Estreia da nova série portuguesa com Maria João Abreu liderou as audiências e arrastou consigo “Alma e Coração”. TVI, que vence no prime time desde 2001, perdeu em toda a linha.
Há uma revolução à vista no mais importante horário televisivo em Portugal. A vitória de “Golpe de Sorte”, esta segunda-feira à noite, no prime time da SIC, pode ter sido o primeiro dia de um novo ciclo nas audiências televisivas.
O horário nobre, tempo de emissão compreendido entre as 20h00 e as 24h00, é liderado desde 2001 pela TVI, mas a nova aposta da SIC na ficção portuguesa entrou com o pé direito.
O primeiro episódio de “Golpe de Sorte”, a série portuguesa protagonizada por Maria João Abreu, com Vítor Norte, Manuela Maria, Rui Mendes, Rosa do Canto, Ângelo Rodrigues, Diana Chaves, Diogo Amaral, Dânia Neto e tantos outros, foi o programa mais visto dia dia, com 1,356 milhões de espectadores e 29,6% de quota de mercado, de acordo com os dados oficiais da GfK, a empresa que mede o consumo televisivo em Portugal.
À mesma hora, a nova novela da TVI, que se estreou na semana passada, ficou muito longe, a mais de 350 mil espectadores. “Prisioneira”, anunciada com um episódio especial que começou mais cedo, roubando 15 minutos ao “Jornal das 8”, não foi além de 900 mil pessoas, o equivalente a 19,5% de quota de mercado.
A liderança de “Golpe de Sorte” teve outro efeito no dominó televisivo: deu a “Alma e Coração” uma liderança até aqui nunca obtida. A novela da SIC obteve 829 mil espectadores e 24,4% de share.
À mesma hora, a TVI tentou ‘tapar’ este episódio da concorrência com mais um “Especial” de “Prisioneira”. Nova derrota: 755 mil espectadores e 20,8% de share. “A Teia”, a segunda novela da TVI, não fez melhor e perdeu para “Segundo Sol”, a novela da Globo que a SIC transmitiu às 24h00.
Feitas as contas do dia, a SIC liderou com 21,7% de quota de mercado, a TVI não foi além de 17,1%, enquanto a RTP1 se manteve nos habituais 12,3%.
Recorde-se que já em fevereiro a SIC tinha conseguido outra vitória histórica: 14 anos depois, a estação dirigida por Daniel Oliveira tornou-se a preferida dos portugueses, derrotando a TVI.
Nos meses seguintes, essa liderança não só se confirmou, como foi reforçada. Agora chega a vez do horário nobre, o mais importante “slot” do dia, devido às receitas publicitárias.
Será que é desta que a SIC vai quebrar uma hegemonia da TVI na ficção que já dura 18 anos?
TEXTO: Rui Pedro Pereira