - Arca tetragona DBUA-F 81 Rolo 44 neg 13. Vista dorsal. 318 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 319 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores 15.29 Estampa XXIX Fig. 1 - Myoforceps aristatus DBUA-F 73 Rolo 44 neg 22. Detalhe da charneira. Fig. 2 - Myoforceps aristatus DBUA-F 127 Rolo 41 neg 19. Vista dorsal. Fig. 3 - Myoforceps aristatus DBUA-F 127 Rolo 41 neg 20. Vista axial das duas valvas. Fig. 4 - Lima cf. lima DBUA-F 81 Rolo 44 neg 11. Vista dorsal. Fig. 5 - Cardita calyculata DBUA-F 80 Rolo 44 neg 18. Vista dorsal. Fig. 6 - Cardita calyculata DBUA-F 80 Rolo 44 neg 19. Vista ventral. Fig. 7 - Laevicardium crassum DBUA-F Rolo 42 neg 16. Vista dorsal. Fig. 8 - Lucinella divaricata DBUA-F2 Sup 140-2 Rolo 55 neg 21. Vista dorsal. Fig. 9 - Lucinella divaricata DBUA-F 61 Rolo 44 neg 1. Vista dorsal. Fig. 10 - Papillicardium papillosum DBUA-F 38 Rolo 44 neg 23. Vista dorsal. Fig. 11 - Ensis minor DBUA-F Rolo 42 neg 2. Vista ventral. Fig. 12 - Ervilia castanea DBUA-F 61 Rolo 44 neg 8. Vista ventral. 320 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 321 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 16 ÍNDICE DAS TABELAS Tabela 1 Número de espécies por género no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo. ARC – Árctico; GRE – Gronelândia; ICE – Islândia; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; POR – Portugal; MED – Mar Mediterrâneo; AZO – Açores; MAD – Madeira, Porto Santo e Desertas; SEL – Selvagens (Madeira); CAN – Canárias; CAP – Cabo Verde; WAFR – costa oeste-Africana; ANG – Angola; NSC – Província da Nova Escócia; VIR – Província Virginiana; CRL – Província Caroliniana; TRO – Província Tropical (Caraíbas); BRA – Brasil; STH – Santa Helena; TRS – Tristâo da Cunha; SSA – sudeste da América do Sul; ANT – Antárctica. ............................................................12 Tabela 2 Número total de espécies endémicas de Rissoidae e percentagem de espécies endémicas relativamente ao nº total de espécies de Rissoidae. Restantes abreviaturas como na Tabela 1.................................................................15 Tabela 3 Número de espécies de Rissoidae partilhadas entre os vários locais seleccionados. Restantes abreviaturas como na Tabela 1.................................................................................................................................................................16 Tabela 4 Zonação batimétrica das espécies de Rissoidae. lit - Rissoidae litorais (habitando usualmente a profundidades menores do que 50 m); prof – Rissoidae de profundidade (usualmente encontrados a profundidades superiores a 50 m). Restantes abreviaturas de acordo com a legenda da Tabela 1..............................................................20 Tabela 5 Desenvolvimento embrionário dos Rissoidae: np – espécies com desenvolvimento não-planctotrófico; p – espécies com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1. ...............................................23 Tabela 6 Número total de espécies litorais e com desenvolvimento não-planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1.............................................................................................................................................................................28 Tabela 7 Número total de espécies litorais e com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1.29 Tabela 8 Número total de espécies de profundidade e com desenvolvimento não-planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1............................................................................................................................................................30 Tabela 9 Número total de espécies de profundidade e com desenvolvimento planctotrófico. Restantes abreviaturas como na Tabela 1.................................................................................................................................................................31 Tabela 10 Distribuição das várias espécies de Rissoidae pelas ilhas e montes submarinos dos Açores. , FLW – Flores, FAI – Faial, PIX – Pico, SJZ – São Jorge, GRW – Graciosa, TER – Terceira, DJC – Banco D. João de Castro, SMG – São Miguel, FOR – Ilhéus das Formigas, SMA – Santa Maria. ............................................................................82 Tabela 11 Tipos de desenvolvimento embrionário inferidos a partir de medições efectuadas em exemplares da colecção DBUA, fotografados ao microscópio electrónico. # Vp – nº de voltas da protoconcha; I – protoconcha 1 (embrionária); II – protoconcha 2 (larvar); # Vt – nº de voltas da teleoconcha; Diâm – Diâmetro da protoconcha (µm); Des embr – tipo de desenvolvimento embrionário (np – não-planctotrófico; p – planctotrófico). ................84 Tabela 12 Adultos de espécies de moluscos litorais com larvas teleplânicas, referidos para os Açores (Ávila, 2000a; Ávila et al., 1998; Ávila et al., 2000a). ................................................................................................................................88 Tabela 13 Larvas teleplânicas dadas para os Açores, mas cujos adultos não foram ainda encontrados nestas ilhas (baseado em Laursen, 1981). ...............................................................................................................................................89 Tabela 14 Caracterização dos locais de amostragem: local, data de recolha das amostras, profundidade, grau de actividade hidrotermal, distância da amostra à fonte hidrotermal e tipo de substrato predominante. Banco D. João de Castro (DJC), Ribeira Quente (RQT) e Capelas (CAP). O grau da actividade hidrotermal foi medido da seguinte maneira: 0 (sem actividade hidrotermal); 1 (libertação intermitente de bolhas gasosas); 2 (libertação constante 2 de bolhas gasosas); 3 (duas ou mais fontes hidrotermais/m com libertação constante de bolhas gasosas); 4 2 (água aquecida e duas ou mais fontes hidrotermais/m com libertação constante de bolhas gasosas). .............99 Tabela 15 Moluscos colectados no Banco D. João de Castro (DJC), Ribeira Quente (RQT) e Capelas (CAP)........................100 Tabela 16 Índices de diversidade. S – número de espécies; N – número total de indivíduos por amostra; H’- índice de diversidade de Shannon-Wiener; J’ – índice de diversidade de equitatibilidade (evenness); (restantes abreviaturas como na Tabela 14). A negro e itálico, os valores médios de S, N, H’ e J’ correspondentes às amostras de DJC, RQT e CAP (RQT1 foi excluída destes cálculos)..................................................................104 2 Tabela 17 Densidades máximas dos molucos colectados no banco DJC, RQT e CAP (ind/m ). Outras abreviaturas como na Tabela 14.............................................................................................................................................................104 323 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Tabela 18 Grupos pré-definidos e suas abreviaturas (ver Tabela 14) usados nas análises com as subrotinas ANOSIM e SIMPER. Outras abreviaturas como na Tabela 14............................................................................................. 106 Tabela 19 Resultados da análise com a subrotina ANOSIM. Locais agrupados de acordo com a Tabela 18.......................... 106 Tabela 20 Resultados do SIMPER. Ana - Anachis avaroides. Bit - Bittium latreillii. Cra – Crassadoma pusio. Nas – Nassarius incrassatus. Oci - Ocinebrina aciculata. Tpa - Tricolia pullus azorica. Gre – Gregariella semigranata. Outras abreviaturas como nas Tabela 14 e Tabela 18. ................................................................................................. 107 Tabela 21 Número de espécies e respectivo tipo de desenvolvimento embrionário: np – não-planctotrófico; p – planctotrófico. # Cenog – número de Cenogastrópodes. # Total – número total de taxa de moluscos. Monte submarino Ormonde (banco Gorringe) (ORM), Atol das Rocas (ROC), Fernando de Noronha (NOR), ilha Trindade (TRI) e Martin Vaz (MAR). Outras abreviaturas como na Tabela 14. ............................................................................................... 108 Tabela 22 Número (colecção DBUA – Departamento de Biologia da Universidade dos Açores), data, profundidade (m) e tipo de substrato das amostras colhidas no pico Ormonde (banco submarino Gorringe). ....................................... 116 Tabela 23 Lista de espécies e distribuição geográfica das espécies colectadas no monte submarino Ormonde (banco Gorringe). Dev. – tipo de desenvolvimento embrionário (p – planctotrófico; np – não-planctotrófico). DBUA – colecção de referência do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. 1 - presença; 0 – ausência; ? – registo duvidoso. ORM – Ormonde; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; BIS – Golfo da Biscaia até à Galiza; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo Ocidental; MOR – Marrocos e Mauritânia; AZO – Açores; MAD – Madeira, Porto Santo e Desertas; CAN - Canárias; CAP – Cabo Verde; CAR – Caraíbas. .............................. 118 Tabela 24 Relações biogeográficas dos moluscos marinhos litorais do Ormonde (Cavolinia inflexa e os taxa não identificados do Ormonde foram excluídos desta análise). Outras abreviaturas como na Tabela 23. ................................... 121 Tabela 25 Espécies de moluscos mais abundantes nos Açores. Tipo de desenvolvimento embrionário: np – não-planctotrófico; p – planctotrófico; inc – incubador (“brooder”). AZO – Açores; MAD – Madeira; CAN – Canárias; CAP – Cabo Verde; SCA – Escandinávia; BRI – Ilhas Britânicas; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo; ASC – ilha Ascensão; STH – ilha de Santa Helena; CAR – Caraíbas. Dados extraídos de Ávila (2000a; 2003) e Ávila et al. (2005). ................................................................................................................................................................ 129 Tabela 26 Rissoidae Atlânticos litorais de tipo de desenvolvimento embrionário não-planctotrófico, restritos a dois arquipélagos contíguos. AZO – Açores; MAD – Madeira; SEL – Selvagens; CAN – Canárias (Apêndice 1). ........................ 130 Tabela 27 Distribuição geográfica dos moluscos marinhos litorais dos Açores com maior amplitude geográfica e respectivo tipo de desenvolvimento embrionário (Ávila 2000a). Restantes abreviaturas como na Tabela 25........................... 132 Tabela 28 Número de espécies de Rissoidae endémicos nos arquipélagos Atlânticos. # Lit – número total de espécies endémicas litorais (< 50m profundidade); número de espécies com desenvolvimento não-planctotrófico (np), com desenvolvimento planctotrófico (p) e com tipo de desenvolvimento desconhecido (?) (Apêndice 1). Restantes abreviaturas como na Tabela 25. ...................................................................................................... 134 2 Tabela 29 Áreas aproximadas (em km ) das ilhas dos Açores, Madeira e Canárias há 18.000 anos atrás e actualmente. * engloba as ilhas de Fuerteventura e Lanzarote, e os ilhéus de Graciosa e Lobos (dados da Madeira e Canárias, extraídos de García-Talavera, 1999).................................................................................................................. 141 Tabela 30 Tipo de desenvolvimento embrionário das espécies que formam a “fauna acompanhante do Strombus latus” e que estão registadas para o Plistocénico dos Açores (Ávila et al., 2002). p – desenvolvimento embrionário planctotrófico; np - desenvolvimento embrionário não-planctotrófico; ? - desenvolvimento embrionário desconhecido...................................................................................................................................................... 157 Tabela 31 Tipo de desenvolvimento embrionário dos gastrópodes fósseis colectados em Tachero (Tenerife, ilhas Canárias) (García-Talavera et al. (1978) e existentes também no Plistocénico dos Açores (Ávila et al., 2002). p – desenvolvimento embrionário planctotrófico; np – não- planctotrófico............................................................... 158 Tabela 32 Distribuição estratigráfica dos moluscos fósseis colectados nas Lagoinhas e na Prainha (Santa Maria, Açores) (Ávila et al., 2002). Hoje – espécies que existem actualmente nos Açores; ext – espécies extintas nos Açores; ? – existem dúvidas relativamente à existência/extinção desta espécie nos Açores............................................ 159 Tabela 33 Espécies de bivalves encontradas nas jazidas Plistocénicas das Lagoinhas e da Prainha. .................................... 167 Tabela 34 Número total de indivíduos e percentagem provenientes das amostras quantitativas de areia recolhida nas Lagoinhas (unidade B1). Cada amostra (Lag 1, Lag 2, ... Lag 5) corresponde a 1 kg de areia triado. .............. 170 Tabela 35 Bivalves actualmente existindo nos Açores ou entretanto localmente extintos (ext). Os dados relativos ao tipo de habitat e da zonação batimétrica foram retirados de Tebble (1966), Cosel (1995), Morton (1995), Rodríguez & Sánchez, (1997), Macedo et al. (1999) e Salas & Gofas (1998). Os dados relativos às espécies fósseis da Prainha foram extraídos de Ávila et al. (2002). .................................................................................................. 177 324 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS Tabela 36 Número total de espécies de bivalves presentemente existindo nos Açores, registadas para o Plistocénico de Santa Maria e dadas como extintas localmente nos Açores, de acordo com o tipo de habitat.....................................180 Tabela 37 Número e percentagem das espécies de moluscos confirmadas para os Açores (236), existentes também noutros locais: AÇO – Açores; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; POR – Portugal continental; MED – Mediterrâneo; MAD – Madeira, Desertas e Selvagens; CAN – Canárias; ASC – Ascensão; STH – Santa Helena; CAR – Caraíbas. Dados compilados de Ávila (2000a) e Ávila & Albergaria (2002). ..........................................183 Tabela 38 Distribuição estratigráfica dos moluscos Plistocénicos colectados nas jazidas das Lagoinhas e Prainha (Santa Maria) (Ávila et al., 2002): ext – extinto; ? – há dúvidas quanto à actual existência desta espécie nos Açores. Os quadrados preenchidos a negro significam que a espécie foi encontrada nessa(s) unidade(s).........................185 Tabela 39 Comparação entre as relações biogeográficas da fauna Plistocénica das Lagoinhas e da Prainha (Ávila et al., 2002) e da fauna actual de moluscos litorais dos Açores (Ávila, dados não publicados). ............................................186 Tabela 40 Número de espécies de Rissoidae (# spp.) com desenvolvimento embrionário não-planctotrófico (np) e planctotrófico (p) nas bacias ocidental (Murcia e Ilha Ischia) e oriental (Datcha no Mar Egeu e Yenikash no Levante, Turquia) do Mediterrâneo. Dados extraídos e modificados de Oliverio (1996). ...................................197 325 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS 17 ÍNDICE DAS FIGURAS Figura 1 Localização geográfica do arquipélago dos Açores (©Secção de Geografia, Universidade dos Açores). ......................3 Figura 2 Análise de agrupamento efectuada com a distribuição geográfica de todos os Rissoidae do Atlântico e Mediterrâneo. Índice de similaridade de Bray-Curtis, presença ausência e UPGMA. Abreviaturas como na Tabela 1. .............17 Figura 3 Análise de cluster complementada com MDS (TRS, SSA e ANT retiradas da análise). Restantes abreviaturas como na Tabela 1............................................................................................................................................................18 Figura 4 Tipo de desenvolvimento embrionário (em %) (planctotrófico / não-planctotrófico) dos Rissoidae litorais....................25 Figura 5 Tipo de desenvolvimento embrionário (em %) (planctotrófico / não-planctotrófico) dos Rissoidae de profundidade. ...26 Figura 6 Variação do número de espécies de Rissoidae com ampla distribuição batimétrica (“sh-de”) em função da latitude Norte (Atlântico leste). ...........................................................................................................................................34 Figura 7 Variação do número de espécies de Rissoidae litorais em função da latitude Norte (Atlântico leste). ..........................35 Figura 8 Variação do número de espécies de Rissoidae litorais em função da latitude Norte (Atlântico oeste)..........................35 Figura 9 Variação do número de espécies de Rissoidae litorais em função da latitude Sul (Atlântico oeste). ............................36 Figura 10 Variação do número de espécies de Rissoidae planctotróficos litorais em função da latitude Norte (Atlântico leste).38 Figura 11 Variação do número de espécies de Rissoidae planctotróficos litorais em função da latitude Norte (Atlântico oeste).39 Figura 12 Variação do número de espécies de Rissoidae planctotróficos litorais em função da latitude Sul (Atlântico oeste). ..39 Figura 13 Número cumulativo de espécies válidas dadas para os Açores, por autor. .................................................................47 Figura 14 Zonação batimétrica de Alvania angioyi Van Aartsen, 1982 (Ávila, 2000b, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado................................51 Figura 15 Zonação batimétrica de Alvania cancellata (Da Costa, 1778) (Ávila, 2000c). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado................................54 Figura 16 Zonação batimétrica de Alvania sleursi (Ávila, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado.............................................................62 Figura 17 Zonação batimétrica de Cingula trifasciata no intertidal da Poça da Barra, Lajes do Pico (Ávila, 1998). O traço vermelho contínuo representa o perfil do fundo da Poça da Barra. PMAV – preia-mar de águas-vivas; BMAV – baixa-mar de águas-vivas. ....................................................................................................................................66 Figura 18 Zonação batimétrica de Manzonia unifasciata (Ávila, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado.............................................................71 Figura 19 Zonação batimétrica de Rissoa guernei (Ávila, 2003). Em cada profundidade amostrada foram efectuados 3 replicados. Os círculos abertos representam o replicado com maior número de indivíduos, os quadrados abertos correspondem aos replicados com menor número de indivíduos e os círculos a cheio correspondem ao valor médio de indivíduos encontrado nos 3 replicados/nível amostrado.............................................................77 Figura 20 Análise de agrupamento efectuada com base nos dados da Tabela 10. Presença/ausência, índice de similaridade de Bray-Curtis / UPGMA. ......................................................................................................................................83 Figura 21 Principais correntes de superfície no Atlântico Norte: GS – Corrente do Golfo; NAC – Corrente do Atlântico Norte; NAC1 - Corrente do Atlântico Norte 1; NAC2 - Corrente do Atlântico Norte 2; AC – Corrente dos Açores; AC1 - 327 Processos e padrões de dispersão e colonização nos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos Açores Corrente dos Açores 1; AC2 - Corrente dos Açores 2; SWEC – Corrente Europeia do Sudoeste; MADC – Corrente da Madeira; CANC – Corrente das Canárias; NEC – Corrente Norte Equatorial (adaptado de Iselin, 1936; Kleine & Siedler, 1989). .............................................................................................................................. 91 Figura 22 Padrão das correntes de superfície entre os Açores e Portugal (adaptado de Fiúza & Martins, 1996). ..................... 92 Figura 23 Localização do Banco D. João de Castro (©ImagDOP - banco de imagens do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores)................................................................................................................... 96 Figura 24 Topografia submarina detalhada do Banco D. João de Castro (©ImagDOP). ............................................................ 96 Figura 25 Actividade hidrotermal no Banco D. João de Castro (©Luís Quinta/Mundo Submerso). ............................................ 97 Figura 26 Localização das estações com actividade hidrotermal: RQT – Ribeira Quente; DJC – Banco D. João de Castro; e sem actividade hidrotermal: CAP – Capelas. ....................................................................................................... 98 Figura 27 Dendrograma com as amostras do banco DJC, CAP e RQT (abreviaturas como na Tabela 16) (índice de similaridade de Bray-Curtis, UPGMA). ............................................................................................................... 105 Figura 28 Número cumulativo de espécies de moluscos em função do número de amostras colhidas nas Capelas (São Miguel) (S) e no Banco D. João de Castro („). ............................................................................................................. 108 Figura 29 Número de espécies por tipo de desenvolvimento (em %) por local. Outras abreviaturas como na Tabela 21. ...... 110 Figura 30 Localização e profundidades dos principais bancos submarinos entre a Madeira e Portugal continental. ............... 113 Figura 31 Topografia submarina detalhada do pico Ormonde (banco Gorringe) (adaptado de LaGabrielle & Auzende, 1982).114 Figura 32 Curva do volume dos gelos durante os últimos 420.000 anos (adaptado de Petit et al., 1999). Para efeitos de comparação, neste gráfico considera-se que o volume actual dos gelos é igual a zero. As setas indicam os máximos interglaciares (menor volume de gelos). ............................................................................................. 139 Figura 33 Variação do volume dos gelos polares durante os últimos 140.000 anos, obtida a partir da análise isotópica de Foraminíferos (adaptado de Schakleton et al., 1983). IG – estádio interglaciário; G – estádio glaciário........... 140 Figura 34 Arquipélago dos Açores há cerca de 18.000 anos atrás. A amarelo a área actual das ilhas e a roxo a área há 18.000 anos (mapa cedido por Frederico Cardigos/DOP/UA). ...................................................................................... 142 Figura 35 Área insular há cerca de 18.000 anos atrás (adaptado de García-Talavera, 1999).................................................. 142 Figura 36 Localização das jazidas das Lagoinhas e Prainha, em Santa Maria (extraído de Ávila et al., 2002)........................ 144 Figura 37 Bivalves endolíticos perfurantes da espécie Myoforceps aristatus “in situ” (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro.............................................................................................................................................................. 146 Figura 38 Pormenor da linha da costa na zona da Prainha. As setas indicam a localização do depósito contendo a alga calcária que, neste local, tem uma extensão de cerca de 30m. Foto: © Rui Amen. .......................................... 147 Figura 39 Pormenor de um dique cortado sobre o qual assenta o conglomerado basal calcário, recoberto pela alga calcária. Nas fendas da alga, está depositada areia. Foto: © Sérgio Ávila. ..................................................................... 148 Figura 40 Corte mostrando a alga calcária em forma de crosta (Unidade A2) As setas indicam a localização de algumas lapas (Patella spp.). Foto: © Sérgio Ávila..................................................................................................................... 149 Figura 41 Prainha vista do mar. As setas vermelhas indicam a localização dos depósitos fossilíferos quaternários (2-4m). 1 – depósitos fossilíferos Miocénicos (80-90m de altitude); 2 – Forte da Prainha. Foto: © Sérgio Ávila. ................ 150 Figura 42 Prainha. 1 – depósitos fossilíferos Plistocénicos; 2 – dique ou filão basáltico. Foto: © Sérgio Ávila. ....................... 151 Figura 43 Praia fóssil (unidade B1). Foto: © Sérgio Ávila........................................................................................................... 152 Figura 44 Traços fósseis de invertebrados marinhos. Foto: © Sérgio Ávila. ............................................................................. 152 Figura 45 Moldes de raízes de plantas (rizoconcreções) (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro.............................. 153 Figura 46 Jazida das Lagoinhas (Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. ................................................................................. 154 Figura 47 Perfil estratigráfico interpretativo das jazidas das Lagoinhas e da Prainha (retirado de Ávila et al., 2002). ............. 154 328 ____________________________________________________________________________ESTAMPAS Figura 48 Distribuição geográfica actual do Strombus latus (círculos a vermelho) e localização de jazidas fósseis (círculos a azul) (adaptado de Zazo et al., 1993). ................................................................................................................156 Figura 49 Estruturas bioerosivas atribuíveis ao icnogénero Circolites. Foto: © Pedro Monteiro................................................162 Figura 50 Valvas de Ervilia castanea presentes na unidade B1 (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro.....................164 Figura 51 Areias com estratificação entrecruzada (Prainha, Santa Maria). Foto: © Pedro Monteiro. ........................................165 Figura 52 Jazida das Lagoinhas e pormenor da unidade B1 (areias) (em cima, à esquerda). A – unidade A2 (recife algal); B – unidade B1 (areias). Expedição “Marine Fossils of the Azores”, Santa Maria, 25/06/2002. Foto: © Pedro Monteiro...............................................................................................................................................................167 Figura 53 Curva cumulativa do nº de espécies por amostra de 1 kg de areias (unidade B1) triadas. As amostras (Lag 1, Lag 2, ... Lag 5) foram recolhidas nas Lagoinhas. .........................................................................................................169 Figura 54 Zonação actual (percentagem de ocorrência em função da profundidade/altitude) nos Açores, das espécies de gastrópodes mais comuns encontradas nas amostras quantitativas de areias das Lagoinhas (unidade B1). Dados extraídos e modificados de Ávila (1998, 2000b, 2003) e Ávila et al. (2005). Alv med – Alvania mediolittoralis; Alv sle – Alvania sleursi; Bit lat – Bittium latreillii; Cin tri – Cingula trifasciata; Ris gue – Rissoa guernei; Man uni – Manzonia unifasciata; Ana ava – Anachis avaroides. ..........................................................172 Figura 55 Correntes de superfície e de profundidade no início do Pliocénico e actualmente. Os números referem-se aos valores médios da salinidade. CPA: Calote Polar Árctica (adaptado de Stanley, http://www.jhu.edu/~eps/faculty/stanley/pliocene.html).......................................................................................190 Figura 56 Circulação anti-estuarina no Mediterrâneo Ocidental (adaptado de Gebhardt, 1999). ..............................................193 Figura 57 Circulação estuarina no Mediterrâneo Ocidental (adaptado de Gebhardt, 1999). .....................................................195 Figura 58 Percentagem de espécies de Rissoidae com desenvolvimento embrionário não-planctotrófico (np) e planctotrófico (p) nas bacias ocidental (Murcia e Ilha Ischia) e oriental (Datcha e Yenikash) do Mediterrâneo. Dados extraídos de Oliverio (1996). ...............................................................................................................................................198 Figura 59 Relações biogeográficas das 274 espécies de moluscos litorais dos Açores (espécies pelágicas e endémicas excluídas desta análise) (dados não publicados, Maio 2004; cf. Apêndice 2). Presença/ausência, índice de similaridade de Bray-Curtis/UPGMA. AZO – Açores; SCA – Escandinávia; BRI – ilhas Britânicas; BIS – Golfo da Biscaia; POR – Portugal; MED – Mediterrâneo; MOR – costa oeste-Africana (Marrocos e Mauritânia); MAD – Madeira; CAN – Canárias; CAP – Cabo Verde; STH – ilha de Santa Helena; ASC – ilha de Ascensão; CAR – Caraíbas. .............................................................................................................................................................199 Figura 60 Relações biogeográficas dos 197 géneros de moluscos litorais dos Açores (dados não publicados, Maio 2004; cf Apêndice 2). Presença/ausência, índice de similaridade de Bray-Curtis/UPGMA. Abreviaturas como na Fig. 64.200 Figura 61 Distância genética de Nei, UPGMA (Gonçalves et al., 2000).....................................................................................228 Figura 62 Fenograma construído a partir de 51 caracteres taxonómicos da concha e da anatomia interna e externa de 31 géneros recentes e fósseis de Rissoidae (Ponder, 1985)...................................................................................230 329